O fotógrafo Harald Schultz surgiu em um tempo em que o universo indígena não era totalmente revelado. Quase todo o saber sobre a cultura dos povos originários era transmitido por etnólogos, antropólogos e sertanistas “credenciados”. Schultz tinha profissão dupla, era etnólogo e fotógrafo, o que facilitou bastante o seu ir e vir entre a Universidade de São Paulo (USP) e o trabalho de campo nas aldeias. Hoje, o processo decolonial mudou o panorama, e indígenas de várias tribos brasileiras frequentam universidades, fazem filmes, vídeos, escrevem livros, e qualquer um deles tem também seu lugar de fala. Em resumo, eles são os porta-vozes deles mesmos.
Dentro do contexto de divulgar trabalhos e pesquisas essenciais, o Sesc Ipiranga lança o livro Culturas Indígenas no Brasil e a coleção Harald Schultz, organizado pela conservadora Ana Carolina Delgado Vieira e pela museóloga Marília Xavier Cury, que mantiveram conversa com os indígenas Gerolino José Cezar (terena) e Dirce Jorge (kaingang).
O livro chega em meio às discussões sobre a preservação da cultura indígena pelos museus não dirigidos por eles e ainda em confronto com a dúvida se coleções de fotografias sobre indígenas têm que ter a curadoria de um deles. A publicação reúne vários textos de Harald Schultz em seu campo ampliado de pesquisa, dando visibilidade a um universo expandido. As imagens trazem traços das imagens-pensamento, resultado da formação dele e de suas aulas de fotografia ministradas na USP.
Uma de suas contribuições para a fotografia no Brasil nasce das reflexões sobre os estudos das linguagens fotográficas e seus aspectos técnicos. Nessa perspectiva de inovação, ele acompanhou de perto as transformações singulares da fotografia dos anos 1960 e as transmitia aos alunos com o objetivo de formar uma nova geração de profissionais.
Seu trabalho relevante foi desenvolvido em aldeias com o objetivo de contribuir para a preservação das culturas de matrizes indígenas. Em alguns locais, Schultz chegou a coletar cerca de sete mil artefatos de vários usos, além de filmes e fotografias que captam o cotidiano das aldeias, que hoje fazem parte do arquivo de campo do MAE-USP (Museu de Arqueologia da USP). A coleção de Schultz, sob a guarda do museu, soma mais de mil diapositivos (slides) entre os anos de 1942 e 1965. Ele sempre explorou os elementos presentes naquele universo, indistintamente das afinidades adquiridas nas constantes visitas.
A exposição do acervo do fotógrafo abre capítulos sobre museus e preservação de coleções indígenas. Considerado um fotógrafo importante na época, algumas de suas fotos são provas das técnicas inovadoras, cuja experiência perceptiva define-se na sobreposição de imagens e no uso de filtros e lentes especiais, um recurso novo naquele tempo.
Culturas Indígenas no Brasil e a coleção Harald Schultz, além de divulgar e fortalecer sua obra, também provoca reflexões sobre vários aspectos que envolvem os objetos coletados. Dividida em quatro partes, a primeira foca a trajetória do fotógrafo-etnólogo com alguns dados biográficos mais relevantes. Já a segunda coloca luz nas questões museológicas e reflete como introduzir políticas que respeitem os direitos de inclusão dos povos originários.
A terceira toca no tema dos estudos relacionados a coleções depositadas em museus, enquanto a última aborda a iconografia de 12 etnias contactadas por Schultz, além de uma coleção singular de fotografias dos objetos encontrados. O livro traz forte contribuição para o resgate do trabalho desenvolvido por Harald Schultz, tanto como fotógrafo quanto como etnólogo, além de abrir portas para outros estudos complementares. ✱
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Uma vez que o artista tem uma agenda de exposições majoritariamente internacional, o Pavilhão Maxwell Alexandre foi anunciado para expandir no Brasil, a discussão do que estava sendo mostrado em galerias e museus fora do país. A intenção é gerar diálogo e dar acesso a uma audiência local à obra do artista e seu desenvolvimento a longo prazo: passabilidade. A caminhada segura e tranquila pelo cubo branco. Este é o conceito de passabilidade nos termos de Maxwell Alexandre.
Tratada pela primeira vez dentro da série Novo Poder na Espanha, passabilidade ganha desenvolvimento e chega com uma abordagem mais aguda ao Pavilhão, através de uma instalação ambiciosa com mais de 50 retratos, todos pintados a óleo sobre papel pardo.
Firmes e conscientes desses espaços – museus e galerias – que outrora eram hostis a pessoas melanizadas, os personagens caminham elegantes, como se estivessem desfilando numa passarela. Em Novo poder: passabilidade, o artista faz esse cruzamento entre moda e arte contemporânea, denotando os dois campos como plataformas de empoderamento, que oferecem dignidade e autoestima para o indivíduo.
Serviço
Exposição | Novo Poder: passabilidade
De 19 de abril a 29 de setembro
Terça a Sexta – Das 10h às 21h30, sábado – Das 10h às 19h30 e domingo – Das 10h às 18h30
Período
19 de abril de 2024 10:00 - 29 de setembro de 2024 19:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Avenida Paulista
Av. Paulista, 119 - Bela Vista, São Paulo - SP
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece)
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Uma das fotógrafas mais importantes do mundo, Claudia Andujar é a nova artista a ocupar a Pinacoteca do Ceará. O museu, que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante, abre a exposição “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” no sábado, 22 de junho, a partir das 17h. A entrada é gratuita e haverá acessibilidade em Libras.
A programação de abertura contará com uma sessão especial do documentário “A senhora das flechas” (The Lady with the Arrows”, 2024), de Heidi Specogna. O filme, que foi exibido no Brasil apenas durante o festival “É Tudo Verdade” deste ano, aborda a relação de afeto e militância de Claudia Andujar com o povo indígena Yanomami. A sessão acontece às 17h30 e serão distribuídos 80 ingressos por ordem de chegada, a partir das 16h.
Dividida em cinco núcleos, “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” tem curadoria de Eduardo Brandão e reúne cerca de 200 fotografias da artista suíça naturalizada brasileira. O título reforça a proposta curatorial, que traz diferentes olhares e trânsitos de Andujar: entre o fotojornalismo e a arte experimental; as grandes cidades e a floresta; a Europa, onde ela nasceu, e a América, continente que a acolheu após a perseguição nazista à sua família paterna; ela própria e o Outro.
Reconhecida por sua atuação humanista na fotografia, Andujar constrói os trabalhos a partir de uma longa convivência com o ambiente, as pessoas e os costumes. É o que se vê em séries como “Famílias Brasileiras”, um dos primeiros ensaios que ela realizou no Brasil, no qual passou longos períodos convivendo com diferentes famílias em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O intenso trabalho de reelaboração das imagens feito pela artista também é destaque na exposição. Em “A Sônia”, para refletir esteticamente sobre as formas do corpo feminino, as fotografias com filme infravermelho são posteriormente refotografadas, com um uso experimental de filtros de cor e sobreposições.
“Trem Baiano” é outro importante trabalho presente na mostra, que retrata migrantes que tentavam se estabelecer em São Paulo voltando às suas cidades de origem, enviados pelo Departamento de Imigração e Colonização de São Paulo. Para fazer o ensaio publicado numa reportagem da clássica revista Realidade, em 1969, Andujar embarcou sozinha no trem que saía de São Paulo e parava em diversas cidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia.
