A galeria Martins&Montero, situada na rua Jamaica 50, reuniu, entre 10 de agosto e 14 de setembro, 28 obras de Trompaz, um artista/ativista das questões sociais que dá voz a traços carregados de gestualidade. Nascido no Capão Redondo, bairro do extremo sul da capital paulista, ele cruza a cidade seguidamente a pé ou de skate. Sua obra acumula desde gestos de matrizes africanas a signos próprios das grandes metrópoles desenvolvidos, em sua maioria, com pigmento em pó e verniz acrílico sobre papel ou com guache e nanquim. Criar é um ato cotidiano e contínuo que se desdobra em grafismos aparentemente desconectados, mas unidos por uma gramática enigmática e pessoal. “Essas obras abordam um tema que venho explorando há muito tempo, o SSGE – Segregação Social Geograficamente Escancarada. A exposição, que tem a curadoria de André Pitol, leva o nome Jornal do Mundo devido à apropriação que fiz de um livro, que comprei em um sebo, e que tinha esse título”. Trompaz sentiu uma forte conexão entre o conceito da publicação e a proposta do seu trabalho, que busca abordar questões sociais”.
Com montagem impecável, o conjunto de obras destaca duas pinturas de grandes dimensões que se desdobram em grafismos que deslizam sobre persianas, geralmente usadas em janelas. Esse recurso dialoga diretamente com a ideia do que enxergamos através da janela, remetendo-se às questões sociais. “As persianas têm um papel simbólico importante nesse contexto, representando o que se revela – ou se oculta – no dia a dia das casas”. As pinturas em papel kraft seguem a mesma linha técnica, apresentando um aspecto de negativo. “Esse negativo tem um propósito claro: através da técnica de lavagem, revelo o que estava encoberto, aquilo que se esconde debaixo do tapete”.
Trompaz se movimenta pela cidade, com alguns papeis ou obras dentro da mochila que leva nas costas. “Essa forma de me soltar por São Paulo me acompanha desde sempre. Todas as minhas pinturas contêm diversos símbolos e elementos que falam da relação que desenvolvi com a cidade, onde vivo por 35 anos”. Ele entende a metrópole como a mais rica do Brasil e, ao mesmo tempo, a mais desigual, onde convivem bairros extremamente ricos e outros em condições de extrema pobreza. “Esse contraste é o que busco transmitir em todos meus trabalhos, mesmo que, para o espectador, o resultado seja abstrato. Minha intenção é a de lutar contra as desigualdades sociais”.
Trompaz e a Trienal de Tijuana (México)
Para o artista, participar da segunda edição da Trienal de Tijuana, que vai até fevereiro de 2025, tem sido uma experiência transformadora. “Estar lá com artistas de 14 países é algo que ainda estou vivenciando, e tem sido verdadeiramente mágico.” Esta foi a sua primeira viagem de avião e, também, a primeira viagem internacional com o propósito de levar sua obra para fora. “Me sinto feliz por conhecer não apenas a expressão artística dos mexicanos, mas também a de todos os participantes da Trienal, muitos dos quais compartilham a mesma temática de isolamento social que permeia meu trabalho.” O fato de viver no Capão Redondo, área que sofre com fronteiras sociais evidentes entre o bairro e o restante da cidade, Trompaz diz que se identificou com várias propostas expostas na Trienal. “Tijuana reforçou a relevância do tema e a universalidade dessas questões que, infelizmente, ultrapassam fronteiras geográficas”.
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Leonor Amarante é a curadora – geral da Trienal de Tijuana: 2. Internacional Pictórica
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi
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Exposição individual do artista Maxwell Alexandre. Novo poder: passabilidade faz parte da série “Novo Poder” e trata-se da itinerância em São Paulo do primeiro Pavilhão de Maxwell Alexandre, que foi no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Uma vez que o artista tem uma agenda de exposições majoritariamente internacional, o Pavilhão Maxwell Alexandre foi anunciado para expandir no Brasil, a discussão do que estava sendo mostrado em galerias e museus fora do país. A intenção é gerar diálogo e dar acesso a uma audiência local à obra do artista e seu desenvolvimento a longo prazo: passabilidade. A caminhada segura e tranquila pelo cubo branco. Este é o conceito de passabilidade nos termos de Maxwell Alexandre.
Tratada pela primeira vez dentro da série Novo Poder na Espanha, passabilidade ganha desenvolvimento e chega com uma abordagem mais aguda ao Pavilhão, através de uma instalação ambiciosa com mais de 50 retratos, todos pintados a óleo sobre papel pardo.
Firmes e conscientes desses espaços – museus e galerias – que outrora eram hostis a pessoas melanizadas, os personagens caminham elegantes, como se estivessem desfilando numa passarela. Em Novo poder: passabilidade, o artista faz esse cruzamento entre moda e arte contemporânea, denotando os dois campos como plataformas de empoderamento, que oferecem dignidade e autoestima para o indivíduo.
Serviço
Exposição | Novo Poder: passabilidade
De 19 de abril a 29 de setembro
Terça a Sexta – Das 10h às 21h30, sábado – Das 10h às 19h30 e domingo – Das 10h às 18h30
Período
19 de abril de 2024 10:00 - 29 de setembro de 2024 19:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Avenida Paulista
Av. Paulista, 119 - Bela Vista, São Paulo - SP
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde
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Entre 25 de abril e 1º de dezembro de 2024, “Um Defeito de Cor” toma o espaço expositivo do segundo andar do Sesc Pinheiros com desdobramentos que recepcionam visitantes desde o muro da entrada como uma mostra de arte que parte do romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves. Em seu livro, a autora reconta a saga de Kehinde, africana escravizada confrontada com a necessidade de reconstrução em terras brasileiras e a incessante luta por liberdade fazendo uso da comida, da arte, do afeto, da busca pela família, acolhimento e de sua fé nos encantados.
Os curadores Amanda Bonan e Marcelo Campos, ambos do MAR (Museu de Arte do Rio), fizeram o convite a Ana Maria para uma construção curatorial conjunta a repensar a trajetória do livro de forma imagética: da produção moderna e contemporânea que tem em seu cerne a cosmogonia africana nasceu esse encontro a partir de produções de 131 artistas – entre 77 vivos e 37 já falecidos, além de 17 convidados a produzir novas obras para a mostra, com nomes como Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes.
Assim, tal exposição se pretende um profundo mergulho pelas quase mil páginas do texto de “Um Defeito de Cor” e toma seus dez capítulos como metodologia de divisão de núcleos temáticos em uma estrutura circular de fruição que transborda as questões da ancestralidade nas visualidades da mostra e proposta expográfica. Além dos curadores, fazem parte do processo de criação os artistas Ayrson Heráclito, consultor que assina a expografia ao lado de Aline Arroyo, e Tiganá Santana, curador da paisagem sonora que envolve o ambiente.
