Page 66 - ARTE!Brasileiros #56
P. 66
EXPOSIÇÕES MODERNISMO
um curso que abrangia desenho, decoração e arqui- seu trabalho e comprou uma de suas telas, oferecen-
tetura, Graz logo passou a fazer também cartazes do para a transação um terreno em Pinheiros - onde
publicitários e vitrais, aperfeiçoando suas técnicas posteriormente Graz construiria sua casa. Foi também
em um período na cidade de Munique, na Alemanha, Oswald que o convidou, dois anos depois, para par-
e em viagens à França e Espanha. Segundo Maria ticipar da Semana de Arte Moderna, onde Graz viria
Alice Milliet, o artista teve, portanto, “uma formação a apresentar sete telas. Apesar de se aproximar do
muito completa”, baseada numa ideia de “arte total”. movimento dos artistas modernistas neste período
“E impressiona, ao longo de sua vida, a qualidade com - ele colabora, ainda, com a célebre revista Klaxon -,
que faz isso tudo: a pintura, o desenho, ou o projeto Graz rapidamente passou a se dedicar mais às artes
do chão, do teto, da parede, até o objeto, a pia, as aplicadas e à arquitetura de interiores.
fechaduras, móveis, o tapete, a luminária, os painéis Se bebeu no ideário racionalista da Bauhaus, foi
em gesso, vitrais… nada escapava ao desenho do Graz. especialmente na explosão internacional do Art Déco
É uma concepção total do espaço.” - que permitia ornamentações e decorações rejeitadas
Pouco depois de chegar ao Brasil, em 1920, onde pela escola alemã - que Graz se inspirou. É considerado,
se casa com Regina e se estabelece até o fim da vida, portanto, um dos principais nomes a trazer o estilo
Graz expõe no Salão do Cinema Central em São Paulo. europeu para o Brasil, notadamente após visitar ao lado
Conta-se que ali Oswald de Andrade se encantou por de Regina, em Paris, a Exposição internacional de artes
66