O edifício do Parque Lage. Foto: Ana Lauriano/Flickr
Como parte do projeto de internacionalização da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro), o diretor da instituição, Fabio Szwarcwald, anuncia na próxima quarta-feira, dia 13 de fevereiro, a primeira edição do Prêmio Parque Lage, realizado em parceria com a organização nova-iorquina AnnexB.
Alunos e ex-alunos formados no último biênio da EAV Parque Lage podem se inscrever para concorrer ao prêmio, que terá júri formado por representantes das duas instituições. O contemplado terá direito à residência artística de dois meses, com todas as despesas pagas, em Nova York.
Sediada no Parque Lage, em edifício tombado pelo IPHAN, a EAV é uma das mais importantes instituições educacionais de arte do país. Voltada prioritariamente para o campo das artes visuais contemporâneas, abrange também outros campos de expressão como música, dança, cinema, teatro e literatura. As atividades da EAV contemplam tanto as práticas artísticas como seus fundamentos conceituais, com foco também na formação de público através da realização de exposições, eventos, de uma biblioteca e de seu arquivo documental.
A AnnexB é uma organização sem fins lucrativos fundada em 2016 e dedicada a divulgar e promover a arte brasileira em Nova York. Através de residências artísticas, exposições e programas públicos, a AnnexB trabalha especialmente com artistas contemporâneos em início ou meio de carreira. Já estiveram em residência na instituição mais de 50 artistas, entre eles nomes como Carla Chaim, Nino Cais e Mateu Velasco.
Resultado de um projeto mais amplo de pesquisa e colaboração entre artistas de diferentes países do Sul, a exposição Conversas em Gondwana apresenta, a partir do dia 7 de fevereiro no Centro Cultural São Paulo (CCSP), trabalhos criados em parceria por artistas brasileiros e sul-africanos.
Gondwana é o nome do supercontinente que há cerca de 200 milhões de anos reunia as massas continentais do que hoje chamamos América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia. Como explicam as curadoras Juliana Caffé e Juliana Gontijo, “o projeto evoca esse passado geológico distante a fim de intensificar o fluxo de práticas e pesquisas entre artistas, curadores e pesquisadores dessas regiões”.
Para a primeira edição de Conversas em Gondwana formaram-se cinco duplas, sempre com um artista brasileiro e um sul-africano: Aline Xavier e Haroon Gunn-Salie; Ana Hupe e Gabrielle Goliath; Clara Ianni e Mikhael Subotzky; Daniel Lima e Ismail Farouk; e Paulo Nimer PJota e Siwa Mgoboza. A exposição no CCSP apresenta, ainda, uma seção intitulada Arquipélago, com trabalhos de Kemang Wa Lehulere, Penny Siopis, Cinthia Marcelle, Jean Meeran, Thiago Rocha Pitta, Marcelo Moscheta e Renata de Bonis.
Nas palavras das curadoras: “Deste modo comunicacional aliado à invenção estética, talvez possamos entrever algo do que Walter Mignolo chama de ‘pensamento crítico de fronteira’: aquele que parte das epistemologias subalternas e irrompe a geopolítica dominante do sistema-mundo colonial e capitalista para deslocar fronteiras, horizontalizar diálogos e diversificar conhecimentos”.
No próximo sábado, dia 9 de fevereiro, conversas com os artistas abordarão os principais temas tratados na exposição: identidades e representações pós-colonialistas; crise e política; terra e economia; gênero, sociedade e pós-colonialismo; e violência e aprisionamento.
Com um valoroso histórico de comprometimento com o universo da arte, a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) tem inscrições abertas para turmas de pós-graduação que se iniciam em neste ano letivo. O candidato pode se inscrever para cursos de Estudos e Práticas Curatoriais, História da Arte e Práticas Artísticas Contemporâneas.
Também é importante lembrar o histórico da FAAP com residências artísticas, open studios e exposições coletivas com trabalhos de alunos de todo o núcleo de artes da faculdade, além de um incansável trabalho com o Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP).