A colaboração com Realidade levou a fotógrafa a ter o primeiro contato com os indígenas Yanomami, trabalhando numa edição especial sobre a Amazônia, em 1971. A partir daí, Claudia Andujar estabelece uma ligação cuidadosa e comprometida com aquele povo ameaçado à época – e até hoje – pelo garimpo e por interesses políticos e econômicos, como o projeto de desenvolvimento industrial do governo militar, que construiu grandes rodovias na região.
Em plena ditadura militar, Claudia passa a atuar na luta política em defesa do povo Yanomami, que a acolhe e reconhece na artista uma aliada. Durante os anos 1970, ela faz diversas viagens ao território, chega a morar durante 14 meses na Reserva Catrimani e se envolve com o modo de vida local, a cultura, os hábitos e rituais daquele povo.
Em 1977, enquadrada na Lei de Segurança Nacional, editada pelo Governo Militar, ela é retirada à força do território indígena, sendo proibida de voltar à Amazônia. A partir daí, a fotógrafa funda, em 1977, a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), que tinha como objetivo a demarcação do território, o que se concretiza apenas em 1992, com a criação da Terra Indígena Yanomami.
Esse período é retratado especialmente nas séries “Catrimani”, “Reahu”, “Sonhos Yanomami” e “Marcados”, em que é possível perceber a aproximação real entre a fotógrafa e o povo Yanomami, além do experimentalismo de linguagem que, ao longo do tempo, foi sendo ampliado até chegar a propostas estéticas extremamente inovadoras.
A retrospectiva “Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos” ficará em cartaz na Pinacoteca do Ceará até 29 de dezembro de 2024 e conecta o Ceará a um circuito internacional de museus que têm repercutido o grande trabalho de Claudia Andujar. Nos últimos anos, a obra da artista tem sido exposta em instituições de todo o mundo, com apoio da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), como no México, Itália, Espanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Sempre gratuita, a Pinacoteca oferece aos visitantes a chance de conhecer uma das fotógrafas mais celebradas da arte contemporânea que, aos 93 anos, traz uma contribuição fundamental para compreender o Brasil.
A exposição tem classificação indicativa de 12 anos e contará com diversos recursos de acessibilidade, como obras táteis, audiodescrição, Braille e vídeo em Libras, além de uma série de atividades formativas, com diversos públicos, ao longo de todo o período de exibição.
Documentário “A Senhora das flechas”
Exibido no Brasil em abril deste ano, durante o festival “É tudo verdade” (SP), o documentário “A Senhora das flechas” (The Lady With the Arrows, 2024), da diretora suíça Heidi Specogna, mostra o relacionamento profundo de Claudia Andujar com o povo Yanomami, numa costura emocionante a partir da biografia da artista, sua relação com a fotografia e o ativismo na luta contra a exploração da floresta amazônica e a defesa do povo Yanomami
Serviço
Exposição | Claudia Andujar. Minha vida em dois mundos
De 22 de junho a 29 de dezembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 11:30h
Exibição do documentário | A Senhora das flechas (The Lady With the Arrows, 2024)
Sábado, 22 de junho, a partir das 17h30
Auditório da Pinacoteca do Ceará
Acesso gratuito | 80 ingressos distribuídos por ordem de chegada, a partir das 16h
Período
22 de junho de 2024 10:00 - 29 de dezembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Pinacoteca do Ceará
Rua 24 de Maio, s/n, Praça da Estação, Centro - Fortaleza - CE
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Luisa Strina anuncia a exposição Mira Schendel: Transparências. A artista (1919-1988) foi uma figura pioneira na arte latino-americana, trabalhou com Strina nos anos 1980, e expôs na galeria em 1981
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Luisa Strina anuncia a exposição Mira Schendel: Transparências. A artista (1919-1988) foi uma figura pioneira na arte latino-americana, trabalhou com Strina nos anos 1980, e expôs na galeria em 1981 e 1983.
Organizada por Olivier Renaud-Clement em colaboração com a família Schendel e Hauser & Wirth, a mostra reúne uma ampla seleção de Monotipias de Schendel, produzidas entre 1963 e 1965, além de uma série de objetos escultóricos em acrílico do final dos anos 1960 e 1970. Transparências é acompanhada por um ensaio inédito do Curador Chefe do Museo del Barrio de Nova York, Rodrigo Moura.
“A transparência está no centro dessa mostra da Luisa Strina, onde Mira Schendel fez duas exposições em vida nos anos 1980. Passados quase um quarto do século 21, é inescapável perguntar qual o lugar reservado à sua obra no Brasil e no mundo de hoje, quando as questões identitárias parecem ter assumido um papel que muitos consideram preponderante na arena cultural. Schendel ressurge aqui como um farol para iluminar o caráter individual e irredutível que habita o cerne da obra de qualquer grande artista – e a transparência nos apresenta uma imagem poderosa para essa afirmação. Quem há de negar que sua identidade tenha informado sua obra – uma mulher europeia imigrante? Que a vivência da perda e da diáspora esteja por trás do seu impulso por transcendência? Que a linguagem esteja sempre prestes a desmoronar em sua obra, como só acontece com aqueles para os quais a língua nunca é uma garantia? Que seu entendimento singular do projeto moderno o empurre sempre para uma espécie de beira do precipício, por ela enxergar nele as limitações sexistas de suas aspirações hegemônicas originais?”, analisa Moura.
As mais de cinquenta Monotipias apresentadas traçam um panorama da abordagem experimental e inovadora de Schendel. Cada peça revela sua meticulosa exploração da textura, forma e translucidez, em um jogo sutil de luz e sombra.
Esses trabalhos foram extremamente experimentais na época de sua criação. Tal feitura envolve a aplicação de pó de talco em um dos lados do papel de seda japonês, que é colocado sobre uma chapa de vidro previamente oleada. Schendel “desenhava” com vários instrumentos, incluindo seus dedos, aplicando pressão no lado não oleado.
O processo criava uma linha orgânica que quase parecia parte do papel e permitia a Schendel responder gestual e caligráficamente ao material. Essas marcas gráficas, letras e manchas resultaram em desenhos extraordinariamente belos e poéticos em ambos os lados do papel, os quais são mostrados na galeria em prateleiras retroiluminadas, que preservam sua transparência.
Nas obras seguintes de Schendel, a transparência se apresenta como o catalisador da experiência do espectador com o corpo e a visão. A artista começou a usar acrílico que, suspenso no ar, permite que a imagem e o plano se desdobrem em dois: para ver através e para uma “leitura circular em que o texto é o centro imóvel, e o leitor é móvel”, como afirmou a artista.
Essas formulações deram origem aos Objetos gráficos (1967-1973), nos quais folhas de papel são sobrepostas para criar quadrados onde o jogo de cheio e vazio amplifica o signo gráfico entre o silêncio e o ruído por meio da repetição e alterações na escala. Suspensas por fio de nylon, as obras da série Transformáveis são compostas por pequenas tiras de material transparente articuladas para evocar a sensação de mutabilidade e jogo. Elas giram no ar, projetando sombras e reflexos em constante mudança.
Também incluídas na exposição estão obras da série Discos, do início dos anos 1970, quando Schendel começou a criar objetos escultóricos usando acrílico e letraset. Sintetizando a experimentação formal das Monotipias, este conjunto de obras continuou a abraçar ideias espirituais sobre o “outro lado” da transparência, um lugar onde outros mundos e outras formas de materialidade existiam.
