
“Houve um ponto, para mim, em que eu estava pesquisando imagens referentes ao aquecimento global e senti que elas eram muitos distantes. Eram imagens de ursos polares e geleiras e, frequentemente, cenários esteticamente lindos”, relatou uma vez Gideon Mendel à jornalista Adele Peters. O fotógrafo sul-africano – com um corpo de trabalho referente aos desastres climáticos que ultrapassa uma década – busca oferecer uma outra faceta para a representação em imagens de uma das crises globais mais desconcertantes.
Mendel confessa a Peters que “muito do diálogo em torno da mudança climática e da resposta das organizações está ligado a um tipo de movimento ecológico branco, de classe média e anteriormente hippie”, o que estaria limitando sua eficácia, tendo em vista que as mudanças climáticas afetam muitas pessoas de cor em todo o mundo – “eu realmente sinto que é necessário uma injeção de um tipo mais radical de ativismo”, complemente ele. A observação de Gideon não é despropositada, como nota o pesquisador Emmanuel Skoufias: “Enquanto os olhos do mundo estão fixos em ursos polares, pinguins da Antártida e outros habitantes ameaçados pelo derretimento das calotas polares da Terra, relativamente poucos pesquisadores têm prestado a atenção devida – até anos recentes – para quantificar os possíveis efeitos de longo prazo da mudança climática na sobrevivência humana”.
“Eu trago as pessoas para a representação das mudanças climáticas”, afirma Gideon, radicado em Londres. Com seu projeto Submerged Portraits, ele começou a documentar enchentes em 2007, quando uma série de chuvas de verão fez com que grande parte do centro e do norte da Grã-Bretanha ficasse submersa. Em questão de semanas do primeiro episódio, milhões de pessoas em Bangladesh, Índia e Nepal tiveram que escapar de enchentes muito maiores daquelas que já haviam visto. O contraste entre os impactos dos dois eventos (enquanto dividiam certa vulnerabilidade que parece fornecer um estímulo para união) motivou o fotógrafo a dar liga à ideia de retratar as vítimas de enchentes. Desde então, ele têm visitado o Austrália, Bangladesh, Caxemira, Haiti, Paquistão e os Estados Unidos, para citar alguns dos 13 países países que, dentro do projeto, representam 19 enchentes.
Antes de desenvolver Submerged Portraits (englobado por um projeto maior chamado Drowning World), Mendel já não era um novato. Ele havia representado imageticamente temas como o Apartheid e a crise do HIV/AIDS na África do Sul, trabalho pelo qual venceu o World Press Photo. Ele encara Submerged Portraits como um distanciamento do fotojornalismo clássico: “Eu não sou um documentarista, sou uma espécie de interveniente”, afirma. “Não estou apenas fotografando o que está diante de mim, estou construindo cenários com as pessoas. Estou escolhendo o fundo, estou escolhendo onde colocar as pessoas. Eu não estou indo até elas e tirando suas fotos. Não estou produzindo evidências, estou procurando fazer imagens que falam algo por serem esteticamente poderosas e até mesmo por conta de uma beleza desconcertante em meio ao horror.”

Há algo desconcertante sobre as imagens. Por um lado são retratos convencionais de pessoas em pé, na frente da câmera e olhando para ela. No entanto, o contexto, a paisagem e o ambiente são extraordinários. Logo, eles são desconcertantes juntos. Esse formato clássico do retrato ajuda a conferir honestidade para Submerged Portraits, uma admissão da manipulação da cena.
Há uma sensação de ser testemunhado. Não posso ajudar as pessoas, não tenho recursos para trazer mudanças. Mas eu ofereço uma espécie de testemunho. E algumas pessoas parecem valorizar e apreciar.
Quando veio para Rio Branco, em 2013, o nível do Rio Acre havia alcançado 17,88 metros, tendo ultrapassado sua cota histórica, registrada em 1997, ao marcar 17,66 metros. De acordo com o portal de notícias G1, à época, cinco abrigos públicos foram mobilizados na capital do Acre para manter seguras as vítimas da enchente: por volta de 6 mil pessoas desabrigadas e mais outras 70 mil afetadas. A reportagem também indica que quarenta dos 212 bairros da cidade foram impactados com a cheia do Rio Acre, cujo nível, normalmente, fica por volta de seis a oito metros – em períodos de seca pode ficar abaixo de três. Mendel relata que quando chegou lá, o nível da água já havia abaixado, tendo antes passado por cima dos telhados de algumas casas. “As pessoas [que retratei] pertenciam a uma comunidade pobre e eles não tinham acesso a água encanada, então usavam a água da enchente para limpar suas paredes”.

Analisando o cenário de resposta ambiental de lá para cá, o fotógrafo faz a ressalva: “Não era que o governo antes de Bolsonaro fosse brilhante em termos de sua resposta ao meio ambiente, aliás acho que vinha agindo de maneiras muito contraditórias. Mas agora, o que é aterrorizante, em um sentido global, é que, em um momento da história em que se precisa de uma ação global coordenada – particularmente em mudanças climáticas -, há tantos líderes populistas no mundo que estão fazendo o seu melhor para minar esforços ambientais – e acho que com grande apoio de um complexo industrial petroquímico”.
Em 2011, no artigo Quatro frases que aumentam o nariz do Pinóquio, o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano também nota o apoio de setores da indústria nessa reversão dos esforços ambientais – embora, naquela época, não se referindo ao fenômeno do populismo. Galeano nos lembra que das dez maiores empresas produtoras de sementes do mundo, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). “A indústria química não tem tendências masoquistas”, escreve o uruguaio. Ele afirma: “A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos – mas, sim, privilégios dos poucos que podem pagar por eles”.
A relação entre classe e a crise ambiental, ressaltada por Galeano nesse trecho, vem ganhando maior atenção na última década. Este é um fator que Mendel não deixou passar em branco, pela diversidade tempo-espacial entre seus representados, pessoas que – mesmo pertencentes a um mesmo país, mas em regiões diferentes – terão condições distintas para lidar com os estragos causados pelas enchentes e a reconstrução das suas vidas.
Em relatório liberado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA-ONU), a desigualdade social (não só econômica, mas também de poder político) e a crise climática são interligadas – majoritariamente – por três fatores: a exposição dos grupos sociais desfavorecidos aos “efeitos adversos da mudança climática”; a suscetibilidade dos grupos desfavorecidos a danos causados por perigos climáticos; e a capacidade relativa desses grupos de lidar e se recuperar dos danos que sofrem. No caso das enchentes, por exemplo, grupos desfavorecidos têm maior probabilidade de viver em áreas propensas a serem alagadas, no entanto, apresentam menor poder econômico e político para se recuperar dos estragos causados pelas enchentes e/ou cobrar uma compensação do Estado.
“Vivemos no capitalismo. Seu poder parece inescapável. O mesmo aconteceu com o direito divino dos reis. Qualquer poder humano pode ser resistido e mudado por seres humanos. Resistência e mudança geralmente começam na arte”, disse a falecida escritora Ursula K. Le Guin em 2014, aos seus 84 anos. Em relação à fala de Le Guin, Mendel confessa: “Eu gostaria de concordar, mas me sinto muito desolado em relação ao futuro”. Apesar disso, ele também nota que poderia ser surpreendido. “Cheguei à maioridade na África do Sul, no final dos anos 1980. Eu nunca teria imaginado que o Apartheid teria caído, era completamente inconcebível, então podemos nos surpreender de como as coisas mudam.”

A desesperança na sua fala é posta à prova, no entanto, pela continuidade dos seus projetos, que segundo o fotógrafo se estabelecem em uma pirâmide sustentada entre documentário, arte, e ativismo. “Com Drowning World, sempre foi um debate: quando terminamos? Posso terminar? E em que momento? Em que ponto está completo? E essa é uma questão que ainda não resolvi por mim mesmo, porque sempre há mais o que fazer”. Mendel também planeja dar continuidade ao projeto Fire, que percorre outra faceta dos desastres climáticos impulsionados pela ação humana. Para sua próxima empreitada com Fire, o fotógrafo planeja reunir fundos para financiar uma volta à Califórnia, onde fotografou em 2018, e ao Brasil, para documentar as consequências da queima do Pantanal.
Com Drowning World, sempre foi um debate: quando terminamos? Posso terminar? E em que momento? Em que ponto está completo? E essa é uma questão que ainda não resolvi por mim mesmo, porque sempre há mais o que fazer.
Além de dar seguimento a esses dois trabalhos, ele estuda a possibilidade de realizar uma produção inédita partindo de sua história familiar. Seus pais foram judeus alemães que encontraram refúgio na África do Sul. Sua avó paterna também tentou sair da Alemanha, mas acabou não conseguindo. O pai do fotógrafo manteve os documentos que haviam sido preparados para a vinda da mãe, no entanto. A isso, Gideon soma correspondências e álbuns feitos pela avó, que estudou fotografia em Berlim de 1915 a 1917. “Há tantos anos que estou preso neste trabalho e sempre resisti a começá-lo, mas chegou a hora de tentar. Talvez eu tivesse que esperar a morte da minha mãe; ela faleceu há dois anos. O problema é que esta não é uma história única, muitas famílias ficaram feridas pelas migrações, a questão é como faço isso, o que eu consigo trazer para esse projeto”. Resta acompanhar seu percurso para saber.
*Modificações foram realizadas no artigo a fim de clareza.
