Mulheres Radicais na Pinacoteca, Milton Dacosta na Galeria Almeida e Dale, abertura da Bienal Naifs do Brasil e Bob Wolfenson no Espaço Cultural Porto Seguro são programas imperdíveis
Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985, coletiva na Pinacoteca de São Paulo, abertura em 18/8
A mostra tem curadoria da historiadora venezuelana Cecilia Fajardo-Hill e da pesquisadora argentina Andrea Giunta e é a primeira na história a levar ao público um significativo mapeamento das práticas artísticas experimentais realizadas por artistas latinas e a sua influência na produção internacional. Quinze países estarão representados por 120 artistas, reunindo mais de 280 trabalhos em fotografia, vídeo, pintura e outros suportes. A apresentação na capital paulista conta com a colaboração de Valéria Piccoli, curadora-chefe da Pinacoteca.
Paulo Ito, ‘Fake News’, 2017
Histórias (não) contadas, coletiva no Sesc Santana, abertura em 23/8
Os trabalhos questionam a veracidade dos discursos tidos como imparciais em tempos em que se discute lugar de fala, notícias falsas e pós-verdade. A exposição é composta por quatro módulos: Ao norte do rio, instalação de Jaime Lauriano; Art Book, com obras originais da publicação homônima de Bruno Moreschi; Ocupações – Cultura e Luta, com fotografias de Miguel Salvatore, Ana Luisa Seco, Marcio Ramos e Mildo Ferreira; e Fake News, com grafites de Enivo, Paulo Ito e Quinho.
Bob Wolfenson, ‘Rita Lee’, 1976
Bob Wolfenson: Retratos, individual no Espaço Cultural Porto Seguro, abertura em 23/8
Uma das referências nacionais como retratista, fotógrafo de nus e de moda, Bob Wolfenson transita com a mesma destreza entre a publicidade e a arte. Ao longo de seus quase 50 anos de carreira, é responsável por alguns dos retratos mais marcantes da iconografia brasileira recente.
Irving Penn, ‘Pablo Picasso em La Californie’, 1957
Irving Penn: centenário, individual no Instituto Moreira Salles, abertura em 21/8
A retrospectiva em homenagem aos 100 anos de nascimento do fotógrafo norte-americano Irving Penn apresentará, nas galerias 2 e 3 do IMS Paulista, mais de 230 fotografias concebidas ao longo de quase 70 anos de carreira, além de cerca de 20 periódicos. Serão exibidas suas fotografias de alta-costura, trabalhos iniciais em Nova York, América do Sul e México, retratos de povos indígenas de Cuzco, no Peru, e retratos de figuras como Truman Capote, Picasso e Joan Didion.
Alisson Louback, ‘Sumô’
DŌ: a caminho da virtude, coletiva na Japan House, abertura em 21/8
Por meio da filosofia Budô, termo que se refere às artes marciais e tem origem na tradição antiga do Bushidô – ou ‘o caminho do guerreiro’ -, serão apresentadas as histórias e curiosidades desses seis esportes, ressaltando características comuns a todas, como a disciplina e o crescimento pessoal e espiritual.
Bienais
Alex dos Santos, “A Violência Contra a Mulher”, 2018
Bienal Naïfs do Brasil – Daquilo que escapa, bienal no Sesc Piracicaba, até 25/11
Com curadoria de Armando Queiroz, Juliana Okuda Campaneli e Ricardo Resende a exposição apresenta bordados, desenhos, esculturas, gravuras, pinturas, vídeos, entre outras técnicas, produzidas por 120 artistas entre selecionados e convidados, de 21 estados do país, mais Distrito Federal. Dentre os 107 selecionados, 4 artistas recebem o prêmio “Destaque-Aquisição” e seus trabalhos passam a integrar o Acervo Sesc de Arte Brasileira, 5 são premiados na categoria “Incentivo”, além de 4 “Menções Especiais”, sendo o júri de Premiação composto por Armando Queiroz, Fabiana Delboni e Moacir dos Anjos.
