Page 42 - ARTE!Brasileiros #45
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EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL






             MODERNIDADES


             ÁRABES





             EXPOSIÇÃO ORGANIZADA POR SAM
             BARDAOUIL E TILL FELLRATH NA FEIRA ART
             DUBAI EXPLORA GRUPOS QUE FLERTARAM
             COM MOVIMENTO OCIDENTAL


             POR FABIO CYPRIANO, EM DUBAI



             FEIRAS DE ARTE não se preocupam apenas
             com venda, mas também com a criação de valor.
             É nesse sentido que pode ser vista That Feverish
             Leap into the Fierceness of Life (o salto febril
             na ferocidade da vida), mostra organizada pela
             última edição de Art Dubai, com curadoria de Sam
             Bardaouil e Till Fellrath, a dupla que atualmente
             dirige a Fundação Cultural Montblanc. Criada a
             partir de obras modernistas nos países árabes, a
             exposição, especialmente por não ter trabalhos   ACIMA, SAMIR RAFI, HOMME À LA CHAISE, 1953, TINTA, DESENHO E
             à venda, ajuda a criar reflexão e bibliografia para   AQUARELA. CORTESIA AHMED ELDABAA COLLECTION. NA PÁGINA
             um segmento onde o colecionismo cresce e com   AO LADO, FARAJ ABO, SEM TÍTULO 1963
             alto poder de compra.
             A mostra reúne cinco grupos de artistas, que
             se organizaram no decorrer de cinco décadas,
             em cinco cidades: Cairo (Egito), Bagdá (Iraque),
             Casablanca (Marrocos), Cartum (Sudão) e Riade
             (Arábia Saudita). O título foi extraído do manifesto   espaço de questionamento e abertura”. Entre
             de um desses coletivos, o Grupo de Bagdá para a   os destaques desse grupo na exposição, estão
             Arte Moderna, escrito em 1951.              obras de Mohamed Hamidi, mais próximas da
             Nesse sentido, aqui se revela uma importante   arte pop e com formas altamente eróticas,
             iniciativa da feira, já que dá visibilidade ao cir-  realizadas nos anos 1970, portanto já em sin-
             cuito internacional uma produção local bastante   tonia com a arte contemporânea existente na
             desconhecida, como é o caso da Escola de Casa   época. Além dele, Bachir Demnati, Mohammed
             Branca. Ela reuniu artistas radicais, em 1966, e   Melehi e Mohammed Kacini também são vistos
             apenas três anos depois eles expunham no espaço   em cores e formas pop, mas sem apelo sexual.
             público como forma de não estarem vinculado a   Hamidi e seus conterrâneos, contudo, são a exce-
             uma elite.                                  ção na exposição que apresenta em verdade um          FOTOS: AYMAN LOTFY | EDOARDO GARIS
             No Marrocos, segundo afirma Toni Maraiani no   modernismo tardio, já que todos os grupos se
             catálogo da mostra, “longe de se afirmar em uma   mobilizam após os anos 1950, depois da Segunda
             escola de estilos, a arte moderna se tornou o   Guerra, quando a arte contemporânea já estava,


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