Os discos redondos são feitos de lâminas de acrílico sobrepostas. Eles envolvem turbilhões de letras e símbolos em letraset, legíveis, mas composições intraduzíveis. Aqui a linguagem é vista como uma espécie de poeira cósmica, informe e infinita. “Mira Schendel é fundamental para o debate artístico atual. Embora enraizada na experiência, sua obra refuta as leituras redutoras de identidade, mas também cada vez mais se mostra refratária a uma interpretação formal strictu sensu. Talvez, sob a lente da transparência, este seja seu traço mais marcante”, finaliza Rodrigo Moura.
Serviço
Exposição | Mira Schendel: Transparências
De 01 de agosto a 21 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 17h
Período
1 de agosto de 2024 10:00 - 21 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Luisa Strina
ua Padre João Manuel 755, Cerqueira César, São Paulo
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A Secretaria de Cultura, por meio do Centro Cultural Tijuana, convida a comunidade artística internacional a participar da Trienal de Tijuana 2 Internacional Pictórica com obras ou projetos que explorem
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A Secretaria de Cultura, por meio do Centro Cultural Tijuana, convida a comunidade artística internacional a participar da Trienal de Tijuana 2 Internacional Pictórica com obras ou projetos que explorem outras poéticas, novas problemáticas e derivações que possibilitem a construção de diferentes paradigmas estéticos a partir de uma perspectiva pictórica.
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
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A partir de agosto, a ABERTO retorna a São Paulo em sua terceira edição, maior e mais ambiciosa do que as edições anteriores. Após sua edição inaugural na única residência
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A partir de agosto, a ABERTO retorna a São Paulo em sua terceira edição, maior e mais ambiciosa do que as edições anteriores. Após sua edição inaugural na única residência particular remanescente do lendário arquiteto Oscar Niemeyer em São Paulo, e uma segunda edição em uma casa projetada por Villanova Artigas, figura seminal da Escola Paulista de Arquitetura, a excepcional mostra de arte e design deste ano ocupará, pela primeira vez, dois espaços distintos – e será uma ode ao legado artístico e arquitetônico de duas extraordinárias mulheres asiático-brasileiras e suas notáveis casas brutalistas da década de 1970.
Mais que residências, são espaços onde se perpetuam a criatividade, o espírito e a memória dessas duas mulheres para as gerações futuras: uma delas, projetada pelo arquiteto brasileiro Ruy Ohtake para sua mãe, Tomie Ohtake, conceituada artista de origem japonesa, nascida em Kyoto; e a outra, projeto de residência familiar de Chu Ming Silveira, nascida em Xangai, China. Esta última, arquiteta e designer visionária, criadora de um dos grandes símbolos do mobiliário urbano brasileiro, o orelhão.
As casas servirão de pano de fundo para exibições de arte e design, cuidadosamente selecionadas pelo trio de curadores Filipe Assis, Kiki Mazzucchelli e Claudia Moreira Salles em resposta ao ambiente arquitetônico; elementos como concreto aparente e linhas orgânicas serão perfeitamente integrados para aprimorar a experiência artística geral. “Estamos empolgados em revelar as histórias notáveis dessas mulheres extraordinárias e seu profundo impacto na arte, arquitetura e design brasileiros. A mostra não apenas celebra suas contribuições artísticas e arquitetônicas, mas também suas perspectivas imigrantes que moldaram o movimento modernista brasileiro “, explica Filipe Assis, empreendedor de arte e fundador da ABERTO em 2022. Plataforma de exposição pioneira, a ABERTO celebra e promove o encontro da arquitetura, arte e design em espaços públicos e privados nunca vistos, e reúne as principais instituições culturais, coleções, fundações e galerias, para criar um panorama atraente de obras dos nomes mais proeminentes do Brasil e do mundo.
A curadoria de arte colocará em primeiro plano um conjunto cativante de arte moderna e contemporânea brasileira e internacional por meio de colaborações com galerias renomadas, como Fortes D’Aloia & Gabriel, Mendes Wood DM, Luisa Strina e Nara Roesler, além das galerias globais Lisson e Pace. Enquanto a curadoria de design, de Claudia Moreira Salles, se concentrará em novas peças de mobiliário projetadas pelas famílias Ohtake e Chu especialmente editadas para o evento pela Galeria ETEL, sob a direção de Lissa Carmona.
“Essas casas oferecem uma intimidade inesperada, inspirada em designs orientais com tetos baixos que aumentam o envolvimento com a arte, promovendo a contemplação e a interação. Nossa curadoria usa cuidadosamente elementos arquitetônicos – aberturas, ângulos e luz natural – para colocar obras de arte, transformando cada casa em uma tela que combina forma e função para uma experiência imersiva além dos padrões típicos de exposição”, explica a curadora Claudia Moreira Salles.
Serviço
Exposição | Aberto3 | Tomie Ohtake e Chu Ming Silveira
De 11 de agosto a 15 de setembro
Residência de Chu Ming Silveira
Endereço: Rua República Dominicana, 327 – Real Parque, São Paulo
Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h – última entrada 17h
A Casa Ateliê de Tomie Ohtake
Endereço: Rua Antonio de Macedo Soares, 1,800 – Campo Belo, São Paulo
Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h – última entrada 17h
Período
11 de agosto de 2024 10:00 - 15 de setembro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa-ateliê Tomie Ohtake
Rua Antônio de Macedo Soares, 1800, Campo Belo, São Paulo, SP
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É com muito entusiasmo que a Galeria Carmo Johnson Projects apresenta a primeira exposição individual da artista Naine Terena, “O começo de tudo”, com abertura no dia 17/08, sábado, em
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É com muito entusiasmo que a Galeria Carmo Johnson Projects apresenta a primeira exposição individual da artista Naine Terena, “O começo de tudo”, com abertura no dia 17/08, sábado, em seu espaço localizado no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo.
“O começo de tudo” conta com um sensível ensaio curatorial escrito por Luciara Ribeiro, educadora, pesquisadora e curadora, que menciona: “Naine Terena tem atuado com enorme contribuição para áreas da curadoria, crítica de arte, educação e a gestão pública cultural-educacional. A exposição Véxoa, nós sabemos, curada por Terena, exibida em 2020, na Pinacoteca de São Paulo, se tornou um marco referencial na história da instituição e das artes nacionais, sendo reconhecida como uma das principais mostras recentes das produções indígenas contemporâneas. Diferente do lugar ocupado em Véxoa, na exposição O começo de tudo, pela primeira vez, a sala expositiva não será pensada por Naine Terena para abrigar trabalhos de outros artistas, mas sim as suas produções artísticas. Aqui, ela nos aproxima de uma faceta ainda pouco conhecida, a de artista”.
A exposição nos possibilita apreender um pouco do começo da produção artística de Naine, que tem início na década de 1990, a partir das manualidades e das artes cênicas. Com essas referências a artista imprime tanto na expografia distribuições instalativas das obras, inspiradas nos encontros da cena teatral, tanto na confecção das obras têxteis, compondo então, os seguintes núcleos: Os outros; Eu sou uma árvore; Admirável mundo novo e Antes o mundo não existia.
