Page 73 - ARTE!Brasileiros #54
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Na página ao lado,
acima, obra sem tíulo
de 1949, de Alberto
da Veiga Guinard,
pertencente ao acervo
do MAM-SP (doação
Paulo Kuczynski); abaixo,
fotomontagem de Jorge
de Lima publicada em A
pintura em pânico, 1943.
Nesta página, Glória do
artista, 1933, de Guignard
realizará, calcado no exemplo fortíssimo de Max Ernst, estudar e a se escrever não apenas sobre a particular
e tendo Murilo Mendes como parceiro. relação que os unia, mas, sobretudo, pelo viés – ou
Infelizmente parecem não ter sobrevivido exemplares brecha! – que ambos abriram para o desenvolvimento
dessas fotomontagens feitas em parceria pelo poeta particular do surrealismo no Brasil, com ressonâncias
e pelo poeta/pintor, o que não invalida, no entanto, a claras nas produções de Guignard e Jorge de Lima.
ação conjunta de ambos, no sentido de fazer expandir Apenas esse fato já seria motivo para comemorar
a produção de obras surrealistas no país. Sabe-se tão importante encontro ocorrido em 1921 e que agora
apenas que Jorge de Lima seguirá produzindo novas completa cem anos.
fotomontagens solitariamente e que, em 1943, publicará
o livro de fotomontagens A pintura em pânico, com [1] NAVA, Pedro. O Círio perfeito. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova
prefácio do próprio Mendes. Fronteira, 1983.
*** [2] VIRAVA, Thiago Gil de Oliveira. Uma brecha para o surrealismo. São
Passados cem anos do início da profícua amizade Paulo: Alameda, 2014.
entre Nery e Mendes, nota-se que ainda há muito a se [3] Sobre Guignard e a fotomontagem, ler - CHIARELLI, Tadeu (cur.).
Apropriações/Coleções. Porto Alegre: Santander Cultural, 2002
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