Nos meses em que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra foi bem recebida pelo público, com visitação expressiva, deixando clara sua potência. É importante destacar que, antes da vinda para o Sesc Pinheiros, esta itinerância passou pelo Museu da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), fazendo uma importante triangulação entre instituições e abrangência de públicos do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Serviço
Exposição | Um Defeito de Cor
De 25 de abril a 01 de dezembro
Terça a sábado das 10h30 às 21h | domingos e feriados das 10h30 às 18h
Período
25 de abril de 2024 10:30 - 1 de dezembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo - SP
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de
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Sucesso de público e elogiada pela crítica, a mostra Dos Brasis, que reúne obras de 240 negros do país no Centro Cultural Sesc Quitandinha, foi vista por mais de 130 mil pessoas no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Exposição estará em cartaz, em Petrópolis de 3 de maio a 27 de outubro.
A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.
Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.
A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.
Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.
Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.
Serviço
Exposição | Dos Brasis
De 3 de maio a 27 de outubro
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Período
3 de maio de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, 2, Petrópolis, Rio de Janeiro - RJ
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público
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É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. A partir de 5 de julho, o público pode encontrar a exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A primeira mostra individual da artista em um museu reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social.
O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão — em nenhum lugar —, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade — em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.
Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo.
Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille.
As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens.
“Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.
PINTURAS E METODOLOGIA ARTÍSTICA
A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas Axs Nossxs Filhxs, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros.
Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos.
A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.
Lia D Castro: em todo e nenhum lugar integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.
Exposição | Lia D Castro: em todo e nenhum lugar
De 5 de julho a 17 de novembro
Terças grátis e primeira quinta-feira do mês grátis; terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
Período
5 de julho de 2024 10:00 - 17 de novembro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Luisa Strina anuncia a exposição Mira Schendel: Transparências. A artista (1919-1988) foi uma figura pioneira na arte latino-americana, trabalhou com Strina nos anos 1980, e expôs na galeria em 1981
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Luisa Strina anuncia a exposição Mira Schendel: Transparências. A artista (1919-1988) foi uma figura pioneira na arte latino-americana, trabalhou com Strina nos anos 1980, e expôs na galeria em 1981 e 1983.
Organizada por Olivier Renaud-Clement em colaboração com a família Schendel e Hauser & Wirth, a mostra reúne uma ampla seleção de Monotipias de Schendel, produzidas entre 1963 e 1965, além de uma série de objetos escultóricos em acrílico do final dos anos 1960 e 1970. Transparências é acompanhada por um ensaio inédito do Curador Chefe do Museo del Barrio de Nova York, Rodrigo Moura.
“A transparência está no centro dessa mostra da Luisa Strina, onde Mira Schendel fez duas exposições em vida nos anos 1980. Passados quase um quarto do século 21, é inescapável perguntar qual o lugar reservado à sua obra no Brasil e no mundo de hoje, quando as questões identitárias parecem ter assumido um papel que muitos consideram preponderante na arena cultural. Schendel ressurge aqui como um farol para iluminar o caráter individual e irredutível que habita o cerne da obra de qualquer grande artista – e a transparência nos apresenta uma imagem poderosa para essa afirmação. Quem há de negar que sua identidade tenha informado sua obra – uma mulher europeia imigrante? Que a vivência da perda e da diáspora esteja por trás do seu impulso por transcendência? Que a linguagem esteja sempre prestes a desmoronar em sua obra, como só acontece com aqueles para os quais a língua nunca é uma garantia? Que seu entendimento singular do projeto moderno o empurre sempre para uma espécie de beira do precipício, por ela enxergar nele as limitações sexistas de suas aspirações hegemônicas originais?”, analisa Moura.
As mais de cinquenta Monotipias apresentadas traçam um panorama da abordagem experimental e inovadora de Schendel. Cada peça revela sua meticulosa exploração da textura, forma e translucidez, em um jogo sutil de luz e sombra.
Esses trabalhos foram extremamente experimentais na época de sua criação. Tal feitura envolve a aplicação de pó de talco em um dos lados do papel de seda japonês, que é colocado sobre uma chapa de vidro previamente oleada. Schendel “desenhava” com vários instrumentos, incluindo seus dedos, aplicando pressão no lado não oleado.
O processo criava uma linha orgânica que quase parecia parte do papel e permitia a Schendel responder gestual e caligráficamente ao material. Essas marcas gráficas, letras e manchas resultaram em desenhos extraordinariamente belos e poéticos em ambos os lados do papel, os quais são mostrados na galeria em prateleiras retroiluminadas, que preservam sua transparência.
Nas obras seguintes de Schendel, a transparência se apresenta como o catalisador da experiência do espectador com o corpo e a visão. A artista começou a usar acrílico que, suspenso no ar, permite que a imagem e o plano se desdobrem em dois: para ver através e para uma “leitura circular em que o texto é o centro imóvel, e o leitor é móvel”, como afirmou a artista.
Essas formulações deram origem aos Objetos gráficos (1967-1973), nos quais folhas de papel são sobrepostas para criar quadrados onde o jogo de cheio e vazio amplifica o signo gráfico entre o silêncio e o ruído por meio da repetição e alterações na escala. Suspensas por fio de nylon, as obras da série Transformáveis são compostas por pequenas tiras de material transparente articuladas para evocar a sensação de mutabilidade e jogo. Elas giram no ar, projetando sombras e reflexos em constante mudança.
Também incluídas na exposição estão obras da série Discos, do início dos anos 1970, quando Schendel começou a criar objetos escultóricos usando acrílico e letraset. Sintetizando a experimentação formal das Monotipias, este conjunto de obras continuou a abraçar ideias espirituais sobre o “outro lado” da transparência, um lugar onde outros mundos e outras formas de materialidade existiam.
Os discos redondos são feitos de lâminas de acrílico sobrepostas. Eles envolvem turbilhões de letras e símbolos em letraset, legíveis, mas composições intraduzíveis. Aqui a linguagem é vista como uma espécie de poeira cósmica, informe e infinita. “Mira Schendel é fundamental para o debate artístico atual. Embora enraizada na experiência, sua obra refuta as leituras redutoras de identidade, mas também cada vez mais se mostra refratária a uma interpretação formal strictu sensu. Talvez, sob a lente da transparência, este seja seu traço mais marcante”, finaliza Rodrigo Moura.
Serviço
Exposição | Mira Schendel: Transparências
De 01 de agosto a 21 de setembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 17h
Período
1 de agosto de 2024 10:00 - 21 de setembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Luisa Strina
ua Padre João Manuel 755, Cerqueira César, São Paulo
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A Secretaria de Cultura, por meio do Centro Cultural Tijuana, convida a comunidade artística internacional a participar da Trienal de Tijuana 2 Internacional Pictórica com obras ou projetos que explorem
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A Secretaria de Cultura, por meio do Centro Cultural Tijuana, convida a comunidade artística internacional a participar da Trienal de Tijuana 2 Internacional Pictórica com obras ou projetos que explorem outras poéticas, novas problemáticas e derivações que possibilitem a construção de diferentes paradigmas estéticos a partir de uma perspectiva pictórica.
