![Chão-pão - A extinção é para sempre 1](https://artebrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Chao-pao-A-extincao-e-para-sempre-1-696x392.jpg)
Em memória a todos que perderam a vida na pandemia, uma chama se acendeu esta semana no Sesc Avenida Paulista. Um pequeno isqueiro zippo, que geralmente manteria a flama por cerca de quinze segundos, foi aceso e assim ficará de forma ininterrupta por um ano. A escultura é o primeiro episódio de A extinção é para sempre, projeto multilinguagem idealizado por Nuno Ramos e realizado pelo Sesc São Paulo com apoio do Goethe-Institut. Fechada para visitação, a obra pode ser apreciada no site da iniciativa, onde sua transmissão acontecerá ao vivo até que o fogo se extinga.
Envolvendo artes visuais, literatura, música, teatro, dança e cinema, o projeto é composto de sete episódios, desenvolvidos através de diálogos com artistas de diversas origens e linguagens, como a escritora Noemi Jaffe, o cineasta Jorge Bodanzky, a atriz Edna de Cássia, o coreógrafo Eduardo Fukushima e o encenador Antônio Araujo. “É quase que a configuração de um corpo que anda junto, uma orquestra de câmara, na qual esses trabalhos tem que jogar um com o outro, mas têm muita voz independente”, explica Nuno Ramos.
Apesar da potência individual de cada ato e de seus conceitos próprios, os episódios giram em torno de uma mesma questão: a busca por uma resposta poética à conjuntura brasileira e à pandemia, situação que para Nuno se configura através de uma série de extinções. “O que sinto é que não vamos voltar ao que era antes através de uma eleição. Vamos precisar de muito mais”, diz. E completa: “Existe a entronização da própria violência na Presidência da República, como um projeto que teve o aval da elite e do próprio ressentimento popular. O Brasil está passando por uma tragédia inacreditável, não só pela Covid-19 – que é uma espécie de visualização explícita disso -, mas também na destruição minuciosa de toda uma trama institucional.”
![](https://artebrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Nuno-Ramos-em-A-extincao-e-para-sempre.jpg)
Para o artista, essa situação foi agravada ao que o mundo político oficial se paralisou, sem conseguir superar as divergências e apontar um caminho de reação à barbárie. “Tenho a impressão de que a gente precisa realmente criar esse lugar de respiração, de trocas, de sublimação, de simbolização da vida. Então acho que tem um pouco desse desespero: como é que eu faço frente a uma situação como essa que a gente está passando?”. Junto a outros artistas, Nuno agiu pela cultura, expressando-se através de múltiplas linguagens de forma simultânea. “É uma forma de fazer arte ‘a quente’, uma produção em movimento, que vá contra o atual estado de apatia e responda aos assuntos que percorrem o espaço público hoje – como o luto, a violência, a ameaça às instituições e a relativização da nossa história”, declara.
A arte!brasileiros conversou com o artista sobre os conceitos que envolvem cada um dos sete episódios de A extinção é para sempre. Atualmente configurado como um laboratório artístico. O projeto segue em desenvolvimento e está previsto para durar um ano, o tempo da chama acesa no zippo.
A caminho da extinção
Se em 2020, em Marcha à Ré – performance feita pelo artista em parceria com o Teatro da Vertigem e comissionada pela Bienal de Berlim – buscava-se reverter a energia de descaso do governo frente à pandemia de coronavírus, homenageando suas vítimas, CHAMA aprofunda essa ideia, ao se configurar como um gesto artístico de luto. Nas próximas semanas, o público poderá participar ativamente da obra, entrando na transmissão ao vivo. “Se uma pessoa no Canadá quiser fazer uma fogueira e nos mandar, colocamos o fogo na transmissão. Outro vai pegar uma lata de combustível embaixo de um viaduto em Jacarepaguá? Coloco o fogo dele. Assim, vamos mantendo uma chama acesa ao vivo, numa espécie de monumento da chama eterna”, explica Nuno.
![Imagem horizontal colorida. Isqueiro zippo aceso. Monumento virtual CHAMA, de Nuno Ramos, parte do projeto A EXTINÇÃO É PARA SEMPRE.](https://artebrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2021/05/CHAMA-A-extincao-e-para-sempre.jpg)
Entre os dias 28 e 30 de maio, Chão-Pão vai ao ar, sempre às 20h30. Nesse episódio, um grupo de performers monta um chão feito com lajotas e pães impróprios para consumo. Sobre esse terreno, caminham e dançam, quebrando e modificando esse chão-pão. No meio da cena, dois monitores trazem em loop trechos dos filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe, de Glauber Rocha, nos quais a fala “a culpa não é do povo” está presente. “Os atores jogam um pouco com a ambiguidade dessa frase e dessa estrutura. Com esse pão sustentando e sendo despedaçado por esse chão do qual ele é a base original, que ele é quem segura”, explica. “Então tem algo da perda de horizonte popular, da perda de vocalização do que era ainda vocalizado há alguns anos e que foi sumindo.”
Essa dificuldade de expressar as situações está presente também no terceiro episódio de A extinção é para sempre, construído a partir de Os Desastres da Guerra, de Goya. Nele, teremos um tableau vivant (pintura viva), no qual atores vestidos de soldados napoleônicos vocalizam os duros depoimentos de pessoas que perderam seus parentes na guerra, colocando em foco as vítimas da violência do Estado. A brutalidade dos relatos os torna difíceis de ouvir e Nuno buscou trazer essa ideia à apresentação. Para isso, os textos foram traduzidos para o braile e então transformados em partitura percussiva. “No braile, temos dois pontos por casa: um tempo forte e um tempo fraco”, explica. É a partir disso que os músicos tocam os relatos, sobrepondo a fala dos atores. “Estamos lidando com a impossibilidade de representação de uma violência dessas, através de uso amalucado de todas as linguagens”, conta.
![](https://artebrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Os-Desastres-da-Guerra-de-Nuno-Ramos.-A-extincao-e-para-sempre.-Foto-Matheus-Jose-Maria.jpg)
Os ataques ao meio ambiente e às identidades indígenas são outro ponto de barbárie que vem sendo denunciado nos últimos anos. É visando se aprofundar nas discussões ecológicas e antropológicas que o filme Iracema – uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, é retomado em Iracema Fala. O episódio, que está previsto para ser lançado em agosto, funciona como “uma espécie de reparação e também uma atualização dessas questões”, explica Nuno. Para isso, Edna de Cássia, atriz principal do filme, que saiu da carreira artística logo após o prêmio recebido por sua atuação, revisita o texto que interpretou nos anos 70, dirigindo e interferindo em uma reencenação.
O quinto episódio traz foco à polêmica em torno de monumentos espalhados por todo o Brasil. Elaborado em colaboração com a escritora Noemi Jaffe, o trabalho busca reinaugurar uma estátua em uma das praças da cidade de São Paulo. Porém, ao invés das autoridades comumente chamadas para discursar nesses eventos, uma sequência de reinaugurações convida pessoas de várias configurações sociais, que travam discursos a partir de suas vivências dissidentes – “como que tentando reencontrar um espaço de significação para aquela escultura que já não quer dizer nada, ou que quer dizer algo muito ruim, que carrega uma memória muito violenta”.
Então, o luto volta à cena. Helióptero, sexto episódio, retoma Antígona, que enfrenta o Estado para poder velar o corpo de seu irmão morto. Em A extinção é para sempre, a tragédia grega é atualizada; Creonte, o Estado, passa a ser representado por uma máquina de guerra: um helicóptero. Com sua linguagem militar e a memória de violência e assassínio que carrega ao passar sobre as favelas brasileiras, a aeronave enfrenta Antígona, que no chão se expressa através do funk, projetado por caixas de som voltadas ao céu.
