Page 10 - ARTE!Brasileiros #56
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BIENAIS BIENAL DE SÃO PAULO
70 ANOS DE ACERTOS
E EQUÍVOCOS
Criado em 1951,
principal evento
artístico do
país e um dos
mais relevantes
do mundo,
Bienal de São
Paulo completa
sete décadas,
superando os
tempos da ditadura
e realizando
eventos marcantes
- alguns mais,
outros menos
por leonor amarante
Montagem da 1ª Bienal de São Paulo, 1951
a arte poDe ser um CapriCho inDiviDual, mas seu internacional. Temos que admitir que a contribuição
poder de contágio, como dizia Lima Barreto, é o traço de suas 34 edições, nesses 70 anos, nem sempre se
de ligação entre os homens. Apesar do estranhamento deu de forma explícita, às vezes por tentativas de um
com que foi recebida em 1951, a 1ª Bienal de São Paulo pensamento inusitado, outras vezes por uma montagem
se impôs e tornou-se a manifestação artística brasi- perturbadora.
leira mais conhecida no exterior. Ao criá-la, Francisco Inspirada na Bienal de Veneza, realizada desde 1895,
Matarazzo, conhecido como Ciccillo, apostou no pro- o evento paulistano provocou em sua edição inaugu-
jeto cultural mais ousado já realizado nos trópicos. A ral forte impacto nos artistas brasileiros. A escultura
1ª edição foi montada provisoriamente no Belvedere Unidade Tripartida, de Max Bill, artista suíço laureado
Trianon, onde hoje está o Masp (Museu de Arte de São com o prêmio máximo da Bienal, abriria as portas para
Paulo). De dois em dois anos a Bienal participa de uma o abstracionismo geométrico e influenciou escultores FOTOS: FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO | REPRODUÇÃO
espécie de “Grand Slam” das artes, ao lado da Bienal brasileiros como Franz Weissmann. Outros artistas
de Veneza e da Documenta de Kassel. também deixaram suas marcas, como René Magritte,
Um dos desafios desse esforço, de grande carga Alberto Giacometti, Di Cavalcanti, Candido Portinari
utópica, era refletir sobre o papel da produção nacional, e Lasar Segall. Eles sinalizaram a arte desenvolvida
a pertinência de sua atualidade e inserção no plano naqueles anos de 1950.
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