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de individualização e dos afetos. CONCRETO arma- para além de uma “agenda institucional identitária”,
do sobre a história de apagamento; da não-imagem. mas se estruturar no campo e no sistema da arte como
CONCRETO estrutural que edificou a subalternização fundamentais para os avanços de epistemologias outras,
de uns a favor de poucos, justificada pela imagem. A que tangenciam a hegemonia organizada por séculos
estes artistas hoje, o CONCRETO se apresenta na de uma História da Arte ocidentalizada e europeizada.
fragmentação do corpo histórico na tensão por uma Pois, se no embate da arte está a própria arte – da
antianatomia que seja antítese à Grande Representação. vida como arte –, como nos reencontrar em saída à
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Este novo concreto se alia às experiências, ao cotidiano, memória e à história?
aos materiais, às corporalidades não em contribuição
à representação iconográfica da imagem de si – como [1] O termo aqui se refere ao movimento europeu que definiu a barreira da
reforço positivo à negação histórica do se ver –, mas ao produção de pensamento e artística entre a Europa moderna industrial e
exercício de deter a imagem, contudo não o discurso. o resto do mundo.
Entendemos que a emergência da produção de [2] ICONOCLASTIA: Que ou quem se opõe ao culto das imagens; não respeita
tradições, monumentos ou convenções. Ver Boris Groys; Arte Poder.
artistas negras/negros e indígenas deve responder [3] Termo que dá título à pesquisa de Luciano Feijão (ES).
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