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EXPOSIÇÕES HISTÓRIAS INDÍGENAS
Coletiva de sete países mostra a
tradição ancestral espelhada nas obras
de 170 artistas dos povos originários
por leonor amarante
UM MARCO
EXISTENCIAL
co m o c on f r on t a r a or i e n t a çã o d o s t r a b a l h o s a r t í s t i c o s d o s
como confrontar a orientação dos trabalhos artísticos dos
povos indígenas frente ao dilema do novo, que move o sistema de
p o v o s i n d í g e n a s f r e n t e a o d i l e m a d o n o v o , q u e m o v e o s i s t e m a d e
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arte no mundo? As obras reunidas na mostra Histórias Indígenas, ,
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desenvolvida por indígenas de sete países: Austrália, Brasil, México,
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Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Noruega. O debate con-
C a n a d á , E s t a d o s U ni d o s , N o v a Z e l â n d i a e N o r u e g a . O d e b a t e c o n -
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temporâneo sobre a identidade de tais artistas aponta que grande
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parte deles é aceita e tem uma produção constante, sendo que alguns
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estão em acervo de museus ou em galeria de arte. O marco temporal l
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da mostra vai desde 200 A.C até os dias de hoje e reafirma o poder
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d a s c o s m o l o g i a s p r e s e n t e s n o s o i t o n ú c l e o s d a m o s t r a . C o m o t a l ,
das cosmologias presentes nos oito núcleos da mostra. Como tal,
Histórias Indígenas envolve 175 artistas cujas etnias estão espalhadas
Hi s t ó r i a s I nd í g e n a s e n v o l v e 1 7 5 a r t i s t a s c u j a s e t n i a s e s t ã o e s p a l h a d a s
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pelas comunidades ou em cidades. Por uma parte, as narrativas
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sustentam que as produções do conjunto guardam histórias de
s u s t e n t a m q u e a s p r o d u ç õ e s d o c o n j u n t o g u a r d a m h i s t ó r i a s d e
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ensinamentos milenares, absorvidos pelos “brancos”, e também
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narrativas sobre o apagamento da cultura indígena provocada pelo
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r racismo, abusos e violência contra os considerados “diferentes”.
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H i s t ó r i a s I n d í ge n a s p r o v o c a a l e i t u r a d e a l g u m a s m a n i f e s t a ç õ e s ,
Histórias Indígenas provoca a leitura de algumas manifestações,
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como a que abre a exposição, o vídeo em que Airton Krenak, uma das
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lideranças indígenas brasileiras, reconhecido internacionalmente,
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apresenta-se em 1988, ano da Constituinte, na Câmara dos Depu- -
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tados em Brasília, com um texto curto e potente, no qual defende
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o direito dos povos originários do Brasil. Neste sentido a exposição
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conta com outros ativistas, alguns deles artistas visuais como
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Kenhiporã, também conhecido por Feliciano Lana, que desenvolve
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