Page 63 - ARTE!Brasileiros #56
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À esquerda, Índia, de
Cássio M’Boy, década 1930,
madeira; à direita, Abstração
2, de Antônio Gomide
Não se debruçou como deveria”, afirma Fernanda modernismo no país, norteia a investigação levada à
Pitta, curadora da mostra John Graz: idílio tropical e cabo na mostra Projetos para um Cotidiano Moderno
moderno, em cartaz na Estação Pinacoteca. “Muito no Brasil: 1920-1960, que pode ser vista até julho de
já se disse a respeito de artistas como Di Cavalcanti, 2022 no mac. Fruto de um projeto desenvolvido no
Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Lasar Segall - que se âmbito do projeto de pesquisa cnpq Narrativas da
consagraram com uma repercussão até internacional Arte do Século 20, a exposição reúne uma seleção
-, enquanto John Graz, Regina Gomide Graz e Antonio de obras pertencentes à coleção do museu. E que
Gomide ficaram meio escanteados. Porque demorou mereciam um olhar mais sistematizado. Aliás, a pre-
muito para se entender que eles trabalharam com um sença importante desse modernismo ampliado na
ramo da arte que é extremamente importante para a coleção do museu deve-se à ação ativa de Walter
própria modernidade, que tem a ver com o modo de Zanini. “Todo mundo fala do Zanini como um his-
morar e o modo de viver”, complementa Maria Alice toriador da arte, que se dedicou a essa chave nova
Milliet, responsável pela exposição Desafios da moder- de pesquisar as novas práticas contemporâneas,
nidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e as práticas processuais dos anos 1960 e 1970, mas
1930, em cartaz até agosto passado no mam-sp. ele teve um papel muito importante no resgate de
Movimento semelhante, de investigação mais determinados nomes do modernismo brasileiro”, FOTOS: DIVULGAÇÃO
profunda das motivações e produções desenvol- lembra Ana Maria Magalhães, diretora do mac e
vidas por distintos autores nesses anos chave do coordenadora da equipe de curadoria da mostra.
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