A Ilustração como Porta para o Mundo
Visitação gratiuta
Até 14 de outubro de 2018
Ter a sex: das 09h00 às 21h00
Sab: das 10h00 às 21h00
Dom: das 10h00 às 18h00
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Depois de atrair quase 1 milhão de visitantes com a exposição “Dos Brasis – arte e pensamento negro” – considerada uma das maiores mostras dedicadas exclusivamente à produção negra nacional -, o Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, abrirá, neste sábado (24/5), um novo projeto expositivo que promete grande repercussão. Trata-se de “Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência“, que reunirá obras e performances de artistas indígenas aldeados de diferentes partes do país.
A mostra será aberta em etapas – ou em “fogueiras”, terminologia utilizada pela curadoria do projeto. Ela é assinada pela antropóloga e ativista indígena Sandra Benites e pelo curador-chefe do Museu de Arte do Rio (MAR), Marcelo Campos, com a assistência de Rodrigo Duarte, artista visual e ativista socioambiental. O termo fogueiras (TATA YPY, a origem do fogo, em guarani) faz referência às práticas culturais ancestrais de reunião ao redor do fogo. Para a mostra, a palavra se refere aos encontros e debates que abrem cada etapa da exposição.
“É nas fogueiras que há compartilhamento e diálogo aquecido pela força e afeto. É o lugar de encontro de uma comunidade, um lugar de debate, tomadas de decisões, recontar nossas histórias e acordar memórias”, explicam os curadores.
Andrey Guaianá e debate com lideranças indígenas
A primeira fogueira, neste sábado (24/5), será marcada pela inauguração da obra comissionada de Andrey Guaianá Zignnatto, na Galeria Brasil, e por uma conversa entre público, artistas e lideranças indígenas no Salão das Convenções. Participarão Lutana Kokama, Vanda Witoto, Iracema Gãh Té Kaingang e Alice Kerexu Takua, além da curadora Sandra Benites. A atividade, que acontece das 14h às 17h, tem entrada franca. Também haverá transmissão ao vivo através de um link que será disponibilizado em www.sescrio.org.br.
Nascido em Jundiaí (SP), descendente de povos Tupinaky’ia e Gûarini, Andrey é reconhecido por trabalhos que fazem referência ao universo do labor. Neto de pedreiro, do qual foi ajudante quando criança, Andrey utiliza em suas obras materiais como sacos de cimento, tijolos, juntas de argamassa e fragmentos e sobras de intervenções urbanas. Sua intenção é provocar uma reflexão sobre a relação instável e dinâmica que o ser humano estabelece com o meio que o cerca.
Diversidade de povos
A fogueira seguinte será no dia 7 de junho, com o desenvolvimento das obras comissionadas, ou seja, desenvolvidas exclusivamente para a mostra. O público poderá acompanhar o processo de criação dos trabalhos, que envolverá instalações, pinturas e ilustrações. As peças serão criadas por artistas e coletivos de Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dos povos Desana, Baniwa, Anambé, Guarani Nhandeva, Xavante, Guarani, Mbya e Karapotó.
A composição do projeto prossegue no dia 10 de julho, coincidindo com o Festival Sesc de Inverno, quando serão apresentadas obras audiovisuais, incluindo mapping, e inaugurada a obra da artista Tamikuã Txihi no entorno do lago Quitandinha. Para o dia 9 de agosto está prevista a última fogueira, que completa a exposição, com obras que remetem à arte e à memória. A mostra se estenderá até fevereiro de 2026.
Serviço
Exposição | Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência
De 24 de maio a 24 de fevereiro
Terça a domingo e feriados, das 10h às 16h30
Período
24 de maio de 2025 10:00 - 24 de fevereiro de 2026 16:30(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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Como se constrói uma exposição de arte? Qual o papel de um curador de uma coleção? Na 69ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, somos convidados a conhecer a trajetória
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Como se constrói uma exposição de arte? Qual o papel de um curador de uma coleção? Na 69ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, somos convidados a conhecer a trajetória de um dos mais importantes pesquisadores das artes no Brasil, o curador, gestor cultural, crítico de arte e artista Paulo Herkenhoff.
A mostra – com curadoria de Leno Veras e da equipe do Itaú Cultural – apresenta documentos, fotografias, livros, obras de arte e diversos de seus cadernos de anotação para se debruçar sobre três aspectos fundamentais do trabalho de Paulo: o colecionismo, a curadoria de exposições e a edição de publicações de arte.
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, nosso homenageado tem um trabalho marcado pela investigação profunda da história da arte, da cultura e de seus protagonistas; pela tessitura de redes de saber e pelas ações estruturantes em museus e organizações nas quais atua, sempre preocupado com o fortalecimento das bases que sustentam as instituições culturais, garantindo sua perenidade e permanência. Como gestor e crítico, se engaja na construção de coleções e análises críticas que olhem e representem, de fato, a multiplicidade que constitui o país, e a transmissão de seus saberes inerentes.
