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VII SEMINÁRIO DEMOCRACIA E REPARAÇÃO
por meio das pesquisas e “muitos deles passaram
de simples figurantes a indivíduos. Conseguiu-se,
inclusive, resgatar a biografia de alguns deles. [Com
isso] o Museu d’Orsay finalmente dá o nome às
esquecidas e aos esquecidos pela História da Arte,
e abre uma reflexão sobre conflitos sempre atuais
de representação”. Não apenas isso, mas algumas
obras também tiveram seus títulos revisitados para
eliminar expressões pejorativas e racistas. A exemplo
disso, Ferreira assinala o caso de Retrato de uma
Mulher Negra (1800), de Marie-Guillemine Benoist,
reformulado para Retrato de Madeleine. Ela também
traz ao debate o trabalho de Anne Lafont, professora Claudinei Roberto da Silva
da École des hautes études en sciences sociales, em
Paris, cujo livro Uma Africana no Louvre foi tradu-
zido por Ferreira e será lançado pela editora Bazar O professor, curador e artista visual Claudinei Roberto
do Tempo ainda este ano. Por fim, transportando da Silva parece ecoar tal questionamento. Atual membro
as questões para o cenário nacional, a professora da comissão de arte do mAm São Paulo e cocurador do 37
o
lembrou da obra Onde Estão os Negros?, criada pela Panorama da Arte Brasileira promovido pela instituição, o
Frente 3 de Fevereiro e exibida como uma intervenção participante da mesa escreveu em artigo para a edição 53
na fachada do Masp na ocasião da mostra Histórias de arte!brasileiros: “Num Brasil profundamente compro-
Afro-Atlânticas. metido com seu passado escravagista e, portanto, com
No Martins, Sabadabadá, 2022, exposta no 37° Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo FOTOS: COIL LOPES | ESTÚDIO EM OBRA / CORTESIA DO MAM SP E DOS ARTISTAS
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