Galerias
Milton Dacosta, Cliclistas, 1941
Milton Dacosta: A cor do silêncio, individual na Galeria Almeida e Dale, abertura em 18/8
Com curadoria de Denise Mattar, a mostra reúne 54 obras do artista plástico, realizadas da década de 1930 até o fim de sua vida, nos anos 1980. Ao longo desse percurso, Dacosta não se deixou limitar por nenhuma escola, assumindo influências diversas. “Sem dar importância a elogios ou críticas o artista sempre seguiu o caminho que lhe interessava, da figuração impressionista à metafísica, do cubismo à simetria da luz e da forma concreta à sensualidade da curva”, pontua a curadora.
Santídio Pereira, Sem título
Santídio Pereira: Um olhar da memória, individual na Galeria Estação, abertura em 23/8
Sob curadoria de Luisa Duarte, (…) o artista exibe 14 xilogravuras inéditas, realizadas entre 2017 e 2018. Como aponta Duarte, o conjunto de trabalhos reunido apresenta, em sua maior parte, imagens de pássaros da caatinga piauiense, região na qual o artista viveu até os 8 anos de idade. “São impressões de grande escala, nas quais sobreposições de cores e formas nos dão a ver caburés, garrinchas, lambus, juritis – diferentes espécies de aves que povoam sua terra natal. Em meio a essa fauna, outras gravuras, de caráter menos figurativo, aludem, sutilmente, a plantas da paisagem local”.
Wesley Duke Lee, Jean Harlow, 3 da série “Jean Harlow – A Zona: A Vida e a Morte” (1967)
Wesley Duke Lee: Jean Harlow – A Zona: A Vida e a Morte, individual na Galeria Luisa Strina, abertura 21/8
Impressionado com uma revista encontrada em Los Angeles com inúmeras fotos de Jean Harlow – mito hollywoodiano e símbolo sexual dos anos 30 – Wesley toma conhecimento da vida dupla da atriz, que frequentava incógnita as zonas de meretrício de San Diego. Essa história de erotismo e morte sensibiliza Duke Lee, sobretudo pelo paradoxo de prostituta da Babilônia em contraposição ao de deusa do amor projetada por seus filmes.
Claudio Tobinaga, Máquina, 2018
Claudio Tobinaga: Colapsos, individual na galeria Simone Cardinelli, até 3/10
Com curadoria de Cezar Bartholomeu, a exposição reúne cerca de 30 pinturas em pequenos e grandes formatos, inspiradas em fotografias coletadas da internet e pautadas no subúrbio carioca. Neste cenário, as fotos se transformam em uma mise-en-scène, explorando uma narrativa quase cinematográfica. A atmosfera do ordinário toma contornos de um existencialismo barato, com uma superfície que seduz e ao mesmo tempo engana. As imagens ganham um novo significado aberto a diversas interpretações, com uma roupagem bastante pop.
Feira
Fabiano Rodrigues, ‘Sem título’, série Jamaica, 2015/2018. No estande da galeria Emmathomas.
SP-Arte/FOTO/2018, feira de fotografia no Shopping JK Iguatemi, de 22 a 26 de agosto
Além de reunir importantes galerias e fotógrafos do Brasil e do mundo, a Feira proporciona ao público uma imersão no universo da fotografia. Com o objetivo de estreitar os laços entre as obras expostas e os visitantes, assim como facilitar o percurso pelo espaço, a SP–Arte/Foto/2018 contará com uma programação que inclui visitas guiadas, lançamentos de livros e um ciclo de palestras, o Talks.
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Sesc Ribeirão PretoRua Tibiriça, 50, Centro, Ribeirão Preto - SP
Em cartaz no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ apresenta trabalhos de 46 novos talentos das artes visuais do Brasil, selecionados entre mais de 700
Detalhes
Em cartaz no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ apresenta trabalhos de 46 novos talentos das artes visuais do Brasil, selecionados entre mais de 700 inscritos pelos curadores Camila Fontenele e Tiago Gualberto, na ocasião em que são celebrados os 35 anos da mostra idealizada por Janete Polo Melo, ex-técnica sociocultural da Unidade que, em 1989, lançou a primeira edição da MAJ em parceria com o Centro de Comunicação e Artes da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Vitrine e agente de visibilidade e incentivo para a produção de artistas com idade entre 15 e 30 anos, ao longo de mais de três décadas, a MAIOR tem permitido a jovens talentos de todas as regiões do país expressarem sua criatividade por meio de manifestações artísticas diversas, como pinturas, gravuras, esculturas, intervenções e performances, movimentando o cenário artístico do interior paulista e ampliando a discussão da diversidade socioeconômica e cultural. A exemplo de edições anteriores, na ocasião da abertura da 31ª edição os curadores também farão o anúncio dos três artistas contemplados com o Prêmio Incentivo.