Na juventude, ainda em Cachoeiro de Itapemirim, Paulo Herkenhoff cresceu imerso em uma escola criada e gerida por sua família. Foi nela onde começou a trabalhar na biblioteca aos 10 anos, ministrou aulas aos 14 e montou sua primeira curadoria, uma mostra dedicada ao estado da Paraíba, aos 6 anos. Frequentou a Escolinha de Arte de Cachoeiro de Itapemirim, fundada por Isabel Braga em 1950 e, na década de 1970, foi aluno do artista Ivan Serpa. Foi inclusive enquanto aluno de Serpa que Paulo começou a carreira artística. Sua receptividade foi imediata, sendo premiado no Salão Universitário da PUC-Rio, no Salão de Verão, na exposição Valores Novos e na VII Jovem Arte Contemporânea. Nessa mesma década participou da Bienal de Veneza e da Bienal de Paris.
Seu sonho, desde a juventude, era trabalhar com diplomacia, que o leva a cursar Direito, carreira que deixaria de lado anos mais tarde para se dedicar à cultura e à arte. Foi Curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), Diretor Cultural do Museu de Arte do Rio (MAR), também com passagens pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), pelo Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA) e muitas outras organizações dentro e fora do Brasil. Foi responsável por curadorias que ficaram para a história da arte brasileira, como a 24ª Bienal Internacional de São Paulo, conhecida como a “Bienal da Antropofagia”; o Pavilhão brasileiro da 47ª Bienal de Veneza (Itália), o Salão Arte Pará, em dezenas de edições; o Tempo, no MoMA (Nova Iorque); Vontade Construtiva na Coleção Fadel, no MAM-RJ; entre outras. No Itaú Cultural, foi curador das mostras Investigações: o trabalho do artista (2000), Trajetória da Luz na Arte Brasileira (2001), Caos e Efeito (2011), Modos de Ver o Brasil: 30 anos do Itaú Cultural (2017) e Sandra Cinto: das Ideias na Cabeça aos Olhos no Céu (2020).
Além da exposição, a Ocupação Paulo Herkenhoff conta com um site e uma publicação – disponíveis na data de abertura – que expandem e aprofundam os conteúdos trabalhados na mostra, com textos do próprio homenageado, além de depoimentos de parceiros e pesquisadores sobre o legado de sua atuação para a arte brasileira.
Serviço
Exposição | Ocupação Paulo Herkenhoff
De 30 de agosto a 23 de novembro de 2025
Terça a sábado, das 11h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
30 de agosto de 2025 11:00 - 23 de novembro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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O Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e o Instituto Tomie Ohtake apresentam a exposição A terra, o fogo, a água e os ventos – Por
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O Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e o Instituto Tomie Ohtake apresentam a exposição A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant. Concebida como um museu em movimento e dedicada à obra e ao pensamento do poeta, filósofo e ensaísta martinicano Édouard Glissant (1928–2011), a exposição integra a Temporada França-Brasil 2025 como um de seus principais destaques.
Com seu título inspirado na antologia poética La Terre, le feu, l’eau et les vents (2010), organizada pelo escritor martinicano, a mostra ensaia o que seria um “Museu da Errância”. Errância é uma vivência da Relação: recusa filiações únicas e propõe o museu como arquipélago – espaço de rupturas, apagamentos e reinvenções sem síntese forçada. Contra genealogias rígidas, propõe-se uma memória em trânsito, feita de alianças provisórias, traduções e tremores – um processo institucional movido pelo encontro entre tempos, territórios e linguagens. Ainda que Glissant tenha deixado fragmentos de sua visão para um museu do século 21, não chegou a concretizá-lo.
A exposição imagina como poderia ser esse Museu da Errância em múltiplas camadas e conexões inesperadas entre obras, documentos e paisagens. As duas ideias-chave da organização da montagem da exposição são a palavra da paisagem e a paisagem da palavra, concebidas a partir da concepção de Glissant de “parole du paysage”. Para o poeta, a paisagem não é apenas cenário externo, mas força ativa que molda memórias, gestos e linguagens.
Além disso, estão presentes em frases, manuscritos e entrevistas do autor outras ideias como Todo-mundo, crioulização, arquipélago, tremor, opacidade, palavra da paisagem e aqui-lá. Trata-se de um arco de assuntos interligados com profunda relevância no mundo contemporâneo, que mais uma vez se vê permeado por discursos e medidas de intolerância perante o diverso e incapaz de criar canais de escuta dos elementos naturais e das paisagens ameaçados de destruição.
É nesse horizonte que se apresenta, pela primeira vez no Brasil, parte da coleção pessoal reunida por Glissant e atualmente preservada no Mémorial ACTe, em Guadalupe. O conjunto inclui pinturas, esculturas e gravuras de artistas com quem o pensador conviveu e sobre os quais escreveu, como Wifredo Lam, Roberto Matta, Agustín Cárdenas, Antonio Seguí, Enrique Zañartu, José Gamarra, Victor Brauner e Victor Anicet, entre outros. São artistas de crescente reconhecimento internacional, que viveram trajetórias de diáspora e imigração, e produziram em trânsito entre línguas, linguagens, paisagens e histórias múltiplas.
À coleção de obras somam-se documentos, cadernos, vídeos e fragmentos de textos e entrevistas de Glissant, igualmente inéditos. A mostra apresenta também trechos da extensa entrevista concedida em 2008 a Patrick Chamoiseau, escritor martinicano e parceiro intelectual de Glissant, da qual resultou o monumental Abécédaire.