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do
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No centenário de nascimento de Paulo Vanzolini (1924 – 2013), compositor brasileiro responsável por clássicos como Ronda e Volta Por Cima, o Sesc São Paulo apresenta uma imersão na vida do artista, revelando não apenas sua faceta musical, mas também a trajetória do zoólogo de renome internacional. A exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio ocupa o Sesc Ipiranga a partir de 28 de agosto de 2024, e segue em cartaz até 16 de março de 2025. Idealizada pelos filhos do cientista, o diretor de arte e cineasta Toni Vanzolini e a psicóloga Maria Eugênia Vanzolini, a mostra conta com curadoria de Daniela Thomas, reconhecida cenógrafa, cineasta e diretora teatral.
“A data simbólica do centenário de Paulo Emilio Vanzolini, nosso pai, nos motivou a pensar uma exposição que mostrasse um pouco da pluralidade desse brasileiro que ouviu, traduziu, pesquisou, escreveu, cantou e pensou um Brasil bom, diverso e inclusivo. Que sempre valorizou o conhecimento e a arte, fazendo de ambas seu maior legado. O universo desse personagem interessado e interessante, ‘cientista boêmio’, como bem o definiu Antonio Candido, é o que queremos mostrar nessa exposição”, antecipa Toni Vanzolini.
Sem perder de vista o lado boêmio e artístico do homenageado, a exposição revisita as expedições científicas e as contribuições para a ciência empreendidas como herpetólogo, especializado no estudo de répteis e anfíbios. O Sesc Ipiranga como espaço para a exposição possui um simbolismo especial: a proximidade com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), onde Paulo Vanzolini trabalhou por cinco décadas – três destas, como diretor.
“Algumas figuras são incontornáveis na história de uma cidade, de um país. Algumas chegam a ser incontornáveis até no planeta. É o caso do nosso homenageado nessa exposição, Paulo Vanzolini, que completaria 100 anos este ano e que passou a maior parte da sua vida aqui do lado do Sesc Ipiranga, dirigindo o Museu de Zoologia da USP, sua casa. Ou uma de suas casas, já que se sentia perfeitamente integrado à paisagem numa picada na floresta, no seu laboratório ou no boteco, entre músicos ou entre os maiores intelectuais da sua época”, destaca Daniela Thomas. “Homem ímpar, de uma inteligência sobrenatural, uma inventividade que produziu versos inesquecíveis como ‘reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima’ e teorias revolucionárias na zoologia, e de uma determinação quase autoritária, características que fizeram dele essa potência realizadora que celebramos agora”.
Em parceria com o Museu de Zoologia da USP, a exposição exibe ao público 51 exemplares conservados de espécies animais identificadas e catalogadas por Vanzolini. Esses espécimes, emprestados pelo Museu ao Sesc, estão em destaque em uma sala que recria um laboratório de zoologia.
Cinco salas temáticas revelam a trajetória multifacetada de Vanzolini, abrangendo mais de meio século de pesquisa. A exposição destaca suas célebres expedições amazônicas e as conexões entre arte e ciência que ele promoveu. Documentos, fotografias e vídeos oferecem um vislumbre dos bastidores das descobertas marcantes do “cientista boêmio”, apelido carinhosamente atribuído por Antonio Cândido, sociólogo e crítico literário, no encarte do disco Acerto de Contas de Paulo Vanzolini (2002). Esta compilação apresenta 52 composições do cientista, interpretadas por renomados artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
No percurso expositivo, ilustrações de Alice Tassara guiam os visitantes pela trajetória de Vanzolini, em uma cronologia biográfica que destaca aspectos de sua formação acadêmica e seu círculo de amizades com intelectuais, artistas e ícones da música popular brasileira.
O que encontrar na exposição 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
Confira a seguir detalhes sobre os espaços que compõem a exposição espalhados pelo Sesc Ipiranga.
Sala Laboratório
O espaço é uma reprodução de um laboratório que retrata o cotidiano do zoólogo, destacando as etapas dos processos de sistematização. Na mesa de trabalho estão dispostos instrumentos como microscópios, além de um painel que elucida aspectos da Teoria dos Refúgios. A sala também reúne as espécies emprestadas pelo Museu de Zoologia da USP, apresentadas em um painel com cubos giratórios que identificam e contextualizam cada uma delas. Ilustrações de Gabriela Dássio complementam o ambiente, enriquecendo a experiência visual dos visitantes.
Sala Expedição Amazônia
Uma instalação sonora e visual imersiva projetada para simular uma caminhada pela floresta amazônica, enriquecida pelas ilustrações de Danilo Zamboni, que capturam a riqueza da biodiversidade do bioma. A experiência busca dimensionar a grandiosidade da fauna e flora amazônicas. Nas paredes do ambiente, o visitante encontra uma variedade de informações detalhadas sobre a biodiversidade da região, dados preocupantes sobre desmatamento e uma reflexão sobre a importância crucial da Amazônia para o equilíbrio do planeta.
Sala A Bordo do Garbe
O espaço convida o público a mergulhar no universo de múltiplos interesses e aventuras de Vanzolini, entrelaçando ciência, arte e cultura.
Aqui, o público pode embarcar em uma das viagens de Vanzolini à floresta amazônica a bordo do barco Garbe – parte da Expedição Permanente à Amazônia (EPA), projeto comandado pelo cientista durante duas décadas. Em 1975, esta expedição cruzou o Rio Madeira, de Manaus a Porto Velho. Entre os tripulantes do Garbe estava o pernambucano José Cláudio da Silva, apresentado a Vanzolini por seu amigo Arnaldo Pedroso d’Horta, artista plástico e jornalista que também o acompanhou em expedições à Amazônia. No decorrer de dois meses de viagem, José Claudio retratou em cem telas a diversidade da fauna e flora amazônicas, bem como a vastidão dos rios e o dia a dia das comunidades ribeirinhas.
Reproduções desses trabalhos, que foram compilados no livro José Claudio da Silva: 100 telas, 60 dias & um diário de viagem – Amazonas, 1975 (Imprensa Oficial, 2009) e hoje integram os acervos do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, são exibidas na sala. O ambiente também apresenta um extenso painel com o mapa do Rio Madeira, mostrando onde cada uma dessas obras foi criada e oferecendo ao público uma experiência imersiva, que permite “reviver” a expedição.
