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PRÊMIO FUNDAÇÃO MONTBLANC DE LA CULTURE
VISTA GERAL DE UMA AÇÃO DO JAMAC NO JARDIM MÍRIAN NA
ZONA SUL DE SÃO PAULO. À DIREITA, MÔNICA NADOR, EM FRENTE
A ESTAMPA EM TECIDO COM A IMAGEM DE MARIELLE FRANCO
pessoa que viria a ser uma grande parceira em grandes filmes aos quais nunca tinham se aten-
manter aparelho. Sob o tema Como viver junto, tado. Um tempo depois, já tinha uma proposta
aquela edição trazia um grande trabalho com didática para formação audiovisual.
as periferias, recrutando também educadores Foi aí que o JAMAC começou a oferecer, além do
que tinham alguma ligação com arte e cultura grafite, da estampa e outras propostas das artes
nas regiões marginalizadas da cidade. Foi então visuais, um mergulho no mundo do cinema. De lá
que Mônica conheceu Thais Scabio. Na época, pra cá, muitos jovens se formaram. Brinca Mônica
a hoje cineasta ainda era estudante: “O traba- que muitos fugiam da oficina de estamparia para
lho deles era exercitar algumas experiências a oficina de cinema, e vice-versa, mas nunca
de sensibilização das pessoas da comunidade”, houve ciúme por isso.
explica a artista. Nesses 15 anos de atuação do clube de arte na
Apesar de engajada nos saberes da arte e cul- região, Nador diz que o que mais a marcou são as
tura, mesmo morando no bairro, Thais ainda não experiências humanas que adquiriu nos anos que
conhecia o JAMAC. O encontro mútuo gerou, se passaram: “A gente fica enorme. A diversidade
desde aquele ano, muitos bons frutos e novos é muito rica. A situação é muito rica. Eu aprendi
projetos. Thais começou montando um cineclube demais com as pessoas daqui”. Ela conta que
para exibir aos frequentadores do espaço alguns houve uma grande modificação na forma em que
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