Page 56 - ARTE!Brasileiros #47
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EXPOSIÇÃO SÃO PAULO






             TESTEMUNHAS DO MAL,


             DO BEM, DA VIDA





             OBRAS E TRAJETÓRIAS DE LETIZIA BATTAGLIA E SERGIO LARRAIN GANHAM
             EXPOSIÇÕES NO INSTITUTO MOREIRA SALLES EM SÃO PAULO


             POR HÉLIO CAMPOS MELLO





















             NO INSTITUTO MOREIRA SALLES DE SÃO PAULO,   curadoria de Paolo Falcone, a exposição já passou
             duas exposições dedicadas a importantes fotógra-  por Palermo, Roma e pelo IMS do Rio antes de
             fos estrangeiros: a italiana Letizia Battaglia (1935)   chegar a São Paulo.
             e o chileno Sergio Larrain (1931-2012).     A mostra Sergio Larrain: um retângulo na mão,
             A mostra Letizia Battaglia: Palermo reúne cerca   por sua vez, traça um panorama da obra do chi-
             de 90 imagens, publicações e filmes, com foco   leno, que atuou como correspondente da agência
             especial na atuação da fotógrafa no jornal L´Ora.   Magnum durante a década de 1960. A exposição
             Ela começou seu trabalho como fotógrafa, em   apresenta mais de 140 fotografias, um vídeo e
             1971, em Milão, ao mesmo tempo em que escrevia,   publicações, contemplando os períodos de pro-
             como freelancer, para várias publicações, como   dução de Larrain em Santiago, o trabalho como
             o Le Ore, um jornal sensacionalista e o ABC, uma   correspondente na Europa e América do Sul e a
             publicação intelectual.  Foi convidada pelo L’Ora   sua volta à terra natal. Com curadoria de Agnès
             para voltar para Palermo, onde havia nascido, e   Sire, a mostra já passou por Arles, na França,
             foi lá, durante quatro décadas, que documentou   por diversas cidades chilenas, por Buenos Aires
             a guerra da máfia, especialmente nos anos 1970   e pelo IMS do Rio.
             e 1980. Isso sem ignorar o cotidiano da cidade e   Nesta versão que está no IMS, foi acrescentado o
             seus habitantes.                            trabalho que Larrain fez, na segunda metade da
             Nas palavras da fotógrafa, “com a máquina foto-  década de 1950,  para a revista brasileira Cruzeiro
             gráfica a tiracolo, me tornei testemunha de todo o   Internacional, de Assis Chateaubriand. Dono da
             mal que estava ocorrendo. Foram anos de guerra   revista Cruzeiro — publicação de sucesso e res-
             civil: sicilianos contra sicilianos. Foram assas-  ponsável pela implantação do fotojornalismo por   FOTOS: LETIZIA BATTAGLIA
             sinados os melhores juízes, os jornalistas mais   aqui com fotógrafos como José Medeiros, Pierre
             corajosos, os políticos avessos à corrupção”. Com   Verger, Luiz Carlos Barreto, Marcel Gautherot —,


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