Juliana Notari, Frames da videoperformance Mimosa, (vídeo projeção em três telas), 2014.

Bitu Cassundé, Clarissa Diniz e Marcelo Campos são os curadores da exposição À Nordeste, que reunirá 275 trabalhos de artistas que problematizam os imaginários acerca do Nordeste brasileiro, questionando as visões do que é “estar à Nordeste”. Artistas como Almandrade, Ayrson Heráclito, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, Bispo do Rosário, Glauber Rocha, Jonathas de Andrade, Juliana Notari, Leonilson, Marepe, Mestre Vitalino, o coletivo Saquinho de Lixo e Véio são alguns destaques, evidenciando o caráter multidisciplinar das variadas linguagens e suportes das obras que compõem a mostra, de esculturas a ‘memes’. A exposição pode ser conferida a partir de 16 de maio.

Artistas de contextos, linguagens e interesses diversos dialogam horizontalmente: em comum, uma produção pulsante, que problematiza os imaginários que se têm acerca do Nordeste e questiona os lugares tradicionais — físicos e metafóricos — de se estar no mundo. A crase em À Nordeste surge como elemento desafiador do estereótipo regionalista, pois evita o artigo definido — e, com ele, uma identidade unívoca — de “o Nordeste”.

A fim de atualizar suas pesquisas já voltadas para a região, conhecer novos artistas e projetos e, de alguma forma, moldar a curadoria da exposição, os curadores revisitaram as nove capitais nordestinas, além de interiores significativos para alguns desses Estados — ora em trio, em dupla ou, raras vezes, individualmente, ainda que na companhia de representantes do Sesc. Na prática, as viagens de pesquisa aconteceram de agosto de 2018 a janeiro de 2019.

“Iniciamos essas viagens e visitas a campo no segundo semestre do último ano, em pleno processo eleitoral. Neste período, o Nordeste vivenciou um momento um tanto quanto singular, revigorante, de contraposição a uma ideia de Brasil que acabou prevalecendo naquele contexto”, pontua Diniz. “Pudemos ver um Brasil em transformação, a partir de um Nordeste de muitas lutas, mobilizações e reivindicações em torno de suas questões”, completa Bitu Cassundé.

 

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