Beuys VI Seminário ARTE!Brasileiros
Trabalho da série Difesa della natura (Defesa da Natureza), 1984, de Joseph Beuys. Foto: Divulgação

Este ano completamos 10 anos de arte!brasileiros, uma publicação que pensa a arte inserida na contemporaneidade, como uma atitude, como uma forma de atuar e de sentir frente à realidade. Em outubro, nos dias 8 e 9, das 9:30 as 12:30 da manhã, temos a satisfação de realizar nosso VI Seminário Internacional, desta vez em formato virtual, no meio de uma das maiores provações dos últimos anos. 

No mundo, e no Brasil especificamente, parecem ter sido abertas as comportas de uma represa, e quase como num filme de ficção, saído em debandada monstros de todas as espécies, capazes de atualizar as atrocidades que já formaram parte da nossa história colonial. Os incêndios criminosos na Amazônia, no Pantanal, a contaminação dos povos das florestas, a violência brutal e assassina contra negras e negros e o abuso sexual contra as mulheres se tornaram um espetáculo tenebroso. Vivimos um cenário de descaso com a vida, com a ideia de humanização. 

A pandemia só veio agravar essa sensação. 

O mundo da arte e da cultura também passa por ataques sistemáticos nas redes de ódio que se espalham pela internet. A censura chega ao absurdo de questionar nus nas telas dos museus. 

Este debate já teve como como protagonista o artista alemão Joseph Beuys, que de 1980 a 1985 produziu na Itália uma série denominada Defesa da Natureza, que buscava a ampliação e superação do conceito de arte usando não só conceitos ecológicos, mas uma perspectiva mais ampla de revisão da própria ação humana. 

O “VI Seminário Internacional ARTE!Brasileiros: Em defesa da natureza e da cultura – a arte do possível”, realizado em parceria com o Goethe-Institut, busca, trazer para o público varios dos temas que ganharam urgência neste período e dos esforços expositivos que foram desenvolvidos em diversas mostras internacionais que não puderam chegar a se desenvolver plenamente no contexto pandêmico.

O encontro irá reunir virtualmente, transmitido através do Youtube e varias plataformas digitais; artistas, filósofos, cientistas, ambientalistas e curadores que vêm trabalhando neste cenário complexo já há muito tempo.

Estarão presentes o filósofo italiano Franco “Bifo” Berardi, pensador importante sobre o futuro pós-pandemia. O líder ambientalista Ailton Krenak, uma das vozes mais potentes dessa época, a artista e militante indígena Naiara Tukano e o cientista Antônio Donato Nobre que abordarão questões cruciais que atingem a vida do planeta e o ataque aos povos indígenas. A curadora e pesquisadora argentina Andrea Giunta, responsável pela última Bienal do Mercosul, e a dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, a partir da Manifesta13, apresentarão as questões de cerceamento às liberdades individuais e a defesa de diversidade de gênero.

Os curadores da Bienal de Berlim, a brasileira Lisette Lagnado e o espanhol Agustín Pérez Rubio, assim como a artista brasileira Aline Baiana e o artista guatemalteco Edgar Calel, que participam da bienal. A mostra, que foi suspensa em abril e aberta, com restrições ao público em 4-6 de setembro, aborda temas como o combate ao fanatismo e ao extrativismo, a vulnerabilidade de indivíduos que vivem em campos ou situação de confinamento e a existência de corpos sexodissidentes.

Por último o trio de curadores Diane Lima, Beatriz Lemos e Thiago de Paula Souza, à frente da Frestas – Trienal de Artes, que acontece parcialmente em Sorocaba, trará reflexões sobre os temas que o evento aborda, como o deslocamento dos eixos geográficos na arte contemporânea e o desenvolvimento de estratégias de escuta social, participação e formação dos públicos! Aguardamos a todos!

Comité Curatorial: Patricia Rousseaux, diretora editorial arte!brasileiros, Fabio Cypriano, diretor do curso de comunicação PUC_SP, critico de arte.

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