Do luto à extinção de fato, o projeto se encerra com o episódio que o dá nome. Uma pequena peça, escrita por Nuno Ramos e dirigida por Antônio Araújo, conta a história da última tartaruga gigante, que não conseguiu reproduzir e levou consigo seu código genético. Ao lado de um personagem sobrevivente de A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, a tartaruga palestra sobre sua vida e as extinções que permanecem em sua memória.
O projeto será disponibilizado de forma virtual ao longo desse um ano na plataforma de A extinção é para sempre, bem como nas redes sociais do Sesc Av. Paulista, e está sujeito a alterações de cronograma devido à pandemia de coronavírus. Porém, como coloca Nuno Ramos no texto base da iniciativa: “Vivemos algo da ordem do irreversível, numa proporção cujo desenho é difícil definir. Podemos perder tudo e, por isso, o que quer que façamos agora é dramático e decisivo. A hora é nossa”.
![Imagem horizontal em tons de vermelho, com escritos em preto. Reprodução da tela principal da plataforma online de A EXTINÇÃO É PARA SEMPRE. Um isqueiro zippo aceso é encoberto por uma série de finas linhas vermelhas, que criam um filtro da cor na imagem. Sobre o zippo lê-se em caixa alta, com letras pretas, A EXTINÇÃO É PARA SEMPRE, e espalhados os nomes de cada um dos episódios do projeto, sendo HELIÓPTERO, CHÃO-PÃO, MONUMENTO, CHAMA, IRACEMA FALA, OS DESASTRES DA GUERRA e A EXTINÇÃO É PARA SEMPRE.](https://artebrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2021/05/A-extincao-e-para-sempre-plataforma-Nuno-Ramos.jpg)
A extinção é para sempre
ONDE: Clique aqui para acessar a plataforma virtual do projeto
QUANDO: 25/05/2021 a 25/05/2022
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e
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O circuito cultural da Av. Paulista, em São Paulo, volta a contar com um importante espaço de exposições. Fechada por um período de 18 meses para reformas estruturais e melhorias técnicas, a Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp será reinaugurada no final de julho de 2024.
O espaço expositivo de 850m2 – que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP – apresenta “outros navios: uma coleção afro-atlântica”, com período expositivo que vai de 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. A mostra inédita permitirá que o grande público visitante do local conheça a rica e diversificada coleção de artes africana e afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).
O acervo começou a ser formado no final da década de 1960 (época em que os movimentos de independência das ex-colônias em África se consolidavam), por meio de doações ou compras encomendadas pela universidade. Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), então professor do MAE/USP, foi um dos principais nomes à frente do projeto institucional e científico da construção da coleção.
Arqueólogo especialista em Médio Oriente, ele lecionou entre 1974 e 1976 em Ifé, na Nigéria, lugar sagrado para os iorubá, ficando incumbido de adquirir peças para o MAE. Com olhar antropológico e educativo, Marianno se preocupou em também trazer para o Brasil moldes, mostrando interesse não apenas pelo objeto artístico, mas também pela técnica de diferentes culturas da África central e ocidental.
O trio de curadores da mostra, Carla Gibertoni Carneiro, Renato Araújo da Silva e Rosa C. R. Vieira, apontam que essas duas regiões africanas estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Eles trouxeram até nosso litoral inúmeros navios de violência, mas também trouxeram outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos selecionados para a exposição.
OUTROS NAVIOS: NÚCLEOS TEMÁTICOS
Aberta à visitação gratuita até 16 de fevereiro de 2025, a exposição que reabre a Galeria de Arte apresentará mais de 300 peças africanas e afro-brasileiras, muitas nunca antes exibidas ao público, que estarão divididas em sete núcleos temáticos.
A visita começa por “Dentro das águas”, onde poderão ser vistos objetos relacionados ao culto de Iemanjá e Oxum, orixás dos mares e das águas doces, como coroa, pulseira, leque (abebê) e espelho.
Em “Bagagens afro-atlânticas” também estão diversas peças ligadas a religiões de matrizes africanas: arco e flecha de Oxóssi, estatuetas de Exu, bastão (opaxoro) de Oxalá, machado (oxê) de Xangô, além de elementos de altar e instrumentos musicais.
No núcleo “De São Paulo a Ifé”, os visitantes encontrarão obras variadas dos iorubá, vindos especialmente da Nigéria e Benim. Há itens do dia a dia, como baú, pilão, enxada e colher, além de um conjunto de máscaras esculpidas em madeira e pintadas e pares de estatuetas de ibeji, que estão ligadas à gemealidade entre os povos iorubá.
O termo “bantu” designa genericamente toda uma gama de culturas da África Central, de países como República Democrática do Congo e Angola. Eles estarão representados no núcleo “Bantu, das terras centrais”, que traz peças como esteiras de ráfia (palha) em diferentes formatos, taças cerimoniais e um recipiente para leite com tampa decorado com conchas (cauris).
Em “Ventos no oeste africano” estão reunidos objetos de países como Gana, Mali e Costa do Marfim, incluindo um dos maiores itens da exposição, uma porta celeiro dogon. Há conjuntos de vestimentas, pentes do tipo garfo, figuras em bronze e uma balança para pesar pó de ouro, junto de um peso em formado de escorpião usado na pesagem.
“Técnicas” destaca os materiais utilizados nas diferentes etapas da técnica da cera perdida, técnica milenar que esculpe peças de liga metálica por moldagem, além de apresentar um conjunto de enxós e permitir ao visitante conhecer o processo de elaboração de uma máscara Gueledé.
O último núcleo, “Joias e tudo que reluz”, é também o mais notável da exposição, já que a coleção de joias africanas do MAE/USP é uma das mais expressivas do mundo. São diversos exemplares de pulseiras, tornozeleiras, colares, anéis e brincos, em materiais como vidro, bronze e marfim.
Há ainda uma seção especial que reúne obras de artistas contemporâneos negros brasileiros. São onze obras, em diferentes técnicas e suportes, de Denis Moreira, Denise Camargo, Guto Oca, Larissa de Souza e Renan Teles, que mostram que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
Serviço
Exposição | outros navios: uma coleção afro-atlântica
De 24 de julho de 2024 a 16 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 20h
Período
24 de julho de 2024 10:00 - 16 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo - SP
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A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição
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A Trienal Internacional Pictórica de Tijuana 2024 está em sua segunda edição e promete ser um marco cultural na fronteira do México. Realizada no Centro Cultural Tijuana (CECUT), a exposição reúne mais de 80 obras de 86 artistas de 15 países, incluindo México, Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Espanha. A temática desta edição explora questões como corporeidade, identidade e território, desafiando os limites tradicionais da pintura com propostas contemporâneas e experimentais.
Os visitantes podem participar ativamente, votando nas obras que mais os impactarem. O vencedor receberá um prêmio de 1 milhão de pesos, com prêmios adicionais para os segundos e terceiros colocados. A curadoria é liderada por Leonor Amarante, destacada professora brasileira, garantindo um nível elevado de qualidade artística. A exposição acontece nos espaços El Cubo, Sala Marta Palau e Sala Planta Baja do CECUT.
A Trienal não é apenas uma vitrine de talentos emergentes e consolidados, mas também um convite à reflexão e ao engajamento cultural
Curadoria geral
A curadora geral é Leonor Amarante, crítica, editora e jornalista brasileira. Co-Curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999/2001), com Fábio Magalhães. Curadora geral com Tício Escobar da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, (2009). Curadora geral da 1ª Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina (2007). Responsável pela parte brasileira nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Barro, Venezuela(1997/1999). Jurada de seleção de obras da Bienal de Cuenca, Equador (2009). Curadora da mostra Galeria Cilindro, na 10ª Bienal de Havana (2009). Jurada de seleção da Bienal de las Fronteras, Taumalipas, México (2014). Jurada de seleção da Feira Arteamericas Miami, das edições (2010) – (2011). Hoje integra o Comitê Editorial da revista arte!brasileiros.