Este extenso e rico acervo é apresentado em diálogo com trabalhos de mais de 30 artistas contemporâneos das Américas, Caribe, África, Europa e Ásia, que convocam o público a experimentar, de forma sensorial, o entrelaçamento entre paisagem, linguagem e memória.
A exposição é parte da pesquisa de longo prazo do Instituto Tomie Ohtake em torno da produção de memória, a exposição dá sequência a iniciativas recentes como a mostra Ensaios para o Museu das Origens (2023) e o seminário Ensaios para o Museu das Origens – Políticas da memória (2024), que reuniu representantes de museus, arquivos e comunidades em um intenso debate sobre preservação e cidadania.
Serviço
Exposição | A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant
De 03 de setembro a 25 de janeiro
Terça a domingo, das 11h às 19h – última entrada às 18h
Período
3 de setembro de 2025 11:00 - 25 de janeiro de 2026 19:00(GMT-03:00)
Local
Instituto Tomie Ohtake
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201, Pinheiros, São Paulo – SP
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Ailton Krenak consolidou-se, ao longo dos anos, como um dos principais porta-vozes da causa indígena no Brasil e no exterior. Sua trajetória impulsionou um movimento coletivo para repensar
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Ailton Krenak consolidou-se, ao longo dos anos, como um dos principais porta-vozes da causa indígena no Brasil e no exterior. Sua trajetória impulsionou um movimento coletivo para repensar o mundo, trazendo para o centro do debate temas como humanidade, natureza, espiritualidade e futuro.
Um marco histórico aconteceu em 1987, quando ele pintou o rosto com jenipapo durante um discurso na Assembleia Constituinte, gesto que se tornou símbolo de resistência, um aviso de que os povos indígenas existem, resistem e têm muito a dizer.
A Ocupação Ailton Krenak, realizada pelo Itaú Cultural (IC), celebra esse percurso. Nascido em 1953, no Vale do Rio Doce (MG), ele é autor de obras fundamentais que se tornaram referência em tempos de crise, como Ideias para adiar o fim do mundo, A vida não é útil e Futuro ancestral. Além da produção literária, Ailton foi responsável por importantes iniciativas, como a criação do Programa de Índio, do Jornal Indígena e do Núcleo de Cultura Indígena (NCI), que ampliaram e fortaleceram a voz dos povos originários.
A mostra ocupa o piso térreo do IC e apresenta depoimentos, manuscritos e registros de uma vida dedicada a pensar caminhos fora da lógica do consumo e da destruição. O projeto inclui, ainda, uma publicação impressa (disponível on-line) e um site com conteúdos exclusivos (itaucultural.org.br/ocupacao).
Além da dimensão de homenagem, esta Ocupação – palavra que na língua Krenak se traduz como Men am-ním – é um convite a desacelerar, conceber outros horizontes e descolonizar o olhar.
Serviço
Exposição | Ocupação Ailton Krenak
De 04 de setembro a 23 de novembro
Terça a sábado, das 11h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h
Período
4 de setembro de 2025 11:00 - 23 de novembro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Sâo Paulo - SP
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O Sesc Casa Verde inaugura os murais monumentais da artista Giulia Bianchi, criados especialmente para o espaço da Comedoria dentro do projeto “Mão, Terra, Fogo”. As quatro obras,
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O Sesc Casa Verde inaugura os murais monumentais da artista Giulia Bianchi, criados especialmente para o espaço da Comedoria dentro do projeto “Mão, Terra, Fogo”. As quatro obras, cada uma com 5 x 12 metros, totalizam 240 m² de pintura em tinta acrílica PVA — o equivalente à fachada de um edifício de 16 andares. Em dimensões grandiosas, os murais retratam alimentos emblemáticos da cultura brasileira: carne, alhos, peixes e bananas.
Intituladas Dança, Âmbar, Limiar e Terra, as pinturas se inserem no conceito de alimentação desenvolvido pelo Sesc, que entende a comida como expressão viva de identidades, territórios e modos de vida. Mais do que representações figurativas, os murais exploram os aspectos sensoriais e sinestésicos da pintura, evocando sabores, aromas e texturas que transcendem a imagem. A proposta conecta arte e alimentação em diálogo com questões atuais como sustentabilidade, biodiversidade e preservação de saberes tradicionais.
A pesquisa de Bianchi, marcada pelo contato com comunidades agrícolas do Vale do Ribeira e experiências internacionais, reflete em composições oceânicas que parecem expandir-se além das paredes, tensionando a fronteira entre o visível e o imaterial. As obras permanecem em exibição pública no Sesc Casa Verde até 19 de dezembro, reforçando o papel do espaço como ponto de encontro entre cultura, alimento e comunidade.
