Page 15 - ARTE!Brasileiros #56
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DELSON UCHOA NA 24ª BIENAL
Roi roi, na seção Um e/entre Outro/s – Arte Contemporânea
Brasileira no Eixo da Cor.
“A primeira ideia do crítico Paulo Herkenhoff foi misturar
obras de artistas originalmente distantes no tempo e no
espaço por meio da noção (talvez o curador preferisse
‘conceito’) genérica de ‘contaminação’.
A partir daí se chegava ao conceito histórico de
‘antropofagia’”, escrevem Francisco Alambert e Polyana
Canhête no livro As Bienais de São Paulo: da era
do Museu à era dos curadores (1951-2001).
No processo de ocupação dos 33 mil metros qua- a casa da “Rainha do Frango Assado” personificada por
drados do pavilhão da Bienal, a 18ª edição, curada por Claudia Raia, sua amiga, então com 18 anos.
Sheila Leirner, se diferenciou com o impacto causado Seria imprudente negligenciar a 24ª edição, de 1998,
pela Grande Tela, um conjunto de três corredores de 100 com sua abordagem carregada de brasilidade, traduzida
metros cada que exibia centenas de pinturas neo-expres- em Antropofagia e curada por Paulo Herkenhoff. A mostra
sionistas vindas de vários países. Ainda nessa edição, transversal histórica incluía obras do período colonial do
Marina Abramovic e e Ulay finalizaram a performance século 19 e estabeleceu justaposições com a contempo-
Nightsea Crossing, iniciada na Bienal de Sidney em 1981 raneidade como no Eixo Exógeno, de Tunga, que dialogou
e que somava quase 600 horas e 94 dias. Nela, o casal com o quadro Lea e Maura, de Guignard, sendo uma das
performático permaneceu sentado, se entreolhando garotas retratadas a mãe de Tunga. A contemplação
durante sete horas, em sete dias, sem se mexer. Alex silenciosa dos visitantes contrastava com a estridência
Vallauri leva seu grafite mundano para a Bienal e constrói dos objetos reunidos na sala de Paulo Bruscky na 26ª
FOTOS: FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO | GAL OPPIDO / REPRODUÇÃO | LEO ELOY / REPRODUÇÃO
Sala do Bispo
do Rosário na
30ª Bienal de
São Paulo
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