Obra de Éder Oliveira da série “Cenas Singulares”. Foto: Octavio Cardoso

Na oitava edição do programa Arte Atual – série de exposições inéditas realizadas pelo Instituto Tomie Ohtake – os artistas Éder Oliveira, Regina Parra e Virgínia de Medeiros apresentam Jamais me Olharás lá de Onde te Vejo, uma mostra com “reflexões acerca do retrato como gênero pictórico e como forma de reconhecer e atribuir uma identidade ao retratado”.

Segundo texto dos curadores Diego Mauro, Luana Fortes, Priscyla Gomes e Theo Monteiro, “é possível, por intermédio dos trabalhos, discutir parâmetros de como os artistas constroem os limites entre o ‘eu’ e o ‘outro’, e delimitam relações de afinidade e de distinção. Mais do que isso, os trabalhos presentes explicitam como os artistas convidados se valem da figura humana como uma de suas ferramentas para abordar a violência que imputamos ou a que são imputados nossos corpos, os limites e rastros do tempo e a noção do corpo como um lugar de resistência”.

Enquanto o paraense Éder Oliveira é reconhecido pela pintura de retratos coloridos, em diferentes escalas e suportes variados, que têm como objeto principal o homem amazônico – problematizando também a violência na região –, a paulistana Regina Parra trabalha com pintura, fotografia e vídeo abordando questões como novas hierarquias de poder, limites, controle e mudanças de limites culturais. Segundo texto da mostra, ela “traz no retrato um processo de desconstrução mitológica sobre si”, sem que com isso produza autorretratos.

Virginia de Medeiros, por sua vez, baiana de Feira de Santana que vive em São Paulo, propõe na exposição uma nova montagem para sua série Alma de Bronze (2016-2018), realizada a partir de sua convivência com lideranças femininas da Frente de Luta por Moradia (FLM) do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), iniciada com sua participação no Programa de Residência Artística Cambridge e posteriormente transmutada para a Ocupação 9 de Julho. A nova montagem, de caráter instalativo, traz retratos em vídeo de doze importantes líderes femininas da ocupação.

O programa Arte Atual, segundo o Instituto Tomie Ohtake, desde 2013 busca alimentar pesquisas artísticas experimentais, para criar possibilidades de aprimorar e enriquecer a pesquisa de cada participante. Para isso conta com a parceria de galerias para a produção das obras, desenvolvidas por meio de diálogos entre a equipe curatorial do Instituto Tomie Ohtake e os artistas convidados. Nesta oitava edição, as galerias Millan, Nara Roesler e Periscópio tornaram possível sua realização.

Jamais me Olharás lá de Onde te Vejo
Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima 201
De 07 de agosto até 29 de setembro de 2019
Entrada gratuita

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