Naine Terena confecciona uma série de “Máscaras” (2024) aproveitando elementos da técnica da tecelagem e os recodifica, para criar obras têxteis que materializam os ‘outros’ – tudo aquilo que habita este mesmo tempo-espaço mas não é identificado ou passa despercebido aos olhos humanos. Com base em processos de tecelagem comuns entre as populações Terenas. Seu trançado, diferente do usualmente presente na manualidade têxtil Terena, não busca a rigidez do planejado, da perfeição, do enquadramento e do calculado, ao contrário, visa ressaltar a noção do imperfeito, incompleto, insuficiente, inacabado. São linhas soltas, cortes sinuosos, pontos saltados, onde são incorporados restos de objetos que ela encontrou durante o processo da feitura, descartes jogados no solo, lixos, indícios do desprezo que a sociedade atual tem praticado com a saúde da terra. Em “Vovó” (2024), ela aprofunda o contato entre ciclos de tempo, entre o falar do agora com o escutar dos que vieram antes. Com a sabedoria proferida pelo tempo do presente e o tempo dos mais velhos, a artista-pesquisadora cria uma vovó entrecruzada por fitas, fazendo do gesto dançado dos dedos o firmamento para a presença de uma exuberante vovó, de enormes tentáculos que a eleva ao mesmo tempo que a apruma no chão.
Já a série “Eu sou uma árvore” é um experimento para a produção de uma materialidade dos pensamentos que conectam a humanidade a tudo aquilo que habita o mundo animal, vegetal e cosmológico. Naine Terena costuma lembrar que: Era um fim de tarde, no ano de 2020, quando sentei ao fundo da minha casa e tirei foto de uma das minhas plantas. Comecei a mexer nela a partir de inúmeros filtros, até que em um deles vi um pequeno sorriso que me gerou o pensamento: eu sou uma árvore! [Naine Terena]
O conjunto ‘Admirável mundo novo’, ou ‘um boot necessário’, cria a partir de um conjunto de sete latas de atum, que tem como conteúdo imagens feitas a partir da inteligência artificial, como a tecnologia reconhece ‘riqueza’, pobreza no Brasil, bem viver. As imagens parecem dialogar com fatos da vida real, como o ‘tokenismo’, o racismo ambiental, os locais de lazer particulares, o empobrecimento de uma boa parcela da população, refletindo se é hora de um boot necessário.
Por fim, o conjunto de vídeos, “Antes o mundo não existia” faz uma alusão às muitas histórias e cosmologias indígenas, utilizando o nome da obra literária escrita por de Umusi Pãrõkumu e Tõrãmu Kehíri, indígenas da região amazônica, para abordar a criação do mundo na perspectiva indígena e suas relações com presente e futuro. As imagens das cacas de coco, trazem constelações, importantes para os povos indígenas, ações climáticas, cores e formas que representam o mundo de antes e o mundo de agora. O mundo antes deste mundo, que nossos troncos velhos nos ensinaram a conviver em equilíbrio, e o mundo de hoje, onde as relações parecem ter sido rompidas por grande parte da população.
Em “O começo de tudo”, a exposição, ficamos diante da possibilidade de pensar, ver e rever nossas existências individuais e coletivas, os conhecimentos adquiridos e preservados, as relações e paisagens que nos circundam, os diversos paradoxos que não conseguimos responder e os mistérios de um mundo em movimento. Colocando a razão, o pensamento cartesiano, a racionalidade em ponto de diálogo com as cosmologias, com saberes e contra narrativas, a serviço de refletir sobre o que acontece agora? Como será depois de amanhã, de amanhã? Onde é o começo de tudo?
Serviço
Exposição | O começo de tudo
De 17 de agosto a 5 de outubro
Terça à sexta, 11h às 17h, sábados sob agendamento
Período
17 de agosto de 2024 11:00 - 5 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Carmo Johnson Projects
Rua Anunze, 249 - Boaçava, Alto de Pinheiros, São Paulo - SP
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O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória
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O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória elíptica que começa com o início dos tempos, a primeira luz primordial que criou a vida na Terra. Colón atravessa a violência da existência humana, processando experiências de opressão contra humanos, animais e a natureza, retornando catarticamente ao mundo natural em busca de respostas, utilizando uma linguagem de regeneração transformadora.
Colón utiliza sua arte para abordar as dolorosas realidades da violência armada, do feminicídio e da violência coletiva que presenciou durante sua juventude em Porto Rico. Em suas obras, ela canaliza essas experiências traumáticas, transformando-as em metáforas de renovação e resiliência. Observando e aprendendo com os processos de cura e regeneração, Colón desenvolveu uma estética que incorpora a vitalidade e a força dos elementos naturais, como exemplificado em suas esculturas monolíticas que simbolizam a transformação de balística em montanhas metamórficas, a Balística Holística.
A artista se apropria de materiais de alta tecnologia, frequentemente associados a funções militares, transformando-os em veículos de luz, vida e transcendência. Essa transmutação de materiais destinados à opressão em objetos que canalizam energia positiva subverte suas conotações originais. Com essa abordagem crítica, o espectador é desafiado a reconsiderar a relação entre tecnologia e a capacidade transformadora da arte.
Plasma, o quarto estado da matéria, reflete seu conceito de criação sob pressão extrema, emergindo como luz incandescente. Suas esculturas capturam e refratam a luz, criando uma cor estrutural que remete às cores naturais encontradas em besouros escaravelhos, conchas de abalone e mariscos pré-históricos. Esses elementos enfatizam a conexão entre a arte de Colón e a história primordial da vida na Terra, destacando a transformação da energia solar em energia química como a centelha inicial de vida.
Colón nos lembra que todas as respostas vêm do mundo natural. A energia da Terra e as leis da física oferecem um guia sobre como reparar os caminhos quebrados da humanidade e retornar a uma simbiose equilibrada de coexistência na Terra. Sua arte atua como um manifesto para o pós-Antropoceno, convidando-nos a nos reconectar com nossas origens universais e abraçar um futuro de regeneração com a natureza.
Marcello Dantas
Serviço
Exposição | O quarto estado da matéria
De 21 de agosto a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Período
21 de agosto de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo - SP
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
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A Casa SP–Arte receberá a sua primeira exposição internacional. O espaço será ocupado pela galeria kurimanzutto, com sedes na Cidade do México e Nova York. A mostra Xeque-mate(s), primeira do
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A Casa SP–Arte receberá a sua primeira exposição internacional. O espaço será ocupado pela galeria kurimanzutto, com sedes na Cidade do México e Nova York. A mostra Xeque-mate(s), primeira do artista colombiano Oscar Murillo no Brasil, projeto de Mark Godfrey, reúne obras que dialogam com nomes fundamentais da arte brasileira, como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Cildo Meireles.
Serviço
Exposição | Xeque-mate(s)
De 31 de agosto a 20 de setembro
Terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e sábado, das 11h às 17h
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 20 de setembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Casa SP–Arte
Alameda Ministro Rocha Azevedo, 1.052 – Jardins, Sâo Paulo - SP
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Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África
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Desenvolvida em colaboração com a Maison Gacha, em Paris, e com a Fondation Jean-Félicien Gacha, Cameroun, a mostra apresenta 129 peças têxteis que buscam estimular novas percepções sobre a África no público brasileiro, a partir de um olhar diverso para um continente povoado de saberes, tradições e contribuições artísticas.
É a primeira vez que um conjunto tão importante de obras é mostrado ao público brasileiro, ainda muito acostumado a associar o têxtil africano às estampas coloridas de produção industrial.