Serviço
Exposição | Mão, Terra, Fogo
De 20 de setembro a 19 de dezembro
Terça a sexta-feira, 10h às 18h30; sábados, domingos e feriados, 10h às 17h30
Período
20 de setembro de 2025 10:00 - 19 de dezembro de 2025 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
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Foram meses de pesquisa entre Bahia, Pará e Rio de Janeiro, durante os quais o artista visual Adriano Machado construiu as obras da exposição Gestos Indizíveis,
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Foram meses de pesquisa entre Bahia, Pará e Rio de Janeiro, durante os quais o artista visual Adriano Machado construiu as obras da exposição Gestos Indizíveis, em cartaz no Galpão Bela Maré, no Rio de Janeiro. O conjunto reúne, em sua maioria, fotografias que exploram gestos cotidianos, materialidades e modos de ensinar e aprender transmitidos em família e comunidade.
A exposição se inspira nos Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros, sistematizados pela educadora e intelectual negra Azoilda Loretto da Trindade (1957–2015), referência fundamental na pedagogia afro-brasileira. Circularidade, corporeidade, musicalidade, ancestralidade, memória, ludicidade e axé são alguns desses princípios que atravessam o trabalho de Machado, conduzindo uma poética que fala de afeto, proteção, mistério e coletividade.
Para o artista, o encontro com as pessoas e seus cotidianos é sempre ponto de partida: “Na minha fotografia, é essencial que exista a presença da confiança. As pessoas fotografadas precisam compartilhar a narrativa comigo. Quase tudo na imagem vem delas, de suas casas, de suas memórias, para que possamos criar cenas perenes”, explica.
Com curadoria de Ana Paula Lopes, assistente de curadoria na Pinacoteca do Estado de São Paulo, a exposição foi selecionada como projeto vencedor do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia – 17ª edição.
Gestos Indizíveis surge do que Machado chama de territórios afroinventivos, espaços imaginários e poéticos que atravessam cotidiano, ancestralidade e modos de existir afro-brasileiros. Para construir essas obras, o artista desenvolveu um método de atenção aos saberes invisíveis, aprendendo com a capoeira angola, observando a oficina de solda do pai e acompanhando o trabalho diário de familiares que vendem e fabricam comida ou roupas. Esses gestos, muitas vezes sutis, se tornam material para fotografias e vídeos que exploram madeira, ferro, barro, água, fogo e outros elementos, transformando o cotidiano em narrativa estética e política.
A abertura será marcada por uma programação especial que celebra memória, ancestralidade e educação antirracista. Pela manhã, das 10h às 14h, o Galpão da Maré recebe a 5ª edição do Caruru da Gratidão, homenagem ao legado da educadora Azoilda Loretto da Trindade, reunindo oficinas para crianças e adolescentes, partilha de alimentos e o tradicional caruru, símbolo de afeto e coletividade. Ao mesmo tempo, no Cinema da Maré, a equipe de educadoras do Caruru da Gratidão conduz a Oficina Valores Civilizatórios Afro-brasileiros, a partir das 10h30, apresentando princípios como coletividade, ancestralidade e oralidade por meio de contação de histórias, músicas e brincadeiras, fortalecendo orgulho e pertencimento às raízes da ancestralidade.
Serviço
Exposições | Gestos Indizíveis
De 30 de setembro a 4 de novembro
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
30 de setembro de 2025 10:00 - 4 de novembro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galpão da Maré
Rua Bitencourt Sampaio - Maré, Rio de Janeiro - RJ
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Com a proposta de encontrar novas maneiras de ocupar a cidade com arte, o Coletivo GRÃO propôs uma residência artística seguida pela exposição gratuita Antes que Seja Depois, na Galeria
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Com a proposta de encontrar novas maneiras de ocupar a cidade com arte, o Coletivo GRÃO propôs uma residência artística seguida pela exposição gratuita Antes que Seja Depois, na Galeria Olido. Enquanto os artistas desenvolvem suas obras no 1º andar do espaço, na Sala da DJ, o público é convidado a conhecê-los e entender seus processos criativos, de segunda à sábado, das 10h às 21h. Já a mostra inaugura no dia 4 de outubro e segue em cartaz até o dia 1º de novembro, com visitação educativa de quarta a sábado, das 12h às 17h.
Formado por oito artistas diversos, o coletivo explora diferentes linguagens e materiais. Os visitantes encontrarão instalações, lambe-lambes, obras sonoras, pinturas, esculturas e performances. Muitas delas são interativas e se relacionam diretamente com o centro de São Paulo.
“O objetivo principal deste projeto foi pensar em como a região central da cidade afeta as pessoas, como ela se impregna no corpo de quem circula por lá. Queremos refletir sobre a relação entre arte e vida, apresentando diversas facetas desse local tão singular, que vai mudando constantemente, se autodestruindo e autocriando”, comenta o curador Allan Yzumizawa.
Ao mesmo tempo, essa ocupação da Galeria Olido também se propõe a revitalizar o espaço, contribuindo para fortalecer a presença das artes visuais nesse importante patrimônio da cidade. A iniciativa foi viabilizada com apoio do Programa de Ação Cultural – ProAC, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas
Antes que Seja Depois
A artista e produtora cultural Mariana Tescarollo atua no coletivo articulando os processos de produção e mediação com o público. Sua prática se caracteriza pelo interesse em criar espaços para que as obras aconteçam de forma compartilhada, em constante diálogo, costurando as demandas técnicas e poéticas de cada integrante e pensando a ação expositiva como obra. Para a mostra, evidencia o trabalho coletivo que sustenta a ocupação da Galeria Olido e sua abertura à cidade.