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A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição
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A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição reúne mais de 80 obras de 86 artistas de 15 países, incluindo México, Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Espanha. A temática desta edição explora questões como corporeidade, identidade e território, desafiando os limites tradicionais da pintura com propostas contemporâneas e experimentais.
Os visitantes podem participar ativamente, votando nas obras que mais os impactarem. O vencedor receberá um prêmio de 1 milhão de pesos, com prêmios adicionais para os segundos e terceiros colocados. A curadoria é liderada por Leonor Amarante, destacada professora brasileira, garantindo um nível elevado de qualidade artística. A exposição acontece nos espaços El Cubo, Sala Marta Palau e Sala Planta Baja do CECUT.
A Trienal não é apenas uma vitrine de talentos emergentes e consolidados, mas também um convite à reflexão e ao engajamento cultural
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
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Em cartaz no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ apresenta trabalhos de 46 novos talentos das artes visuais do Brasil, selecionados entre mais de 700
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Em cartaz no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ apresenta trabalhos de 46 novos talentos das artes visuais do Brasil, selecionados entre mais de 700 inscritos pelos curadores Camila Fontenele e Tiago Gualberto, na ocasião em que são celebrados os 35 anos da mostra idealizada por Janete Polo Melo, ex-técnica sociocultural da Unidade que, em 1989, lançou a primeira edição da MAJ em parceria com o Centro de Comunicação e Artes da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Vitrine e agente de visibilidade e incentivo para a produção de artistas com idade entre 15 e 30 anos, ao longo de mais de três décadas, a MAIOR tem permitido a jovens talentos de todas as regiões do país expressarem sua criatividade por meio de manifestações artísticas diversas, como pinturas, gravuras, esculturas, intervenções e performances, movimentando o cenário artístico do interior paulista e ampliando a discussão da diversidade socioeconômica e cultural. A exemplo de edições anteriores, na ocasião da abertura da 31ª edição os curadores também farão o anúncio dos três artistas contemplados com o Prêmio Incentivo.
Movida pelo propósito de facilitar o acesso ao universo das artes e de difundir e projetar novos artistas para o Brasil e para o cenário internacional, a exposição coletiva do Sesc Ribeirão Preto contribuiu para a revelação de importantes nomes das artes visuais, como Jaime Lauriano, Marcelo Moschetta, Cordeiro de Sá, Beta Ricci, Felipe Góes, Fabricio Sicardi, Renata Lucas, Nilton Campos, Sofia Borges e Renato Rebouças, além de artistas indicados ao Prêmio PIPA, como Carla Chaim (2016), Talles Lopes (2022 e 2024) e Vulcanica Pokaropa (2024), entre outros.
Com mais de 600 talentos apresentados ao público ao longo de 35 anos, a 31ª edição da MAJ compõe um painel de diversidade étnica que incluiu brancos, pardos, pretos, amarelos e indígenas. Nesta edição, os artistas selecionados pelos curadores vêm de nove estados do Brasil – São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará, Minas Gerais e Amazonas – e do Distrito Federal.
Confira a seguir a lista completa de artistas presentes na 31ª MAJ:
Abner Sigemi – Amauri – Anna Lívia Taborda – Bárbara Savannah – Bruno Benedicto – Cho – Cicero Costa – Diego Rocha – Diez – Donatinnho – Estela Camillo – Felipe Rezende – Giovanna Camargo – Gu da Cei – Gustavo Ferreira – Hanatsuki – Isabela Picheth – Isabella Motta – Isabelle Baiocco – Ítalo Carajá – Janaína Vieira – Juniara Albuquerque – Kaori – Kelly Pires – Kuenan Tikuna – Leid Ane – Lorre Motta – Lucas BRACO – Lucas Gusmão – Lucas Soares – Luiza Poeiras – Mar Yamanoi – Mariana Simões – MAVINUS – Murillo Marques – Nat Rocha – Níke Krepischi – O Tal do Ale – Okarib – Pedro Mishima – Rayane Gomes – Samuel Cunha – Sophia Zorzi – Vitor Alves – Yan Nicholas – Yanaki Herrera
Processo curatorial
No texto curatorial da exposição, elaborado a partir de reflexões registradas em um longo diálogo entre Camila Fontenele e Tiago Gualberto, uma preocupação norteou o processo elaborado por eles a partir de setembro de 2023: a complexidade de selecionar um recorte diante de um número expressivo de artistas aspirantes a expor seus trabalhos na 31ª MAJ.
“Ao observar as 722 inscrições – que passaram por três fases de seleção, inicialmente 114, depois 72, até chegarmos às 46 pessoas selecionadas – percebo a forma fluida e coerente com que esses trabalhos se fortalecem reciprocamente, ao mesmo tempo em que também geram tensões e contrastes”, afirma Camila.
“Tão importante quanto reconhecer o mérito das investigações de destaque desse conjunto de 722 artistas aos quais nos dedicamos é compreender o papel formativo e educador construído ao longo das dezenas de edições da MAJ. Isto é, o gesto de laurear um conjunto representativo dessa arte jovem não deve se separar do gesto de escuta e oferta de condições de aperfeiçoamento aos demais artistas não selecionados. Em termos curatoriais, as centenas de pesquisas não selecionadas serviram como um grande coral de vozes a nos guiar para a identificação de pautas, agendas, reivindicações sociais, políticas e estéticas”, conclui Gualberto.
Com abertura ao público às 19h30 do dia 5 de dezembro, no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ posteriormente poderá ser visitada no horário normal de funcionamento da unidade: de terça a sexta, das 13h30 às 21h31; aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h. Com acesso livre e gratuito, a exposição fica em cartaz até 8 de junho de 2025.
Serviço
Exposição | 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ
De 6 de dezembro a 8 de junho
Terça a sexta, 13h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, 9h30 às 18h
Período
6 de dezembro de 2024 13:00 - 8 de junho de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ribeirão Preto
Rua Tibiriça, 50, Centro, Ribeirão Preto - SP
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Em parceria inédita, MOS e Galeria Athena inauguram, no dia 23 janeiro, a nova exposição “Intermédio” do artista carioca Gustavo Prado, na cidade de São Paulo. Esta é a
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Em parceria inédita, MOS e Galeria Athena inauguram, no dia 23 janeiro, a nova exposição “Intermédio” do artista carioca Gustavo Prado, na cidade de São Paulo. Esta é a segunda exposição da galeria após a chegada da Athena à capital paulistana.
A mostra acontece no espaço expositivo do edifício Melo Alves 645, que se propõe a ser um centro de convergência cultural, oferecendo ao público exposições de arte inéditas. Com a individual de Prado, a Athena reúne um conjunto de obras inéditas, marcando não apenas a primeira exposição individual do artista na capital paulista e sua representação pela galeria, mas também seu retorno ao Brasil após catorze anos de residência em Nova Iorque.
“Intermédio” apresenta obras escultóricas que dialogam não apenas com as estratégias de construção, circulação e vigilância características de São Paulo e de grandes centros urbanos, mas também com o legado da pintura e da escultura da arte construtivista – que teve nesta metrópole a sua capital brasileira. A exposição também conta com uma intervenção na fachada da galeria em que o artista busca romper a separação entre o espaço interno e a rua.
Serviço
Exposição | Intermédio
De 23 de janeiro a 15 de março
Segunda a domingo, das 9h às 18h
Período
23 de janeiro de 2025 09:00 - 15 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Athena
R. Dr. Melo Alves, 645 - Cerqueira César, São Paulo - SP
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Exibição de banners na Avenida Paulista oferece arte acessível a todos, homenageando bairros icônicos de São Paulo. No aniversário de 471 anos de São Paulo, a metrópole se veste de
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Exibição de banners na Avenida Paulista oferece arte acessível a todos, homenageando bairros icônicos de São Paulo.
No aniversário de 471 anos de São Paulo, a metrópole se veste de arte e história com a inauguração da exposição “São Paulo 471 Anos”. A fachada do Conjunto Nacional, coração cultural da Avenida Paulista, se transforma em uma tela ao ar livre, onde a arte se torna acessível e convidativa. Sob a curadoria de Vera Simões, 11 artistas visuais proeminentes prestam homenagem a bairros da cidade, cada um trazendo uma visão única que reflete a vida cultural de São Paulo. Serão apresentados 12 banners.
A exposição é uma homenagem à cidade de São Paulo, que não apenas se destaca como uma das cidades mais populosas do mundo, mas também como um lugar que constantemente inspira arte e cultura. Cada artista convidado teve a tarefa de escolher um bairro da cidade para homenagear por meio de sua obra, resultando em uma exibição diversificada que captura a essência multifacetada da metrópole. “Esta exposição é um tributo à energia criativa de São Paulo. Ela demonstra como a arte pode conectar pessoas, bairros e histórias em um diálogo visual fascinante que é acessível a todos os cidadãos e visitantes”, conta Vera Simões.
O diferencial da exposição é sua acessibilidade e grandiosidade, uma vez que os trabalhos dos artistas foram impressos em banners gigantes, de 7 metros de altura por 4 metros de largura. A localização estratégica permite que todos, moradores locais a turistas, tenham a oportunidade de contemplar e se inspirar com as obras de arte, tornando-a verdadeiramente acessível a todos.
Os artistas e os bairros homenageados incluem:
Antonia Fealizadeh – Perdizes
Dulce Julianelli – Paraíso
Gabriel Thomaz de Aquino – Cerqueira César
Gaby Alves – Vila Mariana
Gaby Faltay – Alto de Pinheiros
Leila Lagonegro – Vila Mazzei/ Jaçanã
Malu Mesquita – Centro
Máximo Hernández – Cidade Universitária
Silvana LaCreta Ravena – Panamby/ Vila Andrade
Wanessa Salles – Bixiga
Zina Kossoy – Pacaembu
Curadora – Vera Simões
Vera Simões, curadora da Galeria VERARTE, Bacharel em Comunicação Social, pós graduada em Marketing Cultural, curadora e realizadora das exposições.