Serviço
Exposição | Trienal Tijuana: 2. Internacional Pictórica
De 2 de agosto a 28 de fevereiro
Terça a domingo, das 10h às 19h
Período
2 de agosto de 2024 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Centro Cultural Tijuana
P.º de los Héroes 9350, Zona Urbana Rio Tijuana, 22010 Tijuana, B.C., México
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Nos livros, nas salas de aula, em exposições de arte e museus, a história e cultura do Brasil vêm sendo perpetuadas pela ótica dos brancos. A partir de 16 de
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Nos livros, nas salas de aula, em exposições de arte e museus, a história e cultura do Brasil vêm sendo perpetuadas pela ótica dos brancos. A partir de 16 de novembro, uma outra visão será apresentada em Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira. Composta por mais de 140 obras, a exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) tem curadoria de Deri Andrade e reverencia a contribuição dos artistas negros para o país.
Sucesso em suas passagens pelos Centros Culturais do Banco do Brasil em São Paulo e Belo Horizonte – onde foi vista por mais de 300 mil pessoas – a exposição chega ao Rio durante a realização dos encontros do G20 Social e se apresenta como mais uma oportunidade de contato do público nacional e internacional com a arte brasileira. Em cartaz até 17 de fevereiro, a mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e produzida pela Tatu Cultural.
Para a abertura, em 16 de novembro (sábado), o CCBB RJ está preparando um momento especial: às 16h o Terreiro de Crioulo se apresenta, gratuitamente, no térreo do Centro Cultural. Um encontro com muito samba de raiz e muita energia positiva, alegria e cheio de axé. A entrada é livre, mas haverá emissão de ingressos, disponibilizados na bilheteria digital e no site do CCBB. A exposição estará aberta ao público já a partir das 9h e as galerias permanecerão abertas durante todo o dia.
Ainda no dia de abertura, às 14h, o público conferirá a performance “Do que são feitos os muros”, de Davi Cavalcante. O artista construirá um muro, com tijolos que trazem diversas palavras. O trabalho propõe uma reflexão poética sobre o peso da ação humana na construção das relações com o espaço e seus pares.
A EXPOSIÇÃO
Coletiva, a exposição contempla o trabalho de 62 artistas, entre eles 12 cariocas nascidos ou adotados pela cidade. Dois estão entre os homenageados pela mostra, Lita Cerqueira e Arthur Timótheo da Costa. Os demais são: Andrea Hygino, André Vargas, Panmela Castro, Guilhermina Augusti, Matheus Ribs, Mulambö, Kika Carvalho, Elian Almeida, Rafa Bqueer e Yhuri Cruz.
“O propósito é um diálogo transversal e abrangente da produção de autoria negra em todo território nacional, mas há destaques locais, evidentemente”, comenta Deri Andrade, curador da mostra. “Sempre convidamos artistas que sejam reconhecidos nos estados em que a exposição é montada”, explica.
No segundo andar e no espaço próximo à bilheteria estarão pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos que revelam diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões. De grande abrangência, a mostra percorre do período pré-moderno à contemporaneidade.
Os trabalhos estão alocados em cinco eixos: Tornar-se, sobre a importância do ateliê de artista e do autorretrato; Linguagens, que aborda os movimentos artísticos; Cosmovisão, a respeito do engajamento político e direitos; Orum, sobre as relações espirituais entre o céu e a terra, a partir do fluxo entre Brasil e África; por último, Cotidianos, que aborda as discussões sobre representatividade.
Cada eixo é representado por artistas negros emblemáticos: Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935 – São Paulo, SP, 1974), Mestre Didi (Salvador, BA, 1917- 2013) e Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- São Paulo, SP, 1991).
FIGURAS CENTRAIS
No primeiro eixo, o público confere a arte do carioca Arthur Timótheo da Costa, cuja produção transita entre os séculos 19 e 20, expõe a relação do artista com seu ateliê, com a pintura, a fotografia e com artistas que se autorretratam. Seus traços revelam certa dramaticidade e evoluem para uma obra pré-modernista.
Rubem Valentim, homenageado na seção 2, é considerado um mestre do concretismo brasileiro. Propõe uma discussão sobre forma e elementos religiosos. Iniciou a carreira produzindo de natureza-morta a flores e paisagens urbanas e enveredou para o uso de símbolos e emblemas geométricos de religiões de base africanas.
O eixo 3 é dedicado à mineira Maria Auxiliadora, que encanta pelo uso das cores em seus retratos, autorretratos e festas religiosas. Mas não só. Sua obra carrega uma discussão mais política, engajada no debate sobre moradia, territórios, segurança alimentícia e direitos da população negra.
Mestre Didi, na seção 4, foi artista e sacerdote, revelando muito da espiritualidade e da relação Brasil/África em seus trabalhos. Sua obra também é marcada pelo uso de materiais naturais como búzios, sementes, couro e folhas de palmeira e trata bastante das afro-religiosidades a partir das relações entre Brasil e África.
No último eixo, a artista central é Lita Cerqueira, única ainda viva dentre os cinco nomes-chave da exposição. Aos 72 anos se consagra como uma das mais importantes representantes da fotografia brasileira, com reconhecimento internacional. Iniciou a carreira capturando imagens de festas populares da Bahia, da capoeira e detalhes da arquitetura do centro histórico de Salvador. Logo depois, enveredou para a fotografia cênica, realizando importantes registros de músicos de sua época, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro.
CURADORIA
A exposição é um desdobramento do Projeto Afro (projetoafro.com), em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 330 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. “A exposição traz outra referência e um novo olhar da arte brasileira aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial, a exposição enfatiza essa produção como central para repensarmos nossa própria história”, completa.
O trabalho de pesquisa por trás do projeto e da exposição nasceu do desejo e, na sequência, da frustração de Andrade ao não encontrar muitas referências em torno da arte afro-brasileira no Brasil. Ao se debruçar em publicações, materiais de outras exposições (a exemplo de várias com curadoria de Emanoel Araujo nos anos 90, que mais tarde viria a se tornar diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e fundador do Museu Afro Brasil) e inúmeras pesquisas para o mapeamento de artistas negros e suas obras pelo Brasil, Deri Andrade iniciou um minucioso projeto de catalogação de uma arte que, por vezes, foi marginalizada pela sociedade.
“Ser artista acho que já é difícil, ser artista negro no Brasil é ainda um pouco mais complicado”, afirmou o artista Sidney Amaral (São Paulo, SP, 1973/2017), em 2016, ao ser entrevistado pelo projeto AfroTranscendence. Desde a conversa, esse pensamento acompanha Andrade, que dedica parte de seu tempo a conhecer e investigar a produção artística de autoria negra no Brasil.
Deri também é pesquisador e curador, jornalista por formação, curador assistente no Instituto Inhotim e criador da plataforma Projeto Afro (projetoafro.com) de mapeamento e difusão de artistas negros/as/es.
Serviço
Exposição | Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira
De 16 de novembro a 17 de fevereiro
Quarta a segunda, das 09h às 20h (fecha às terças)
Período
16 de novembro de 2024 09:00 - 17 de fevereiro de 2025 20:00(GMT-03:00)
Local
CCBB RJ
R. Primeiro de Março, 66 - Centro Rio de Janeiro - RJ
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Em cartaz no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ apresenta trabalhos de 46 novos talentos das artes visuais do Brasil, selecionados entre mais de 700
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Em cartaz no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ apresenta trabalhos de 46 novos talentos das artes visuais do Brasil, selecionados entre mais de 700 inscritos pelos curadores Camila Fontenele e Tiago Gualberto, na ocasião em que são celebrados os 35 anos da mostra idealizada por Janete Polo Melo, ex-técnica sociocultural da Unidade que, em 1989, lançou a primeira edição da MAJ em parceria com o Centro de Comunicação e Artes da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Vitrine e agente de visibilidade e incentivo para a produção de artistas com idade entre 15 e 30 anos, ao longo de mais de três décadas, a MAIOR tem permitido a jovens talentos de todas as regiões do país expressarem sua criatividade por meio de manifestações artísticas diversas, como pinturas, gravuras, esculturas, intervenções e performances, movimentando o cenário artístico do interior paulista e ampliando a discussão da diversidade socioeconômica e cultural. A exemplo de edições anteriores, na ocasião da abertura da 31ª edição os curadores também farão o anúncio dos três artistas contemplados com o Prêmio Incentivo.
