Aldemir Martins
Aldemir Martins. Foto: Chico Albuquerque

Através da apresentação de esboços, cadernos de estudo, desenhos sobre papel e uma pintura-desenho em nanquim sobre tela, Aldemir em casa traz uma celebração do desenho de Aldemir Martins, que em 1956 recebeu o prêmio máximo da Bienal de Veneza e grande reconhecimento internacional. Em cartaz até 20 de janeiro na Choque Cultural, em São Paulo, a mostra reúne obras que, em sua maioria, datam de 1948 a 1968, entre elas os primeiros esboços de gatos, um caderno da época em que o artista viveu em Roma, retratos de sua esposa, Cora, em casa, e uma parede com sete desenhos que perfazem uma linha cronológica da filha, Mariana Pabst Martins — que assina a curadoria da exposição.  

“Através de uma escolha muito pessoal dos desenhos presentes nessa mostra, eu quis iluminar a personalidade  do trabalho do meu pai, expressa na precisão e fluidez do gesto, na intimidade com a pena e o pincel, no rigor do pensamento e no prazer do traço”, explica Mariana. Como o título sugere, Aldemir em casa aborda o fazer do artista num contexto de intimidade. 

“Meu pai desenhava todos os dias, o tempo todo, no quarto ou na sala, conversando com amigos ou quieto no seu silêncio pessoal. A imagem dele desenhando vem acompanhada do barulho da pena riscando o papel e do cheiro de nanquim. O gesto elegante e fluido que resultava num traço longo e curvo convivia com a rispidez das hachuras rápidas tracejadas com vigor”, compartilha Mariana Pabst Martins.

Martins procurou colocar lado a lado as nuances gestuais que pode observar cotidianamente com Aldemir Martins em casa. Assim, o núcleo principal da mostra traz o exercício do desenho nas mais diversas abordagens, seja em trabalhos de elaboração complexa e densas, seja de mínimos desenhos de pouquíssimos traços. “Não distingui esboços, rabiscos, estudos ou desenhos aparentemente mais bem acabados: para Aldemir não havia nenhuma hierarquia entre os desenhos feitos no papel que forrava a mesa de trabalho daqueles produzidos num papel 100% algodão ou num Schoeller martelado: ambos eram dignos de serem bem emoldurados e expostos”, explica. 

SERVIÇO 

Aldemir em casa
Choque Cultural: Alameda Sarutaiá, 206 – Jardim Paulista, São Paulo (SP)
Em cartaz até 20 de janeiro. A galeria estará de recesso do dia 23 de dezembro ao dia 10 de janeiro
Visitação de terça-feira a sábado, das 11h às 18h

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