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CHRISTIAN BOLTANSKI (FRANÇA), MISTERIOS, 2017. INSTALAÇÃO APRESENTADA NO MUSEO DE BELLAS ARTES DA CIDADE DE BUENOS AIRES

ordená-las, pensando desde a lógica de um “sis- museológica, contribui com o trabalho de eman-
tema”, mas também a partir de um lugar entrópico, cipação do pensamento.
procurando acompanhar sua desordem, identifi- É a partir destas considerações que os formatos
cando e associando múltiplos vetores. – de arte e para a arte - em que se insere a arte
Dado que o âmbito da produção contemporânea contemporânea demandam uma revisão e um
se expandiu - definitivamente os artistas estão replanejamento das relações entre os atores, os
cada vez mais impactados pelas esferas social, projetos e os espaços do “sistema da arte”: de
política, ambiental e procuram interferir/intervir artistas a curadores, críticos, colecionistas, até
de alguma forma-, as produções simbólicas tam- instituições –museus, centros, galerias, residên-
bém precisaram ampliar sua caixa de ferramen- cias, centros de formação.
tas teóricas-críticas, na busca de captar tanto as Neste sentido, o sociólogo Aníbal Jozami e eu
dimensões poéticas como sua complexidade e com pensamos criar uma plataforma BIENALSUR que
elas dialogar com diferentes públicos. pense, além do sistema, procurando traçar outras
Por outro lado, existe a lógica do mercado que vias para atravessa-lo. Um cruzamento desde a
insistentemente busca definir cidadanias e culturas, sociologia e das relações internacionais e a partir
precisamente o espaço da arte não é alheio a isso. de estudos culturais junto a outras disciplinas,
Neste sentido, uma produção contemporânea que permitisse analisar formas específicas e
com aspirações de incidir além dos espaços que conhecidas dentro do sistema e repactuá-las,
lhe seriam naturalmente adjudicados, a lógica sem fugir de certas marcas da ordem geopolí-
de obra única, de “cubo branco”, de aspiração tica global.

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