Sala Boêmia
Afeito à vida noturna, Vanzolini se desenvolveu enquanto compositor em mesas de bares e rodas de samba, criando um método peculiar de escrita musical. Apesar de não dominar nenhum instrumento, ele concebeu a estrutura da maioria de suas mais de 70 canções, contando com o apoio dos amigos Adauto Santos e Luiz Carlos Paraná, violonistas e sócios no histórico bar Jogral, para dar forma às suas melodias e letras com harmonia e ritmo. Além dessas colaborações, Vanzolini deixou sua marca na música ao trabalhar com grandes nomes como Waldir Azevedo, Elton Medeiros, Toquinho, Paulinho Nogueira e Eduardo Gudin.
Essa característica boêmia é reverenciada em uma sala que reproduz a atmosfera da vida noturna. Elementos expositivos incluem rótulos personalizados com nomes de suas composições mais célebres, que podem ser ouvidas pelos visitantes. A cenografia da sala, que conta com balcão, prateleiras e mesas de bar, também destaca os nomes de seus grandes colaboradores em azulejos. Ampliações fotográficas da cidade de São Paulo, capturadas por Thomaz Farkas, entre outros, completam o ambiente, proporcionando uma imersão visual e sonora na história musical de Vanzolini.
Expedições terrestres
O pesquisador encontrou nas expedições científicas do século XIX inspiração para suas próprias viagens de campo pelo Brasil, onde explorou a fauna e flora dos diversos biomas nacionais. Para ele, esses ambientes naturais eram seu verdadeiro local de trabalho. As viagens eram realizadas a bordo de uma Kombi, percorrendo territórios diversos. Como não dirigia, sua filha Mariana frequentemente assumia a direção, ou então Francisca do Val, conhecida como Chica, que além de zoóloga, era ilustradora e documentava os trajetos cotidianos. Para revelar os bastidores dessas expedições, uma Kombi cenográfica será montada no acesso ao Sesc Ipiranga próximo ao Parque Independência e ao Museu do Ipiranga. Esta instalação reúne fotografias e diários, proporcionando aos visitantes uma imersão nas jornadas e descobertas de Vanzolini.
Sala Paulo por Paulo
Devido à sua intensa imersão na cultura e às suas inúmeras experiências, resultado das viagens por todo o Brasil, Vanzolini acumulava uma coleção de histórias e era um exímio contador de causos. Nesta sala, que reúne depoimentos em vídeo, frases emblemáticas e excertos de entrevistas documentadas ao longo de décadas, o público pode se aproximar de Vanzolini, explorando seu legado pessoal e intelectual de forma envolvente.
Do Butantan para o mundo: sobre Paulo Vanzolini
Paulo Emílio Vanzolini nasceu em São Paulo em 25 de abril de 1924. Aos 10 anos de idade, em um passeio ao Instituto Butantan, encantado pelas cobras e lagartos, decidiu que dedicaria sua vida ao estudo dos répteis e anfíbios, na especialidade de herpetologia. Após formar-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947, fez doutorado em Zoologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entre 1949 e 1951.
De volta ao Brasil, aplicou suas inovadoras visões no Museu de Zoologia da USP, organizando conjuntos de animais conservados para pesquisa a partir de técnicas aprendidas em Harvard, tornando a coleção do museu paulistano uma das mais importantes dentro e fora do Brasil e aumentando o catálogo de Herpetologia da instituição de 1.200 para mais de 220 mil exemplares. Reflexo de sua imprescindível contribuição, 15 espécies animais foram nomeadas em sua homenagem, como o lagarto Vanzosaura savanicola e a serpente Lygophis vanzolini.
Ao papel de gestor, somou-se o de professor de pós-graduação da USP e o de cofundador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Vanzolini ainda obteve reconhecimento internacional ao formular a Teoria dos Refúgios, uma hipótese para explicar a biodiversidade amazônica elaborada em meio a suas diversas expedições científicas e a partir de estudos realizados com o geomorfologista brasileiro Aziz Ab’Saber, e em conjunto com o herpetólogo americano Ernest Williams.
Ao longo de mais de 20 anos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cientista comandou a Expedição Permanente à Amazônia – EPA, realizada a bordo do barco Garbe e financiada pela FAPESP. Nestas empreitadas, Vanzolini estabeleceu colaborações que resultaram em contribuições significativas não apenas para a ciência, mas também para as artes visuais. Um exemplo é sua parceria com o pintor José Claudio da Silva, com quem compartilhou uma destas expedições, em 1975.
A proximidade com artistas plásticos estimulou colaborações instigantes. Como exemplo, o zoólogo escreveu textos para os livros de Gerda Brentani e convidou Aldemir Martins para ilustrar seu Tempos de Cabo, um relato breve de sua passagem pelo Exército na segunda metade da década de 1940, época em que, aos 21 anos, compôs seu clássico Ronda.
Lançado pelo selo Fermata em 1967, o álbum de estreia de Vanzolini, Onze Sambas e Uma Capoeira, teve a capa assinada por Luís d’Horta. Pai de Luís, Arnaldo Pedroso d’Horta não só foi estopim para a criação da música Capoeira do Arnaldo, como se inspirou no trabalho de Vanzolini para produzir a série de gravuras Esqueletos de Animais. Essas conexões destacam como Vanzolini viveu uma vida profundamente entrelaçada com as artes e a cultura. Seus interesses e curiosidade se estendiam além de seu campo imediato, abrangendo diversas formas de expressão.
Paulo Vanzolini faleceu em 2013, três dias após completar 89 anos.
Serviço
Exposição | 100 anos de Paulo Vanzolini, o cientista boêmio
De 29 de agosto de 2024 a 16 de março de 2025
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 16 de março de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP
Detalhes
Temos o prazer de apresentar Corte, exposição individual da artista paraguaia Claudia Casarino em São Paulo. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra marca o seu retorno à cidade após
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Temos o prazer de apresentar Corte, exposição individual da artista paraguaia Claudia Casarino em São Paulo. Com curadoria de Keyna Eleison, a mostra marca o seu retorno à cidade após quase dez anos. A artista, que participou da 54a Bienal de Veneza, no Pavilhão Latino-americano (IILA) em 2011, apresenta um panorama de sua obra, com trabalhos inéditos e peças-chave de seu repertório. Casarino produz instalações e objetos com vestes e tecidos, de modo a articular os mecanismos de desaparecimento e revelação do corpo feminino no espaço físico e social. Os vazios em seus trabalhos ressoam com as histórias e imagens de mulheres afetadas por sistemas estruturais de violência e se prestam a desnaturalizar esses dispositivos opressivos.
Em suas investigações recentes, o trabalho da artista passou a se concentrar em gestos mínimos, que muitas vezes não são percebidos, como a ausência de bolsos nas roupas das mulheres – algo premeditado e promovido pelo sistema patriarcal que evitou a autonomia dos corpos feminizados. Por caminhos como esse, a artista aproxima-se de uma poética da memória do tecido e da vestimenta.