Serviço
Exibição de banners na Avenida Paulista
De 25 de janeiro a 23 de fevereiro
Período
25 de janeiro de 2025 - 23 de fevereiro de 2025 (O dia todo)(GMT-03:00)
Local
Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 – Consolação São Paulo – SP
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A simpatia é uma forma de ação, uma intenção depositada sobre a vida. Sua prática é a materialização cotidiana da magia/crença popular, transmitida verbalmente de geração em geração. Pouco
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A simpatia é uma forma de ação, uma intenção depositada sobre a vida. Sua prática é a materialização cotidiana da magia/crença popular, transmitida verbalmente de geração em geração. Pouco se sabe de sua origem, quem inicialmente começou a propagá-la, mas a força disseminativa é poderosa, em qualquer canto do Brasil há sempre uma avó que aconselha a filha, sobrinha ou vizinha com um ato espiritual que vai pavimentar o caminho da realização de sonhos, na atração de positividade e prosperidade, na resolução de algum problema grave ou até mesmo uma cura a ser atingida.
Esse trabalho suntuoso da fé é aliado à esperança da força feminina, de sustentar a energia da família, em suas muitas possibilidades. Essa força da mulher é motriz na poética de Larissa de Souza, que as elege como suas personagens principais, singulares, melancólicas e profundamente poderosas.
Na mostra individual “Fé Feitiço”, Larissa de Souza nos absorve na conversão visual que tece destinos e evoca ancestralidades de muitos Brasis. A artista circula a temática de aprendizados e crenças, transmitidos por seus familiares e que de alguma maneira, previamente à feitura da exposição, já permeavam seu imaginário. A pesquisa se consolidou ao deparar-se com a percepção da proximidade cultural com Angola, o que fascinava a artista virou matéria após um período que passou no país irmão – se deparou com uma familiaridade local, hábitos e costumes angolanos que eram tipicamente brasileiros.
Povos são organizados pela memória e a oralidade é a manifestação desta, pois é na memória que a colonialidade falha, a reexistência opera e as histórias perseveram. A coincidência de crenças entre Angola e Brasil é o reflexo da afro-diáspora, em como há um cruzamento entre os mitos populares e como somos forjados na ancestralidade advinda da África. Sábia é a nação que acredita e valoriza a ancestralidade, pois é nas fissuras da cultura que descobrimos a sobrevivência da memória. É apesar de e sobretudo na violência que a fé encontra maneira de se manter a esperança, é um modo de invocar uma ordem metafísica, uma forma de viver.
A produção pictórica da artista converge com o entendimento de saberes ancestrais e culturais, silenciados pelas colonialidades, mas que resistem e habitam o inconsciente coletivo. Ao revisitar essas crenças populares, busca uma reconexão com identidades culturais do passado e ao fazê-lo, ressignifica o presente.
De Angola trouxe tratamentos medicinais, feitiços, chás e pedras, cada qual com sua função, aprendidas em trocas cotidianas e conversas em feiras. Há uma vivência que só se realiza na troca pessoal, de ouvir histórias, de estar presente nessas imbricadas sociabilidades. Um desses encontros é traduzido em pintura, o Gipalo, a doença da traição. Quando um bebê está com seu corpo vulnerável adoece após a traição paterna, ao receber energias externas. A solução parte das benzedeiras, a cura é consumir e se banhar em pele e fezes de elefante. Notem que a medicina das curandeiras por si só constitui um sistema de conhecimento, o que Larissa faz é traduzir em composição de pintura, contemplando vários universos narrativos em um retângulo só, com destaque para pequenas pinturas no topo do contexto maior que contam a história de amor e posterior traição.
A fé é a magia, aterra o conhecimento ancestral que circula na oralidade, de saberes que não são mapeados, presentes nas curandeiras, nas feiras, nas casas, nas conversas – o misticismo é palpável ao mergulharmos no espaço expositivo. As pinturas cristalizam na produção pictórica o conhecimento da oralidade, estabelecendo um processo de subjetivação, a artista maneja fundir de maneira lúdica o Brasil e Angola contemporâneos.
A pintura surreal é o leite dos sonhos e os trabalhos nos dão um vislumbre de um mundo mágico, a vida a partir do prisma imaginativo, em que corpos podem ser transformados, ser o que são. Elabora um encontro radical entre realidade e fabulação, sua perspectiva é repleta de simbolismo e alusões imagéticas, como percebemos na pintura do bebê pé de bananeira, uma conexão entre terra, crença e imaginação. A artista é atravessada pela espiritualidade do inconsciente, evocando a libertação do gesto, dos limites da pintura, das mulheres, dos corpos e do preconceito.
O fantástico é tangível, Souza adiciona camadas de texturas em suas pinturas, como ao adicionar pérola de mica em pó, um minério cintilante, que projeta uma resplandecência da pintura. Há também a associação com tecidos que são colecionados pela artista, advindos de brechós, tramas repletas de histórias e energias. Consolida a fatura matérica da pintura com essas aplicações aliada a imagens do seu inconsciente, realizando um universo absolutamente encantador aos olhos dos visitantes. A paleta de cores em “Fé Feitiço” explora tons azulados com nuances violáceas, com adição de bordados, ladrilhos e pedras. Transita entre o lilás sutil e o púrpura denso, tons que aprofundam uma sensação de elevação espiritual.
O protagonismo das mulheres está atrelado à esperança e à vontade de resolução, no entanto, há certa melancolia no olhar de suas figuras. Se percebe que a simpatia reflete o trabalho descomunal e silencioso da alteração das condições de vida, da força apesar da dureza da realidade, mas que é vista a partir da morada lúdica. O corpo de trabalho na exposição reverbera sutilezas do interior da artista, como suas memórias infantis de alimentar a fé, como quando ao encontrar uma pedra bonita a transformava em amuleto de sua proteção.
Esse processo de ressignificação é um modo de reexistência, as cores irrompem nas pinturas, os símbolos compõem suas narrativas, envolvendo pensamento, percepção, sentimento e ação. Mignolo afirma que o caminho da reexistência é diverso de resistir, haja vista que resistir é permanecer preso às regras do jogo de outros, reexistir é concretamente o que percebemos na exposição, uma desvinculação para forjar algo singular e potente, uma conversão visual da vida.
A canção de 1997 “Las caras lindas”, interpretada pela cantora peruana Susana Baca, entoa “Las caras lindas de mi gente negra son un desfile de melaza en flor que cuando pasan frente a mi se alegra de su negrura todo el corazón”. A música afro-caribenha de Ismael Rivera exalta a ancestralidade e as raízes ao associar doçura e resistência como melaço em flor. Essa força está presente na poética de Larissa de Souza, sua construção imagética é tão potente que ficamos inebriados por essa energia que é projetada das telas, os tons e texturas intensificam as narrativas tão singulares de cada um dos trabalhos. Sob a velatura das necessidades da vida e da melancolia do desamparo, Larissa de Souza demonstra uma produção genuína e vibrante, uma arte feiticeira.
Serviço
Exposição | Fé Feitiço
De 28 de janeiro a 01 de março
Segunda a sexta, 10h às 19h
Período
28 de janeiro de 2025 10:00 - 1 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Simões de Assis (Lorena)
Alameda Lorena, nº 2050 - Jardim Paulista
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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar cosmos – outras cartografias, exposição coletiva com curadoria da artista Laura Vinci em parceria com o núcleo curatorial Nara Roesler. A
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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar cosmos – outras cartografias, exposição coletiva com curadoria da artista Laura Vinci em parceria com o núcleo curatorial Nara Roesler. A mostra reúne em torno de 30 trabalhos de 22 artistas que, embora possuam poéticas distintas entre si, têm como ponto de convergência a questão da cartografia. A cartografia é um campo do conhecimento que produz representações gráficas de um determinado espaço, e historicamente a mesma dialogou profundamente com as artes, a religião e diversos sistemas de crenças e mitologias. Olhando para os mapas como ideias de representação de mundo, mas também como ferramentas amplamente utilizadas para controle e exploração de territórios colonizados, a mostra busca reunir trabalhos que repensam e subvertem essas representações.
Dentre os nomes de peso histórico da mostra, figuram trabalhos de Anna Bella Geiger, Nelson Leirner e Paulo Bruscky, que buscam trazer a questão da representação gráfica para um viés poético, tanto discutindo questões nacionais quanto se debruçando sobre uma geopolítica mais ampla. A materialidade da cartografia aparece nos trabalhos de André Vargas, Marina Camargo e Carlos Bunga, que constroem (ou percebem) mapas e desenhos através de suportes pouco usuais. Temas de ordem política, trazendo questões como disputas de narrativa e colonialismo estão presentes nos trabalhos de Alfredo Jaar, Jonathas de Andrade, Jaime Lauriano e Talles Lopes.
