Page 16 - ARTE!Brasileiros #56
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BIENAIS BIENAL DE SÃO PAULO
































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                                                                                   Krajcberg na 32ª Bienal
                                                                                   de São Paulo, 2016



            edição, de 2004, curada por Alfons Hug, cujas releituras
            se abriam para outras experiências de tempo e memória.
               Na Bienal de 2006, com a curadoria de Lisette Lag-
            nado, o artista americano Jimmie Durham, de origem
            aborígene, escreveu uma carta aberta que enviou junto
         FOTO: LEO ELOY/ESTÚDIO GARAGEM/FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO | REPRODUÇÃO CATÁLOGO DA BIENAL DE SP
            com seu trabalho, em que denunciava a situação dos
            indígenas no Brasil, afirmando que a Bienal não tinha se   Victor Grippo, detalhe da instalação Analogia I,
                                                                 exposta na 32ª Bienal de São Paulo, Incerteza Viva
            interessado pelo assunto. Essa intervenção de confronto
            ao colonialismo foi um marco inusitado. Ao escolher
            Incerteza Viva como tema, o curador Jochen Volz colocou
            o meio ambiente no debate da 32ª edição, mostra que
            teve a participação majoritária de mulheres e a primeira
            cocuradora negra, Gabi Ngcobo.
               Nos últimos anos, a Bienal abriu as portas para vários
            coletivos de artistas que gravitavam, ainda apagados,
            em torno da produção brasileira. A maioria com inserção
            de gênero, minorias afrodescendentes e indígenas, que
            atualizaram o diálogo, mas nem sempre com obras à
            altura de uma bienal. Não há uma maneira subjetiva
            única de entender o mundo como forma de relacionar o
            presente com o passado, a memória com a identidade
            e se abrir para as infinitas leituras sobre as demandas
            sociopolíticas atuais. A Bienal de São Paulo chega à sua
            34ª edição (analisada nesta edição por Fabio Cypriano)
            e dá sinais de que o momento artístico e político pede
            profunda reflexão e estudo de novas atitudes para
            superar a pobreza e a obscuridade que atualmente
            toma conta do Brasil.

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