Entre suas últimas exposições individuais estão La faena de habitar un contorno, Centro Cultural de la Ciudad Manzana de la Ribera, Asunción, Paraguay (2024); Desde el Umbral – Con esta boca, en este mundo, Fundación Migliorisi, Asunción, Paraguay (2023); Tan pequeño que [allí] cabía el mundo, María Casado, Buenos Aires, Argentina (2023) e Lo que nos mantiene vivos es la distancia, MuVIM –Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad, Valencia, Espanha (2020)
Suas obras encontram-se em importantes coleções públicas, tais como The Victoria & Albert Museum, Londres, Reino Unido; The Spencer Museum, Kansas City, USA; Casa de América y Museo Wifredo Lam de La Habana, Havana, Cuba; Centro Atlántico de Arte Moderno, Las Palmas de Gran Canaria, Ilhas Canárias e Museo del Barro, Asunción, Paraguay, entre outras.
.Serviço
Exposição | Corte
De 14 de setembro a 16 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 18h
Período
10 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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A Galeria Lume inaugura a exposição “Ágora” do artista plástico Claudio Alvarez, com curadoria de Paulo Kassab Jr. A mostra apresenta 10 obras em aço inoxidável, acetato, tecido e espelhos,
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A Galeria Lume inaugura a exposição “Ágora” do artista plástico Claudio Alvarez, com curadoria de Paulo Kassab Jr. A mostra apresenta 10 obras em aço inoxidável, acetato, tecido e espelhos, além de estudos, destacando o interesse de Alvarez pela interação entre movimento e percepção visual por meio de esculturas que provocam e envolvem o espectador na dúvida “Persegui a ideia de criar no trabalho uma ponte ou passagem que conectasse o real ao ilusório de maneira que estes mundos fossem percebidos de forma contínua, sem divisão entre real e fictício.”, relata. E há distinção?
Em “Ágora”, Claudio continua a desafiar a percepção tradicional. Ao propor dispositivos que colocam em conflito os dados da sensibilidade com a apreensão racional da realidade – seja ela o que for, – Alvarez cria uma metáfora poderosa de como vemos a realidade social. A sua Ágora também é uma gaiola, sugerindo que, por mais que busquemos fugir de certos aspectos da realidade, todos estamos presos a uma realidade social e política, mesmo no simples ato de olhar para um espelho dentro de uma caixa, conclui o professor Fabrício Vaz Nunes.
Serviço
Exposição | Ágora
De 14 de setembro a 19 de outubro
Segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 9 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Lume
Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa, São Paulo - SP
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A Galeria Lume apresenta, no espaço expositivo II, a individual “Calorcito” de Mari Nagem, parte do projeto Alumiar, que tem o intuito de dar luz à pesquisa de artistas que
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A Galeria Lume apresenta, no espaço expositivo II, a individual “Calorcito” de Mari Nagem, parte do projeto Alumiar, que tem o intuito de dar luz à pesquisa de artistas que ainda não possuem representação.
Usando diversas mídias, cores vibrantes e contornos marcantes, as obras de Mari destacam a artificialidade das paisagens, a subjetividade dos dados e a busca capitalista pela felicidade. Com texto curatorial de Ana Roman, a mostra traz uma seleção de obras inéditas que colocam em cheque a crise climática mundial, mais especificamente as ondas de calor que são cada vez mais devastadoras e frequentes.
O calor é uma energia essencial para moldar as paisagens terrestres e impactar as relações humanas, atuando como uma força transformadora que afeta formações geológicas e potencializa fenômenos naturais extremos. É a partir desta força de criação tecnológica e destruição que se materializa a exposição de Nagem.
O aquecimento global é uma realidade sentida; cenários que antes pertenciam à ficção científica agora são vividos por grande parte da população mundial. A questão que a artista coloca é: o que restará do planeta — e não de nós — com o avanço das mudanças climáticas? Quais seres, fenômenos e vestígios ainda existirão? Estaria nossa crescente dependência de dispositivos eletrônicos contribuindo para o aumento das temperaturas globais?
Em “Calorcito”, Nagem habita, com coragem, a sua realidade e busca, por meio da ficção, construir uma alternativa para o momento de catástrofe climática e para a terra arrasada dominada pela internet e pelas tecnologias digitais. A exposição nos leva a considerar cenários pós-catástrofe, em que ruínas tecnológicas e novas paisagens emergem, sugerindo que a Terra continuará a se transformar, mesmo sem a presença humana.
“A Terra continuará a se transformar, mesmo sem a presença humana”, completa a curadora Ana Roman.
Serviço
Exposição | Calorcito
De 14 de setembro a 19 de outubro 2024
Segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 9 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Lume
Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa, São Paulo - SP
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor
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José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor e movimento. “Amazônia Vida” discute a relação entre natureza e humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e impermanência.
Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição apresenta 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas”, no espaço DAN Galeria Interior em Votorantim, espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital.
“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.
Participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”
Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local.
“O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação.” — José Roberto Aguilar
“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição “Amazônia Vida” de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística.” — Cristina Delanhesi
Serviço
Exposição | Amazônia Vida
De 14 de setembro a 14 de janeiro
Segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 14 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
DAN Galeria Interior
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 - Protestantes, Votorantim - SP
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com
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A exposição parte da curiosa coleção máscaras mortuárias — moldadas sobre o rosto de pintores como Almeida Júnior e Pedro Alexandrino — para investigar os modos como artistas lidam com o tempo e sua experiência. Reunindo cerca de 40 esculturas, que vão do século XII aos dias de hoje, a mostra é uma oportunidade para refletir sobre a linguagem, ver e rever obras fundamentais do acervo da Pinacoteca.
Ao entrar no espaço expositivo, o público se depara com uma escultura medieval do século XII, que representa Cristo crucificado, de autoria desconhecida – além de obras do período barroco no Brasil. Na sequência estão as máscaras mortuárias, além de esculturas de bronze de Brecheret e Liuba Wolf.
Entre elas, há a tentativa de artistas do começo do século XX de representar mulheres e homens negros como “tipos brasileiros”. Até o início da pesquisa para essa exposição, apenas uma dessas esculturas tinha um nome: Maria da Glória (entre 1920 e 1988), de Luiz Morrone. Durante a pesquisa de análise da origem desses títulos, a equipe localizou o nome da modelo para uma escultura de José Cucê, Irina – que passa agora a integrar o título da obra.
O COMEÇO
“A forma do fim” nasce a partir do olhar para o acervo centenário da Pinacoteca, que conta com mais de 13 mil obras. Dessas, quase mil fazem parte da exposição permanente, “Pinacoteca: Acervo”.
