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PRÊMIO FUNDAÇÃO MONTBLANC DE LA CULTURE
PRÊMIO MONTBLANC DE LA
CULTURE ARTS PATRONAGE CHEGA
À TERCEIRA EDIÇÃO NO BRASIL
OS CURADORES E CHAIRMEN DA MONTBLANC DE LA CULTURE FOUNDATION,
SAM BARDAOUIL E TILL FELLRATH, PREMIARÃO JUNTO AO MANAGING DIRECTOR MONTBLANC
BRASIL MICHEL CHEVAL O PATRONO DESTE ANO: MÔNICA NADOR E O JAMAC
POR JAMYLE RKAIN
DESDE 2016, os curadores Sam Bardaouil e Till Arts Patronage homenageou, respectivamente, a
Fellrath foram colocados à frente da Fundação dupla de cineastas Luiz Bolognesi e Laís Bodan-
Cultural Montblanc com o objetivo de pesquisar zky, pelo projeto Cine Mambembe, e Solange
e criar estratégias culturais junto à Fundação. Farkas, pela Associação Cultural Videobrasil.
Viajaram e nomearam curadores de várias partes
do mundo para auxiliá-los nessa tarefa. Formaram JAMAC
assim um conselho. Neste ano, a 27ª edição global e 3ª no Brasil irá
No Brasil, o curador responsável é Jochen Volz, conceder o prêmio para o JAMAC, Jardim Miriam
diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. A Arte Clube. Este projeto começa quando a artista
rede de curadores é denominada por eles como Mônica Nador decide, em 2003, que precisava
Curatorium e tem como objetivo aumentar a sair do conforto de Higienópolis e desbravar
escala de alcance da instituição. os espaços periféricos da cidade de São Paulo.
Em 6 de setembro, a Fundação Cultural Mont- Levou consigo uma enorme vontade de fazer a
blanc agraciará pela terceira vez com o Prê- diferença na vida de pessoas que não tinham
mio Montblanc de la Culture Arts Patronage um acesso ao universo artístico do qual fazia parte.
agente da arte no Brasil pelo seu trabalho como Foi assim que, naquele mesmo ano, juntou e orga-
patrono junto à sociedade. O Prêmio ocorre em nizou suas ideias para abrir um espaço na parte
17 países em edições especiais. Os curadores marginalizada da Zona Sul de São Paulo. Espaço
acreditam que a arte brasileira tem um enorme esse no qual conseguisse compartilhar com
potencial, daí a importância de terem escolhido aquela comunidade o que ela e outros colegas
um curador pelo Brasil para o Conselho. artistas aprenderam ao longo de sua formação.
Além de oferecer um prêmio a patronos, a Mon- A decisão de se mudar para o Jardim Miriam
tblanc se dedica a investigar o surgimento de veio de um questionamento que Nador, ou
jovens artistas que estejam fazendo um trabalho Conca – como foi apelidada pela comunidade
interessante em seus países de atuação. Os sele- –, tinha desde os anos de faculdade. Ela conta
cionados são contemplados com uma bolsa de que, quando esteve no curso de Artes Visuais
comissionamento para a produção de um projeto entre 1978 e 1982, a formação excluía as ques-
que, mais à frente é incorporado a grandes even- tões sociais. A inquietação em torno disso e de
tos de arte ao redor do mundo, como Bienais. outros fatores em sua vida fez com que ela se
Em 2016 e 2017, o Prêmio Montblanc de la Culture ligasse à problemática da pobreza: “Também
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