Alguns cursos mais antigos e outros mais recentes reunem grupos extremamente envolvidos de profissionais no corpo docente, são eles artistas, mediadores, pesquisadores, editores e educadores de arte. Todos eles se dedicam a ensinar de forma interdisciplinar e multidisciplinar, interligando a arte com outros horizontes e promovendo atualizações. O curso de História da Arte, por exemplo, “propõe a apresentar pesquisas recentes, que questionam as visões consagradas, oferecendo uma visão crítica e atualizada”.
Museu de Arte Brasileira – Centro – Residência Artística. “Open Studio”. FOTO: Divulgação
Já o curso de Práticas Artísticas Contemporâneas oferece aos ingressantes que se debrucem sobre a atuação profissional no sistema da arte contemporânea, percorrendo quatro eixos: experimentações em poéticas visuais, sintaxes e processos artísticos pautados em diálogos transdisciplinares, exercícios práticos e discursivos que ampliem a percepção acerca do fazer, elaboração de proposições e projetos artísticos em embate com contextos político-culturais, e construção e discussão das poéticas individuais. Tudo isso ocorre com acompanhamento constante do professor, no que chamam de “critic class”.
O aluno que preferir os caminhos de Estudos e Práticas Curatoriais também encontrará uma forte presença da arte dos anos 60 até o momento no currículo, sendo um dos primeiros objetivos a compreensão justamente das práticas artísticas contemporâneas, visando “desenvolver formas singulares de produção de conhecimento prático que lidem com forças semelhantes àquelas que movem a produção artística, pensando a partir dos trabalhos de arte para constituir uma rede de fricções capazes de produzir novas maneiras de trazê-los a público, dentre elas exposições de arte, publicações, conferências”.
Registro de aula na Oficina de Gravura. FOTO: Sabrina Meira/Agência FAAP.
Nomes como Ana Luiza Dias Batista, Thiago Honório, Veronica Stigger, Ana Pato, Georgia Kyriakakis, Ana Paula Cohen e Edilamar Galvão são alguns que fazem parte do corpo docente dos cursos oferecidos. No curso de Estudos e Práticas Curatoriais, os alunos também receberão visitas de Cinthia Marcelle, Ivo Mesquita, Mabe Bethônico, Suely Rolnik para palestras e terão como artistas convidados a dupla
Barbara Wagner e Benjamin de Burca, Jaime Lauriano, Mark Lewis e Sofia Borges.
As inscrições para a realização dos cursos permanecem abertas, sendo o período letivo iniciado em março de 2019. Confira informações sobre requisitos para inscrições, preço e horários dos cursos no site da faculdade.
Sentindo Um Cansanço Mortal Por Representar o Humano, Sem Fazer Parte do Humano,
Serie Germânica de Faça Você Mesmo Sua Capela Sistina
Obra presente na mostra no Instituto Tomie Ohtake. FOTO: Divulgação
Pedro Moraleida, “menino” que se suicidou pouco após completar 22 anos, em 1999, teve sua obra artística, de uma força excepcional, silenciada por anos.
Após sua morte, seus pais, Luiz Bernardes e Nilcéa Moraleida, convidaram o professor Gastão Frota e colegas como Cinthia Marcelle, Sara Ramo e Emilio Maciel para olhar para o conjunto da obra produzida pelo artista em tão curto tempo. Desde então, pesquisadores e curadores como Rodrigo Moura e Veronica Stigger se debruçaram também sobre suas mais de 450 pinturas e quase 1450 desenhos.
Nas palavras de Paulo Miyada, curador da mostra no Instituto Tomie Ohtake, Moraleida “decidiu que a arte precisava ser sempre um grito, uma pústula, uma canção do sangue fervente. Alimentar-se de nossos desejos e traumas inconfessáveis, ao invés de polir a superfície cromada dos ambientes sofisticados”.