Nas palavras de Laura Vinci, o foco da exposição decorre “das várias crises que o nosso planeta enfrenta atualmente – sejam elas políticas, migratórias ou ambientais – e o objetivo desta exposição é inspirar a reflexão sobre diferentes abordagens artísticas para essas questões urgentes. Para os artistas, “pensar sobre o mundo” não significa necessariamente filosofar, mas criar imagens, objetos, representações e intervenções que se envolvam com essas ideias globais. Alguns trabalhos podem ter uma perspectiva mais política ou geopolítica, enquanto outros podem enfatizar preocupações ambientais. Juntas, as obras incentivarão um diálogo mais amplo sobre o mundo em que vivemos”.
artistas participantes
Alfredo Jaar, Anna Bella Geiger, Runo Lagomarsino, Ana Linnemann, André Vargas, Arjan Martins, Brígida Baltar, Carlos Bunga, Carlos Motta, Jaime Lauriano, Jonathas de Andrade, Laura Vinci, Marina Camargo, Nelson Leirner, Nelson Felix, Paulo Bruscky, Paulo Nazareth, Rivane Neuenschwander, Talles Lopes, Vanderlei Lopes
Serviço
Exposição | cosmos – outras cartografias
De 06 de fevereiro a 15 de março
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
6 de fevereiro de 2025 09:00 - 15 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 7 de fevereiro a 30 de março, a Sala de Vídeo: Janaina Wagner. A mostra marca
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 7 de fevereiro a 30 de março, a Sala de Vídeo: Janaina Wagner. A mostra marca a estreia do documentário experimental Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025), de Janaina Wagner (São Paulo, SP, 1989), que tem como elemento central a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica.
Projetada para conectar a Amazônia à costa brasileira, a construção da Transamazônica, ocorrida durante o período militar, foi marcada por uma perspectiva extrativista e por tensões com as comunidades da região. A exposição destaca como a rodovia transformou a paisagem e deixou marcas profundas no meio ambiente e no cotidiano das populações locais, afetando tanto a cultura quanto a história do Brasil.
Com curadoria de Leandro Muniz, curador assistente, MASP, a sala de vídeo exibe uma trilogia de vídeos gravados no território amazônico: Curupira e a máquina do destino (2021), Quebrante (2024) e Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025). Na trilogia, a rodovia inacabada dialoga com figuras do folclore brasileiro, criando metáforas críticas sobre a realidade do país. “A obra de Janaína Wagner se apropria de figuras mitológicas ou folclóricas para abordar conflitos reais, como é o caso da Curupira. A personagem carrega simbolismos marcantes, especialmente o detalhe dos pés para trás que andam para a frente, o que, no trabalho de Wagner, sugere as contradições do desenvolvimento predatório”, comenta Muniz.
Os documentários experimentais de Wagner criam ficções para refletir sobre a realidade, entrelaçando história da arte, cinema e literatura. O documentário Iracema – uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, foi uma referência central para a artista, que propôs uma continuação do longa-metragem ao contar novas histórias sobre o que acontece nas margens da rodovia BR-230. Como em Curupira e a máquina do destino (2021), filmado no distrito de Realidade (AM), que narra o encontro entre uma curupira e o fantasma encarnado de Iracema, personagem fictícia do filme de 1974.
Em Rurópolis (PA), primeira cidade fundada na BR-230 para servir de base aos trabalhadores que a construíram, transcorre Quebrante (2024). O vídeo acompanha Dona Erismar, a professora aposentada que descobriu as cavernas da região e ficou conhecida como “A Mulher das Cavernas”.
Encerrando a trilogia de pesquisa de Janaina sobre a Rodovia Transamazônica, Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025) anuncia a aproximação de um Segundo Sol e a catástrofe causada pela crise climática.
Sala de Vídeo: Janaina Wagner é a primeira exibição de 2025 no MASP, que, ao longo do ano, incluirá mostras audiovisuais de Emilija Škarnulytè, Maya Watanabe, Inuk Silis Høegh, Tania Ximena e Vídeo nas Aldeias. A Sala de Vídeo integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da Ecologia.
Serviço
Exposição | cons.tru.ção | definição em aberto
De 07 de fevereiro a 30 de março
Quarta a quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas
Período
7 de fevereiro de 2025 10:00 - 30 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Ava Rocha, artista com reconhecida carreira musical, agora avança em sua prática multidisciplinar ao apresentar uma obra instalativa na Millan. Com abertura no sábado, 8 de fevereiro, a partir
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Ava Rocha, artista com reconhecida carreira musical, agora avança em sua prática multidisciplinar ao apresentar uma obra instalativa na Millan. Com abertura no sábado, 8 de fevereiro, a partir das 15h, dentro de fora de dentro entrelaça diversas linguagens artísticas e tem seu título tomado de um poema da própria artista.
O resultado dessa atuação multidisciplinar é uma instalação que desloca a noção do espaço restritivo do espetáculo musical, modificando o ambiente da galeria e criando um ambiente onírico que transita entre os polos mítico e ordinário, artista e público, promovendo um terreno de encontro aberto ao inesperado. O primeiro desses encontros acontece já na abertura: a partir das 19h de sábado, quando Ava Rocha realiza uma performance na instalação.
Serviço
Exposição | Dentro de fora de dentro
De 08 a 28 de fevereiro
Segunda a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de inaugurar sua programação de 2025 em São Paulo com a nova exposição de Lucia Laguna, A propósito de duas janelas.
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A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de inaugurar sua programação de 2025 em São Paulo com a nova exposição de Lucia Laguna, A propósito de duas janelas. A mostra marca o retorno da artista à cidade desde sua última individual na galeria, em 2020.
Desde que começou a pintar, a janela funciona para Laguna como ponto de vista, mas também orienta as suas decisões compositivas: opera, ao mesmo tempo, como um sistema de ordenação do plano em quadrados e retângulos e como componente que desestabiliza a escala e cria novas vistas dentro do quadro.
Estas obras produzidas neste ano e ao longo de 2024 e 2023, marcam um momento transitivo na pesquisa da artista: recentemente, Laguna passou a ocupar um novo estúdio, deixando aquele em que trabalhou e morou por mais de 40 anos. Esse deslocamento físico leva também a uma transformação formal e temática nas suas obras, e conduz às “duas janelas” aludidas no título da exposição. Em pinturas como Paisagem nº 157 (2024), blocos e faixas monocromáticas em tons neon de verde, amarelo, laranja, vermelho e rosa são novos elementos que expandem o repertório cromático da artista enquanto aguçam as possibilidades inerentes à sua prática. Uma dinâmica de ocultamentos e ênfases visuais cria apagamentos luminosos, presenças que também escondem. Ao cortar e atravessar a superfície, essas intervenções geométricas de planos e linhas desierarquizam a perspectiva, subvertendo proporções. Construções e fragmentos de arquitetura aninham-se dentro de densas representações de mata, cruzando referências vegetais e construtivas.
Ancoradas em figuras, seus trabalhos se convertem em trechos abstratos. As diagonais incisivas, os bloqueios coloridos da superfície, os cortes decididos e as transversais que caracterizam a pintura de Lucia Laguna citam elementos construídos como muros, cabos elétricos, cercas a casas. Traduz-se assim a natureza palimpséstica da constituição urbana do Rio de Janeiro. A presença dessa paisagem labiríntica impõe uma apreensão fragmentária a que a artista responde com observações às vezes micro, às vezes macroscópicas. Nascem obras profundamente situadas no ambiente, com um olhar que esmiúça e expande os arredores, implicado na construção, reconstrução e desconstrução do espaço.
A exposição é acompanhada de um ensaio escrito pelo crítico e curador Diego Matos.
Agradecimento especial a Claudia Moreira Salles pelo mobiliário da mostra.
Serviço
Exposição | A propósito de duas janelas
De 08 de fevereiro a 22 de março
Terças a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 18h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 22 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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A Galeria Leme inaugura a exposição individual “Fulgor atlântico” do artista visual Tiago Sant’Ana, com texto crítico do curador Renato Menezes. Com mais de 30 obras, a mostra reflete
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A Galeria Leme inaugura a exposição individual “Fulgor atlântico” do artista visual Tiago Sant’Ana, com texto crítico do curador Renato Menezes. Com mais de 30 obras, a mostra reflete uma pesquisa sobre os diálogos entre o branco e o azul, conectando esses elementos às tradições escultóricas iorubanas.
Entre os destaques da mostra está a série “Itutu”, composta por desenhos em lápis azul cobalto sobre papel de algodão. A série se inspira na filosofia iorubana, que associa uma frieza mística ou paz de espírito à expressão serena de um rosto. As obras retratam figuras masculinas em diferentes contextos, explorando texturas e contrastes entre gestos precisos e livres. A cabeça, elemento central em todas as composições, faz referência à tradição cultural iorubana que a reconhece como o ponto onde reside a energia vital.
A exposição, segunda individual do artista na galeria, apresenta também o vídeo “Apneia”, que explora os dilemas entre fala e escuta por meio de uma narrativa lírica que combina som, imagem e palavra. Complementam a mostra obras feitas com bordados em seda e composições que utilizam açúcar e pigmentos azuis. Esses trabalhos formam espécies de fotografias ou gravuras reveladas no açúcar, material recorrente na produção de Sant’Ana devido ao seu simbolismo histórico ligado à colonização no Brasil, conectando memória afro-diaspórica a questões históricas.
Tiago Sant’Ana utiliza múltiplas linguagens artísticas para estimular reflexões profundas sobre história e memória, entendendo esta última como um direito essencial para o desenvolvimento social. Suas obras equilibram rigor conceitual e apuro estético, oferecendo ao público uma experiência que alia sensibilidade visual a uma análise crítica.