Na mostra, visitantes podem entrar em contato com obras que resultam de um conjunto de saberes artesanais ancestrais, peças cujo processo de produção pode levar semanas, até meses.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa sobre tecnologias têxteis ancestrais e transmissão de saberes tradicionais de África. Os curadores Renato Menezes e Danilo Lovisi visitaram diferentes regiões do Cameroun para dialogar com lideranças e autoridades locais, instituições e artesãos. Os objetos apresentados, em sua maioria vindos do acervo da instituição franco-camaronesa, são produzidos com materiais diversos e funções múltiplas, e nos permitem conhecer ritos e cosmogonias de diversos povos da África.
NÚCLEOS
Na primeira sala, “Geometria animal”, visitantes são recepcionados por um conjunto excepcional de mais de vinte máscaras-elefante de diferentes tamanhos, todas bordadas com contas de vidro multicoloridas.
No segundo núcleo, “O azul vegetal”, são expostas uma diversidade de tecidos tingidos de índigo por meio de diferentes técnicas. No terceiro núcleo, “A tecnologia da linguagem”, é apresentado um diálogo entre os kenté e os ewe, tecido real utilizado entre os Ashanti e os Ewe.
O quarto núcleo, “A rota das miçangas”, apresenta um conjunto de peças têxteis e esculturas que têm em comum seu uso como suporte para a criação de símbolos com contas de vidro multicoloridas.
Na sala seguinte, o núcleo “Opacidade e transparência” busca criar um diálogo entre um conjunto denominado “veludos kassai”, peças produzidas pelos Shoowa, povo pertencente à província de Kassai, na República Democrática do congo, e véus de seda melhfa, produzidos na Mauritânia.
No sexto núcleo, “A dança das formas”, tecidos instalados no centro da sala dão um sentido de coreografia aos diversos tecidos produzidos pelos Kuba. O sétimo núcleo, “Tintas da terra”, conclui o percurso apresentando um conjunto de tecidos Bògólan, produzidos no Mali com uma mistura de lama e ervas.
Serviço
Exposição | Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
De 31 de agosto a 02 de fevereiro
Quarta a segunda, das 10h às 18h, quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h)
Período
31 de agosto de 2024 10:00 - 2 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
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Anita Schwartz Galeria de Arte convida para a exposição “Meu lugar”, com 21 pinturas recentes e inéditas de Rafael Baron (1986, Nova Iguaçu), que ocuparão os dois andares expositivos do
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Anita Schwartz Galeria de Arte convida para a exposição “Meu lugar”, com 21 pinturas recentes e inéditas de Rafael Baron (1986, Nova Iguaçu), que ocuparão os dois andares expositivos do espaço de arte na Gávea. A curadoria é de Jean Carlos Azuos, curador assistente do MAR. A exposição, a primeira do artista na Anita Schwartz, apresenta sua nova pesquisa, com a inserção da paisagem em seu trabalho. “Tem a paisagem íntima, do lar, e do entorno, em uma afirmação de pertencimento e de fruição da vida”, diz Rafael Baron. As pinturas, em óleo ou acrílica sobre tela – e muitas vezes os dois materiais – são de formatos variados: desde os grandes, com 3,5 metros de largura, aos médios, em torno de 1 metro, e ainda estão quatro guaches, com 40 cm x 30 centímetros. A pintura “Casa com piscina” (2024) traz aplicados nela dois pares de sandálias havaianas.
O artista vem de um período de exposições nos EUA nos últimos três anos – as individuais “Pose”, na galeria Albertz Benda, em Nova York, e “Rafael Baron: Portraits”, na mesma galeria, em Los Angeles, ambas em 2022; e no ano anterior “Wishyouwerehere”, no espaço The Cabin, em Los Angeles; e as coletivas “Rollwith It”, na galeria Scott Miller Projects, em Birmingham, no Alabama, e “Fragmented Bodies III”, na galeria Albertz Benda, em Nova York, também em 2021 – e, com trabalhos comissionados, nas coletivas “Crônicas Cariocas” e “Funk”, no Museu de Arte do Rio(MAR).
Em “Meu lugar”, Rafael Baron mergulha no universo de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, onde nasceu e trabalha, em que explora cenários nas paisagens rurais – “ora sozinhas, ora com personagens” – como nas pinturas “Primavera” (2023), “Casa de Campo” (2023), “Marapicu” (2024), “Tinguá” (2024), “Serra do Vulcão” (2024), “Casa de Vó” (2024), “Café, fumo e jornal” (2024) e “Pai e filho no parque” (2024).
“A função estruturante da família, o amor, o afeto, momentos de relaxamento no próprio lar” são cenários íntimos que Rafael Baron mostra na exposição. “É um convite para este lugar idílico”, afirma. “A vida não é só confronto, conflito”. As cenas de lar, de paz e alegria estão presentes nos trabalhos “Reunião de Família” (2024), “Dia das mães” (2024), “Fim de tarde” (2023), “Maurício” (2024), “Casa com piscina” (2024), “Primeiro ano” (2024), “Amor e afeto” (2024), “Lar” (2024), “André, Henrique e Leopoldo” (2024), “Mãe” (2024), “Recanto” (2024) e “Cosme e Lourdes” (2024).
Jean Carlos Azuos destaca que “lar, afeto, amor, localidade são palavras muito fundamentais para Baron”. “Ele traz um território muito particular dele, da biografia que foi construindo. Nas suas pinturas ele vai nos apontando a dimensão de como lida com a família nas viagens, na casa da piscina, nos retratos, e nos ritos de passagem que temos nas nossas vidas, as celebrações.de família, o Dia das Mães…”, afirma o curador.
“Em um outro vértice”, continua, “o trabalho vai caminhando para as paisagens bucólicas”. “Baron nos faz acessar esses espaços, e nos instiga a saber: que lugares são esses? É um trabalho que nos convida para nossa compreensão, as confidências, a troca. Mexe um pouco com nossa fabulação. A pintura ‘Serra do vulcão’: onde será? É Nova Iguaçu, dentro da perspectiva de Rafael Baron? Mas pode ser tantos outros lugares, a partir de locais familiares em outras perspectivas, outras geografias”. Azuos observa também que esta compreensão de Nova Iguaçu se estende para a Gávea, e “os trabalhos dialogam com este trânsito entre esses espaços”. “Ele também tem este endereçamento: parte desses lugares e se assenta na galeria e se coloca para essas e outras interpretações e leituras”.
Serviço
Exposição | Meu lugar
De 04 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados das 12h às 18h
Período
4 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro - RJ
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Celebrando a mudança de nome da galeria, a Maneco Müller | Mul.ti.plo, no Leblon, abre uma individual com a produção mais recente de Luiz Zerbini, que acaba de apresentar no
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Celebrando a mudança de nome da galeria, a Maneco Müller | Mul.ti.plo, no Leblon, abre uma individual com a produção mais recente de Luiz Zerbini, que acaba de apresentar no CCBB Rio uma grande mostra retrospectiva, atraindo mais de 70 mil visitantes. A exposição “Pedra, metal e madeira” reúne cerca de 20 obras recentes do artista, entre gravuras em metal, litogravuras e monotipias, sendo a maioria inédita. Quem assina o texto crítico é Fred Coelho. A mostra, que vai até 1º de novembro, inclui o lançamento de um livro de grandes dimensões, impresso manualmente, a ser apresentado na ArtRio. A abertura será no dia 4 de setembro (quarta-feira), às 18h, com entrada franca. A mudança de nome da galeria simboliza a sociedade entre Maneco Müller e Stella Ramos na Mul.ti.plo, desde 2018.
