Page 61 - ARTE!Brasileiros #46

KEILA ALAVER, SEM TÍTULO, 2000

paisagem brasileira como um paraíso tropical cheio de observar nas etiquetas de identificação – é inquestionável
coqueiros – ou ainda na icônica série de cartões postais a importância das doações, sejam feitas por empresas,
em que Anna Bella Geiger contrapõe imagens de índios colecionadores, ou pelo próprio artista. Confirmando tal
e ocidentais, mostrando como é frágil e instigante a sensação, está a mostra que o museu dedica às novas
oposição nativo versus estrangeiro. aquisições de seu acervo, que pode ser vista na Sala Paulo
Com trabalhos criados majoritariamente nas décadas de Figueiredo. Ali fica claro como cada vez mais as parcerias
1990 e 2000, a exposição mescla com cautela obras já são fundamentais para ampliar a capacidade dos museus
bastante conhecidas do público e produções menos conhe- e preencher as lacunas de sua coleção.
cidas, possibilitando reencontros agradáveis ou novas sur-
presas. Nessa relação entre maior e menor visibilidade, se Passado/Futuro/Presente: Arte contemporânea brasileira no
insinua uma outra questão que parece interessante de se acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo
levar conta: a relação de mútua dependência entre artistas Curadoria de Vanessa K. Davidson e Cauê Alves
e museus e uma diminuição da capacidade própria de ins- Até 28 de julho
tituições como o MAM ampliarem seus acervos. Vários são Museu de Arte Moderna de São Paulo: Parque Ibirapuera (av.
Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
os caminhos de entrada na coleção, mas – como se pode

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