Movida pelo propósito de facilitar o acesso ao universo das artes e de difundir e projetar novos artistas para o Brasil e para o cenário internacional, a exposição coletiva do Sesc Ribeirão Preto contribuiu para a revelação de importantes nomes das artes visuais, como Jaime Lauriano, Marcelo Moschetta, Cordeiro de Sá, Beta Ricci, Felipe Góes, Fabricio Sicardi, Renata Lucas, Nilton Campos, Sofia Borges e Renato Rebouças, além de artistas indicados ao Prêmio PIPA, como Carla Chaim (2016), Talles Lopes (2022 e 2024) e Vulcanica Pokaropa (2024), entre outros.
Com mais de 600 talentos apresentados ao público ao longo de 35 anos, a 31ª edição da MAJ compõe um painel de diversidade étnica que incluiu brancos, pardos, pretos, amarelos e indígenas. Nesta edição, os artistas selecionados pelos curadores vêm de nove estados do Brasil – São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará, Minas Gerais e Amazonas – e do Distrito Federal.
Confira a seguir a lista completa de artistas presentes na 31ª MAJ:
Abner Sigemi – Amauri – Anna Lívia Taborda – Bárbara Savannah – Bruno Benedicto – Cho – Cicero Costa – Diego Rocha – Diez – Donatinnho – Estela Camillo – Felipe Rezende – Giovanna Camargo – Gu da Cei – Gustavo Ferreira – Hanatsuki – Isabela Picheth – Isabella Motta – Isabelle Baiocco – Ítalo Carajá – Janaína Vieira – Juniara Albuquerque – Kaori – Kelly Pires – Kuenan Tikuna – Leid Ane – Lorre Motta – Lucas BRACO – Lucas Gusmão – Lucas Soares – Luiza Poeiras – Mar Yamanoi – Mariana Simões – MAVINUS – Murillo Marques – Nat Rocha – Níke Krepischi – O Tal do Ale – Okarib – Pedro Mishima – Rayane Gomes – Samuel Cunha – Sophia Zorzi – Vitor Alves – Yan Nicholas – Yanaki Herrera
Processo curatorial
No texto curatorial da exposição, elaborado a partir de reflexões registradas em um longo diálogo entre Camila Fontenele e Tiago Gualberto, uma preocupação norteou o processo elaborado por eles a partir de setembro de 2023: a complexidade de selecionar um recorte diante de um número expressivo de artistas aspirantes a expor seus trabalhos na 31ª MAJ.
“Ao observar as 722 inscrições – que passaram por três fases de seleção, inicialmente 114, depois 72, até chegarmos às 46 pessoas selecionadas – percebo a forma fluida e coerente com que esses trabalhos se fortalecem reciprocamente, ao mesmo tempo em que também geram tensões e contrastes”, afirma Camila.
“Tão importante quanto reconhecer o mérito das investigações de destaque desse conjunto de 722 artistas aos quais nos dedicamos é compreender o papel formativo e educador construído ao longo das dezenas de edições da MAJ. Isto é, o gesto de laurear um conjunto representativo dessa arte jovem não deve se separar do gesto de escuta e oferta de condições de aperfeiçoamento aos demais artistas não selecionados. Em termos curatoriais, as centenas de pesquisas não selecionadas serviram como um grande coral de vozes a nos guiar para a identificação de pautas, agendas, reivindicações sociais, políticas e estéticas”, conclui Gualberto.
Com abertura ao público às 19h30 do dia 5 de dezembro, no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ posteriormente poderá ser visitada no horário normal de funcionamento da unidade: de terça a sexta, das 13h30 às 21h31; aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h. Com acesso livre e gratuito, a exposição fica em cartaz até 8 de junho de 2025.
Serviço
Exposição | 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ
De 6 de dezembro a 8 de junho
Terça a sexta, 13h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, 9h30 às 18h
Período
6 de dezembro de 2024 13:00 - 8 de junho de 2025 21:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Ribeirão Preto
Rua Tibiriça, 50, Centro, Ribeirão Preto - SP
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“Olho Cru” intitula a mostra de Bonga Mac que pontua a primeira exposição de 2025 na galeria Alma da Rua, localizada no Beco do Batman, um dos endereços mais
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“Olho Cru” intitula a mostra de Bonga Mac que pontua a primeira exposição de 2025 na galeria Alma da Rua, localizada no Beco do Batman, um dos endereços mais emblemáticos em arte urbana na cidade de São Paulo. A versatilidade do artista visual, grafiteiro, curador, produtor cultural, produtor musical e arte educador Bonga Mac se traduz em uma mostra com 14 obras. Sob a curadoria dos artistas Pardal e Ceres Macedo, a mostra, gratuita, abre em 18 de janeiro, sábado, e segue em cartaz até 19 de fevereiro.
Nesta exposição, “Bonga Mac transporta o espectador, por meio de suas criações, para uma experiência visual fascinante que desafia a percepção. O artista, ao navegar entre o figurativo e o abstrato, convida o público a refletir sobre a complexidade dos olhares e das interpretações que surgem a partir deles. As formas e cores sobrepostas podem simbolizar a multiplicidade de sentidos que a visão pode oferecer, especialmente quando se trata de seres não humanos”, pontuam os curadores.
Esse diálogo entre o instinto selvagem e a essência humana pode provocar uma introspecção sobre a própria natureza e a relação com o mundo ao redor. Bonga Mac, ao explorar essas temáticas, provavelmente, instiga o espectador a questionar não apenas o que vê, mas também como interpreta e se conecta com o que está diante de si. Essa abordagem artística pode resultar em uma experiência rica e multifacetada, repleta de significados e reflexões.
Durante a exposição, Bonga Mac estará aos finais de semana na mostra onde vai realizar evento live painting, apresentações musicais e, em paralelo, vai expor algumas das dezenas de Kombis transformadas em obras de arte. Por essas criações, o artista concorre a uma citação no Guiness Book.
Serviço
Exposição | Olho Cru
De 18 de janeiro a 19 de fevereiro
Todos os dias das 10h às 18h
Período
18 de janeiro de 2025 10:00 - 19 de fevereiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Alma da Rua II
Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo - SP
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Em parceria inédita, MOS e Galeria Athena inauguram, no dia 23 janeiro, a nova exposição “Intermédio” do artista carioca Gustavo Prado, na cidade de São Paulo. Esta é a
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Em parceria inédita, MOS e Galeria Athena inauguram, no dia 23 janeiro, a nova exposição “Intermédio” do artista carioca Gustavo Prado, na cidade de São Paulo. Esta é a segunda exposição da galeria após a chegada da Athena à capital paulistana.
A mostra acontece no espaço expositivo do edifício Melo Alves 645, que se propõe a ser um centro de convergência cultural, oferecendo ao público exposições de arte inéditas. Com a individual de Prado, a Athena reúne um conjunto de obras inéditas, marcando não apenas a primeira exposição individual do artista na capital paulista e sua representação pela galeria, mas também seu retorno ao Brasil após catorze anos de residência em Nova Iorque.
“Intermédio” apresenta obras escultóricas que dialogam não apenas com as estratégias de construção, circulação e vigilância características de São Paulo e de grandes centros urbanos, mas também com o legado da pintura e da escultura da arte construtivista – que teve nesta metrópole a sua capital brasileira. A exposição também conta com uma intervenção na fachada da galeria em que o artista busca romper a separação entre o espaço interno e a rua.