Para Vitor Bárbara, também conhecida como Pitanga, é fundamental existir um diálogo entre as obras, os trabalhadores do centro cultural, os visitantes e a rua. Até por isso, o grupo montou um karaokê totalmente aberto. “Uma das minhas intervenções é uma câmera, que deixei virada para a vitrine, para observar como as pessoas se relacionam com ela. Já soube, por exemplo, que um grupo de garotas ficou dançando em frente a ela”, conta.
A artista pesquisa o impacto da tecnologia no cotidiano. Inclusive, além de criações com telas quebradas e descartadas de celulares, outra das suas propostas é questionar a nomofobia, termo novo utilizado para designar o medo, a ansiedade ou o desconforto causados pela falta do smartphone. “Faço uma mediação com quem tiver interessado, que envolve olhar uma configuração específica do celular para descobrir se você usa muito o aparelho”, acrescenta.
Daniel Chang, formado em Arquitetura e Urbanismo, gosta de unir todas as suas expertises nos seus trabalhos, incluindo o uso de restos de construção nas suas obras. Uma de suas instalações é uma arquibancada pensada para o público relaxar e contemplar a cidade, mais especificamente o Largo do Paissandu. Também estará exposta uma escultura interativa inspirada em movimentos de capoeira.
A artista-educadora Hanna Kilsztajn, nas suas criações, valoriza o lúdico e a possibilidade de permanência. Além de integrar a equipe do educativo da mostra, ela propõe como obra a própria organização dos materiais e elementos encontrados na galeria, assim como a criação de ambientes de interação e repouso.
“Era muito importante para nós tornar o espaço habitável, confortável. Uma das nossas intervenções coletivas é a oficina/cozinha que dividimos com todes que frequentam e coabitam a galeria. Na verdade, estamos contando que o próprio espaço será uma obra de arte”, afirma.
Explorando materiais inusitados, a artista Nat Rocha busca ressignificar a vida na metrópole, propiciando experiências libertadoras para o corpo. Um dos seus projetos é Longe da Cidade Dormitório. Ela monta redes feitas com malhas de tela de construção que ficam disponíveis para qualquer interessado. “Eu já coloquei algumas por São Paulo, mas a polícia diz que eu não posso fazer isso. De qualquer forma, elas são transitórias, já que são de temporalidades frágeis”, conta. Alguns dos seus trabalhos envolvem sacos de ráfia e terra de construção.
Lu Martins investiga, de diversas maneiras, a impregnação da cor vermelha nos locais por onde transita. Para a exposição, uma das ações será oferecer bebidas vermelhas para o público. Além disso, criou esculturas feitas com camadas de tintas sobrepostas a partir das letras da palavra Provisório, para observar a ação do tempo sobre, além de propor intervenções em que a palavra é estampada em diferentes pontos da cidade. “Para mim, São Paulo tem a característica de ser mutável e, durante as minhas andanças, percebi algumas placas estampadas de Provisório e assim surgiu a ideia”, explica.
Entre as obras apresentadas, uma coluna na galeria será envolvida com uma tinta que, com o passar dos dias, vai cedendo, fazendo referência ao fato do Tanque do Zunega ter sido dissecado para dar espaço ao que hoje é o Largo do Paissandu. Na obra Coletivo do Karaokê, Lu Martins insere o vermelho como parte da relação entre público e espaço, além de trazer uma instalação onde imagens dos integrantes do coletivo são projetadas como memórias dessa ocupação que perduram nas ações de alteração do espaço.
Vinicius Almeida costuma trabalhar com gravura em metal, xilogravura, monotipia, desenho e pintura e, para a Antes que Seja Depois, vai registrar os afetos encontrados ao transitar pelo centro da cidade. Por meio de um painel com imagens diversas, ele faz um retrato único daquilo que observou. “Minhas criações nascem das percepções que tenho sobre a cidade de São Paulo. Desta vez, a relação com a região central era o grande fio condutor e entendo o Arouche e a Praça da República como espaços de encontro entre corpos e de socialização homoerótica, da mesma forma como as piscinas públicas são. Esses dois mundos serão contemplados”, comenta.
A música também marca presença na mostra. Brunnin R dialoga com dois outros marcos do centro, a Galeria do Rock e a Galeria do Reggae. “Decidi homenagear esses lugares e a DJ Sônia Abreu, que nomeia o andar expositivo da Galeria Olido, produzindo uma banda para entender como acontece esse processo criativo coletivo a partir da música. Vai ser lançado um disco, camisetas e bottons. Além disso, o público terá vários instrumentos à disposição e poderá tocá-los à vontade”, explica.
