DALTON PAULA, Zeferina, 2018 Óleo sobre tela, 45×61 cm/ Coleção do artista, Goiânia, Brasil/ Crédito: Paulo Rezende
Em 2018, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) dedicou todo o seu programa às histórias afro-atlânticas. A estratégia, que é desenvolver um eixo temático anual com histórias que desafiem narrativas históricas tradicionais, colocou-se em prática.

Masp recebe obras com foco contra-hegemônico

Foram 21 obras de 19 artistas afro doadas ao museu. Abdias Nascimento, Chico Tabibuia, Dalton Paula, Emanoel Araujo, Flávio Cerqueira, Jaime Lauriano, José Alves de Olinda, Lucia Laguna, Maxwell Alexandre, Mestre Didi, Rosana Paulino, Rosina Becker do Vale, Rubem Valentim, Sènéque Obin, Sonia Gomes, e os coletivos Ad Júnior, Edu Carvalho & Spartakus Santiago e Frente 3 de Fevereiro integram as novidades do acervo.
O conjunto de trabalhos reforça a presença de artistas afro no MASP e marca o ciclo de 2018 na coleção de um museu até então muito conhecido por seu acervo clássico europeu. A partir de abril de 2019 muitas dessas obras estarão expostas no Acervo em transformação. mostra de longa duração guarda a coleção do MASP nos icônicos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi.
O diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa, disse que a programação dedicada às histórias afro-atlânticas iniciou-se com as pesquisas desde 2014. “Essas aquisições deixam uma marca definitiva na coleção, conhecida por seus mestres europeus clássicos.” Seguindo a missão do museu, Pedrosa afirma que os mesmos esforços feitos em relação às obras de artistas afro serão dedicados às artistas mulheres. “Vamos continuar ampliando o escopo de trabalhos que trazemos para nossa coleção e expomos nos cavaletes de vidro”, finaliza.
Todos os trabalhos doados foram exibidos nas monográficas dedicadas aos artistas Araujo, Gomes, Valentim e Laguna, ou na exposição coletiva Histórias Afro-atlânticas. Em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, a última delas dedicou-se às relações entre a África, as Américas, o Caribe e também a Europa, do século 16 ao 21, eleita a melhor de 2018 pelo New York Times e Hyperallergic, e ganhadora do Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

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