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Obra de Pedro Moraleida. FOTO: Divulgação
Obra de Pedro Moraleida. FOTO: Divulgação
Obra de Pedro Moraleida. FOTO: Divulgação
Aparentemente o percurso de Moraleida na arte esteve influenciado pela sua enorme curiosidade em filósofos que, nos anos 90, serviram de base para o pensamento contemporâneo. Bataille, Artaud, Deleuze, Derrida e Lacan estão, de uma ou outra forma, presentes em suas obras, que trazem a escatologia, a sexualidade e o corpo e utilizam-se delas sempre como uma afronta.
A intensidade e a violência da pintura de Moraleida perturba, necessariamente, porque na sua beleza radica uma profunda dor. Um ser que implode tudo o tempo todo, inconformado, que não consegue ter prazer. Corpos dilacerados, mãos amputadas. As mesmas mãos capazes de produzir essa obra. “O traço decidido de seus desenhos e a potência cromática de suas pinturas são alguns dos ingredientes que multiplicam a dureza de suas palavras”, diz Miyada.
Isto tudo pode ter lhe custado a vida. Afinal, romper com cânones morais e também estéticos sempre tem um preço.
Pedro Moraleida – Canção do Sangue Fervente
Até 17 de fevereiro
Instituto Tomie Ohtake – Av. Brigadeiro Faria Lima, 201
Obra de Fernando Zarif presente na mostra. FOTO: Divulgação
Obras de Fernando Zarif presentes na exposição. FOTO: Divulgação
Artista dono de uma extensa e diversificada produção interdisciplinar – que transitou pela pintura, escultura, colagem, performance, literatura, música e teatro –, Fernando Zarif (1960-2010) ganha exposição individual na Luciana Brito Galeria com cerca de 50 obras pouco ou nunca antes exibidas.
A mostra, que fica em cartaz até 9 de março, apresenta três séries de obras bastante distintas entre si: pinturas maiores em tinta acrílica; esculturas verticais de metal; e um conjunto de colagens sobre tela em pequeno formato, num universo “duchampiano” onde surgem objetos como chaves, cadeados, fósforos e tesouras.
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Obra de Fernando Zarif presente na mostra. FOTO: Divulgação
Obra de Fernando Zarif presente na mostra. FOTO: Divulgação
Obra de Fernando Zarif presente na mostra. FOTO: Divulgação
Obra de Fernando Zarif presente na mostra. FOTO: Divulgação
Obra de Fernando Zarif presente na mostra. FOTO: Divulgação
Morto precocemente aos 50 anos de idade, em 2010, Zarif fez sua primeira exposição em 1982, pouco tempo após abandonar o curso de arquitetura. O artista, que transitava com naturalidade entre a cultura erudita e o “underground”, tem sido retomado nos últimos anos em mostras, debates e pesquisas, num trabalho intenso realizado por parentes e amigos.
Em 2011, um ano após sua morte, a família do artista criou o Projeto Fernando Zarif, destinado a catalogar, preservar e difundir a vasta obra deixada. Localizado em São Paulo, o projeto abriga a biblioteca pessoal do artista, além de documentos, fotografias e escritos. Até o momento, já foram catalogadas e restauradas cerca de 2 mil obras.
Fernando Zarif
De 2/2 a 9/3
Luciana Brito Galeria – av. Nove de Julho, 5.162, São Paulo
O prédio hoje está numerado como 336 da rua Libero Badaró. O térreo, que sedia o restaurante Pirandello, é o número 332.
Na edição do último domingo, 27 de janeiro, o jornal O Estado de São Paulo publicou matéria na qual o pesquisador Edgar Santo Moretti teria descoberto o local exato onde teria sido realizada uma das primeiras – e mais importantes – exposições de Anita Malfatti, em dezembro de 1917.
O espaço que hoje se refere ao prédio no número 336, com térreo 332, na rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo, àquela época era o número 111. Em 20 de maio de 1916, um engenheiro chamado Gustavo Lara Campos recebeu alvará da prefeitura pra construir um prédio ali. O seu contratante era Antonio de Toledo Lara, o conde Lara (1864-1935).
