Fóssil de planta doado ao Museu Nacional. Foto: Handerson Oliveira
Fóssil de planta doado ao Museu Nacional. Foto: Handerson Oliveira

O Museu Nacional do Rio de Janeiro acaba de receber um reforço para seu acervo, quase seis anos após o incêndio que destruiu a maior parte dos 20 milhões de itens que abrigava. Por meio de uma parceria entre o Instituto Inclusartiz e a Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN), a instituição recebeu uma doação de mais de mil fósseis pertencentes ao colecionador de origem suíço-alemã Burkhard Pohl.

Intermediada por Frances Reynolds, presidente do Inclusartiz, a iniciativa traz um novo fôlego para que a instituição possa voltar a ter um acervo robusto quando for reinaugurado, em 2026.

Graças à mobilização financeira e logística de Reynolds, um grupo de seis paleontólogos e estudantes brasileiros teve a oportunidade de realizar, em agosto de 2023, a primeira excursão de escavação conjunta no Noroeste dos Estados Unidos, explorando as terras ricas em fósseis de dinossauros da Formação Hell Creek, nos estados de Wyoming e Montana, sob orientação do Interprospekt Group. Dois alunos da equipe começaram a desenvolver um estudo sobre espécimes fósseis específicos durante a visita. Um deles usará os dados coletados em um réptil marinho em seu projeto de doutorado, e a ideia é que eles voltem a campo para seguir com as pesquisas.

Alguns destaques da coleção:

– O holótipo – espécime de referência usado para descrever novas espécies – de Tetrapodophis amplectus, um fóssil único extensivamente estudado. Pohl explica: “Alguns argumentam que ele representa a espécie mais antiga de cobra, posicionada como a forma de transição entre lagartos e cobras, sugerindo a América do Sul – especificamente o Brasil – como o local de nascimento das primeiras cobras.”

– Enquanto o Brasil tem a distinção de ser o país onde mais espécies de pterossauros foram descobertas, a doação adiciona pelo menos dois crânios de pterossauros não estudados ainda, com potencial de se tornarem holótipos.

– Dois fósseis de dinossauros, provavelmente pequenos dromeossaurídeos ainda não descritos na literatura científica. São esqueletos únicos.

A esses exemplares, soma-se o crânio completo do pterossauro Tupandactylus imperator, um dos mais bem preservados já encontrados. Uma reconstrução da vida deste réptil voador foi feita e, juntamente com o fóssil, será uma atração importante nas novas exposições do Museu. Além deste pterossauro, vários outros espécimes já estão sendo estudados por pesquisadores e estudantes do Museu Nacional/UFRJ.

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