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Óleo sobre tela sem título, 1955
FOTOS: JOÃO LIBERATO/CORTESIA GALERIA ESTAÇÃO nas pinturas do artista, como se representassem a Paulo e no Rio de Janeiro, é criada a Bienal Interna-
cional de São Paulo e se desenvolve um crescente
morte, que espreita a tudo e a todos. O artista nos
narra, portanto, a transformação do campo brasileiro
mercado voltado para a arte moderna. Junto a essas
transformações, desenvolvem-se no país as tendências
e a desagregação de um tipo de cultura nele existente.
A contribuição de Silva, contudo, não se restringe
de arte abstrata, que terminam por entrar em rota de
a um retrato social. Na história da arte brasileira, sua
colisão com a arte figurativa até então vigente, de viés
expressionista e com temática voltada para o social.
aparição e carreira se dão justamente em meio a um
Silva estabeleceu interessantes diálogos com esse
momento de profunda transformação. “Descoberto”
debate estético vigente na arte brasileira desse período.
pela crítica em 1946, presencia um momento em que o
Em um momento no qual o mundo vivia uma espécie
sistema da arte brasileiro começa a se institucionalizar:
surgem os primeiros museus de arte moderna em São
de “ressaca” do pós-guerra, a temática socialmente
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