Serviço
Exposição | Antes que Seja Depois
De 4 de outubro a 1º de novembro
Segunda à sábado, das 10h às 21h
Período
4 de outubro de 2025 10:00 - 1 de novembro de 2025 21:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Olido
Av. São João, 473 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP
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Intitulado Mil graus, o 38º Panorama da Arte Brasileira elabora criticamente a realidade atual do país sob a noção de calor-limite — uma temperatura em que tudo derrete, desmancha e se
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Intitulado Mil graus, o 38º Panorama da Arte Brasileira elabora criticamente a realidade atual do país sob a noção de calor-limite — uma temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transforma. O projeto busca traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea brasileira, estabelecendo pontos de contato e contraste entre diversas pesquisas e práticas que, em comum, compartilham uma alta intensidade energética. Ao reunir artistas e outros agentes que abordam questões ecológicas, históricas, sociopolíticas, tecnológicas e espirituais, a exposição serve também como um ativador da memória e do debate público. Como conjunto, as obras driblam os limites da linguagem e seus sentidos preestabelecidos, revelando signos universais por meio de gestos e sotaques regionais. A ideia de uma temperatura oposta ao zero absoluto — ou seja, um quente absoluto — aponta os interesses destePanoramapor experiências radicais, condições extremas — climáticas ou metafísicas —, e estados transitórios — da matéria e da alma — que nos põem diante da transmutação como destino inevitável.
A série Panorama da Arte Brasileira, iniciada em 1969, é um marco na história das exposições. O primeiro Panorama da Arte Brasileira coincide com a instalação do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em sua sede, na marquise do Parque Ibirapuera. Com o começo da reforma da marquise, em 2024, o MAM saiu temporariamente de sua sede e deve retornar no início de 2025. O calendário e todas as atividades do MAM foram mantidos graças ao apoio e acolhimento de instituições parceiras que possuem laços históricos com o museu, como a Fundação Bienal de São Paulo, que recebeu parte de sua equipe, e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) que, além de ceder espaço para os colaboradores, abriga o 38º Panorama da Arte Brasileira.
Desenvolvido pelos curadores Germano Dushá, Thiago de Paula Souza e Ariana Nuala, o projeto do 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus parte de uma expressão coloquial que possui múltiplos significados, mas sempre com o sentido de elevada intensidade. A mostra aponta para condições marcadas pelo calor, pelo derretimento e por mudanças drásticas em qualquer matéria existente. Na presente edição, o mundo contemporâneo é observado a partir de condições extremas, tanto no sentido de questões históricas e sociopolíticas, como em relação a discussões ecológicas e tecnológicas.
O MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera. Realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira no MAC USP, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte e seus públicos. O MAM agradece a receptividade do MAC USP.
Serviço
Exposição | Mil graus
De 5 de outubro a 26 de janeiro de 2026
Terça a sexta, das 9h30 às 21h30, sábado e domingo, das 10h às 18h
Período
5 de outubro de 2025 09:30 - 26 de janeiro de 2026 21:30(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, São Paulo – SP
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Retratando a cidade maravilhosa através da força da arte nordestina, o Museu Chácara do Céu – localizado no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro – abre as portas para
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Retratando a cidade maravilhosa através da força da arte nordestina, o Museu Chácara do Céu – localizado no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro – abre as portas para a exposição inédita ‘O Rio de Ciro: A Cidade em Xilogravuras’.
Com entrada gratuita, a programação celebra a trajetória do artista plástico Ciro Fernandes e a sua paixão pelo Rio de Janeiro, por meio de 76 obras autorais que transitam entre a técnica milenar da xilogravura e demais estilos, como pinturas, calcogravuras, litogravuras e nanquim.
Pensada para todos — amantes da arte, turistas e moradores que buscam um programa cultural enriquecedor, a exposição apresenta obras que dialogam com as narrativas populares da região e revelam a versatilidade do xilogravador, pintor, ilustrador, escritor e luthier, Ciro Fernandes, em diferentes linguagens visuais.
A vernissage, que acontecerá das 12h às 16h30, no dia 18 de outubro, contará com uma recepção especial para jornalistas, amigos, admiradores e personalidades conhecidas da cena artística, com direito à coquetel e entrevistas exclusivas com Ciro Fernandes.
Ainda durante a cerimônia de abertura, os convidados poderão desfrutar de uma apresentação inédita de música brasileira, trazendo a sonoridade carioca em diálogo com a experiência visual da exposição. Na ocasião, o violonista e compositor Jean Charnaux assina um show especial com direito a uma vista deslumbrante do Rio de Janeiro.
Distribuindo as obras em diferentes núcleos temáticos, a mostra inicia com ‘O Rio de Ciro: um Caso de Amor’, que retrata a chegada do artista ao Rio de Janeiro e sua paixão pela cidade, com obras que capturam o ciclo urbano e cotidiano dos cariocas. O próximo núcleo da mostra, ‘Lapa e Seus Mistérios’, revela a atmosfera boêmia e cultural do bairro, destacando figuras icônicas como Madame Satã e eternizando a diversidade e a essência das ruas.
A exposição segue conectando o público às raízes nordestinas por meio dos núcleos ‘A Tradição Cordelista Chega à Cidade Maravilhosa’, que narra a forma como o artista retomou a xilogravura nos cordéis urbanos da capital; e ‘A Natureza Exuberante de Ciro’ (Sala Imersiva), que transporta os visitantes para dentro de uma sala de vidro com obras do artista em formato de ‘lambe-lambes’ e adesivos, permitindo que as obras dialoguem com a vista panorâmica do Rio de Janeiro.
