Cena do filme
Cena do filme "Auto da Resistência" de Natasha Neri e Lula Carvalho. Na cena, Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio em 14 de março de 2018, ao lado de mães de jovens mortos pela polícia. Filme é um dos exibidos pelo Sesc dentro do Festival É Tudo Verdade.

Começando no dia 23 de setembro, a 25ª edição do festival É Tudo Verdade exibe, até 4 de outubro, um total de 60 longas, médias e curtas-metragens em competição e hors-concours, de forma gratuita, em plataformas de streaming. O festival, que teria acontecido em março, foi parcialmente adiado para setembro na esperança de que pudesse ocorrer presencialmente.

Com a pandemia ainda impondo riscos à sua realização física, a mostra será realizada, quase que em sua totalidade, digitalmente. Ainda assim, as produções premiadas pelos júris do É Tudo Verdade 2020, nas competições brasileiras e internacionais de longas e médias-metragens e de curtas-metragens, estão automaticamente classificadas para apreciação à disputa pelo Oscar do ano que vem.

Uma novidade da edição atual é a programação especial – realizada em conjunto com o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP – que inclui seções exclusivas com longas-metragens brasileiros vencedores das edições anteriores do festival, disponíveis na plataforma Sesc Digital, a partir de 8 de outubro, por um período de 30 dias. Confira os filmes a seguir:

Auto de Resistência
Direção: Natasha Neri e Lula Carvalho

Um panorama contemporâneo de homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em situações inicialmente classificadas como legítima defesa. As vítimas de assassinato são acusadas de serem traficantes e de terem trocado tiros com os policiais. No entanto, a versão da PM é posta em xeque pelo surgimento de vídeos e pela luta de mães que tentam provar a inocência de seus filhos.

Cidades Fantasmas
Direção: Tyrell Spencer.

Em Humberstone (Chile), resquícios na paisagem e memórias de sobreviventes mal conseguem ilustrar a prosperidade da época em que dali saía boa parte do salitre exportado para todo o mundo. Nas imediações da antiga Fordlândia (PA), casas hoje ocupadas por posseiros são os últimos sinais de uma cidade estadunidense construída por Henry Ford no auge do ciclo da borracha. Armero, na Colômbia, teve sua população praticamente erradicada pela erupção do vulcão Nevado del Ruiz, em 1985. Vinte e cinco anos depois de ter sido inundada, após a quebra de uma barragem, ruínas da Villa Epecuén, na Argentina, emergiram para expor os restos de uma antigamente animada estação de águas medicinais.

O Futebol
Direção: Sergio Oksman.

Sergio e seu pai, Simão, não se viram ao longo de 20 anos. A realização da Copa de 2014 no Brasil fornece ao filho, que mora na Espanha, um pretexto para conviver algum tempo com o pai, retomando seu antigo hábito de assistirem a jogos juntos, mantido quando o filho era garoto. À medida que ambos se reaproximam, suas conversas os levam ao encontro do passado e das questões deixadas em aberto pela distância.

Poster do filme "O Futebol", de Sérgio Oksman, vencedor do É Tudo Verdade de 2016. Foto: Divulgação.
Poster do filme “O Futebol”, de Sérgio Oksman, vencedor do É Tudo Verdade de 2016. Foto: Divulgação.


Homem Comum
Direção: Carlos Nader.

Ao longo de quase 20 anos, o cineasta Carlos Nader conviveu com o caminhoneiro paranaense Nilson de Paula e sua família. Desde o início, havia o projeto de realizar um documentário, cujas intenções se transformam visceralmente, num processo também captado pela câmera. Durante esse período, transformam-se as vidas de Nilson, que adoece, de sua mulher, Jane, e de sua única filha, Liciane, assim como a do diretor, que passa a fazer parte deste círculo também afetivamente.

Mataram Meu Irmão
Direção: Cristiano Burlan.

Reconstituindo os detalhes da morte de seu irmão, Rafael Burlan da Silva, ocorrida há 12 anos, o cineasta Cristiano Burlan se lança em uma jornada pessoal que conduz ao coração de um círculo de violência em torno dos bairros da periferia paulistana – como o Capão Redondo, onde morava a família e o irmão, de 22 anos, que foi morto com sete tiros, em 2001.

Dois Tempos
Direção: Dorrit Harazim e Arthur Fontes.

Apontada pelas estatísticas, a ascensão da classe média brasileira é radiografada neste documentário em que os diretores Dorrit Harazim e Arthur Fontes revisitam uma família da zona leste paulistana que protagonizou um trabalho anterior, “A Família Braz” (2000). Seu Toninho, dona Maria e três dos quatro filhos, Denise, Gisele e Éder – o mais velho, Anderson, se casou e mudou – continuam morando na mesma casa, na Vila Brasilândia. Mas sua renda e perspectivas profissionais e culturais visivelmente se ampliaram.

 

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