Antes de ser erguido um prédio, o local foi sede de uma loja de cerâmicas e também uma fábrica de coroa de flores para finados. Após o soerguimento do edifício, o Conde Lara começou a ceder o espaço do térreo para que fossem realizadas exposições de arte, especialmente as que ousassem. O local ficou conhecido como Salão da Líbero Badaró 111 ou como Salão do Palacete Lara.
Também existem referências históricas que nomeiam como Palacete Lara o número 185 da rua Álvares Penteado e também o prédio que hoje é conhecido como Palacete Tereza de Toledo Lara – nome da filha do conde – e hoje é sede da Casa de Francisca. O local é conhecido como ‘A Esquina Musical de São Paulo’ por já ter sido sede da Rádio Record e de várias lojas de instrumentos ao longo do século passado. Isso indica que todos os imóveis que pertenciam ao empresário, fundador da fábrica de bebidas Antarctica, recebiam o título de ‘Palacete Lara’.
Além de ter abrigado a exposição de Anita que serve como marco do movimento modernista, o salão anteriormente já havia recebido exposições de Alfredo Norfini e do argentino S.M. Franciscovich, dentre outros. Essa exposição de Malfatti, inaugurada em 12 de dezembro de 1917 e intitulada Exposição de Pintura Moderna, não foi a primeira mostra da artista, como muitos creem, mas foi fundamental pela substancialidade do modernismo em suas telas, que causou debates calorosos no meio cultural da época, culminando na Semana de Arte Moderna de 1922.
Obra da artista Lisa Anne Auerbach, que terá projeto solo na feira. FOTO: Divulgação
Com o intuito de inserir definitivamente Los Angeles no circuito das grandes feiras de arte internacionais, a Frieze Art Fair realiza este ano sua primeira edição na metrópole californiana, reunindo 70 galerias em Hollywood entre os dias 15 e 17 de fevereiro.
Apesar de ser a segunda maior cidade americana – a maior da costa oeste – e de abrigar importantes museus, galerias e instituições culturais, Los Angeles ainda não hospedava uma feira de arte deste porte.
O evento se soma às já estabelecidas edições da Frieze em Londres e Nova York e, apesar de apresentar um número menor de galerias em relação à suas parceiras, traz casas de peso como David Zwirner, Gagosian e White Cube. Mendes Wood e Vermelho serão as duas galerias brasileiras presentes na edição.
A Frieze Los Angeles acontece nos estúdios da Paramount Pictures e conta também com uma intensa programação de conversas com artistas, debates e shows. Uma das táticas dos organizadores para atrair público e dar visibilidade ao evento foi inseri-lo no calendário da cidade entre a realização do Grammy, no dia 10, e do Oscar, no dia 24.
No dia 08 de novembro, o Sesc Belenzinho abriu as portas da exposição “Campos de Invisibilidade.” A curadoria é de Cláudio Bueno, Ligia Nobre e assistência curatorial de Ruy Cézar Campos, que também apresenta duas obras.
Por meio da organização de 23 produções de 18 artistas brasileiros e estrangeiros, propõe-se a imersão e reflexão sobre o que há efetivamente por trás das várias conquistas tecnológicas presentes no dia a dia do sujeito contemporâneo. Ou seja, quais os processos industriais e impactos geopolíticos por eles gerados. Fotografias, vídeos, áudios, mapas e instalações questionam o mito da imaterialidade implantado pelas tecnologias e denunciam os altíssimos custos para o meio ambiente.
Campos de Invisibilidade concentra trabalhos que carregam diferentes bagagens dos artistas brasileiros, ingleses, britânicos, colombianos, canadenses, franceses, africanos e franco-guianenses, com a reflexão comum.
Confira texto completo sobre a exposição, por Nayani Real, clicando aqui.
Ainda pequena, Regina Parra colocou na cabeça que queria muito ser artista. O pai trabalhava com tecnologia e a mãe era dona de casa, ambos relutaram, mas nada faria com que aquela jovem mudasse de ideia. Com 11 anos, começou a ter aulas de pintura e se dedicar ao ofício que queria ter para o resto da vida. Mais tarde, começou a cursas Artes Visuais, porém deixou o curso para se dedicar às artes cênicas, onde ficou por três anos nos cursos ministrados por Antunes Filho no Centro de Pesquisas Teatrais (CPT).