Pensando o acervo como uma plataforma para novas pesquisas e aquisições, surge o interesse pela coleção de esculturas presentes na Pinacoteca, na busca de compreender como ela se forma e quais são suas características marcantes que foram desenvolvidas ao longo do tempo. A curadoria buscou perceber essas tendências históricas, organizando seu discurso a partir daquilo que é recorrente no acervo.
OBRAS
Uma das máscaras em “A forma do fim” é a do artista Almeida Júnior, um dos nomes da arte brasileira mais importantes do século XIX, cuja obra é fundadora da coleção da Pinacoteca.
Raízes mortas de natureza e cipó (2015 – 2013), de Advânio Lessa, ressignifica a matéria morta, a transformando em algo vivo através da arte. Dando forma às diferentes dimensões do tempo, esculturas como Bicho – Relógio de sol (1960), de Lygia Clark, Yuxin (2022), de Kássia Borges, Ferramenta de Tempo (2021), de José Adário, e a performance Passagem (1979), de Celeida Tostes, propõem entender a vida e os fazeres da arte de forma cíclica.
As esculturas de Marcia Pastore e Hudinilson Jr. (década de 1980), materializam no espaço membros do corpo ou peças de roupa, registros delicados de suas presenças, que não se impõem como ordenadoras do mundo. O famoso trabalho de Waltercio Caldas, A emoção estética (1977), é uma pista para compreender essa presença e nossa experiência diante da arte: um par de sapatos parece estar a ponto de flutuar diante da forma – uma maneira de estar diante de algo que nos emociona, de compreender nossa comoção por meio do diálogo, investigando a maneira de nos por em relação e, assim, imaginar nosso futuro.
Serviço
Exposição | A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca
De 14 de setembro a 04 de maio de 2025
Quarta a segunda, das 10h às 18h
Período
14 de setembro de 2024 10:00 - 4 de maio de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Pina Estação
Lg. General Osório, 66, São Paulo - SP
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Lidia Lisbôa (1970, Terra Roxa, PR, Brasil) apresenta “O Teatro”, sua segunda individual na Millan, com abertura em 14 de setembro. A exposição tem curadoria de Cristiano Raimondi e reúne
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Lidia Lisbôa (1970, Terra Roxa, PR, Brasil) apresenta “O Teatro”, sua segunda individual na Millan, com abertura em 14 de setembro. A exposição tem curadoria de Cristiano Raimondi e reúne uma ampla gama de materiais e suportes — têxteis, cerâmica, bronze, desenhos — apresentados em uma instalação imersiva. Ao longo da mostra, o espaço receberá performances e ativações, configurando-se como um palco onde as histórias e os gestos da artista possam ganhar forma.
O trabalho de Lidia Lisbôa é resultado de uma prática que constantemente entrelaça arte e vida, corpo e memória. A nova exposição permite adentrar seu universo poético por meio de uma montagem instalativa, na qual o piso e parte das paredes são recobertos por um carpete vermelho. A cor aqui é símbolo de uma força visceral, como define o curador, apontando para as dimensões interna e externa da obra da artista. “Teatro como metáfora e simulacro, teatro como espaço ideal para falar da vida, teatro como lugar de sacralidade e concentração”, afirma Cristiano Raimondi. Esse aspecto cênico também remonta ao início da carreira de Lidia, quando integrou grupos teatrais, além de trabalhar em ateliês de costura e atuar como figurinista.
A exposição reúne séries já consagradas da artista, como os Cupinzeiros, esculturas criadas em cerâmica ou bronze; os Cordões umbilicais, nos quais ela desenha linhas fluidas no espaço empregando fios de arame, botões e porcelana; as Tetas que deram de mamar ao mundo, esculturas têxteis criadas com crochê; e os Casulos, também de crochê, que são objetos vestíveis usados em performances. Em todos esses trabalhos a manualidade é uma característica determinante, atuando como exercício de construção subjetiva.
“O Teatro” também inclui obras sobre papel como a série Frutas (2009), Mulher (1995) — ambas expostas pela primeira vez — e os desenhos recentes da série Memórias de renda. Criados com nanquim ou aquarela, esses trabalhos revelam uma escala mais íntima da poética de Lidia e atestam uma prática incessante, que se manteve vigorosa ao longo dos anos. “A mesma energia que eu coloco em uma bola de argila, coloco também em um desenho no canto do papel ou em uma escultura enorme de crochê”, afirma a artista. “Estamos sempre nos reinventando”.
Lidia Lisbôa também está atualmente em cartaz com as individuais: Têta no MAR – Museu de Arte do Rio até 3 de novembro; e Mulher Esqueleto no Sesc Araraquara até 19 de janeiro. Suas exposições recentes incluem as coletivas: Threads to the South no ISLAA (Nova York, 2024); The Ocean is the Axis na Mariane Ibrahim Gallery (Cidade do México, 2024); Vai, vai, Saudade no Museo Madre (Nápoles, 2024); 37º Panorama da Arte Brasileira no MAM (São Paulo, 2022); e a 13ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2022). Suas obras integram importantes coleções institucionais como ISLAA (Nova York), Museo Del Barrio (Nova York), MARGS (Porto Alegre) e Pinacoteca de São Paulo.
Serviço
Exposição | O Teatro
De 14 de setembro a 19 de outubro
Segunda a sexta-feira, 10h às 19h, e sábados e feriados, 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal.
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A mostra “Rascunhos” , de Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal. A curadoria do evento fica por conta de Daniel Rangel – que reúne cerca de 500 itens, entre as obras de Arnaldo Antunes e do acervo.
Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Arnaldo.
“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores), que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador Daniel Rangel, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.
Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off white e folha de moleskine, sendo que alguns tem no seu processo de finalização o computador. A seleção dos “rascunhos” do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo “modus operandi”, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.
A exposição é uma realização do Instituto de Arte Contemporânea. O educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.
.Serviço
Exposição | Rascunhos – Arnaldo Antunes
De 14 de setembro a 07 de dezembro
Terça a sexta-feira, 11h às 17h, e sábados e feriados, 11h às 16h
Período
14 de setembro de 2024 11:00 - 7 de dezembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
Av. Dr. Arnaldo, 120/126, São Paulo - SP
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da
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Com objetivo de fomentar e democratizar a arte brasileira, o projeto Contemporâneas Vivara retorna em 2024, em sua quarta edição com a Banca Galeria, desta vez sob a criatividade da renomada artista Flávia Junqueira. Em sua primeira exposição ao ar livre, a artista – conhecida por suas obras que mesclam o real e o fictício -, cria um caminho imersivo com oito trabalhos que evocam a magia dos circos antigos e a nostalgia de uma infância romântica, que estarão disponíveis para visitação a partir de 14 de setembro no Parque Ibirapuera.