Integrando diferentes formatos, a exposição não se restringe apenas a xilogravura, podendo também ser apreciadas as pinturas em tinta acrílica sobre tela; calcogravuras e litogravuras; ilustrações; artes em nanquim; além de capas de cordéis, LPs, matérias de jornal e livros de grandes escritores ilustrados pelo artista.
Os participantes ainda poderão se inspirar e imergir no cenário criativo de Ciro Fernandes, a partir da exibição de suas ferramentas de trabalho, como a prensa, materiais de entalhe e as matrizes de madeira das obras. Tais instrumentos auxiliaram a ditar as dimensões variadas das obras, sendo a menor com proporções de 28 x 32cm e a maior com 90 x 220cm.
Dentro da exposição, os visitantes poderão contemplar obras como Cardeal (Xilogravura – Ano 2022 – 96 x 33 cm); Massacre da Candelária (Tinta acrílica sobre tela – Ano 1990 – 80 x 120 cm); São Jorge Ogum (Xilogravura – Ano – 65 x 160 cm); Além de Amanhecer (Xilogravura – Ano 2022 – 28 x 38 cm), Lapa (Xilogravura – Ano 1979 – 65 x 96 cm), e Madame Satã (Xilogravura – Ano 1979 – 64 x 47 cm).
Como medida de democratização do acesso à cultura, a exposição contará com quatro oficinas programadas para crianças de escolas públicas da região de Santa Teresa. Usando gravuras de material reciclado (Tetrapack), os workshops trazem atividades lúdicas e culturais para as crianças, abordando a natureza do Rio de Janeiro e buscando a representação dos pássaros da cidade, à espelho do que inspira Ciro Fernandes.
Acessibilidade e inclusão na exposição nacional ‘O Rio de Ciro’
Ampliando o acesso à arte, a exibição da mostra contará com ferramentas que trazem mais acessibilidade às obras para os visitantes. As matrizes presentes possuem parte tátil que possibilitam o toque; o espaço é preenchido por placas em braille para os textos de parede, audiodescrição e legendas estendidas das principais obras. Ainda, o evento oferecerá também visitas guiadas com monitores especializados em dias específicos.
A exibição possui curadoria de Mariana Lannes, diretora de produção cultural e idealizadora de projetos artísticos, com atuação nacional em música, artes visuais, cultura popular e impacto social; além de Alessandro Zoe, que é fundador do escritório de gestão artística CRIVO, somando mais de 8 anos de experiência à frente de produções culturais em teatro, música e artes visuais.
Ciro Fernandes, no auge dos 83 anos, é um dos maiores nomes da cena artística brasileira, sendo considerado um patrimônio vivo da xilogravura no país. Com uma trajetória marcada por seus traços expressivos, por sua originalidade e pelo compromisso com a preservação das tradições nordestinas, Ciro continua a inspirar novas gerações para ampliar as fronteiras da arte popular.
O projeto é contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.
Serviço
Exposição | No Canto Escuro da Praia do Lázaro
De 18 de outubro à 30 de janeiro
Diariamente, das 10h às 16h30, exceto às terças-feiras
Período
18 de outubro de 2025 10:00 - 30 de janeiro de 2026 16:30(GMT-03:00)
Local
Museu Chácara do Céu
Rua Murtinho Nobre, 93 - Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ
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A Galeria Kovak & Vieira, localizada nos Jardins, em São Paulo, inaugura as exposições individuais “Instantes Suspensos”, de Alexandre Skaff, e
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A Galeria Kovak & Vieira, localizada nos Jardins, em São Paulo, inaugura as exposições individuais “Instantes Suspensos”, de Alexandre Skaff, e “Caminho”, de Rafael Calazans, conhecido como Highraff. Com curadoria de Luiza Testa, ambas permanecem abertas ao público, com entrada gratuita, até 22 de novembro de 2025.
Embora distintas em técnica e linguagem, as duas mostras se aproximam poeticamente ao abordar percepções, memórias e sentimentos que atravessam o tempo e a experiência de cada artista — criando pontos de encontro entre passado, presente e subjetividade.
Alexandre Skaff — A poética do instante
Em “Instantes Suspensos”, Alexandre Skaff apresenta 12 pinturas em óleo sobre tela que capturam fragmentos do cotidiano e transformam o comum em poético. A partir de seu arquivo pessoal de fotografias, o artista busca deter o instante efêmero — um gesto de resistência à aceleração do tempo contemporâneo.
Formado em arquitetura, Skaff transporta para a pintura seu olhar atento à luz, à composição e ao espaço, construindo camadas que evocam simultaneamente a materialidade da vida e a delicadeza da memória.
Como observa a curadora Luiza Testa, “camadas da memória se sobrepõem, criando uma sensação de nostalgia atual. Somos desafiados a distinguir o que é o passado revisto sob o olhar maduro da vida e o que ressoa de nossa própria história.”