Serviço
Exposição | Intermédio
De 23 de janeiro a 15 de março
Segunda a domingo, das 9h às 18h
Período
23 de janeiro de 2025 09:00 - 15 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Athena
R. Dr. Melo Alves, 645 - Cerqueira César, São Paulo - SP
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Exibição de banners na Avenida Paulista oferece arte acessível a todos, homenageando bairros icônicos de São Paulo. No aniversário de 471 anos de São Paulo, a metrópole se veste de
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Exibição de banners na Avenida Paulista oferece arte acessível a todos, homenageando bairros icônicos de São Paulo.
No aniversário de 471 anos de São Paulo, a metrópole se veste de arte e história com a inauguração da exposição “São Paulo 471 Anos”. A fachada do Conjunto Nacional, coração cultural da Avenida Paulista, se transforma em uma tela ao ar livre, onde a arte se torna acessível e convidativa. Sob a curadoria de Vera Simões, 11 artistas visuais proeminentes prestam homenagem a bairros da cidade, cada um trazendo uma visão única que reflete a vida cultural de São Paulo. Serão apresentados 12 banners.
A exposição é uma homenagem à cidade de São Paulo, que não apenas se destaca como uma das cidades mais populosas do mundo, mas também como um lugar que constantemente inspira arte e cultura. Cada artista convidado teve a tarefa de escolher um bairro da cidade para homenagear por meio de sua obra, resultando em uma exibição diversificada que captura a essência multifacetada da metrópole. “Esta exposição é um tributo à energia criativa de São Paulo. Ela demonstra como a arte pode conectar pessoas, bairros e histórias em um diálogo visual fascinante que é acessível a todos os cidadãos e visitantes”, conta Vera Simões.
O diferencial da exposição é sua acessibilidade e grandiosidade, uma vez que os trabalhos dos artistas foram impressos em banners gigantes, de 7 metros de altura por 4 metros de largura. A localização estratégica permite que todos, moradores locais a turistas, tenham a oportunidade de contemplar e se inspirar com as obras de arte, tornando-a verdadeiramente acessível a todos.
Os artistas e os bairros homenageados incluem:
Antonia Fealizadeh – Perdizes
Dulce Julianelli – Paraíso
Gabriel Thomaz de Aquino – Cerqueira César
Gaby Alves – Vila Mariana
Gaby Faltay – Alto de Pinheiros
Leila Lagonegro – Vila Mazzei/ Jaçanã
Malu Mesquita – Centro
Máximo Hernández – Cidade Universitária
Silvana LaCreta Ravena – Panamby/ Vila Andrade
Wanessa Salles – Bixiga
Zina Kossoy – Pacaembu
Curadora – Vera Simões
Vera Simões, curadora da Galeria VERARTE, Bacharel em Comunicação Social, pós graduada em Marketing Cultural, curadora e realizadora das exposições.
Serviço
Exibição de banners na Avenida Paulista
De 25 de janeiro a 23 de fevereiro
Período
25 de janeiro de 2025 - 23 de fevereiro de 2025 (O dia todo)(GMT-03:00)
Local
Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 – Consolação São Paulo – SP
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A simpatia é uma forma de ação, uma intenção depositada sobre a vida. Sua prática é a materialização cotidiana da magia/crença popular, transmitida verbalmente de geração em geração. Pouco
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A simpatia é uma forma de ação, uma intenção depositada sobre a vida. Sua prática é a materialização cotidiana da magia/crença popular, transmitida verbalmente de geração em geração. Pouco se sabe de sua origem, quem inicialmente começou a propagá-la, mas a força disseminativa é poderosa, em qualquer canto do Brasil há sempre uma avó que aconselha a filha, sobrinha ou vizinha com um ato espiritual que vai pavimentar o caminho da realização de sonhos, na atração de positividade e prosperidade, na resolução de algum problema grave ou até mesmo uma cura a ser atingida.
Esse trabalho suntuoso da fé é aliado à esperança da força feminina, de sustentar a energia da família, em suas muitas possibilidades. Essa força da mulher é motriz na poética de Larissa de Souza, que as elege como suas personagens principais, singulares, melancólicas e profundamente poderosas.
Na mostra individual “Fé Feitiço”, Larissa de Souza nos absorve na conversão visual que tece destinos e evoca ancestralidades de muitos Brasis. A artista circula a temática de aprendizados e crenças, transmitidos por seus familiares e que de alguma maneira, previamente à feitura da exposição, já permeavam seu imaginário. A pesquisa se consolidou ao deparar-se com a percepção da proximidade cultural com Angola, o que fascinava a artista virou matéria após um período que passou no país irmão – se deparou com uma familiaridade local, hábitos e costumes angolanos que eram tipicamente brasileiros.
Povos são organizados pela memória e a oralidade é a manifestação desta, pois é na memória que a colonialidade falha, a reexistência opera e as histórias perseveram. A coincidência de crenças entre Angola e Brasil é o reflexo da afro-diáspora, em como há um cruzamento entre os mitos populares e como somos forjados na ancestralidade advinda da África. Sábia é a nação que acredita e valoriza a ancestralidade, pois é nas fissuras da cultura que descobrimos a sobrevivência da memória. É apesar de e sobretudo na violência que a fé encontra maneira de se manter a esperança, é um modo de invocar uma ordem metafísica, uma forma de viver.
A produção pictórica da artista converge com o entendimento de saberes ancestrais e culturais, silenciados pelas colonialidades, mas que resistem e habitam o inconsciente coletivo. Ao revisitar essas crenças populares, busca uma reconexão com identidades culturais do passado e ao fazê-lo, ressignifica o presente.
De Angola trouxe tratamentos medicinais, feitiços, chás e pedras, cada qual com sua função, aprendidas em trocas cotidianas e conversas em feiras. Há uma vivência que só se realiza na troca pessoal, de ouvir histórias, de estar presente nessas imbricadas sociabilidades. Um desses encontros é traduzido em pintura, o Gipalo, a doença da traição. Quando um bebê está com seu corpo vulnerável adoece após a traição paterna, ao receber energias externas. A solução parte das benzedeiras, a cura é consumir e se banhar em pele e fezes de elefante. Notem que a medicina das curandeiras por si só constitui um sistema de conhecimento, o que Larissa faz é traduzir em composição de pintura, contemplando vários universos narrativos em um retângulo só, com destaque para pequenas pinturas no topo do contexto maior que contam a história de amor e posterior traição.
A fé é a magia, aterra o conhecimento ancestral que circula na oralidade, de saberes que não são mapeados, presentes nas curandeiras, nas feiras, nas casas, nas conversas – o misticismo é palpável ao mergulharmos no espaço expositivo. As pinturas cristalizam na produção pictórica o conhecimento da oralidade, estabelecendo um processo de subjetivação, a artista maneja fundir de maneira lúdica o Brasil e Angola contemporâneos.
A pintura surreal é o leite dos sonhos e os trabalhos nos dão um vislumbre de um mundo mágico, a vida a partir do prisma imaginativo, em que corpos podem ser transformados, ser o que são. Elabora um encontro radical entre realidade e fabulação, sua perspectiva é repleta de simbolismo e alusões imagéticas, como percebemos na pintura do bebê pé de bananeira, uma conexão entre terra, crença e imaginação. A artista é atravessada pela espiritualidade do inconsciente, evocando a libertação do gesto, dos limites da pintura, das mulheres, dos corpos e do preconceito.