Serviço
Exposição | Fulgor atlântico
De 08 de fevereiro a 22 de março
Terça a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 17h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 22 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP
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Reunião de obras de Guga Szabzon e Thomaz Rosa e pelo curador Cristiano Raimondi, além de trabalhos criados a quatro mãos, Calambur resulta de um ano de diálogo e
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Reunião de obras de Guga Szabzon e Thomaz Rosa e pelo curador Cristiano Raimondi, além de trabalhos criados a quatro mãos, Calambur resulta de um ano de diálogo e colaboração entre os artistas. Ao longo de 2024, eles passaram a frequentar o ateliê um do outro e a trocar um banco de imagens que guardavam como referência, uma prática que, coincidentemente, já mantinham de antemão. Essas aproximações culminaram em ações mais experimentais, que envolvem a criação de obras cujas etapas foram executadas intercaladamente por Guga e Thomaz, além de trabalhos criados em conjunto. Desse último, um exemplo é Só não sei se continuo (2024). A peça teve a sombra projetada pelo corpo dos dois artistas pintada por Rosa sobre a superfície do feltro, material recorrente na produção de Szabzon.
Cristiano Raimondi — responsável pela curadoria de exposições de Szabzon na Millan e na galeria Travesía Cuatro, no México, em 2023 — incentivou a aproximação entre os artistas ao notar pontos de contato em suas respectivas pesquisas. Ainda que seus trabalhos preservem grandes diferenças, sobretudo no que diz respeito aos processos e materiais empregados por cada um, eles compartilham em suas composições a linha e a sugestão de movimentos rápidos, além de um apreço por correntes da arte moderna e da segunda metade do século XX.
O bate-bola mantido por eles é reposto no espaço expositivo, por meio de movimentos de associação entre as obras e, sobretudo, por outro trabalho elaborado pela dupla. Quicada (2024) consiste em uma mesa de pingue-pongue coberta por traços, formas, pinturas e objetos produzidos pelos artistas. Posicionada no centro do espaço, a obra funciona como uma metonímia de Calambur — o movimento veloz da bolinha arremessada de um lado a outro pelas raquetes — ou o do olhar de quem a acompanha — é o mesmo proposto pelo trio que idealizou o projeto: traçar um percurso errático e fugaz pelo universo de cada artista, seu ateliê, suas obras e os artistas olhados por cada um, formando um rastro que embaralhe e reordene nossa mirada sem definições estáticas. ORDINIEDESORDINE, 2024, obra de Guga Szabzon inspirada pelo artista italiano Alighiero Boetti, mais uma referência partilhada, também perpassa esse raciocínio.
Da mesma forma, o título, Calambur, lida com a permutação. Em seu sentido original, designa um jogo de palavras que as aproxima na fala por uma sonoridade semelhante, ainda que tenham significados distintos. Por fim, um zine com as imagens de referência de Guga Szabzon e de Thomaz Rosa foi elaborado para o projeto, em colaboração com o designer Pedro Alencar. Em formato de flipbook, a publicação acompanha uma bolinha que quica página a página, atravessando o universo de referências que informa a pesquisa de cada artista.
Serviço
Exposição | Calambur
De 08 de fevereiro a 22 de março
Segunda a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 22 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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A Galatea tem o prazer de anunciar a exposição de Isay Weinfeld intitulada Ininteligibilidade. A mostra é composta por objetos coletados em diferentes momentos e contextos, ora rearranjados com
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A Galatea tem o prazer de anunciar a exposição de Isay Weinfeld intitulada Ininteligibilidade. A mostra é composta por objetos coletados em diferentes momentos e contextos, ora rearranjados com humor e argúcia. A faceta artística do arquiteto explora a carga simbólica desses achados ao justapô-los com sutil ironia. Colocando em jogo o estatuto da obra de arte e a figura do artista, Weinfeld não busca criar discursos, mas desmontá-los com o chiste.
Serviço
Exposição | Ininteligibilidade
De 12 de fevereiro a 08 de março
Segunda a quinta, das 10h às 19h, sexta, das 10h às 18h e sábado, das 11h às 17h
Período
12 de fevereiro de 2025 10:00 - 8 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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A Casa Seva, em parceria com a Galeria Vermelho e com curadoria de Ana Carolina Ralston, convida para a abertura da exposição Claudia Andujar: Flora. A mostra reúne uma
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A Casa Seva, em parceria com a Galeria Vermelho e com curadoria de Ana Carolina Ralston, convida para a abertura da exposição Claudia Andujar: Flora. A mostra reúne uma série de imagens que exaltam a beleza e a complexidade ambiental da natureza, permitindo um mergulho sensorial na visão da renomada fotógrafa suíça radicada no Brasil.
A exposição apresenta dez registros da floresta amazônica, capturados por Andujar nos anos 70. As ampliações dessas fotografias possibilitam ao espectador uma experiência imersiva, dividida em dois núcleos expositivos dentro da Casa Seva, espaço independente voltado à arte, natureza e sustentabilidade. No primeiro, as imagens impressas em papel algodão ressaltam a maestria da artista no uso da luz e sua composição poética. Já no segundo núcleo, a projeção de três fotografias sobre tecidos cria uma atmosfera envolvente, permitindo que os visitantes interajam diretamente com a obra.
Além do impacto estético, Claudia Andujar: Flora resgata a mensagem essencial da artista: a importância da preservação da Amazônia. Publicadas originalmente na revista Realidade em uma edição especial sobre a região, essas imagens servem como um alerta para a devastação ambiental e a necessidade de proteger esse ecossistema vital. Como a própria Andujar afirma, “sem a natureza não dá para continuar a viver”.
Serviço
Exposição | Claudia Andujar: Flora
De 13 de fevereiro a 12 de abril
Terça a Sexta, das 11 às 18h, sábado, das 11 às 15h
Período
13 de fevereiro de 2025 11:00 - 12 de abril de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Seva
Al. Lorena, 1257 - Casa 1, Jardins, São Paulo - SP
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A galeria Verve inaugura a primeira exposição individual do artista PV Dias (Belém, PA – 1992) em sua sede no Edifício Louvre, com abertura marcada para o dia 15
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A galeria Verve inaugura a primeira exposição individual do artista PV Dias (Belém, PA – 1992) em sua sede no Edifício Louvre, com abertura marcada para o dia 15 de Fevereiro de 2025. Com amplo reconhecimento institucional, o jovem artista paraense já conta com obras nos acervos permanentes do Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu Nacional de Belas Artes e, mais recentemente, teve uma obra adquirida para o acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). Para sua primeira mostra individual na galeria, Dias apresenta sua pesquisa em torno da estrutura racial no contexto prisional brasileiro a partir de intervenções em arquivos históricos, exibidas em dois núcleos distintos: “Que Tenhas o Corpo” e “Noite do Pau e Corda”, ambos abordando a privação de liberdade e os mecanismos de controle social historicamente atrelados ao racismo estrutural.
“Eu cresci em um núcleo familiar envolto por carimbos, prisões e sentenças. (…)” afirma o artista; “É um trabalho profundamente pessoal, que ao mesmo tempo dialoga com o debate sobre o abolicionismo penal, tema urgente em tempos de violência policial exacerbada em São Paulo e no Brasil. Assustado diante de uma onda gigantesca de violência policial que nunca cessou, pesquisei as primeiras — e talvez únicas — fotografias de pessoas negras do século XIX que têm registrados os nomes das pessoas retratadas, todas condenadas na ocasião por algum tipo de crime”. Desta forma, PV Dias dialoga no primeiro núcleo com o arquivo da Biblioteca Nacional, ao “absolver” simbolicamente a imagem de 100 pessoas negras registradas no “Livro de registros contendo histórico de condenados e suas penas”, datado do século XIX. O ato de carimbar repetidamente esses registros busca restituir a dignidade e memória desses indivíduos, ampliando a leitura do documento e subvertendo a lógica de apagamento.
Já nas pinturas de “Noite do pau e corda”, o artista reconstrói uma cena histórica de abordagem policial na Belém do início do século XX, na qual a uma noite de Carimbó é interrompida pela polícia. Manifestação musical de origem afro-indígena do século XVII, o Carimbó que hoje é celebrado no atual estado do Pará foi, em determinado momento, proibido pelo Estado para “evitar a desordem pública”. Partindo do deslocamento de vivências temporais e locais, PV faz uso dos sons, pinturas, gravuras, arte digital e fotografia de arquivos públicos ou pessoais, para contextualizar as relações e influências raciais moldadas pelas disputas de poder presentes na história do Brasil. Embora a exposição evidencie um sistema historicamente falho e contraditório, perpetuado de formas brutais, a estética figurativa, gráfica e colorida procura ressignificar essas narrativas. Ao recorrer a uma linguagem local, popular e decolonial, o artista apresenta histórias de tal forma a também subverter as tradições do meio artístico hegemônico.
Serviço
Exposição | Que Tenhas o Corpo e Noite do Pau e Corda
De 15 de fevereiro a 15 de março
Terça a sexta-feira, das 11:00 as̀ 18:00h, sábado, das 12:00 as̀ 17:00h
Período
15 de fevereiro de 2025 11:00 - 15 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Verve Galeria
Avenida São Luis, 192, Sobreloja 06, República, São Paulo - SP
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Um conjunto que mescla escultura, instalação e vídeo reorganiza a ambientação da galeria. Seguindo os procedimentos de sua última individual na Central, ‘Montanhas nos observam em time-lapse’ (2019), Manhães
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Um conjunto que mescla escultura, instalação e vídeo reorganiza a ambientação da galeria. Seguindo os procedimentos de sua última individual na Central, ‘Montanhas nos observam em time-lapse’ (2019), Manhães propõe alterações na iluminação do espaço e recorre a recursos sonoros para compor a percepção de uma “floresta inventada”, como pontua a artista.
