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INSTITUIÇÕES MAM RIO
INS T I T U IÇ Õ E S MAM R I O
“DESVERTICALIZAR”
O MUSEU
Keyna Eleison e Pablo Lafuente assumem a
direção artística do Museu de Arte Moderna do
Rio e, em dupla, defendem para a instituição uma
lógica marcada pela diversidade e negociação
por Fabio CYpriano
DesDe o Dia 1º De setembro passaDo, o Museu de histórica e, em nosso projeto, discutimos o que pode
Arte Moderna do Rio (mam Rio) tem à frente uma nova ser um processo de abertura do mam”, conta Eleison.
direção artística, escolhida a partir de um edital público, “O mam, mesmo antes do Frederico Morais, começa
em um exercício de transparência raro no cenário nacio- em um prédio que era o Bloco Escola (inaugurado em
nal. A proposta veio do diretor executivo do museu, 1958) e só depois vem o Bloco de Exposições (1967). Então,
Fabio Szwarcwald, que assumiu o posto no início do ano. ele já começa com práticas outras como a pedagogia,
Essa nova direção artística carrega ainda outra novi- que faz parte da criação, e resulta em processos de
dade: a gestão exercida por uma dupla, a brasileira Keyna exposição, que por sua vez resultam em projetos peda-
Eleison e o espanhol Pablo Lafuente, que vive no Brasil gógicos, tudo isso acompanhado da Cinemateca, um
há sete anos, desde que fez parte da equipe curatorial arquivo que se conserva e se exibe. Essa conjunção de
da 31ª Bienal de São Paulo, intitulada Como (...) coisas práticas é fundamental para a história do mam”, explica
que não existem. Em comum, ambos passaram “pelas Lafuente. Para ele, isso representa “uma complexidade
várias posições que envolvem a prática da arte: escrita, orgânica, onde todos os processos se alimentam uns
curadoria, gestão, educação”, como definiu Lafuente aos outros, sem que nenhum deles seja o centro”.
durante entrevista virtual concedida à arte!brasileiros Levando em conta essa contextualização, a nova
no início de outubro. Entusiasmados na nova função, gestão chega cumprindo a agenda deixada pelos anteces-
respondiam com humor e se revezando, em uma sintonia sores. “A gente tem um legado institucional para celebrar.
característica de casal novo. E a palavra é mesmo essa, porque é comum que, quando
Durante a ditadura militar, o mam carioca protagoni- entra uma nova direção, a antiga seja demonizada. Não é
zou alguns dos momentos mais marcantes da história nesse sentido que queremos trabalhar. Então será a partir
da arte no Brasil, como na mostra Nova Objetividade, de julho do próximo ano que teremos uma contundência
em 1967, onde Hélio Oiticica apresentou seu penetrá- maior”, conta Eleison. Fernando Cocchiarale e Fernanda
vel Tropicália, e nos Domingos da Criação, encontros Lopes deixam a curadoria em outubro e uma nova vaga
promovidos por Frederico Morais com artistas expe- se abre e será preenchida por concurso.
rimentais na área externas do museu, em 1971. Desde Mas, se do ponto de vista da programação a pro-
então, contudo, a instituição foi se fechando e há muito posta da dupla só será mesmo mais visível em 2021, FOTO: FABIO SOUZA
deixou de ser referência, desafio que se impõe à dupla. há um componente de gestão distinto, como afirma
“Nós compartilhamos essa leitura sobre a potência Lafuente, que já será exercido agora: “O mam não
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