O fantástico é tangível, Souza adiciona camadas de texturas em suas pinturas, como ao adicionar pérola de mica em pó, um minério cintilante, que projeta uma resplandecência da pintura. Há também a associação com tecidos que são colecionados pela artista, advindos de brechós, tramas repletas de histórias e energias. Consolida a fatura matérica da pintura com essas aplicações aliada a imagens do seu inconsciente, realizando um universo absolutamente encantador aos olhos dos visitantes. A paleta de cores em “Fé Feitiço” explora tons azulados com nuances violáceas, com adição de bordados, ladrilhos e pedras. Transita entre o lilás sutil e o púrpura denso, tons que aprofundam uma sensação de elevação espiritual.
O protagonismo das mulheres está atrelado à esperança e à vontade de resolução, no entanto, há certa melancolia no olhar de suas figuras. Se percebe que a simpatia reflete o trabalho descomunal e silencioso da alteração das condições de vida, da força apesar da dureza da realidade, mas que é vista a partir da morada lúdica. O corpo de trabalho na exposição reverbera sutilezas do interior da artista, como suas memórias infantis de alimentar a fé, como quando ao encontrar uma pedra bonita a transformava em amuleto de sua proteção.
Esse processo de ressignificação é um modo de reexistência, as cores irrompem nas pinturas, os símbolos compõem suas narrativas, envolvendo pensamento, percepção, sentimento e ação. Mignolo afirma que o caminho da reexistência é diverso de resistir, haja vista que resistir é permanecer preso às regras do jogo de outros, reexistir é concretamente o que percebemos na exposição, uma desvinculação para forjar algo singular e potente, uma conversão visual da vida.
A canção de 1997 “Las caras lindas”, interpretada pela cantora peruana Susana Baca, entoa “Las caras lindas de mi gente negra son un desfile de melaza en flor que cuando pasan frente a mi se alegra de su negrura todo el corazón”. A música afro-caribenha de Ismael Rivera exalta a ancestralidade e as raízes ao associar doçura e resistência como melaço em flor. Essa força está presente na poética de Larissa de Souza, sua construção imagética é tão potente que ficamos inebriados por essa energia que é projetada das telas, os tons e texturas intensificam as narrativas tão singulares de cada um dos trabalhos. Sob a velatura das necessidades da vida e da melancolia do desamparo, Larissa de Souza demonstra uma produção genuína e vibrante, uma arte feiticeira.
Serviço
Exposição | Fé Feitiço
De 28 de janeiro a 01 de março
Segunda a sexta, 10h às 19h
Período
28 de janeiro de 2025 10:00 - 1 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Simões de Assis (Lorena)
Alameda Lorena, nº 2050 - Jardim Paulista
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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar cosmos – outras cartografias, exposição coletiva com curadoria da artista Laura Vinci em parceria com o núcleo curatorial Nara Roesler. A
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A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar cosmos – outras cartografias, exposição coletiva com curadoria da artista Laura Vinci em parceria com o núcleo curatorial Nara Roesler. A mostra reúne em torno de 30 trabalhos de 22 artistas que, embora possuam poéticas distintas entre si, têm como ponto de convergência a questão da cartografia. A cartografia é um campo do conhecimento que produz representações gráficas de um determinado espaço, e historicamente a mesma dialogou profundamente com as artes, a religião e diversos sistemas de crenças e mitologias. Olhando para os mapas como ideias de representação de mundo, mas também como ferramentas amplamente utilizadas para controle e exploração de territórios colonizados, a mostra busca reunir trabalhos que repensam e subvertem essas representações.
Dentre os nomes de peso histórico da mostra, figuram trabalhos de Anna Bella Geiger, Nelson Leirner e Paulo Bruscky, que buscam trazer a questão da representação gráfica para um viés poético, tanto discutindo questões nacionais quanto se debruçando sobre uma geopolítica mais ampla. A materialidade da cartografia aparece nos trabalhos de André Vargas, Marina Camargo e Carlos Bunga, que constroem (ou percebem) mapas e desenhos através de suportes pouco usuais. Temas de ordem política, trazendo questões como disputas de narrativa e colonialismo estão presentes nos trabalhos de Alfredo Jaar, Jonathas de Andrade, Jaime Lauriano e Talles Lopes.
Nas palavras de Laura Vinci, o foco da exposição decorre “das várias crises que o nosso planeta enfrenta atualmente – sejam elas políticas, migratórias ou ambientais – e o objetivo desta exposição é inspirar a reflexão sobre diferentes abordagens artísticas para essas questões urgentes. Para os artistas, “pensar sobre o mundo” não significa necessariamente filosofar, mas criar imagens, objetos, representações e intervenções que se envolvam com essas ideias globais. Alguns trabalhos podem ter uma perspectiva mais política ou geopolítica, enquanto outros podem enfatizar preocupações ambientais. Juntas, as obras incentivarão um diálogo mais amplo sobre o mundo em que vivemos”.
artistas participantes
Alfredo Jaar, Anna Bella Geiger, Runo Lagomarsino, Ana Linnemann, André Vargas, Arjan Martins, Brígida Baltar, Carlos Bunga, Carlos Motta, Jaime Lauriano, Jonathas de Andrade, Laura Vinci, Marina Camargo, Nelson Leirner, Nelson Felix, Paulo Bruscky, Paulo Nazareth, Rivane Neuenschwander, Talles Lopes, Vanderlei Lopes
Serviço
Exposição | cosmos – outras cartografias
De 06 de fevereiro a 15 de março
Terça a sábado, das 10h às 18h
Período
6 de fevereiro de 2025 09:00 - 15 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Nara Roesler - SP
Avenida Europa, 655, São Paulo - SP
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 7 de fevereiro a 30 de março, a Sala de Vídeo: Janaina Wagner. A mostra marca
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O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 7 de fevereiro a 30 de março, a Sala de Vídeo: Janaina Wagner. A mostra marca a estreia do documentário experimental Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025), de Janaina Wagner (São Paulo, SP, 1989), que tem como elemento central a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica.
Projetada para conectar a Amazônia à costa brasileira, a construção da Transamazônica, ocorrida durante o período militar, foi marcada por uma perspectiva extrativista e por tensões com as comunidades da região. A exposição destaca como a rodovia transformou a paisagem e deixou marcas profundas no meio ambiente e no cotidiano das populações locais, afetando tanto a cultura quanto a história do Brasil.
Com curadoria de Leandro Muniz, curador assistente, MASP, a sala de vídeo exibe uma trilogia de vídeos gravados no território amazônico: Curupira e a máquina do destino (2021), Quebrante (2024) e Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025). Na trilogia, a rodovia inacabada dialoga com figuras do folclore brasileiro, criando metáforas críticas sobre a realidade do país. “A obra de Janaína Wagner se apropria de figuras mitológicas ou folclóricas para abordar conflitos reais, como é o caso da Curupira. A personagem carrega simbolismos marcantes, especialmente o detalhe dos pés para trás que andam para a frente, o que, no trabalho de Wagner, sugere as contradições do desenvolvimento predatório”, comenta Muniz.
Os documentários experimentais de Wagner criam ficções para refletir sobre a realidade, entrelaçando história da arte, cinema e literatura. O documentário Iracema – uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, foi uma referência central para a artista, que propôs uma continuação do longa-metragem ao contar novas histórias sobre o que acontece nas margens da rodovia BR-230. Como em Curupira e a máquina do destino (2021), filmado no distrito de Realidade (AM), que narra o encontro entre uma curupira e o fantasma encarnado de Iracema, personagem fictícia do filme de 1974.
Em Rurópolis (PA), primeira cidade fundada na BR-230 para servir de base aos trabalhadores que a construíram, transcorre Quebrante (2024). O vídeo acompanha Dona Erismar, a professora aposentada que descobriu as cavernas da região e ficou conhecida como “A Mulher das Cavernas”.
Encerrando a trilogia de pesquisa de Janaina sobre a Rodovia Transamazônica, Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025) anuncia a aproximação de um Segundo Sol e a catástrofe causada pela crise climática.