A trajetória de Parra com as artes do corpo fica bem evidente na sua história, tendo em vista que logo após o CPT, voltou a estudar artes visuais, começando pela École Nationale Supérieure des Beaux Arts de Paris e depois se graduando bacharel na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo.
Desde sua formação, Regina mantém uma frequência rotineira em exposições coletivas e individuais. Só em 2019, ela participou de sete coletivas e duas individuais. Uma dessas mostras solo é intitulada Eu me levanto, apresentada na Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), em Itu. Fruto de um edital de ocupação lançado pela instituição, está em cartaz desde 17 de dezembro e será mantida até 9 de março.
O título da exposição vem de um poema da estadunidense Maya Angelou, que também deu origem ao nome da mostra que Sônia Gomes apresenta no MASP e na Casa de Vidro. A coincidência acontece em um momento que os escritos de Angelou, falecida em 2014, começa a ter forte presença nas discussões interseccionais de gênero no Brasil.
Assista o vídeo da performance Lasciva, realizada na abertura da mostra em dezembro.
DALTON PAULA, Zeferina, 2018
Óleo sobre tela, 45×61 cm/ Coleção do artista, Goiânia, Brasil/ Crédito: Paulo Rezende
Em 2018, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) dedicou todo o seu programa às histórias afro-atlânticas. A estratégia, que é desenvolver um eixo temático anual com histórias que desafiem narrativas históricas tradicionais, colocou-se em prática.
Masp recebe obras com foco contra-hegemônico
Foram 21 obras de 19 artistas afro doadas ao museu. Abdias Nascimento, Chico Tabibuia, Dalton Paula, Emanoel Araujo, Flávio Cerqueira, Jaime Lauriano, José Alves de Olinda, Lucia Laguna, Maxwell Alexandre, Mestre Didi, Rosana Paulino, Rosina Becker do Vale, Rubem Valentim, Sènéque Obin, Sonia Gomes, e os coletivos Ad Júnior, Edu Carvalho & Spartakus Santiago e Frente 3 de Fevereiro integram as novidades do acervo.
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Abdias Nascimento, Okê Oxossi
MAXWELL ALEXANDRE, Éramos as cinzas e agora somos o fogo, Pardo é papel, 2018
MESTRE DID, Opa Exin Kekere – Pequeno cetro da lança, década de 1980
ROSANA PAULINO, A permanência das estruturas, 2017
FLÁVIO CERQUEIRA, Amnésia, 2015
JAIME LAURIANO, Pedras portuguesas #2, 2017
DALTON PAULA, João de Deus Nascimento, 2018
O conjunto de trabalhos reforça a presença de artistas afro no MASP e marca o ciclo de 2018 na coleção de um museu até então muito conhecido por seu acervo clássico europeu. A partir de abril de 2019 muitas dessas obras estarão expostas no Acervo em transformação. A mostra de longa duração guarda a coleção do MASP nos icônicos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi.
O diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa, disse que a programação dedicada às histórias afro-atlânticas iniciou-se com as pesquisas desde 2014. “Essas aquisições deixam uma marca definitiva na coleção, conhecida por seus mestres europeus clássicos.” Seguindo a missão do museu, Pedrosa afirma que os mesmos esforços feitos em relação às obras de artistas afro serão dedicados às artistas mulheres. “Vamos continuar ampliando o escopo de trabalhos que trazemos para nossa coleção e expomos nos cavaletes de vidro”, finaliza.
Todos os trabalhos doados foram exibidos nas monográficas dedicadas aos artistas Araujo, Gomes, Valentim e Laguna, ou na exposição coletiva Histórias Afro-atlânticas. Em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, a última delas dedicou-se às relações entre a África, as Américas, o Caribe e também a Europa, do século 16 ao 21, eleita a melhor de 2018 pelo New York Times e Hyperallergic, e ganhadora do Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).