‘O lado de fora dos olhos fechados’ marca a mudança na prática da artista, que, após um período de silêncio, experimenta novos materiais e soluções formais para as obras apresentadas. “Meu interesse é entrar em algo que não tenha nome, que não seja nem instalação, nem escultura, e sim, todas as coisas juntas” conta Manhães.
Manhães foca, nesta exposição, na invenção de organismos e seus espaços próprios. “Seres organizados em círculo nesta sala, como num alinhamento megalítico, evocam a distribuição de elementos numa floresta, onde habitam entes que vemos e que não vemos. Ronda o mistério; sinto que há um ritual em curso, embora não seja capaz de nomeá-lo.” escreve Ana Avelar, que assina o texto crítico da mostra.
Durante a abertura, que acontece entre 15h e 18h, a artista Mayla Goerisch apresenta uma peça sonora que se inspira e dialoga com a exposição ‘O Lado de Fora dos Olhos Fechados’.
Serviço
Exposição | O lado de fora dos olhos fechados
De 17 de fevereiro a 30 de abril
Segunda a sextas, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Período
17 de fevereiro de 2025 11:00 - 30 de abril de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Central Galeria
Rua Bento Freitas, 306 / subsolo vila buarque / 01220-000 são paulo
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Após passar por Brasília e Salvador, a exposição Nhe´ ẽ Se desembarca na CAIXA Cultural de São Paulo, reforçando a presença das culturas indígenas em uma das maiores cidades
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Após passar por Brasília e Salvador, a exposição Nhe´ ẽ Se desembarca na CAIXA Cultural de São Paulo, reforçando a presença das culturas indígenas em uma das maiores cidades da América Latina. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 18h.
A mostra reúne obras de treze artistas indígenas contemporâneos de diversas regiões, evocando uma jornada de memória, resistência e renovação através das vozes, visões e fluxos de Guaranis, Pankararus, Mura, Tukanos, Molina, entre outros povos. A exposição mescla artistas já renomados com novos nomes: Aislan Pankararu, André Hulk, Auá Mendes, Daiara Tukano, Day Molina, Déba Tacana, Edgar Kanaykõ Xakriabá, Glicéria Tupinambá, Paulo Desana, Rodrigo Duarte, Tamikuã Txihi, Xadalu Tupã Jekupé, e Yacunã Tuxá.
A curadoria é assinada por Sandra Benites e Vera Nunes. Sandra, da etnia Guarani Nhandeva (MS), é pesquisadora e doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ, tendo se tornado a primeira curadora indígena no Brasil a integrar a equipe de um museu. Por sua vez, Vera Nunes é uma das principais mulheres na liderança de projetos artísticos de grande escala no país e pesquisadora em arte pública, gênero, raça e interseccionalidades.
A exposição nasceu a partir de uma pesquisa acadêmica de Benites e revela o desejo de fala dos povos indígenas, tem o patrocínio da CAIXA e do Governo Federal e é idealizada e realizada pela Via Press – Comunicação & Cultura, que atua há 26 anos no mercado, com foco no desenvolvimento de projetos culturais e em ações de comunicação estratégica.
São Paulo: entre rios
Em meio aos prédios e todo o cenário urbano de São Paulo, a exposição mergulha Nhe´ ẽ Se nas formas como os povos indígenas enxergam a vida, a comunidade e a natureza. Desde a origem do mundo, os rios são vistos como as veias da terra e canais que conectam o mundo físico ao espiritual, fornecendo sustento e equilíbrio.
Entrecortada por mais de 300 rios e córregos, como Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, São Paulo é uma cidade rodeada de água. Porém, ao longo de sua construção, os rios foram soterrados pelo asfalto. De acordo com as curadoras Sandra Benites e Vera Nunes, a exposição incorpora com um olhar sensível e feminino, essa dicotomia entre a relação espiritual dos povos indígenas com as águas, e a forma como, em São Paulo, esses rios soterrados, por vezes emergem em intensas chuvas de verão, causando o lembrete de uma vida ainda pulsante.
“Nossa ideia é refletir sobre os rios e o fato de que essa cidade é uma terra indígena, a qual o seu povo, assim como as águas, também foi soterrado e silenciado. Mas é hora de Nhe´ ẽ Se: o desejo de fala.”, explica.
Novo manto tupinambá
A exposição traz o lançamento exclusivo de um manto desenvolvido pela artista Glicéria Tupinambá, natural da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia.
O “Assojaba Tupinambá” é uma vestimenta sagrada, utilizada em rituais e composta por penas de aves nativas. Segundo a artista, a indumentária representa para o povo Tupinambá uma confluência entre a dimensão espiritual, o meio ambiente, a economia, a agroecologia e a transmissão de saberes. O manto também simboliza a relação da invisibilidade das mulheres e o apagamento da cultura indígena ao longo dos anos.
Os mantos Tupinambá são vestimentas sagradas feitas de penas de aves e utilizadas por lideranças indígenas do povo Tupinambá antes da colonização europeia. Eles simbolizavam poder, espiritualidade e pertencimento e eram usados em rituais importantes. No período colonial, os portugueses coletaram diversos artefatos indígenas, incluindo os mantos, que foram levados para museus e coleções europeias.
O primeiro manto que Glicéria teve oportunidade de conhecer pessoalmente foi na França. Desde então, além de reivindicar a devolução desses artefatos, a artista tem sido fundamental no processo de recuperação e valorização da cultura, recriando os mantos e resgatando o conhecimento ancestral.
As obras
Com uma mescla de artistas, a exposição traz diversas linguagens. É possível ver obras mais alinhadas à arte urbana, como as da artista Daiara Tukano, natural de São Paulo, do povo Yepá Mahsã, mais conhecido como Tukano. Além dos artistas manauaras Auá Mendes e André Hulk, que já realizaram diversos grafites em São Paulo; e de Xadalu Tupã Jekupé, natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul.
Também estão presentes as cores de Yacunã Tuxá, de Rodelas, no sertão baiano, e de Tamikuã Txihi, artista que atua na liderança da Terra Indígena Pataxó, da Bahia. Txihi atualmente reside em São Paulo para ajudar na recuperação da Terra Indígena Jaraguá, na zona oeste.
Já Aislan Pankararu, de Petrolândia, no interior de Pernambuco, traz obras com argila; e Paulo Desana, do povo Desana, utiliza luz neon para iluminar o rosto de corpos indígenas. No campo audiovisual, os registros fotográficos do mineiro Edgar Kanaykõ Xakriabá, que se dedica a narrar o cotidiano de sua aldeia; além do vídeo arte de Rodrigo Duarte.
Destaque também para as esculturas em cerâmica de Déba Tacana, pertencente ao povo Tacana, no estado de Rondônia, fronteira com a Bolívia; e para a estilista de moda Day Molina, que traz a obra “Encantaria”, uma vestimenta com palhas, penas e demais elementos indígenas.
Serviço
Exposição | Nhe´ ẽ Se
De 18 de fevereiro a 11 de maio
Terça a domingo, das 9h às 18h
Período
18 de fevereiro de 2025 09:00 - 11 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – SP
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A partir dos anos 1930, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), países econômica e socialmente vulneráveis passaram a ser denominados “subdesenvolvidos”. No Brasil, artistas reagiram ao conceito,
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A partir dos anos 1930, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), países econômica e socialmente vulneráveis passaram a ser denominados “subdesenvolvidos”. No Brasil, artistas reagiram ao conceito, comentando, se posicionando e até combatendo o termo. Parte do que eles produziram nessa época estará presente na mostra Arte Subdesenvolvida, que ficará em cartaz entre 19 de fevereiro e 05 de maio de 2025, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ). Com a curadoria de Moacir dos Anjos e produção da Tuîa Arte Produção, a exposição terá entrada gratuita, mediante retirada de ingresso na bilheteria ou pelo site do CCBB.
O conceito de subdesenvolvimento foi corrente por cinco décadas até ser substituído por outras expressões, dentre elas, países emergentes ou em desenvolvimento. “Por isso o recorte da exposição é de 1930 ao início dos anos 1980, quando houve a transição de nomenclatura, no debate público sobre o tema, como se fosse algo natural passar do estado do subdesenvolvimento para a condição de desenvolvido”, reflete o curador Moacir dos Anjos. “Em algum momento, perdeu-se a consciência de que ainda vivemos numa condição subdesenvolvida”, complementa.
A mostra, com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresenta pinturas, livros, discos, esculturas, cartazes de cinema e teatro, áudios, vídeos, além de um enorme conjunto de documentos. São peças de coleções particulares, dentre elas, dois trabalhos de Candido Portinari. Há também obras de Paulo Bruscky e Daniel Santiago cedidas pelo Museu de Arte do Rio – MAR.
Após a temporada carioca, a exposição segue para o CCBB Brasília, ainda em 2025.
PRINCIPAIS DESTAQUES
Peças de grande importância para a cultura nacional estão presentes em Arte Subdesenvolvida. Duas obras de Cândido Portinari, Enterro (1940) e Menina Ajoelhada (1945), fazem parte do acervo da exposição. Muitas pinturas do artista figuram o desespero, morte ou fuga de um território marcado pela falta de quase tudo.