Balões, espelhos e plataformas reflexivas, elementos icônicos do trabalho de Flávia Junqueira, criam uma narrativa espacial coesa e harmônica e brincam com escalas e cores, transportando o espectador para um universo imaginário onde o passado e o presente se encontram. “A Banca Galeria é composta de algumas instalações que trazem elementos que as pessoas conhecem no meu trabalho na fotografia, como os balões, por exemplo; as cores, muita cor; as escalas dos objetos, vamos também brincar muito com essas escalas. Trago também uma nostalgia da minha infância, de uma infância dos anos 90 e que talvez as crianças nem conheçam hoje em dia,” comenta a artista.
Patrocinado pela Vivara, maior rede de joalheria da América Latina, e viabilizado por meio de Lei Federal de Incentivo à cultura, o Contemporâneas Vivara traz o foco para artistas mulheres, além de utilizar espaços públicos de maneira criativa e inclusiva para disseminar a arte e a conexão por meio de experiências únicas e inspiradoras. “Há anos a arte e as joias são responsáveis por contar histórias e marcar memórias por meio dos traços, do design e do olhar de vanguarda. Por isso, estamos muito felizes em promover esse projeto verdadeiramente democrático, que eleva o imaginário de quem o visita e o convida a uma viagem e, ainda, dá luz a poética de artistas brasileiras”, ressalta Leonardo Bichara, Diretor de Marketing e Varejo da Vivara.
O projeto itinerante idealizado pela Tête-à-tête já visitou várias cidades brasileiras, ocupando fachadas de edifícios, parques públicos e ciclovias com obras de diversas artistas mulheres. “Comemoramos a quarta edição do projeto com novidades: Pela primeira vez um conjunto de oito obras tridimensionais de Flávia Junqueira outdoor e no Parque mais icônico de São Paulo, o Ibira. Assim, convidamos o público a um estado de presença tão próprio das crianças, a se conectarem com os sonhos e memórias”, comenta Stefania Dzwigalska, sócia da produtora Tête-à-Tête.
Sobre a Vivara
Fundada em 1962 como uma loja familiar, a Vivara em mais de 60 anos é a maior rede de joalherias da América Latina. Com um modelo de negócios integrado, a empresa desenha, cria, produz, comercializa e distribui seus produtos em todo o território nacional, por meio de rede de mais de 400 lojas, espalhadas por todas as regiões do Brasil e uma plataforma multicanal, que atende mais de 2.900 municípios.
.Serviço
Exposição | Contemporâneas Vivara
De 14 de setembro a 14 de novembro
Das 17h às 23h, com monitoria das 10h às 20h
Período
14 de setembro de 2024 17:00 - 14 de novembro de 2024 23:00(GMT-03:00)
Local
Parque Ibirapuera – Jardim da Bienal
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° - Vila Mariana, São Paulo - SP
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo
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O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia.
A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.
Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.
A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos.
É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.
Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.
A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.
Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).
A gerente executiva de cultura do SESI-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do SESI-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.
.Serviço
Exposição | Extasia
De 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
18 de setembro de 2024 17:00 - 26 de janeiro de 2025 23:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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Como as transformações das paisagens urbanas podem afetar a memória das pessoas? É a partir deste questionamento, que a artista visual paulistana Marcia Gadioli conduz suas pesquisas que resultaram na
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Como as transformações das paisagens urbanas podem afetar a memória das pessoas? É a partir deste questionamento, que a artista visual paulistana Marcia Gadioli conduz suas pesquisas que resultaram na exposição “Territórios”. A mostra será aberta no Museu da Imagem e do Som de Campinas (MIS).
“Territórios”, com curadoria de Eder Ribeiro, reúne a produção dos últimos 10 anos da artista, desde sua primeira pesquisa sobre a paisagem urbana de São Paulo, até suas últimas experimentações com meios e processos fotográficos alternativos.
O conjunto é formado por mais de 70 obras produzidas em diferentes meios: vídeos, fotografia analógica e livros de artista. “Me considero uma artista que trabalha com a fotografia. No meu trabalho, o uso da poética está acima de qualquer técnica utilizada”, define a autora.
Em sua trajetória artística, Marcia Gadioli se mantém comprometida com a experimentação de técnicas e materiais. “No centro desta investigação está o meio fotográfico, que se desdobra de diversas formas – fotografias impressas ou, em alguns casos, produzidas artesanalmente, por transferência sobre papéis transparentes, ou ainda sobre parafina, obtendo-se assim, por sobreposição, novos sentidos e visualidades”, comenta o curador Eder Ribeiro.
“O olhar apurado da Marcia e os vários tipos de suportes que ela utiliza tornam a exposição dinâmica e instigante para o público. As pessoas poderão ter contato com trabalhos diversos, em variados suportes, que buscam transformar de maneira sutil o espaço da mostra”, comenta o arquiteto Marcelo Salles, responsável pela expografia de “Territórios”.
Os trabalhos da exposição surgem da combinação de imagens coletadas em álbuns da própria família Gadioli com outras produzidas pelo olhar atento da artista sobre as transformações urbanas, além de imagens e narrativas encontradas em recortes de jornais impressos. “Os jornais têm toda uma estética que, ela mesmo, ajuda a construir memórias, algo também sendo modificado na sociedade digital, uma vez que as imagens hoje são muitas vezes efêmeras, as mídias onde elas estão podem desaparecer de um momento para outro. Temos uma relação diferente com as imagens, o que pode levar, no futuro, a uma civilização sem memória dos lugares onde se viveu”, analisa Marcia Gadioli.
Conversas com o público
Além de conhecer a criativa produção de Marcia Gadioli, o público terá oportunidade de participar das conversas abertas. Na abertura da exposição, 20 de setembro, as 17h30, o curador Eder Ribeiro, participará de um bate-papo com o público sobre o processo de desenvolvimento dos trabalhos e as relações entre as obras no conceito curatorial.
No dia 19 de outubro, a partir das 11h, o arquiteto Marcelo Salles abordará as relações entre as obras e o espaço expositivo. E no encerramento da mostra, 31 de outubro, as 17h, será a vez de Marcia Gadioli ter esse contato mais próximo com os visitantes numa troca de informações sobre criação, percepções e olhares.
Serviço
Exposição | Territórios
De 20 de setembro a 31 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h30, sábados: das 10h às 16h.
Visitas Guiadas: das 10h às 12h ou das 14 às 16h
Período
20 de setembro de 2024 12:00 - 31 de outubro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Rua Regente Feijó, no 859 - Centro, Campinas - SP
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Expoente, articulador e figura notória da exposição “Como vai você, Geração 80?”, inaugurada em 14 de julho de 1984 no Parque Lage, e que comemora seus 40 anos em 2024,
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Expoente, articulador e figura notória da exposição “Como vai você, Geração 80?”, inaugurada em 14 de julho de 1984 no Parque Lage, e que comemora seus 40 anos em 2024, o artista captura a riqueza tátil da Terra e traz à tona a complexidade e a beleza dos elementos que a compõe, através do uso de pigmentos naturais, ao mesmo tempo em que confere à obra uma dimensão etérea e transcendental ao evocar a luminosidade expandida do espaço sideral, em contraste com tal materialidade concreta.