Movida pelo propósito de facilitar o acesso ao universo das artes e de difundir e projetar novos artistas para o Brasil e para o cenário internacional, a exposição coletiva do Sesc Ribeirão Preto contribuiu para a revelação de importantes nomes das artes visuais, como Jaime Lauriano, Marcelo Moschetta, Cordeiro de Sá, Beta Ricci, Felipe Góes, Fabricio Sicardi, Renata Lucas, Nilton Campos, Sofia Borges e Renato Rebouças, além de artistas indicados ao Prêmio PIPA, como Carla Chaim (2016), Talles Lopes (2022 e 2024) e Vulcanica Pokaropa (2024), entre outros.
Com mais de 600 talentos apresentados ao público ao longo de 35 anos, a 31ª edição da MAJ compõe um painel de diversidade étnica que incluiu brancos, pardos, pretos, amarelos e indígenas. Nesta edição, os artistas selecionados pelos curadores vêm de nove estados do Brasil – São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará, Minas Gerais e Amazonas – e do Distrito Federal.
Confira a seguir a lista completa de artistas presentes na 31ª MAJ:
Abner Sigemi – Amauri – Anna Lívia Taborda – Bárbara Savannah – Bruno Benedicto – Cho – Cicero Costa – Diego Rocha – Diez – Donatinnho – Estela Camillo – Felipe Rezende – Giovanna Camargo – Gu da Cei – Gustavo Ferreira – Hanatsuki – Isabela Picheth – Isabella Motta – Isabelle Baiocco – Ítalo Carajá – Janaína Vieira – Juniara Albuquerque – Kaori – Kelly Pires – Kuenan Tikuna – Leid Ane – Lorre Motta – Lucas BRACO – Lucas Gusmão – Lucas Soares – Luiza Poeiras – Mar Yamanoi – Mariana Simões – MAVINUS – Murillo Marques – Nat Rocha – Níke Krepischi – O Tal do Ale – Okarib – Pedro Mishima – Rayane Gomes – Samuel Cunha – Sophia Zorzi – Vitor Alves – Yan Nicholas – Yanaki Herrera
Processo curatorial
No texto curatorial da exposição, elaborado a partir de reflexões registradas em um longo diálogo entre Camila Fontenele e Tiago Gualberto, uma preocupação norteou o processo elaborado por eles a partir de setembro de 2023: a complexidade de selecionar um recorte diante de um número expressivo de artistas aspirantes a expor seus trabalhos na 31ª MAJ.
“Ao observar as 722 inscrições – que passaram por três fases de seleção, inicialmente 114, depois 72, até chegarmos às 46 pessoas selecionadas – percebo a forma fluida e coerente com que esses trabalhos se fortalecem reciprocamente, ao mesmo tempo em que também geram tensões e contrastes”, afirma Camila.
“Tão importante quanto reconhecer o mérito das investigações de destaque desse conjunto de 722 artistas aos quais nos dedicamos é compreender o papel formativo e educador construído ao longo das dezenas de edições da MAJ. Isto é, o gesto de laurear um conjunto representativo dessa arte jovem não deve se separar do gesto de escuta e oferta de condições de aperfeiçoamento aos demais artistas não selecionados. Em termos curatoriais, as centenas de pesquisas não selecionadas serviram como um grande coral de vozes a nos guiar para a identificação de pautas, agendas, reivindicações sociais, políticas e estéticas”, conclui Gualberto.
Com abertura ao público às 19h30 do dia 5 de dezembro, no Sesc Ribeirão Preto, a 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ posteriormente poderá ser visitada no horário normal de funcionamento da unidade: de terça a sexta, das 13h30 às 21h31; aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h. Com acesso livre e gratuito, a exposição fica em cartaz até 8 de junho de 2025.
Serviço
Exposição | 31ª Mostra de Artes da Juventude – MAJ
De 6 de dezembro a 8 de junho
Terça a sexta, 13h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, 9h30 às 18h
Período
6 de dezembro de 202413:00 - 8 de junho de 202521:30(GMT-03:00)