Atravessando seus quase 50 anos de produção, a poética de Luiz Zerbini destaca-se por uma voluptuosa e desconcertante paisagística, combinando vegetação, ambientes urbanos, fabulação, memória e alegorias. A recente produção em monotipia e gravura em metal do artista é fruto do encontro dele com o Estúdio Baren, criado pelo editor e impressor carioca João Sánchez. Há quase uma década, Zerbini e João pesquisam diversas formas de imprimir monotipias, misturando técnicas e materiais, papéis, matrizes e pigmentos. Mais recentemente, o artista carioca Gpeto passou a colaborar também com o Estúdio Baren, se juntando à produção de monotipias de João Sánchez e Luiz Zerbini.
O destaque da mostra na galeria são as gravuras em metal inéditas nas quais Zerbini se debruça sobre uma das mais tradicionais técnicas de impressão artesanal do mundo. Há cerca de cinco anos, Zerbini vem se dedicando a experimentações nesse campo graças à proximidade com o Estúdio Baren. A Maneco Müller | Mul.ti.plo surgiu como espaço natural da mostra dessa produção por conta da parceria da galeria com o Estúdio Baren e a amizade de longa data tanto com Luiz Zerbini quanto com João Sánchez.
Na mostra estão cinco obras em água-forte e água-tinta sobre papel de algodão em preto e branco, com edição limitada de 30 exemplares, no formato de 78 X 53 cm. “Num momento de enorme sucesso da sua carreira, Zerbini expande-se por outra frente, com a possibilidade de escapar da demanda permanente da pintura. Nas gravuras em metal, ele está podendo repensar as imagens de suas telas, oferecendo a elas novas dinâmicas, novas camadas, novas possibilidades. Isso leva a um outro caminho de debate sobre sua obra. A oportunidade de se desafiar, de se arriscar, experimentar, traz um incrível frescor e força aos novos trabalhos”, explica Fred Coelho.
Os desenhos de Zerbini, feitos a ponta-seca e buril sobre a superfície do metal, revelam-se no papel com uma incrível sutileza de tons e força da forma. “Aqui o tempo da impressão é outro. O processo em metal é trabalhoso, lento, complexo. Exige muita dedicação. É coisa de um mundo que não existe mais. Sempre tive vontade de me dedicar a isso, mas nunca tive chance. Agora com o João Sánchez encontramos esse caminho”, revela Zerbini.
Já as 12 monotipias são exemplares únicos, com dimensões de 107 x 80 cm, impressas em papel de algodão. Tirando as obras apresentadas na exposição MASP em 2022, incluindo quatro originais utilizados para ilustrar a edição do livro “Macunaíma, o herói do Brasil”, de Mário de Andrade (Editora Ubu, 2017), e outra sobre a Guerra de Canudos, a coleção de monotipias reunida é inédita. Mais do que representações de vegetação, nas monotipias de Zerbini são as próprias plantas e objetos entintados que são colocados na prensa, imprimindo e dando relevo com sua textura ao papel. “Quando descobri a possibilidade de utilizar as folhas como matriz, fiquei muito interessado. A partir daí começamos a experimentar outros materiais. Fomos fazendo uma pesquisa enorme”, comenta o artista sobre a parceria com o Estúdio Baren.
A exposição na Maneco Müller | Mul.ti.plo inclui também o lançamento de um livro de artista em grande formato na ArtRio, com trabalhos exclusivos de Zerbini. No tamanho de 77 X 98 cm (fechado), impressa manualmente, a edição tem apenas 11 exemplares e estará à venda no estande da galeria durante a feira de arte carioca, entre 25 e 29 de setembro. O livro “Monstera Deliciosa Pândanus Coccothrianax Crinita Útilis Cabeluda Mucuna” tem projeto editorial de João Sánchez, com colaboração editorial de Ana Luiza Fonseca. A impressão foi realizada no Estúdio Baren, pelas mãos de João Sánchez, Juliette Boulben, Luiza Stavale, entre 2018 e 2019.
.Serviço
Exposição | Pedra, metal e madeira
De 04 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 18h30, sábados, sob agendamento
Período
4 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Galeria Maneco Müller | Mul.ti.plo
Rua Dias Ferreira, 417/206 - Leblon – Rio de Janeiro - RJ
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às
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O Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta no dia 7 de setembro de 2024, às 11h, a abertura de duas exposições concomitantes: Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – Ex-Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio, em Buenos Aires e explora a história do edifício, desde a ocupação pelas Forças Armadas durante a última ditadura argentina (1976–1983) até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da UNESCO, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927-1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi, Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas.
Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotadas para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García, Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Serviço
Exposições | Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais e Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
De 7 de setembro a 25 de julho de 2025
Terça a domingo das 09h às 20h, última entrada às 19h30
Período
7 de setembro de 2024 09:00 - 25 de julho de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Memorial da Resistência de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Largo General Osório, 66 Santa Ifigênia, São Paulo - SP
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Mães, exposição que reúne trabalhos de Not Vital (Sent, Suíça, 1948) e Richard Long (Bristol, Reino Unido, 1945). A
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A Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar Mães, exposição que reúne trabalhos de Not Vital (Sent, Suíça, 1948) e Richard Long (Bristol, Reino Unido, 1945). A mostra, que abre ao público no dia 10 de setembro, celebra os dez anos da sede carioca da galeria e contará com trabalhos inéditos de ambos os artistas, incluindo trabalhos site specific de Richard Long criados especialmente para a ocasião.
Mesmo com trajetórias artísticas e pessoais distintas, Long e Vital compartilham de uma amizade e um vínculo que transcende o campo das artes. O título escolhido pelos artistas para a exposição é uma homenagem às mães de ambos. A mãe de Richard Long, Frances, oriunda de Bristol, na Inglaterra, nasceu no Rio de Janeiro. Long, por sua vez, estabeleceu uma relação de admiração e afeto com Maria, mãe de Not Vital. Quando Maria fez cem anos, em 2016, Long dedicou a ela uma nova edição de sua célebre série iniciada em 1971, intitulada A Hundred Mile Walk – na qual percorreu a distância entre Stonehenge e a nascente do Tâmisa.
Nascido em Sent, na Suíça, Not Vital se familiarizou com uma paisagem marcada pela neve e por tons de cinza, paleta cromática que influenciou fortemente sua produção, já que, em suas palavras “quando não estava nevando, tudo era cinza”. Embora produza também instalações e pinturas, pode-se dizer que a parte mais expressiva de sua poética é constituída por esculturas, linguagem a qual se dedica desde o início de sua trajetória e na qual emprega materiais como bronze, gesso, mármore, entre outros. Em muitos desses trabalhos o artista explora o vínculo entre orgânico e inorgânico, humano e animal, real e fantástico, em estruturas totêmicas, híbridas e misteriosas.
