Page 87 - ARTE!Brasileiros #56
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Construção, fotografia
                                                             de Marcela Bonfim feita
                                                             no Quilombo de Pedras
                                                             Negras em 2016
















                                                            - focando em profissionais com trajetórias recentes
                                                             que ao serem selecionados recebem uma doação de
                                                             R$ 10 mil cada, sem a contrapartida de doação de uma
                                                             obra ao Instituto - e dá fim (ao menos temporário) às
                                                             mostras presenciais do prêmio. De 9 de setembro a
                                                             20 de novembro, o Paço Imperial, no Rio de Janeiro,
                                                             recebe os trabalhos dos vencedores de 2020, ao lado
                                                             de aquisições e comissionamentos recentes do pipa.
                                                            Já os ganhadores desta edição farão uma ocupação
                                                             digital. “Resolvemos que a partir de 2021 as exposições
                                                             presenciais serão só da coleção do instituto e a mostra
                                                             dos premiados acontecerá em ambiente virtual. A ideia
                                                             é fortalecer a instituição, dar-lhe mais visibilidade e
                                                             poder assim desenvolver outros projetos curatoriais”,
                                                             explica Luiz Camillo. E completa: “Caso percebamos
                                                             no futuro que as coletivas presenciais dos artistas
                                                             selecionados são importantes, voltaremos a fazê-las.
                                                             No momento, estamos convencidos que as mudanças
                                                             foram positivas”.
                                                               Em sua 11ª edição, no ano passado, pela primeira
                                                             vez desde sua criação o Prêmio pipa teve mais de um
                                                             ganhador, nomeando Gê Viana, Maxwell Alexandre,
            “ser o termômetro Do Que há De mais potente      Randolpho Lamonier e Renata Felinto. Em 2021, a orga-
            em cada momento histórico é o compromisso dos prê- nização optou por adotar este modelo como norma.
            mios de arte. Mais do que apontar um único caminho  “Mais do que concentrar em um único nome, percebe-
            das expressões contemporâneas, devemos revelar as   mos que dividir o prêmio é mais justo, tendo em vista
            várias bifurcações que estão constantemente sendo   um cenário tão plural e continental como o brasileiro,
            abertas nas rotas e narrativas hegemônicas”, defende   com tantas micro-cenas relevantes de norte a sul do
            Luiz Camillo Osorio, curador do pipa. Foi com isso em   país”, explica o curador. A premiação geral, decidida a
            vista que o tradicional prêmio de arte contemporânea   partir da análise de portfólios e trajetórias feita por um
            decidiu alterar suas regras. Ao invés de concentrar-se   conselho de profissionais renomados da área, passa
            em um só nome, selecionou cinco ganhadores em    a contar anualmente com cinco vencedores; já o pipa
            sua 12ª edição: a capixaba Castiel Vitorino Brasileiro, o   Online, categoria cuja decisão reside em uma votação
            amazonense Denilson Baniwa, os paulistas Ilê Sartuzi   popular, gratifica os dois artistas mais votados - neste   FOTO: CORTESIA DA ARTISTA
            e Marcela Bonfim e a baiana Ventura Profana.     ano, Daiara Tukano e Ruth Albernaz.
               Essa não foi a única alteração do pipa, que a partir   “A seleção de mais de um artista também ajuda a
            deste ano assume um caráter mais claro de fomento   descentralizar essa figura do ‘vencedor’, assim como

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