Outra obra que também se destaca na mostra é Monumento à Fome, produzida pela vencedora da Bienal de Veneza, a ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino. Ela é composta por dois sacos cheios com arroz e feijão, alimentos típicos de qualquer região do Brasil, envoltos por um laço preto. Esse laço é símbolo do luto, como aponta a artista. O público também terá acesso a uma série de fotografias da artista intitulada Aos Poucos.
Outro ponto alto da mostra é a obra Sonhos de Refrigerador – Aleluia Século 2000, de Randolpho Lamonier. “A materialização dos sonhos tem diversas formas de representação, que inclui um grande volume de obras têxteis, desenhos e anotações feitos pelas próprias pessoas entrevistadas, objetos da cultura vernacular e elementos que remetem à linguagem publicitária”, ressalta o artista. “Entre os elementos que compõem a obra, posso listar, além dos têxteis, neons de LED, letreiros digitais, infláveis, banners e faixas manuscritas, até conteúdos sonoros com relatos detalhados de alguns sonhos”, completa Lamonier.
Assim como em SP e BH, lúdica e viva, a instalação multimídia realizará também um inventário de sonhos de consumo dos cariocas, que inclui desde áudios e manuscritos das próprias pessoas entrevistadas a objetos e peças têxteis. Vai ocupar toda a Rotunda do CCBB Rio e, como explica o curador Moacir dos Anjos, “faz uma reflexão, a partir de hoje, sobre questões colocadas pelos artistas de outras décadas”.
Ao todo, mais de 40 artistas e outras personalidades brasileiras terão obras expostas na mostra, entre eles: Abdias Nascimento, Abelardo da Hora, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Artur Barrio, Candido Portinari, Carlos Lyra, Carlos Vergara, Carolina Maria de Jesus, Cildo Meireles, Daniel Santiago, Dyonélio Machado, Eduardo Coutinho, Ferreira Gullar, Graciliano Ramos, Henfil, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, José Corbiniano Lins, Josué de Castro, Letícia Parente, Lula Cardoso Ayres, Lygia Clark, Paulo Bruscky, Rachel de Queiroz, Rachel Trindade, Solano Trindade, Regina Vater, Rogério Duarte, Rubens Gerchman, Unhandeijara Lisboa, Wellington Virgolino e Wilton Souza.
No período em que a exposição ficará em cartaz no CCBB RJ serão realizadas atividades educativas integradas, como a palestra “Arte e subdesenvolvimento no Brasil” com o curador e pesquisador Moacir dos Anjos. O evento discutirá os modos como a arte brasileira reagiu à condição de subdesenvolvimento no país entre as décadas de 1930 e início da de 1980. E como ela incorporou, temática e formalmente, os paradoxos dessa condição. Discussão que importa para entender a recente virada política na arte brasileira contemporânea. A palestra conta com tradução simultânea em LIBRAS.
O SUBDESENVOLVIMENTO EM DÉCADAS
A exposição será dividida por décadas. No primeiro eixo, Tem Gente com Fome, apresenta as discussões iniciais em torno do conceito de subdesenvolvimento. “São de 1930 e 1940 os artistas e escritores que começam a colocar essa questão em pauta”, afirma o curador Moacir dos Anjos.
No segundo eixo, Trabalho e Luta, haverá uma série de obras de artistas do Recife, Porto Alegre, entre outras regiões do Brasil onde começaram a proliferar as greves e as lutas por direitos e melhores condições de trabalho.
Já o terceiro bloco se divide em dois. Em Mundo e Movimento “a política, a cultura e a arte se misturam de forma radical”, explica Moacir. Nessa seção há documentos do Movimento Cultura Popular (MCP), de Recife, e do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro. Na segunda parte, Estética da Fome, a pobreza é tema central nas produções artísticas, em filmes de Glauber Rocha, obras de Hélio Oiticica e peças de teatro do grupo Opinião. “Nessa época houve muita inventividade que acabou sendo tolhida depois da década de 1960”, completa o curador.
O último eixo da mostra, O Brasil é Meu Abismo, traz obras do período da ditadura militar e artistas que refletiram suas angústias e incertezas com relação ao futuro. “São trabalhos mais sombrios e que descrevem os paradoxos que existiam no Brasil daquele momento, como no texto O Brasil é Meu Abismo, de Jomard Muniz de Britto”, finaliza o curador.
Serviço
Exposição | Arte Subdesenvolvida
De 19 de fevereiro a 05 de maio
Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras
Período
19 de fevereiro de 2025 09:00 - 5 de maio de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ)
Rua Primeiro de Março, 66 –Centro, Rio de Janeiro - RJ
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Gabriel Branco, Shaolin Shabba e Thiago Almeida, também conhecido como TAF, são os artistas que formam a coletiva “Instante em Frequência de Luz” que abre em 20 de fevereiro
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Gabriel Branco, Shaolin Shabba e Thiago Almeida, também conhecido como TAF, são os artistas que formam a coletiva “Instante em Frequência de Luz” que abre em 20 de fevereiro na MITS Galeria. A tríade ‘luz’, por meio das obras de Shaolin, ‘energia’ nas de Gabriel e ‘memória’, pautada nas criações de TAF, conectam as dezenas de obras dos três artistas que compõem a mostra, gratuita, em cartaz até 29 de março.
Com um ‘olhar’ em um passado recente, mais especificamente a “Geração 80” que marcou uma nova ‘descendência’ de artistas, mas sem perder a visão para o futuro, Roger Supino e Guilherme Giaffone, sócios da MITS Galeria, explicam que “Instante em Frequência de Luz” tem, entre outros, o papel de mostrar o que há de novo, o que temos agora. “Somos resultado de tudo o que houve até aqui”, explicam acerca da curadoria. A mostra também está em consonância com a proposta da galeria em trazer novos olhares, jovens artistas e fomentar o mercado de arte contemporânea.
Assim, diferentes poéticas se entrelaçam e resultam em trabalhos atemporais e com técnicas inovadoras, como nas obras de TAF, que transita no âmbito instável da memória. O artista, que usa técnicas alternativas de impressão para realizar seus trabalhos explorando diferentes suportes e materiais como a serigrafia, a cianotipia e de intervenções manuais, faz de suas fotos algo permanente, mesmo quando já não há mais forma.
Nas pinturas de Shaolin, luz e sombra desafiam o espaço da tela e oferecem revelações, possibilitando a compreensão do ‘ser’. Como em um lembrete acerca da existência do futuro, o que pulsa em seus trabalhos e a esperança que sobrevive na fragilidade do dia a dia, independentemente da escuridão que paira sobre a dúvida e impede o olhar além do imediato. Gabriel Branco, por sua vez, apresenta pinceladas vibrantes em suas telas que se espalham como energia dissipada, que se recusa à rigidez. As obras são pinturas em constante movimento que marca tons não como atos fixos e encerrados, mas como fluxos que não cessam.
Shaolin Shabba Shao, artista multidisciplinar, divide seu tempo entre pesquisas corporais, dramaturgia e pintura. Nascido e criado em Guarulhos, no extremo norte de São Paulo, iniciou seus estudos no Instituto Criar onde se formou em direção de arte (2020). Atualmente, Shaolin dedica-se à série “A luz no fim do túnel”, um conjunto de obras que investiga o conceito de esperança em meio às dificuldades cotidianas. Suas pinturas abordam a fragilidade do futuro e a maneira como deixamos de enxergar o amanhã, refletindo sua crença de que a arte nasce das experiências vividas.
Gabriel Branco é um artista visual de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, cuja prática transita entre fotografia e pintura. Sua trajetória começou em 2018, explorando a fotografia analógica como meio de capturar as dinâmicas do mundo exterior. Essa abordagem culminou em sua primeira exposição individual, realizada no Espaço Delírio em 2021, marcando seu lugar no cenário artístico independente. Há dois anos, Gabriel expandiu sua linguagem para a pintura abstrata, desenvolvendo obras que exploram questões astrais e energéticas.
Thiago Almeida (TAF), nascido no Rio de Janeiro em 1997, é fotógrafo, artista visual e arte educador. Graduado em Cinema pela FACHA, estudou na EAV Parque Lage e se desenvolveu no campo dos fotolivros e livros de artista. Sua inspiração vem da criação de mundos imaginários a partir de registros cotidianos. Em 2021 e 2022, teve suas publicações selecionadas pelo Festival ZUM do Instituto Moreira Salles, e em 2023, sete de suas publicações foram adquiridas pelo acervo do IMS SP. Desde 2020, TAF atua como arte educador no projeto social “CDD Skate Arte”, que leva skate e arte para crianças da Cidade de Deus.
Serviço
Exposição | Instante em Frequência de Luz
De 21 de fevereiro a 20 de março
Segunda a sábado, das 10h às 20h
Período
21 de fevereiro de 2025 10:00 - 20 de março de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
MITS Galeria
R. Padre João Manoel 740 - Jardins, São Paulo - SP
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Um dos maiores intérpretes da música brasileira, Ney Matogrosso completa 50 anos de carreira em 2025 e ganha homenagem no MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria
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Um dos maiores intérpretes da música brasileira, Ney Matogrosso completa 50 anos de carreira em 2025 e ganha homenagem no MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A exposição “Ney Matogrosso”, que abre ao público no dia 21 de fevereiro, começa a vender ingressos a partir do dia 05 de fevereiro. A mostra faz um percurso cronológico pela obra do artista, passando por cada década de sua atuação na frente dos palcos – desde a estreia como vocalista do grupo “Secos & Molhados”, até seu mais recente álbum “Nu com minha música”, o primeiro concebido separadamente de um show.