Sala de Vídeo: Janaina Wagner é a primeira exibição de 2025 no MASP, que, ao longo do ano, incluirá mostras audiovisuais de Emilija Škarnulytè, Maya Watanabe, Inuk Silis Høegh, Tania Ximena e Vídeo nas Aldeias. A Sala de Vídeo integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da Ecologia.
Serviço
Exposição | cons.tru.ção | definição em aberto
De 07 de fevereiro a 30 de março
Quarta a quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas
Período
7 de fevereiro de 2025 10:00 - 30 de março de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
MASP
Avenida Paulista, 1578, São Paulo
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Ava Rocha, artista com reconhecida carreira musical, agora avança em sua prática multidisciplinar ao apresentar uma obra instalativa na Millan. Com abertura no sábado, 8 de fevereiro, a partir
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Ava Rocha, artista com reconhecida carreira musical, agora avança em sua prática multidisciplinar ao apresentar uma obra instalativa na Millan. Com abertura no sábado, 8 de fevereiro, a partir das 15h, dentro de fora de dentro entrelaça diversas linguagens artísticas e tem seu título tomado de um poema da própria artista.
O resultado dessa atuação multidisciplinar é uma instalação que desloca a noção do espaço restritivo do espetáculo musical, modificando o ambiente da galeria e criando um ambiente onírico que transita entre os polos mítico e ordinário, artista e público, promovendo um terreno de encontro aberto ao inesperado. O primeiro desses encontros acontece já na abertura: a partir das 19h de sábado, quando Ava Rocha realiza uma performance na instalação.
Serviço
Exposição | Dentro de fora de dentro
De 08 a 28 de fevereiro
Segunda a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 28 de fevereiro de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de inaugurar sua programação de 2025 em São Paulo com a nova exposição de Lucia Laguna, A propósito de duas janelas.
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A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de inaugurar sua programação de 2025 em São Paulo com a nova exposição de Lucia Laguna, A propósito de duas janelas. A mostra marca o retorno da artista à cidade desde sua última individual na galeria, em 2020.
Desde que começou a pintar, a janela funciona para Laguna como ponto de vista, mas também orienta as suas decisões compositivas: opera, ao mesmo tempo, como um sistema de ordenação do plano em quadrados e retângulos e como componente que desestabiliza a escala e cria novas vistas dentro do quadro.
Estas obras produzidas neste ano e ao longo de 2024 e 2023, marcam um momento transitivo na pesquisa da artista: recentemente, Laguna passou a ocupar um novo estúdio, deixando aquele em que trabalhou e morou por mais de 40 anos. Esse deslocamento físico leva também a uma transformação formal e temática nas suas obras, e conduz às “duas janelas” aludidas no título da exposição. Em pinturas como Paisagem nº 157 (2024), blocos e faixas monocromáticas em tons neon de verde, amarelo, laranja, vermelho e rosa são novos elementos que expandem o repertório cromático da artista enquanto aguçam as possibilidades inerentes à sua prática. Uma dinâmica de ocultamentos e ênfases visuais cria apagamentos luminosos, presenças que também escondem. Ao cortar e atravessar a superfície, essas intervenções geométricas de planos e linhas desierarquizam a perspectiva, subvertendo proporções. Construções e fragmentos de arquitetura aninham-se dentro de densas representações de mata, cruzando referências vegetais e construtivas.
Ancoradas em figuras, seus trabalhos se convertem em trechos abstratos. As diagonais incisivas, os bloqueios coloridos da superfície, os cortes decididos e as transversais que caracterizam a pintura de Lucia Laguna citam elementos construídos como muros, cabos elétricos, cercas a casas. Traduz-se assim a natureza palimpséstica da constituição urbana do Rio de Janeiro. A presença dessa paisagem labiríntica impõe uma apreensão fragmentária a que a artista responde com observações às vezes micro, às vezes macroscópicas. Nascem obras profundamente situadas no ambiente, com um olhar que esmiúça e expande os arredores, implicado na construção, reconstrução e desconstrução do espaço.
A exposição é acompanhada de um ensaio escrito pelo crítico e curador Diego Matos.
Agradecimento especial a Claudia Moreira Salles pelo mobiliário da mostra.
Serviço
Exposição | A propósito de duas janelas
De 08 de fevereiro a 22 de março
Terças a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 18h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 22 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel - SP
Rua James Holland 71, Barra Funda, São Paulo
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A Galeria Leme inaugura a exposição individual “Fulgor atlântico” do artista visual Tiago Sant’Ana, com texto crítico do curador Renato Menezes. Com mais de 30 obras, a mostra reflete
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A Galeria Leme inaugura a exposição individual “Fulgor atlântico” do artista visual Tiago Sant’Ana, com texto crítico do curador Renato Menezes. Com mais de 30 obras, a mostra reflete uma pesquisa sobre os diálogos entre o branco e o azul, conectando esses elementos às tradições escultóricas iorubanas.
Entre os destaques da mostra está a série “Itutu”, composta por desenhos em lápis azul cobalto sobre papel de algodão. A série se inspira na filosofia iorubana, que associa uma frieza mística ou paz de espírito à expressão serena de um rosto. As obras retratam figuras masculinas em diferentes contextos, explorando texturas e contrastes entre gestos precisos e livres. A cabeça, elemento central em todas as composições, faz referência à tradição cultural iorubana que a reconhece como o ponto onde reside a energia vital.
A exposição, segunda individual do artista na galeria, apresenta também o vídeo “Apneia”, que explora os dilemas entre fala e escuta por meio de uma narrativa lírica que combina som, imagem e palavra. Complementam a mostra obras feitas com bordados em seda e composições que utilizam açúcar e pigmentos azuis. Esses trabalhos formam espécies de fotografias ou gravuras reveladas no açúcar, material recorrente na produção de Sant’Ana devido ao seu simbolismo histórico ligado à colonização no Brasil, conectando memória afro-diaspórica a questões históricas.
Tiago Sant’Ana utiliza múltiplas linguagens artísticas para estimular reflexões profundas sobre história e memória, entendendo esta última como um direito essencial para o desenvolvimento social. Suas obras equilibram rigor conceitual e apuro estético, oferecendo ao público uma experiência que alia sensibilidade visual a uma análise crítica.
Serviço
Exposição | Fulgor atlântico
De 08 de fevereiro a 22 de março
Terça a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 17h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 22 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Leme
Av. Valdemar Ferreira, 130 - São Paulo - SP
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Reunião de obras de Guga Szabzon e Thomaz Rosa e pelo curador Cristiano Raimondi, além de trabalhos criados a quatro mãos, Calambur resulta de um ano de diálogo e
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Reunião de obras de Guga Szabzon e Thomaz Rosa e pelo curador Cristiano Raimondi, além de trabalhos criados a quatro mãos, Calambur resulta de um ano de diálogo e colaboração entre os artistas. Ao longo de 2024, eles passaram a frequentar o ateliê um do outro e a trocar um banco de imagens que guardavam como referência, uma prática que, coincidentemente, já mantinham de antemão. Essas aproximações culminaram em ações mais experimentais, que envolvem a criação de obras cujas etapas foram executadas intercaladamente por Guga e Thomaz, além de trabalhos criados em conjunto. Desse último, um exemplo é Só não sei se continuo (2024). A peça teve a sombra projetada pelo corpo dos dois artistas pintada por Rosa sobre a superfície do feltro, material recorrente na produção de Szabzon.
Cristiano Raimondi — responsável pela curadoria de exposições de Szabzon na Millan e na galeria Travesía Cuatro, no México, em 2023 — incentivou a aproximação entre os artistas ao notar pontos de contato em suas respectivas pesquisas. Ainda que seus trabalhos preservem grandes diferenças, sobretudo no que diz respeito aos processos e materiais empregados por cada um, eles compartilham em suas composições a linha e a sugestão de movimentos rápidos, além de um apreço por correntes da arte moderna e da segunda metade do século XX.
