Quando a chuva vem

Com a programação suspensa desde o dia 17 de março em razão da pandemia do coronavírus, o Itaú Cultural tem intensificado e ampliado a produção de conteúdo para diversos públicos – como podcasts, cursos de EAD e vídeos – no site e redes sociais da instituição e na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

Edital para a Poesia Surda

No dia 27 de abril, a instituição deu abertura às inscrições de projetos para o Poesia Surda, continuando a série de lançamentos de Arte como respiro: múltiplos editais de emergência; editais de apoio aos produtores de arte e cultura, atualmente sujeitos a atuar isoladamente e sem remuneração. Antes da Poesia Surda, as áreas de artes cênicas, música e artes visuais foram contempladas. O novo edital é voltado exclusivamente para poetas surdos ou com deficiência auditiva. Os artistas podem efetuar suas inscrições, até o dia 1º de maio, através do link.

A poesia inscrita deve estar finalizada e ser uma criação individual do artista participante, sendo aceitos trabalhos produzidos anteriormente ou criados nesse período de recolhimento. Ela deve ser apresentada em formato de vídeo em libras, com legendas em português ou em visual vernacular, também conhecido no Brasil como Libras 3D.

Os cem trabalhos selecionados pela equipe de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural receberão, cada um, um valor bruto de R$ 2,5 mil como remuneração pelo licenciamento dos direitos autorais da obra. O Itaú Cultural entrará em contato com os artistas selecionados por e-mail até o dia 25 de maio. Junto com a remuneração financeira, o edital garante a apresentação ao público, dos trabalhos contemplados, via plataforma virtual, seja por meio da grade de programação virtual da organização ou por suas redes sociais.

O projeto Arte como respiro: múltiplos editais de emergência pretende contemplar mais áreas de expressão artística, contando, para isso, com um novo lançamento a cada semana.

Mostra de Animação para Crianças

Entre os dias 27 de abril e 27 de maio, o Itaú Cultural disponibiliza em seu site a Mostra de Animação para Crianças (e todos os públicos). O festival virtual reúne dez títulos da produção nacional de curtas-metragens, cada um vindo de um estado diferente do Brasil. São eles: Menina da Chuva, do Rio de Janeiro, Viagem na Chuva, de Goiás, Pra Ver Poesia, do Pará, Òrun Àiyé: a criação do mundo, da Bahia, Caminho dos Gigantes, de São Paulo, Lipe, vovô e o monstro, do Rio Grande do Sul, No caminho da escola, do Espírito Santo, Meu melhor amigo, de Minas Gerais, Vivi Lobo e o quarto mágico, do Paraná, e Quando a chuva vem?, de Pernambuco. Os filmes foram realizados na última década e permitem um vislumbre não só das temáticas diversas como também das diferentes técnicas de animação empregadas, das mais modernas às mais tradicionais.

Aprendizado virtual

No dia 21, a organização deu início as inscrições para o curso EAD de História da Arte: Um Possível Olhar sobre a Produção em Artes Visuais no Brasil. No início, a proposta era disponibilizar 70 vagas, mas em razão do alto número de inscrições, o Itaú Cultural acabou ampliando a proposta tornando-a uma série de palestras com transmissão ao vivo e aberta ao público. O curso é dividido em 12 encontros, de uma hora e meia cada, feitos às segundas e terças-feiras. As palestras serão transmitidas às 19h no canal do YouTube da instituição, com início no dia 4 de maio e fim no dia 9 de junho. Ministradas pelo professor e curador Marcos Moraes, as palestras propõem um olhar panorâmico sobre a arte brasileira, do período colonial até a atualidade, analisando artistas, obras e o contexto em que se inserem.

Compartilhando olhares

Somando às iniciativas virtuais de incentivo aos artistas e à educação, o Itaú Cultural lançou o Olhares sobre a Covid-19, Marco Zero indo de encontro com alguns projetos já explorados na arte!brasileiros, como o Diários de uma Pandemia. Sua proposta é estabelecer um diálogo imagético com fotógrafos ao redor do mundo sobre os impactos, as transformações e o cotidiano durante a crise mundial da covid-19. Mediando essa conversa está o editor do blog About Light, Cassiano Viana. Para ele, “não é sobre técnica ou sobre o ato de fotografar em si. É muito mais uma correspondência com pessoas de diferentes realidades e que têm o olhar, a observação e o registro através de imagens como meio de expressão e forma de materializar os sentimentos nesses tempos de isolamento”. 

O primeiro relato fotográfico, À espera da primavera, é de Zeng Jia, em Pequim, na China, país onde o surto de coronavírus se originou. “Para ser sincero, fiquei um pouco assustado ao lembrar o Sars, em 2003. Pequim viveu um momento difícil na época. Eu tinha 9 anos, lembro que as escolas foram fechadas por quase dois meses. Agora, adulto, vendo que as pessoas não têm coragem de sair, mesmo quando as ruas estão vazias e é necessário usar máscaras realmente por todo o tempo, percebo que a situação é tão grave quanto 2003”, observa Zeng Jia.

 


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