Detalhe da exposição Floresta d'Água, no Sesc Pompeia. FOTO: Divulgação

Floresta d’Água, exposição de Afonso Tostes que pode ser vista até domingo no Sesc Pompeia, reserva uma série de boas surpresas. Além de colocar o público em contato com o pensamento escultórico do artista e sua intensa relação com a natureza, a mostra também promove uma rica relação entre um conjunto potente de trabalhos e o generoso espaço que Lina Bo Bardi dedicou às oficinas em seu projeto para o centro cultural, que já recebeu milhares de alunos desde sua inauguração, nos anos 1980. Local que a partir de agora também passa a abrigar exposições esporádicas que investigam a relação entre os ofícios e a arte contemporânea.

Imersos assim num ambiente de produção, ensino e propagação da prática criativa, os trabalhos desenvolvidos por Tostes especialmente para a mostra adquirem ainda mais densidade, deixam de lado o status de obra de arte intocável e autônoma para integrar-se numa cena que ser quer coletiva e dinâmica.

A madeira é o grande protagonista da exposição. Está presente de forma intensa nos três conjuntos de trabalho. Surge em sua forma mais bruta como em Igbo, tronco segmentado em três partes e em frágil equilíbrio, graças a entalhes, esculturas ou cunhas que abre a exposição. O material dá sustentação aos vestígios ao mesmo tempo práticos e poéticos que compõem Linha do Tempo, instalação feita com remos, cordas e outros achados de Tostes em suas inúmeras viagens de pesquisa Brasil afora.

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Afonso Tostes: Floresta d’Água
Sesc Pompeia: R. Clélia, 93 – Água Branca
até 18 de agosto
(11) 3871-7700

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