Pavilhão da Bienal, durante a 35ª Bienal de São Paulo. Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo
Pavilhão da Bienal, durante a 35ª Bienal de São Paulo. Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo

Com posse marcada para 2 de janeiro de 2024, a banqueira Andrea Pinheiro assumirá a presidência da Bienal com dois objetivos: criar um colegiado para a seleção do curador da 36ª edição da mostra, que acontecerá em 2025, e ampliar o alcance nacional das ações do educativo da instituição junto a professores. Também conselheira do MASP, Pinheiro atuou como segunda vice-presidente nas duas últimas gestões da Diretoria Executiva (2019-2023), e seu papel principal era a captação de recursos. Segundo comunicado da Bienal, a quantidade de patrocinadores da Fundação Bienal passou de 18, em dezembro de 2018, para 48, em dezembro de 2023, sem contar os mais 13 apoiadores internacionais e 16 parceiros.

“A gente vem, há muitos anos, num processo de gestão financeira bastante saudável na Bienal. Mas o papel da instituição é democratizar a arte. Como é possível fazer isso? Sendo gratuito, com as itinerâncias nos estados e conversando com o público por meio das redes sociais e do educativo, que toma a Bienal como ponto de partida para levar a arte às escolas públicas, principalmente, municipais e estaduais, e também a ONGs especializadas em educação. Isso tudo requer dinheiro”, pondera Pinheiro. “Em São Paulo, o educativo é fortíssimo. A gente treina 18 mil professores da rede pública de ensino, com classes que em média têm 44 alunos. Então você imagina o impacto o programa tem. Mas queremos que esta informação chegue a outros estados.”

O mandato de Pinheiro, que foi eleita pelo Conselho de Administração da Fundação na última terça-feira (12/12), tem vigência de dois anos, podendo haver reeleição para mais dois. Apesar de ser uma prerrogativa do presidente da instituição, a executiva quer que a escolha da curadoria da próxima Bienal seja feita por um comitê colegiado.

“Obviamente o presidente da Bienal se aconselha com sua diretoria e seus conselheiros para tomar essa decisão. Mas, para deixar a escolha mais transparente, quero criar um comitê de oito pessoas, com perfis complementares, que será um mix dos diretores com conselheiros, que possam deixar o processo mais rico”, explica.

As itinerâncias da 35ª Bienal, que acontecem a partir de 2024, terão um alcance recorde, chegando a 11 cidades brasileiras e quatro, estrangeiras. Pinheiro também estará à frente da participação oficial do Brasil na 60ª Bienal de Veneza e na 19ª Bienal de Arquitetura de Veneza. Em sua gestão, dará continuidade ainda às ações de catalogação e conservação do Arquivo Histórico Wanda Svevo e a um cronograma de melhorias do prédio. Também está entre seus objetivos “aprofundar a visão de sustentabilidade da instituição”.

Pinheiro inicia seu mandato com uma Diretoria Executiva parcialmente renovada. Permanecem na instituição Ana Paula Martinez, Francisco Pinheiro Guimarães, Luiz Lara e Rita Drummond, e passam a integrar o colegiado Roberto Otero e Solange Sobral. A primeira vice-presidente será Maguy Etlin, desde 2019 integrante do Conselho de Administração da Fundação Bienal, em que atua como coordenadora do Comitê Internacional e presidente do Conselho Consultivo Internacional.

“Acho que a minha indicação vem desta experiência de cinco anos, em que eu aprendi muito com o Zé [Olympio, atual presidente da instituição], mas eu não me considero uma expert”, avalia Pinheiro. “Não sou uma colecionadora, mas tive a sorte de ter pais que sempre me expuseram à arte. E você aprende sendo exposta, por isso a importância que eu vejo no educativo da Bienal”.

 

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