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EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL
MODERNIDADES
ÁRABES
EXPOSIÇÃO ORGANIZADA POR SAM
BARDAOUIL E TILL FELLRATH NA FEIRA ART
DUBAI EXPLORA GRUPOS QUE FLERTARAM
COM MOVIMENTO OCIDENTAL
POR FABIO CYPRIANO, EM DUBAI
FEIRAS DE ARTE não se preocupam apenas
com venda, mas também com a criação de valor.
É nesse sentido que pode ser vista That Feverish
Leap into the Fierceness of Life (o salto febril
na ferocidade da vida), mostra organizada pela
última edição de Art Dubai, com curadoria de Sam
Bardaouil e Till Fellrath, a dupla que atualmente
dirige a Fundação Cultural Montblanc. Criada a
partir de obras modernistas nos países árabes, a
exposição, especialmente por não ter trabalhos ACIMA, SAMIR RAFI, HOMME À LA CHAISE, 1953, TINTA, DESENHO E
à venda, ajuda a criar reflexão e bibliografia para AQUARELA. CORTESIA AHMED ELDABAA COLLECTION. NA PÁGINA
um segmento onde o colecionismo cresce e com AO LADO, FARAJ ABO, SEM TÍTULO 1963
alto poder de compra.
A mostra reúne cinco grupos de artistas, que
se organizaram no decorrer de cinco décadas,
em cinco cidades: Cairo (Egito), Bagdá (Iraque),
Casablanca (Marrocos), Cartum (Sudão) e Riade
(Arábia Saudita). O título foi extraído do manifesto espaço de questionamento e abertura”. Entre
de um desses coletivos, o Grupo de Bagdá para a os destaques desse grupo na exposição, estão
Arte Moderna, escrito em 1951. obras de Mohamed Hamidi, mais próximas da
Nesse sentido, aqui se revela uma importante arte pop e com formas altamente eróticas,
iniciativa da feira, já que dá visibilidade ao cir- realizadas nos anos 1970, portanto já em sin-
cuito internacional uma produção local bastante tonia com a arte contemporânea existente na
desconhecida, como é o caso da Escola de Casa época. Além dele, Bachir Demnati, Mohammed
Branca. Ela reuniu artistas radicais, em 1966, e Melehi e Mohammed Kacini também são vistos
apenas três anos depois eles expunham no espaço em cores e formas pop, mas sem apelo sexual.
público como forma de não estarem vinculado a Hamidi e seus conterrâneos, contudo, são a exce-
uma elite. ção na exposição que apresenta em verdade um FOTOS: AYMAN LOTFY | EDOARDO GARIS
No Marrocos, segundo afirma Toni Maraiani no modernismo tardio, já que todos os grupos se
catálogo da mostra, “longe de se afirmar em uma mobilizam após os anos 1950, depois da Segunda
escola de estilos, a arte moderna se tornou o Guerra, quando a arte contemporânea já estava,
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