Page 15 - ARTE!Brasileiros #43
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WURA-NATASHA OGUNJI, GENERATORS, 2014
PARA ALEJANDRO CESARCO a linguagem é a é construir, métodos, inibições, possibilidades e
ferramenta natural da obra, permeada de ideias filosófi- expectativas”, comenta Cesarco.
cas, literárias e fílmicas com as quais constrói e desconstrói De alguma forma ele mantém proximidade com o
arranjos verbais. Convidado para a 33ª edição da Bienal de conceitualismo dos anos de 1960 e 1970, às vezes
São Paulo como artista curador da mostra Aos Nossos Pais, inverte essa estratégia: em vez de empregar formas
o uruguaio, que vive em Nova York, faz a curadoria de obras linguísticas para reconfigurar a experiência visual,
de artistas que compartilham suas inquietudes conceituais usa formas visuais para reconsiderar a compreen-
e estéticas. “A mostra propõe questionamentos acerca de são do literário. O artista trabalha com questiona-
como o passado, e a história ao mesmo tempo, possibilita e mentos estéticos, investiga a percepção do mundo
frustra as potencialidades e, de como ele pode ser reescrito por meio da linguagem, e sua pesquisa chama a
pelo trabalho do artista, gerador de diferenças a partir de atenção de jovens poetas contemporâneos.
repetições”, explica. Além de Cesarco, participam da exposição Vivemos em um momento sincrônico de plurali-
artistas de três gerações, entre os quais Sturtevant, Louise dade estética e o artista curador se vale de poéti-
Lawler e Cameron Rowland. “Dedicar esta exposição a uma cas diferentes: ora literárias, ora visuais, ora sono-
relação primária biológica ou adotiva, literal ou metafórica ras. Ainda não se sabe o que ele vai apresentar
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