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SEMINÁRIO GESTÃO CULTURAL
A GESTÃO CULTURAL EM TEMPOS
DE CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA
SEMINÁRIO REALIZADO PELA ARTE!BRASILEIROS E PELO ITAÚ CULTURAL REUNIU GESTORES, ARTISTAS E ESPECIALISTAS
PARA DEBATER OS DESAFIOS E CAMINHOS PARA A GESTÃO CULTURAL NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO; SAIBA O QUE
FALARAM EDUARDO SARON, FABIO SZWARCWALD, JOCHEN VOLZ, GABRIELA NOUJAIM, JONATHAS DE ANDRADE, ANA
CARLA FONSECA E KATIA DE MARCO
POR MARCOS GRINSPUM FERRAZ. FOTOS ITAÚ CULTURAL/JÉSSICA MANGABA
REALIZADO NO DIA 21 DE OUTUBRO, em São Paulo, o A primeira mesa, que contou também com a partici-
seminário Gestão Cultural: Desafios Contemporâneos dis- pação de Fabio Szwarcwald, diretor-presidente da EAV
cutiu questões essenciais sobre gestão nos tempos atuais, Parque Lage, e Jochen Volz, diretor da Pinacoteca de
em um contexto de crises política e econômica vividas no São Paulo, começou com a fala de Eduardo Saron,
país. Dividido em duas mesas, o evento foi apresentado e diretor do Itaú Cultural. “Em um momento tão deses-
mediado pela diretora editorial da ARTE!Brasileiros, Patricia tabilizado da nossa política nacional, um momento tão
Rousseaux, que destacou em sua fala de abertura alguns conservador – para não usar uma palavra mais dura
dos temas que pautaram o debate. –, eu tendo a não querer debater onde está o erro do
“Questões teóricas, jurídicas, econômicas e políticas lado de lá, mas sim pensar no que nos permitiu che-
sempre formaram parte de programas acadêmicos gar neste momento. Alguma coisa deixamos de fazer
e debates. Porém, a precarização dos investimentos para que a sociedade nos visse de uma forma não tão
estatais, a aceleração das mudanças socioculturais, a meritória”, afirmou Saron.
discussão sobre questões ambientais e migratórias, a Segundo ele, ao mesmo tempo em que a sociedade ques-
ascensão do debate sobre nossa história colonial, as tiona a necessidade de investimento público em cultura
questões de gênero e os movimentos de intento de e o governo tenta criminalizar os artistas, “o mundo da
censura às liberdades de expressão têm feito da cultura cultura poucas vezes atravessa a rua para estabelecer
um palco quase primordial de manifestações”, afirmou empatia com o outro campo”. A partir deste diagnóstico,
Rousseaux. “Esta situação apresenta verdadeiros desa- Saron propôs uma análise do que aconteceu no Brasil
fios aos gestores e diferentes agentes da cultura e da nos últimos 20 anos, período em boa parte caracterizado
arte contemporânea. É necessária uma extraordinária por um crescimento econômico centrado no boom das
flexibilidade, uma visão ampla, democrática e ética capaz commodities e no fortalecimento das estatais como
de entender as exigências do debate nas instituições patrocinadoras da cultura.
públicas e privadas”, completou. “E predominou uma política muito centrada na questão
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