Para iniciar a sua programação de 2021, a Pinacoteca de São Paulo abre, no dia 1° de fevereiro, a mostra Fayga Ostrower: Imaginação Tangível, individual de uma das mais destacadas artistas do Brasil no século 20. Com 130 trabalhos, a exposição traça um panorama da produção de Fayga Ostrower (1920-2001), pioneira da gravura abstrata no país, nascida na Polônia e naturalizada brasileira após sua chegada ao Rio de Janeiro em 1934.

A exposição, com curadoria de Carlos Martins, faz parte das celebrações do centenário de nascimento da artista – “autodidata, inovadora e múltipla em suas realizações” – e está organizada a partir dos principais interesses que norteavam sua pesquisa. Segundo o texto de apresentação da mostra, “o público poderá apreciar a pluralidade das obras que se relacionavam com a literatura, estamparia e arquitetura, ampliando os limites tradicionais das técnicas de xilogravura e gravura em metal, criando um vocabulário muito particular”.

Fayga Ostrower
Ilustração para a capa de “Invenção de Orfeu”, de Jorge de Lima, 1952. Foto: Isabella Matheus/ Pinacoteca de São Paulo

Em um primeiro núcleo, a exposição perpassa os anos de formação de Fayga, onde é visível o uso das narrativas literárias e a inspiração em livros para criar imagens e aprimorar o aprendizado da gravura. Nesse período, a artista ilustrou livros como O Cortiço, Invenção de Orfeu e Terra Inútil. O segundo momento da mostra apresenta o período em que Fayga Ostrower passa a obter reconhecimento nacional e internacional, e no qual ela dá uma grande virada em sua carreira – na década de 50, a artista abandona a figuração e parte para abstração e para composições mais livres.

O terceiro período contemplado pela exposição, em núcleo intitulado Expressões Gráficas, mostra a aproximação de Fayga, já no final dos anos 60, com outras técnicas de trabalho, como serigrafia e litografia. Estão aí também os cartazes de divulgação das exposições de Fayga, desenhados pela própria artista. “Ela tinha essa curiosidade de imagem impressa, sem preconceito. O que interessava era a multiplicação da imagem, fazer uma proposta visual que possa e tenha caráter, mesmo que multiplicado sobre o papel por qualquer tipo de mídia”, afirma Martins no texto de divulgação.

Fayga Ostrower
“Bambús”, 1953, serigrafia sobre tecido. Foto: Isabella Matheus/ Pinacoteca de São Paulo

Uma das mais destacadas artistas brasileiras de seu tempo, Fayga Ostrower recebeu o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957) e o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958), além de prêmios nas bienais de Florença, Buenos Aires, México e Venezuela. Para a exposição na Estação Pina, um catálogo bilíngue (português e inglês) foi produzido com imagens das obras da Fayga, mostrando sua trajetória e reunindo textos de Carlos Martins e de Adélia Borges.

*Leia também “Acervo Radical”, texto de Fabio Cypriano sobre a nova disposição da coleção da Pinacoteca do Estado.

Serviço: Fayga Ostrower: Imaginação Tangível
Estação Pinacoteca – 2° andar
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia
Gratuito (a entrada só é permitida com a reserva pelo site www.pinacoteca.org.br)

 

 

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