Not Vital é conhecido também por ter expandido a escultura em direção à arquitetura com suas Scarchs, termo criado pelo próprio artista, que deriva da junção, em inglês, das palavras “escultura” e “arquitetura”, para definir obras construídas ao redor do mundo com materiais locais. O artista viaja pelo mundo realizando trabalhos e intervenções, já tendo passado por locais como China, Níger, Filipinas e, mais recentemente, o Brasil, onde tem um ateliê no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Richard Long, por sua vez, é um dos escultores contemporâneos mais celebrados, tendo sido o único artista a ser finalista do Turner Prize por quatro vezes (e vencedor da edição de 1989). Com uma trajetória iniciada na década de 1960, o artista caracteriza seu trabalho como sendo uma “resposta aos ambientes” por onde caminha. De maneira geral, Long promove algum tipo de alteração nessas paisagens, quase sempre com os materiais que as compõem como pedras, lama e neve. Em alguns casos, o elemento principal se torna a caminhada do artista pela área, com fotografias, mapas e textos servindo como registro dessa ação.
Como muitas vezes seus trabalhos se dão em áreas isoladas e remotas, como o deserto do Saara ou terras na Islândia e, já que a maior parte dessas ações escultóricas são efêmeras, o processo de execução de seus gestos na terra, bem como o registro fotográfico destes aproximam sua produção da performance, prática que fez de Long um dos pioneiros da Land Art.
Enquanto dois artistas que pensam a escultura sob uma perspectiva contemporânea, é possível estabelecer paralelos interessantes entre as poéticas de ambos. Para além do espírito nômade que têm em comum e que marca de alguma forma os trabalhos de ambos artistas, pode-se destacar também a efemeridade, presente tanto na obra de Long quanto em algumas das Scarchs de Vital. Há também o estabelecimento de uma relação das obras com o meio e a paisagem nos quais se inserem e, no caso de Not Vital, há ainda as relações estabelecidas com a população local.
.Serviço
Exposição | Mães
De 10 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Período
10 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Nara Roesler RJ
Rua Redentor 241 Ipanema Rio De Janeiro Rj
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Temos o prazer de apresentar Corte, exposição individual da artista paraguaia Claudia Casarino em São Paulo. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra marca o seu retorno à cidade após
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Temos o prazer de apresentar Corte, exposição individual da artista paraguaia Claudia Casarino em São Paulo. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra marca o seu retorno à cidade após quase dez anos. A artista, que participou da 54a Bienal de Veneza, no Pavilhão Latino-americano (IILA) em 2011, apresenta um panorama de sua obra, com trabalhos inéditos e peças-chave de seu repertório. Casarino produz instalações e objetos com vestes e tecidos, de modo a articular os mecanismos de desaparecimento e revelação do corpo feminino no espaço físico e social. Os vazios em seus trabalhos ressoam com as histórias e imagens de mulheres afetadas por sistemas estruturais de violência e se prestam a desnaturalizar esses dispositivos opressivos.
Em suas investigações recentes, o trabalho da artista passou a se concentrar em gestos mínimos, que muitas vezes não são percebidos, como a ausência de bolsos nas roupas das mulheres – algo premeditado e promovido pelo sistema patriarcal que evitou a autonomia dos corpos feminizados. Por caminhos como esse, a artista aproxima-se de uma poética da memória do tecido e da vestimenta.
Entre suas últimas exposições individuais estão La faena de habitar un contorno, Centro Cultural de la Ciudad Manzana de la Ribera, Asunción, Paraguay (2024); Desde el Umbral – Con esta boca, en este mundo, Fundación Migliorisi, Asunción, Paraguay (2023); Tan pequeño que [allí] cabía el mundo, María Casado, Buenos Aires, Argentina (2023) e Lo que nos mantiene vivos es la distancia, MuVIM –Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad, Valencia, Espanha (2020)
Suas obras encontram-se em importantes coleções públicas, tais como The Victoria & Albert Museum, Londres, Reino Unido; The Spencer Museum, Kansas City, USA; Casa de América y Museo Wifredo Lam de La Habana, Havana, Cuba; Centro Atlántico de Arte Moderno, Las Palmas de Gran Canaria, Ilhas Canárias e Museo del Barro, Asunción, Paraguay, entre outras.
.Serviço
Exposição | Corte
De 14 de setembro a 16 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 18h
Período
10 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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Em Trilha, a nova exposição de Iran do Espírito Santo na Fortes D’Aloia & Gabriel em São Paulo, o artista apresenta uma série inédita onde representa discos de vinil em
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Em Trilha, a nova exposição de Iran do Espírito Santo na Fortes D’Aloia & Gabriel em São Paulo, o artista apresenta uma série inédita onde representa discos de vinil em aquarela. Cada trabalho foi pensado pelo artista de acordo com músicas e álbuns específicos, que deram lugar para uma espécie de trilha sonora autobiográfica, em que figuram composições do repertório brasileiro, da MPB à música clássica e ao rock.
Nenhum disco tem a mesma “impressão digital”, cada um possui uma configuração específica de sulcos e largura das faixas. Como a experiência de ouvir um disco, as aquarelas de Iran, embora executadas com precisão cirúrgica em escala real, ainda trazem estalidos, chiados e algum ruído ambiente, conforme a natureza manual do trabalho leva inevitavelmente ao aparecimento de pequenos acidentes na superfície. Trata-se de uma perda de resolução da imagem que acentua o processo físico por trás da composição. A principal estrutura de sentido nessas 12 aquarelas, como em toda a obra de Iran, está além do imediatamente visível e enraiza-se no processo intelectual articulado por ele como artista e por nós como espectadores.
No campo da significação biográfica desse novo corpo de trabalho, os traços que a música deixa na memória encontram uma tradução figurativa no brilho reflexivo sobre as representações de discos, que o artista constrói ao permitir que o branco do papel apareça por trás de camadas mais finas de tinta. Esses caminhos reluzentes instauram um circuito de rotação, seccionando os discos circulares como os ponteiros de um relógio. 12 pinturas de 12 discos e 12 faixas de cada, como 12 horas do dia ou os 12 meses do ano. Essas aquarelas, como um ouvido que está sempre atento, sobrepõem a singularidade da percepção à pluralidade da experiência.
Desde a década de 1980, Espírito Santo se preocupa com a reprodutibilidade técnica e sua sintaxe visual. No passado, ele recorreu à representação de outros objetos produzidos em massa – como dobradiças, porcas, parafusos, lâmpadas – para sublinhar dimensões diagramáticas e industriais. Com esta série de trilhas sonoras, Iran agora adiciona conotações autobiográficas à sua investigação contínua da forma.
.Serviço
Exposição | Trilha
De 14 de setembro a 12 de outubro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 12 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da renomada artista Flávia Junqueira. Em sua primeira exposição ao ar livre, a artista – conhecida por suas obras que mesclam o real e o fictício -, cria um caminho imersivo com oito trabalhos que evocam a magia dos circos antigos e a nostalgia de uma infância romântica, que estarão disponíveis para visitação a partir de 14 de setembro no Parque Ibirapuera.
Balões, espelhos e plataformas reflexivas, elementos icônicos do trabalho de Flávia Junqueira, criam uma narrativa espacial coesa e harmônica e brincam com escalas e cores, transportando o espectador para um universo imaginário onde o passado e o presente se encontram. “A Banca Galeria é composta de algumas instalações que trazem elementos que as pessoas conhecem no meu trabalho na fotografia, como os balões, por exemplo; as cores, muita cor; as escalas dos objetos, vamos também brincar muito com essas escalas. Trago também uma nostalgia da minha infância, de uma infância dos anos 90 e que talvez as crianças nem conheçam hoje em dia,” comenta a artista.