Ao revelar como a luz e a matéria se entrelaçam para formar a essência do nosso universo, Xico Chaves nos convida a explorar a intersecção entre o palpável e o intangível. “Luz da Matéria” é uma celebração da complexa conexão entre o microcosmo terrestre e o macrocosmo celestial, além de uma experiência sensorial e contemplativa única.
Serviço
Exposição | Luz da Matéria
De 21 de setembro a 19 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 19 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Movimento
Rua dos Oitis, 15 | Gávea, Rio de Janeiro - RJ
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações que transformam o espaço expositivo.
Jessica Costa, formada em design, traz sua experiência no tufting e arte têxtil, para o campo das artes visuais. Em “Na Altura dos Olhos”, a artista revisita a tapeçaria, uma prática situada entre arte, moda e o têxtil, transformando-a em elementos arquitetônicos e escultóricos. A exposição propõe a tapeçaria como uma prática artística contemporânea e subverte as convenções que legitimam o que é considerado “arte”.
Entre as obras expostas, a série “Sobejos” se destaca por questionar o conceito convencional de moldura, estendendo-se pelo chão da galeria em forma de “soft sculptures”. A artista utiliza elementos como lã e bordado, reimaginando a tapeçaria em contextos artísticos. Com referências à tapeçaria medieval e ao movimento Arts & Crafts, emprega a técnica da tufagem para “pintar” e “esculpir” suas criações, resultando em peças densas, escultóricas, mas ao mesmo tempo suaves e acolhedoras. Essas obras transitam entre a abstração e a figuração, frequentemente aludindo a fragmentos do corpo humano.
“A exposição questiona a separação histórica entre ‘belas artes’ e artesanato, utilizando a técnica da tufagem para criar objetos escultóricos”, segundo a curadora Ana Paula Cavalcanti Simioni.
A exposição faz parte do projeto Zip’Up, que visa promover artistas emergentes e novas abordagens artísticas. O programa oferece uma plataforma para novos talentos apresentarem seus trabalhos e interagirem com curadores independentes e o público, em um ambiente que favorece a experimentação e a troca de experiências.
Serviço
Exposição | Na Altura dos Olhos
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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Rodrigo Torres apresenta sua nova instalação, Um Lugar Seguro, composta por oito esculturas inéditas, que ocupará o primeiro andar do prédio 11 da sede carioca. Criados a partir do seu
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Rodrigo Torres apresenta sua nova instalação, Um Lugar Seguro, composta por oito esculturas inéditas, que ocupará o primeiro andar do prédio 11 da sede carioca. Criados a partir do seu interesse por sobras de construções e elementos da natureza encontrados na Floresta da Tijuca, os trabalhos em exposição são o resultado de um longo percurso de experimentações por técnicas diversas, como pintura e colagem, chegando à cerâmica.
O título da obra vem “do lugar da memória que fala do sentimento de proteção da infância, esse lugar para onde se pode retornar”, explica o artista. Valendo-se de ornamentos e refinamento nas composições, Torres subverte o gênero da natureza morta contemplativa, movimentando o espectador por questionamentos sobre a percepção do real – a exemplo das várias camadas sobrepostas que parecem cobertas por papelões, mas que, na verdade, são peças feitas em argila.
Serviço
Exposição | Um Lugar Seguro
De 21 de setembro a 26 de outubro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 26 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific
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Artista proeminente no cenário da arte contemporânea carioca, Miguel Afa apresenta sua primeira individual na Gentil Carioca, reunindo um conjunto de 10 pinturas inéditas, além de uma instalação site specific que ocupará a área da galeria conhecida como piscina. O texto de apresentação da mostra é assinado pelo rapper e compositor Emicida.
Resultado da produção recente do artista, a exposição reúne reflexões sobre território e memória. Nascido no Complexo do Alemão, Afa transpõe para as pinturas seu olhar sobre as transformações desse lugar e dos corpos que o habitam. As imagens figurativas, pinçadas da memória através das recordações da infância, integram-se às várias camadas de significado dispostas no campo pictórico dos trabalhos. Lembranças como “da terra indo embora do quintal para dar lugar ao concreto, as árvores frutíferas cortadas, os corpos racializados sendo lidos como marginais”, como conta o artista, conectam-se também a vivências de convívio fraternal. O título da exposição é uma referência ao sentimento de “cuidado e ordem afetiva”, oriundo desse lugar de memória, de que o artista se imbuiu para produzir as obras da exposição.
Elemento muito presente na pesquisa de território do artista, a pipa surge em grande parte dos trabalhos atuando como um fio condutor da mostra inédita. A representação desse objeto de desejo da infância se dá ora como elemento geométrico, ora como um recurso lúdico, ou apenas como um brinquedo em suas composições. Uma das principais pinturas da mostra, inspirada em Um Retrato de Artista, do britânico David Hockney, exibe uma piscina de pipas com a Serra da Misericórdia do início do século XX como cenário ao fundo – um conjunto de montanhas verdes em torno da Igreja da Penha, onde mais tarde se estabeleceu o Complexo do Alemão. Como um campo expandido dessa pintura, uma instalação site specific agrupará centenas de pipas no espaço da piscina da galeria, ampliando o imaginário onírico do artista para fora do quadro.
O estudo minucioso da cor e a escolha de uma paleta pouco saturada trazem significância e significado ao repertório poético, visual e temático da obra de Miguel Afa. Características que remetem a outras referências da história da arte, como alguns trabalhos do italiano Giorgio Morandi e do francês Edouard Villard, considerados por Afa como aqueles que conseguiram mostrar o interior pela matização da cor, que chegaram à “cor de dentro de casa”. Na obra do artista carioca, além de ser ferramenta para a investigação da pintura, a cor propõe uma reflexão racial profunda por meio da aproximação com a obra. “Quando vista de longe, a cor, quase metafisica, não comunica o que a minha pintura está trazendo, o que se configura como uma analogia ao corpo racializado”, elabora Afa. “O primeiro olhar para esse corpo passa pela ideia preconcebida que conduz o pensamento a um lugar marginal, cheio de questões raciais e sociais. Somente ao se aproximar do quadro percebese a complexidade da existência desse corpo. Quando penso na cor da minha pintura, penso num corpo propondo uma cor e convidando o espectador a dar um ou dois passos à frente, a fim de compreender realmente o que está vendo”, conclui o artista.
Serviço
Exposição | Entra pra Dentro
De 21 de setembro a 25 de janeiro
Terça a sexta, das 12h às 18h, sábado, das 12h às 16h (com agendamento prévio, exceto em dias de abertura)
Período
21 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Lédo, 17 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-020