Highraff — Do urbano ao simbólico
Em “Caminho”, Highraff apresenta 15 obras inéditas que marcam um ponto de inflexão em sua trajetória. Reconhecido por sua atuação no universo da street art, o artista leva ao ateliê uma estética que une design gráfico, abstração geométrica, arte cinética e simbologia.
Segundo Luiza Testa, “Caminho marca uma curva em sua trajetória: é o momento em que ele passa das ruas para o ateliê; isso vem acompanhado da consolidação da matemática e da geometria, que tomam um lugar antes dominado pela intuição.”
A série reflete uma busca espiritual e simbólica, na qual as formas geométricas ganham nova densidade e significado — revelando o equilíbrio entre racionalidade e emoção que atravessa a pesquisa do artista.
Serviço
Exposições | Instantes Suspensos e Caminho
De 22 de outubro a 22 de novembro
Segunda à sexta-feira das 11h30 às 19h e aos sábados das 11h30 às 16h30, domingos apenas com agendamentos
Período
22 de outubro de 2025 11:30 - 22 de novembro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Kovak & Vieira
Rua Conêgo Eugênio Leite, 150 – Jardins - São Paulo - SP
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Desejo negativo é uma exposição coletiva na Martins&Montero, que investiga a teoria queer para traçar uma crítica às lógicas da reprodutibilidade – entendida aqui não apenas como processo biológico de
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Desejo negativo é uma exposição coletiva na Martins&Montero, que investiga a teoria queer para traçar uma crítica às lógicas da reprodutibilidade – entendida aqui não apenas como processo biológico de repetição, mas como princípio normativo que sustenta o mundo hegemônico, colonial, estabelecido.
Com curadoria da artista Jota Mombaça, a mostra propõe um exercício de recusa e invenção que lança, sobre o presente, um “raio negativo” – expressão que evoca não só o desejo pela destruição do mundo tal qual o conhecemos, mas também o desejo de interromper a recorrência das formas impostas de existir. A exposição reúne artistas que cultivam, em suas práticas, esse gesto de desfazimento: não como negação estéril, mas como abertura para imaginar o que emergiria depois.
O ponto de partida é a obra do artista Hudinilson Jr., figura incontornável da arte brasileira que trabalhou com o corpo, a cópia e o cotidiano como territórios de experimentação. Sua relação com o xerox e a xerografia forma uma poética da reprodução desviada que distorce, desmonta, reencena a sua própria imagem.
A curadoria se aproximou de Hudinilson Jr. também por meio de uma visita a seu apartamento-ateliê, ainda impregnado por sua presença. A exposição propõe uma espécie de reimaginação sensível desse espaço íntimo: acúmulos, assimetrias, camadas de vida que se sobrepõem à investigação com os limites do corpo e do espaço.
Ao lado de Hudinilson Jr., a exposição reúne duas artistas de gerações distintas da sua, cujos trabalhos se entrelaçam na mesma inquietação com o mundo e sua reprodução compulsória. Bruna Kury, artista carioca, transita por colaborações e coletividades, como o coletivo Coiote. Sua obra tensiona os regimes de autoria e de poder, criando alianças com corpos em dissidência. Zines, frases contestatórias e gestos táticos compõem um repertório de insurgência que faz da reprodutibilidade um campo de disputa estética e política. Tetê, artista paraense, opera entre a poesia visual e a fotografia. Seus poemas- diagramas e publicações – tanto impressas quanto digitais – constroem mapas afetivos que desmontam a linearidade do sentido. Sua pesquisa atravessa a linguagem, a imagem e o desejo de reescrever o mundo desde a sua fratura.
Entre esses três artistas pulsa um movimento antissocial, no sentido mais profundo da palavra: o de recusar o pacto com uma sociedade que exclui, normatiza e corrige. Há, nas obras dos três artistas, o desejo de que o mundo “se desfaça” – ou ao menos, que deixe de se repetir como está. Um desejo negativo e vital: não pelo fim em si, mas pelo fim como abertura para outra coisa.
Paradoxalmente – ou justamente por isso – suas práticas recorrem à cópia, ao digital, à colagem, à fotografia. A técnica da reprodutibilidade, neste contexto, não reafirma a si mesma, mas é tomada como fissura, como espaço de reconfiguração, ressignificando essa ideia que é tão técnica quanto política. São obras não negam a repetição, mas a sabotam por dentro, reinventando seus contornos e possibilidades.
A curadoria de Jota Mombaça imagina-se como um ensaio visual sobre os limites do presente e as possibilidades de sua dissolução. Com uma trajetória que entrelaça performance, poesia e teoria crítica, Mombaça constrói, nesta exposição, um espaço de fricção entre o fim e o porvir. Não se trata apenas de imaginar o colapso do mundo tal como ele foi estruturado, mas de convocar imagens, gestos e práticas que antecipem o que pode emergir quando o mundo acabar. Nesse intervalo entre ruína e reinvenção, Desejo negativo especula que o mundo pode não continuar do mesmo jeito — e que isso seja uma boa chance.
Serviço
Exposição | Desejo negativo
De 30 de outubro a 30 de dezembro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 16h
Período
30 de outubro de 2025 10:00 - 30 de dezembro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Martins & Montero
R. Jamaica, 50 - Jardim America, São Paulo - SP