O bate-bola mantido por eles é reposto no espaço expositivo, por meio de movimentos de associação entre as obras e, sobretudo, por outro trabalho elaborado pela dupla. Quicada (2024) consiste em uma mesa de pingue-pongue coberta por traços, formas, pinturas e objetos produzidos pelos artistas. Posicionada no centro do espaço, a obra funciona como uma metonímia de Calambur — o movimento veloz da bolinha arremessada de um lado a outro pelas raquetes — ou o do olhar de quem a acompanha — é o mesmo proposto pelo trio que idealizou o projeto: traçar um percurso errático e fugaz pelo universo de cada artista, seu ateliê, suas obras e os artistas olhados por cada um, formando um rastro que embaralhe e reordene nossa mirada sem definições estáticas. ORDINIEDESORDINE, 2024, obra de Guga Szabzon inspirada pelo artista italiano Alighiero Boetti, mais uma referência partilhada, também perpassa esse raciocínio.
Da mesma forma, o título, Calambur, lida com a permutação. Em seu sentido original, designa um jogo de palavras que as aproxima na fala por uma sonoridade semelhante, ainda que tenham significados distintos. Por fim, um zine com as imagens de referência de Guga Szabzon e de Thomaz Rosa foi elaborado para o projeto, em colaboração com o designer Pedro Alencar. Em formato de flipbook, a publicação acompanha uma bolinha que quica página a página, atravessando o universo de referências que informa a pesquisa de cada artista.
Serviço
Exposição | Calambur
De 08 de fevereiro a 22 de março
Segunda a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Período
8 de fevereiro de 2025 10:00 - 22 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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A Galatea tem o prazer de anunciar a exposição de Isay Weinfeld intitulada Ininteligibilidade. A mostra é composta por objetos coletados em diferentes momentos e contextos, ora rearranjados com
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A Galatea tem o prazer de anunciar a exposição de Isay Weinfeld intitulada Ininteligibilidade. A mostra é composta por objetos coletados em diferentes momentos e contextos, ora rearranjados com humor e argúcia. A faceta artística do arquiteto explora a carga simbólica desses achados ao justapô-los com sutil ironia. Colocando em jogo o estatuto da obra de arte e a figura do artista, Weinfeld não busca criar discursos, mas desmontá-los com o chiste.
Serviço
Exposição | Ininteligibilidade
De 12 de fevereiro a 08 de março
Segunda a quinta, das 10h às 19h, sexta, das 10h às 18h e sábado, das 11h às 17h
Período
12 de fevereiro de 2025 10:00 - 8 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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Um conjunto que mescla escultura, instalação e vídeo reorganiza a ambientação da galeria. Seguindo os procedimentos de sua última individual na Central, ‘Montanhas nos observam em time-lapse’ (2019), Manhães
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Um conjunto que mescla escultura, instalação e vídeo reorganiza a ambientação da galeria. Seguindo os procedimentos de sua última individual na Central, ‘Montanhas nos observam em time-lapse’ (2019), Manhães propõe alterações na iluminação do espaço e recorre a recursos sonoros para compor a percepção de uma “floresta inventada”, como pontua a artista.
‘O lado de fora dos olhos fechados’ marca a mudança na prática da artista, que, após um período de silêncio, experimenta novos materiais e soluções formais para as obras apresentadas. “Meu interesse é entrar em algo que não tenha nome, que não seja nem instalação, nem escultura, e sim, todas as coisas juntas” conta Manhães.
Manhães foca, nesta exposição, na invenção de organismos e seus espaços próprios. “Seres organizados em círculo nesta sala, como num alinhamento megalítico, evocam a distribuição de elementos numa floresta, onde habitam entes que vemos e que não vemos. Ronda o mistério; sinto que há um ritual em curso, embora não seja capaz de nomeá-lo.” escreve Ana Avelar, que assina o texto crítico da mostra.
Durante a abertura, que acontece entre 15h e 18h, a artista Mayla Goerisch apresenta uma peça sonora que se inspira e dialoga com a exposição ‘O Lado de Fora dos Olhos Fechados’.
Serviço
Exposição | O lado de fora dos olhos fechados
De 17 de fevereiro a 30 de abril
Segunda a sextas, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Período
17 de fevereiro de 2025 11:00 - 30 de abril de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Central Galeria
Rua Bento Freitas, 306 / subsolo vila buarque / 01220-000 são paulo
Detalhes
Um dos maiores intérpretes da música brasileira, Ney Matogrosso completa 50 anos de carreira em 2025 e ganha homenagem no MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria
Detalhes
Um dos maiores intérpretes da música brasileira, Ney Matogrosso completa 50 anos de carreira em 2025 e ganha homenagem no MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A exposição “Ney Matogrosso”, que abre ao público no dia 21 de fevereiro, começa a vender ingressos a partir do dia 05 de fevereiro. A mostra faz um percurso cronológico pela obra do artista, passando por cada década de sua atuação na frente dos palcos – desde a estreia como vocalista do grupo “Secos & Molhados”, até seu mais recente álbum “Nu com minha música”, o primeiro concebido separadamente de um show.
Dividida em seis áreas, a exposição exibe centenas de elementos têxteis como figurinos e adereços de shows e videoclipes, além de documentos, capas de álbuns, pôsteres e CDs. Há trechos de uma entrevista concedida por Ney Matogrosso ao programa Notas Contemporâneas, do MIS, na ocasião dos 45 anos do museu. Diversas fotografias emblemáticas de todas as fases do homenageado estão na exposição também, em obras de Madalena Schwartz, Thereza Eugênia, Ary Brandi e Daryan Dornelles.
A curadoria é assinada pelo diretor-geral do MIS, André Sturm, o projeto expográfico é dos arquitetos Juan Cabello Arribas e Viviane Sá e os textos da exposição foram compostos pelo jornalista Julio Maria, autor de “Ney Matogrosso – a biografia”, lançada pela Companhia das Letras em 2021. A exposição tem parceria do SENAC e apoio da Paris Filmes.
“Antes de tudo sou um fã do Ney Matogrosso desde os anos 70. É um imenso prazer poder levar aos visitantes do MIS a história deste artista único do cenário brasileiro, que segue com a mesma energia mobilizando o público”, afirma André Sturm, curador e diretor-geral do MIS. “Ney foi o grande destaque das celebrações de 45 anos do MIS, em 2015, ao participar do programa Notas Contemporâneas, contando para o público presente histórias de sua vida e carreira. Foi um momento inesquecível e, agora, dez anos mais tarde, trazemos essa nova homenagem com uma exposição inédita e muito especial”.
O vídeo completo com a participação de Ney Matogrosso no Programa Notas Contemporâneas – Especial 45 anos do MIS, de maio de 2015, pode ser conferido no Acervo Online do Museu, neste link.
A exposição conta com elementos cenográficos desenvolvidos pela Paris Entretenimento, exclusivamente para o filme “Homem com H”. O filme, que tem previsão de lançamento para maio, tem direção de Esmir Filho e conta com o ator Jesuíta Barbosa no papel de Ney Matogrosso.
O SENAC São Paulo detém toda a coleção de indumentária de Ney Matogrosso, cedida pelo próprio artista para manutenção e guarda na instituição. Ao longo dos últimos anos, tendo as peças como objeto central de estudos do departamento de Moda, o SENAC organizou pequenas exibições com itens selecionados em diversas unidades do Estado de São Paulo. Na exposição do MIS é a primeira vez onde a coleção poderá ser vista em sua integridade, com mais de duzentos itens que vão de calçados à adereços de cabeça, da década de 1970 aos anos 2000.
Serviço
Exposição | Territórios Diluídos
De 21 de fevereiro a 30 de março
Terças a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Período
21 de fevereiro de 2025 10:00 - 30 de março de 2025 19:00(GMT-03:00)
Local
Museu da Imagem e do Som - MIS
Av. Europa, 158, Jd. Europa São Paulo - SP