Dividida em seis áreas, a exposição exibe centenas de elementos têxteis como figurinos e adereços de shows e videoclipes, além de documentos, capas de álbuns, pôsteres e CDs. Há trechos de uma entrevista concedida por Ney Matogrosso ao programa Notas Contemporâneas, do MIS, na ocasião dos 45 anos do museu. Diversas fotografias emblemáticas de todas as fases do homenageado estão na exposição também, em obras de Madalena Schwartz, Thereza Eugênia, Ary Brandi e Daryan Dornelles.
A curadoria é assinada pelo diretor-geral do MIS, André Sturm, o projeto expográfico é dos arquitetos Juan Cabello Arribas e Viviane Sá e os textos da exposição foram compostos pelo jornalista Julio Maria, autor de “Ney Matogrosso – a biografia”, lançada pela Companhia das Letras em 2021. A exposição tem parceria do SENAC e apoio da Paris Filmes.
“Antes de tudo sou um fã do Ney Matogrosso desde os anos 70. É um imenso prazer poder levar aos visitantes do MIS a história deste artista único do cenário brasileiro, que segue com a mesma energia mobilizando o público”, afirma André Sturm, curador e diretor-geral do MIS. “Ney foi o grande destaque das celebrações de 45 anos do MIS, em 2015, ao participar do programa Notas Contemporâneas, contando para o público presente histórias de sua vida e carreira. Foi um momento inesquecível e, agora, dez anos mais tarde, trazemos essa nova homenagem com uma exposição inédita e muito especial”.
O vídeo completo com a participação de Ney Matogrosso no Programa Notas Contemporâneas – Especial 45 anos do MIS, de maio de 2015, pode ser conferido no Acervo Online do Museu, neste link.
A exposição conta com elementos cenográficos desenvolvidos pela Paris Entretenimento, exclusivamente para o filme “Homem com H”. O filme, que tem previsão de lançamento para maio, tem direção de Esmir Filho e conta com o ator Jesuíta Barbosa no papel de Ney Matogrosso.
O SENAC São Paulo detém toda a coleção de indumentária de Ney Matogrosso, cedida pelo próprio artista para manutenção e guarda na instituição. Ao longo dos últimos anos, tendo as peças como objeto central de estudos do departamento de Moda, o SENAC organizou pequenas exibições com itens selecionados em diversas unidades do Estado de São Paulo. Na exposição do MIS é a primeira vez onde a coleção poderá ser vista em sua integridade, com mais de duzentos itens que vão de calçados à adereços de cabeça, da década de 1970 aos anos 2000.
Serviço
Exposição | Territórios Diluídos
De 21 de fevereiro a 30 de março
Terças a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
21 de fevereiro de 2025 10:00 - 30 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som - MIS
Av. Europa, 158, Jd. Europa São Paulo - SP
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Anderson Novais, também conhecido como Magoo Ilegal, abre individual “Somos EU”, na galeria Alma da Rua, localizada no Beco do Batman, um dos endereços mais emblemáticos em arte urbana
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Anderson Novais, também conhecido como Magoo Ilegal, abre individual “Somos EU”, na galeria Alma da Rua, localizada no Beco do Batman, um dos endereços mais emblemáticos em arte urbana na cidade de São Paulo, dia 22 de fevereiro, a partir das 14h. Trata-se de uma exposição que trafega pelos múltiplos “eus” do artista em momentos de recomeço e fuga para si mesmo, nesse labirinto do ser, do estar e do caos, entre a dor e o prazer do caminhar.
Com parte de obras inéditas, cerca de 15 trabalhos compõem a mostra que, segundo o próprio artista, pontua um novo momento tanto em sua vida pessoal quanto em sua carreira. “Esta mostra vem após um período de perdas emocionais e materiais, por isso marca um novo capítulo, inspirado em recomeçar.” Ainda de acordo com Magoo, “a gente é diferente a cada hora, estamos em plena mutação conforme o que vivemos e as obras marcam essas ‘reinvenções’ particulares.”
Trabalhos figurativos, sem apresentar gêneros específicos e, ao mesmo tempo, estilizados, são característicos do artista. Para “Somos EU”, saber o que “é leve e o que é pesado, abraçar os medos”, conta Magoo, podem ser percebidos por meio de tinta acrílica sobre tela e sobre madeira nas quais apresentam traços finos típicos, mas sem predefinições, e perfilam na exposição, gratuita, que segue em cartaz até 20 de março.
Serviço
Exposição | Somos EU
De 22 de fevereiro a 20 de março
Todos os dias das 10h às 18h
Período
22 de fevereiro de 2025 10:00 - 20 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Alma da Rua II
Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo - SP
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Alvorada. A primeira claridade. O instante crepuscular. A clara nata que prepara a chegada do sol. Um convite à redescoberta do mundo dia após dia. Esse momento, que tanto
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Alvorada. A primeira claridade. O instante crepuscular. A clara nata que prepara a chegada do sol. Um convite à redescoberta do mundo dia após dia. Esse momento, que tanto encantou os impressionistas no desejo fugaz de captar o preâmbulo cromático da precoce manhã, é o fio poético que une os trabalhos de Deni Lantz e Julia Kater. Seja nas colagens e recortes fotográficos de Kater ou nas pinceladas enceradas de Lantz, o que instiga esta seleção é menos o conteúdo de suas produções que a proposição imersiva em uma fenomenologia da cor, partilhada entre olho e pele na experiência sensível de suas poéticas. Uma aproximação que acentua a curiosa intenção de ambos sobre a figura, cuja aparição em suas composições se dá pelas bordas.
Afeitos ao desejo de ultrapassar o invólucro aparente das coisas para vislumbrar as relações sensíveis que permeiam o tema representado e quem o representa, os artistas encontram como ferramenta de exame a cor. Valem-se da sensualidade das gradações cromáticas para propor novas maneiras de contemplar que muito se assemelham à primeira vista do dia, quando abrimos os olhos e vemos de modo borrado as formas fugidias do entorno. Lembra-nos, afinal, que alvorada é também toque do despertar, de recobrar os sentidos.
As fagulhas luminosas inaugurais são aqui sugeridas por Lantz ainda em tons soturnos. A textura riscada, quase ríspida, de alguns trabalhos, se dá pelo uso experimental da própria tinta: em seu estado endurecido, ela é pressionada diretamente contra o suporte, criando sulcos e rastros do caminho percorrido pelo pincel. Outros, todavia, carregam consigo uma camada sedosa, resultado do uso da cera de abelha junto à paleta cromática. Nesses diferentes acabamentos, em que o olho consegue tocar a superfície, repousam as mais tenras sensações das qualidades de incidência da luz sobre objetos e paisagens.
É de maneira dúbia, contudo, que a realidade é, para Lantz, o tudo e o nada. Tudo, visto que em cada uma das telas é um pequeno índice da relação de equidade e escuta que o artista presta à terra, aos seus seres vegetais, aos fungos que a revolvem, e, enfim, a todo o ecossistema natural que resvala em sua prática pictórica, sempre embebida de seu aprendizado com a natureza. Nada, pois há um tanto de imaginação nossa, como do artista, em traçar um paralelo de composições tão abstratas com um tema em específico. Neste jogo de relações bipolares, sua pintura se torna, fundamentalmente, um campo de ensaio em que cada peça é o resultado de uma tênue equação entre o desejo do mundo material e o modo como Lantz maneja o espaço dessa dança.
Julia Kater, por sua vez, tem um compromisso com a imagem completamente divergente da premissa da fotografia clássica de capturar o instante ideal. Seu interesse é o de liberar a fotografia de sua função primeva. Por meio de recortes, faz um desenho-colagem de resquícios fotográficos de paisagens, sobrepondo-as na intenção de construir um outro horizonte. Assim, a superfície planar fotográfica, tão voltada à ilusão, conquista a tridimensionalidade em blocos configurados para agrupar as minuciosas camadas. O gesto do corte, por sua vez, cria outros desenhos – que podem ser percebidos como silhuetas de montanhas ou de dunas de areias, ou como a transmutação de uma sensação rítmica de um corpo perante uma música ou som.
Aqui, seus trabalhos estabelecem uma ideia de variação pela cor, traçada na recombinação de fotografias de diferentes momentos do dia. O gesto do corte estabelece o ritmo da leitura das camadas sobrepostas, enquanto experimentos analógicos partilham do mesmo desejo de captura de algo que foge à representação fotográfica, atendo-se às falhas e borrões que conduzem o espectador a tatear a incerteza. Talhadas em tiras de céus, mares e incidências de luz natural, as composições de Kater rearticulam o sentido deste mundo para ansiar a chegada de um outro, inédito, ainda que mediante a evocação de um imaginário de tantas outras cenas de paisagens quaisquer.
Alvorada sugere um jogo entre o amanhecer e o anoitecer. Na relação quase tátil que Lantz e Kater estabelecem com a cor, os ciclos do dia e suas oscilações entre claridade e escuridão tornam-se alegorias mediadas pelas pinceladas e composições reunidas aqui. Lamber o céu, tatear o horizonte: o convite à candura de quem abre os olhos e é irradiado pelas faixas de luz da manhã como se fosse a primeira vez.
Serviço
Exposição | Alvorada
De 20 de fevereiro a 12 de abril
Segunda a sexta, 10h às 19h, Sábado, 10h às 15h
Período
22 de fevereiro de 2025 10:00 - 20 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Simões de Assis - Balneário Camboriú
3ª Avenida, esquina c/ 3.150, sala 04, centro, Balneário Camboriú - SC