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EXPOSIÇÃO SÃO PAULO






             O RIGOR AFETIVO


             DE FARNESE,



             NA ÍNTEGRA




             EXPOSIÇÃO REVISITA A OBRA GRÁFICA E
             TRIDIMENSIONAL DO ARTISTA MINEIRO, TENTANDO
             ENTENDER SUA GÊNESE E REPOSICIONANDO SUA
             IMPORTÂNCIA NA HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA



             POR MARIA HIRSZMAN












             NÃO HÁ UM PONTO FIXO a partir do qual se
             possa olhar para a obra de Farnese de Andrade.
             Seu trabalho, revisto agora em exposição na Gale-
             ria Almeida e Dale, não apenas contém uma potên-
             cia plástica e simbólica única, como torna a história
             da arte brasileira mais complexa e interessante.
             Servindo de contraponto à narrativa oficial, que
             varre para debaixo do tapete qualquer expressão
             que escape da ideia de uma vocação abstrata no
             Brasil de meados do século XX, a arte de Farnese
             lida com interditos, fantasmas e arquétipos e traz
             à tona uma subjetividade incômoda. Como afirma
             Denise Mattar, responsável pela seleção dos quase
             100 peças presentes na mostra, seus trabalhos
             “remexem nas entranhas do inconsciente, e por
             isso fascinam, encantam, assustam e incomodam”.
             Densa, a exposição abarca uma ampla gama de
             pesquisas e momentos da produção do artista.
             Procura iluminar a importância de sua produção
             gráfica, pouco vista nas últimas décadas mas
             fundamental em sua trajetória. Durante boa parte
             de sua carreira, Farnese foi mais valorizado como
             ilustrador e gravurista e só a partir dos anos 1990,


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