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SEMINÁRIO GESTÃO CULTURAL









































            JOCHEN VOLZ E GABRIELA NOUJAIM



             O economista contou que, neste intuito, a EAV focou   Ao aceitar receber a exposição Queermuseu – encerrada
             em uma reaproximação com o público, além de refor-  após campanha difamatória no Santander Cultural de
             çar a atuação da associação de amigos responsável   Porto Alegre e censurada por Marcelo Crivella no MAR –, o
             pela administração financeira da Escola. “E a ideia   Parque Lage organizou uma campanha de financiamento
             era abrir a escola o máximo possível porque, como   coletivo que captou mais de 1 milhão de reais para montar
             disse o Saron, muitas vezes nós que trabalhamos   a mostra. “Isso revelou também a revolta da sociedade
             com arte falamos apenas para nós mesmos. E nós    de ver, em pleno 2017, uma exposição com 250 artistas
             tínhamos que nos abrir para a periferia. Quer dizer,   sendo censurada no Brasil”, afirmou Szwarcwald.
             se abrir para a sociedade porque é ela que vai nos   O diretor falou ainda sobre o programa de formação para
             dar a força de resistência, de manutenção e mesmo   professores de escola pública, sobre o Parquinho Lage,
             de apoio financeiro.”                             com aulas para crianças, e as parcerias extramuros, com
             Através de patrocínios; noites beneficentes; da inserção   aulas em áreas periféricas do Rio. “A gente começou 2017
             da EAV nas feiras ArtRio e SP-Arte, com obras cedi-  com 600 alunos e esse ano temos mais de 6 mil, sendo
             das por vários artistas; de uma parceria inédita com a   90% de forma gratuita”, resumiu ele sobre os números
             Universidade Candido Mendes, trazendo o curso pago   da EAV. “As pessoas eram muito saudosistas da escola
             de curadoria; e da criação de duas lojas, a EAV pôde   na geração de 1980, do papel dela no passado, e agora
             se reerguer. Neste ano, a instituição aprovou também   a gente voltou a ser visto, frequentado, em decorrência
             um plano anual de R$ 8 milhões na Lei de Incentivo à   de um trabalho de encarar os desafios, saber das difi-
             Cultura. “Isso tudo foi muito importante para resgatar   culdades e traçar novos objetivos”, concluiu.
             o programa de formação, gratuito, e fundamental para   Por fim, o curador e diretor da Pinacoteca de São Paulo,
             o desenvolvimento dos nossos alunos. E nós queremos   Jochen Volz, iniciou sua apresentação citando um dado
             cada vez mais trazer esses estudantes que não teriam   curioso para os tempos atuais, que mostra que nos
             condições de pagar um curso”.                     primeiros seis meses de 2019, 30 museus brasileiros


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