Patrocinado pela Vivara, maior rede de joalheria da América Latina, e viabilizado por meio de Lei Federal de Incentivo à cultura, o Contemporâneas Vivara traz o foco para artistas mulheres, além de utilizar espaços públicos de maneira criativa e inclusiva para disseminar a arte e a conexão por meio de experiências únicas e inspiradoras. “Há anos a arte e as joias são responsáveis por contar histórias e marcar memórias por meio dos traços, do design e do olhar de vanguarda. Por isso, estamos muito felizes em promover esse projeto verdadeiramente democrático, que eleva o imaginário de quem o visita e o convida a uma viagem e, ainda, dá luz a poética de artistas brasileiras”, ressalta Leonardo Bichara, Diretor de Marketing e Varejo da Vivara.
O projeto itinerante idealizado pela Tête-à-tête já visitou várias cidades brasileiras, ocupando fachadas de edifícios, parques públicos e ciclovias com obras de diversas artistas mulheres. “Comemoramos a quarta edição do projeto com novidades: Pela primeira vez um conjunto de oito obras tridimensionais de Flávia Junqueira outdoor e no Parque mais icônico de São Paulo, o Ibira. Assim, convidamos o público a um estado de presença tão próprio das crianças, a se conectarem com os sonhos e memórias”, comenta Stefania Dzwigalska, sócia da produtora Tête-à-Tête.
Sobre a Vivara
Fundada em 1962 como uma loja familiar, a Vivara em mais de 60 anos é a maior rede de joalherias da América Latina. Com um modelo de negócios integrado, a empresa desenha, cria, produz, comercializa e distribui seus produtos em todo o território nacional, por meio de rede de mais de 400 lojas, espalhadas por todas as regiões do Brasil e uma plataforma multicanal, que atende mais de 2.900 municípios.
.Serviço
Exposição | Contemporâneas Vivara
De 14 de setembro a 14 de novembro
Das 17h às 23h, com monitoria das 10h às 20h
Período
14 de setembro de 2024 17:00 - 14 de novembro de 2024 23:00(GMT-03:00)
Local
Parque Ibirapuera – Jardim da Bienal
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° - Vila Mariana, São Paulo - SP
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia.
A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.
Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.
A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos.
É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.
Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.
A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.
Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).
A gerente executiva de cultura do SESI-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do SESI-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.
.Serviço
Exposição | Extasia
De 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
18 de setembro de 2024 17:00 - 26 de janeiro de 2025 23:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Marcela Cantuária traz para a Gentil Carioca a remontagem da instalação de pinturas que apresentou na exposição O Sonho Sul-Americano, em 2023, primeira mostra individual da artista nos Estados Unidos.
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Marcela Cantuária traz para a Gentil Carioca a remontagem da instalação de pinturas que apresentou na exposição O Sonho Sul-Americano, em 2023, primeira mostra individual da artista nos Estados Unidos. Nesta obra, Cantuária reúne narrativas de ativistas e ambientalistas da América do Sul que permaneceram fiéis aos seus sonhos por meio da resistência e da luta por seus países e terras, incluindo figuras como Chico Mendes, Dorothy Stang, Maria do Espírito Santo da Silva, Túpac Amaru, entre outras. Enquanto sua pesquisa destaca as injustiças vividas por esses personagens históricos, as pinturas apontam para a beleza da luta contada nessas histórias de ideais e batalhas, compartilhando com os espectadores a riqueza dos recursos naturais sul-americanos que muitos querem proteger.
Serviço
Exposição | O Sonho Sul-Americano
De 21 de setembro a 26 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Rodrigo Torres apresenta sua nova instalação, Um Lugar Seguro, composta por oito esculturas inéditas, que ocupará o primeiro andar do prédio 11 da sede carioca. Criados a partir do seu
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Rodrigo Torres apresenta sua nova instalação, Um Lugar Seguro, composta por oito esculturas inéditas, que ocupará o primeiro andar do prédio 11 da sede carioca. Criados a partir do seu interesse por sobras de construções e elementos da natureza encontrados na Floresta da Tijuca, os trabalhos em exposição são o resultado de um longo percurso de experimentações por técnicas diversas, como pintura e colagem, chegando à cerâmica.
O título da obra vem “do lugar da memória que fala do sentimento de proteção da infância, esse lugar para onde se pode retornar”, explica o artista. Valendo-se de ornamentos e refinamento nas composições, Torres subverte o gênero da natureza morta contemplativa, movimentando o espectador por questionamentos sobre a percepção do real – a exemplo das várias camadas sobrepostas que parecem cobertas por papelões, mas que, na verdade, são peças feitas em argila.
Serviço
Exposição | Um Lugar Seguro
De 21 de setembro a 26 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific que ocupará a área da galeria conhecida como piscina. O texto de apresentação da mostra é assinado pelo rapper e compositor Emicida.
Resultado da produção recente do artista, a exposição reúne reflexões sobre território e memória. Nascido no Complexo do Alemão, Afa transpõe para as pinturas seu olhar sobre as transformações desse lugar e dos corpos que o habitam. As imagens figurativas, pinçadas da memória através das recordações da infância, integram-se às várias camadas de significado dispostas no campo pictórico dos trabalhos. Lembranças como “da terra indo embora do quintal para dar lugar ao concreto, as árvores frutíferas cortadas, os corpos racializados sendo lidos como marginais”, como conta o artista, conectam-se também a vivências de convívio fraternal. O título da exposição é uma referência ao sentimento de “cuidado e ordem afetiva”, oriundo desse lugar de memória, de que o artista se imbuiu para produzir as obras da exposição.
Elemento muito presente na pesquisa de território do artista, a pipa surge em grande parte dos trabalhos atuando como um fio condutor da mostra inédita. A representação desse objeto de desejo da infância se dá ora como elemento geométrico, ora como um recurso lúdico, ou apenas como um brinquedo em suas composições. Uma das principais pinturas da mostra, inspirada em Um Retrato de Artista, do britânico David Hockney, exibe uma piscina de pipas com a Serra da Misericórdia do início do século XX como cenário ao fundo – um conjunto de montanhas verdes em torno da Igreja da Penha, onde mais tarde se estabeleceu o Complexo do Alemão. Como um campo expandido dessa pintura, uma instalação site specific agrupará centenas de pipas no espaço da piscina da galeria, ampliando o imaginário onírico do artista para fora do quadro.
O estudo minucioso da cor e a escolha de uma paleta pouco saturada trazem significância e significado ao repertório poético, visual e temático da obra de Miguel Afa. Características que remetem a outras referências da história da arte, como alguns trabalhos do italiano Giorgio Morandi e do francês Edouard Villard, considerados por Afa como aqueles que conseguiram mostrar o interior pela matização da cor, que chegaram à “cor de dentro de casa”. Na obra do artista carioca, além de ser ferramenta para a investigação da pintura, a cor propõe uma reflexão racial profunda por meio da aproximação com a obra. “Quando vista de longe, a cor, quase metafisica, não comunica o que a minha pintura está trazendo, o que se configura como uma analogia ao corpo racializado”, elabora Afa. “O primeiro olhar para esse corpo passa pela ideia preconcebida que conduz o pensamento a um lugar marginal, cheio de questões raciais e sociais. Somente ao se aproximar do quadro percebese a complexidade da existência desse corpo. Quando penso na cor da minha pintura, penso num corpo propondo uma cor e convidando o espectador a dar um ou dois passos à frente, a fim de compreender realmente o que está vendo”, conclui o artista.
Serviço
Exposição | Entra pra Dentro
De 21 de setembro a 25 de janeiro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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