Page 47 - ARTE!Brasileiros #39
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ORDEM E PROGRESSO, INSTALAÇÃO DE HÉCTOR ZAMORA, NO MAAT
termoelétrica desativada e um arrojado edifício pro- do casal Eames, de Clara Ianni, Alexander Brodsky,
jetado pela inglesa Amanda Levete, o museu propõe Wolfgang Tillmans, Lourdes Castro, Francis Alÿs, Car-
conexão e diálogo horizontal entre diferentes áreas los Garaicoa, Pierre Huyghe, Olafur Eliasson, Gordon
do conhecimento. Matta-Clark e muitos outros.
“O fato de um museu ser dedicado à arte, à tecnologia Até o fim de abril, Ordem e Progresso, uma grande ins-
e à arquitetura já o faz singular, porque reúne três talação do mexicano Hector Zamora, ocupou a enorme
disciplinas que não estão sempre ligadas”, explica o Galeria Oval do museu, espaço de maior destaque da
diretor da instituição, Pedro Gadanho. “É um museu de instituição, que abrigará sempre obras site specific.
arte contemporânea, mas onde a arquitetura, a cultura Resultado de uma performance realizada no próprio
urbana e os impactos que a tecnologia têm no nosso espaço, com a destruição de barcos trazidos de vilas
dia a dia são usados como uma espécie de enfoque tradicionais portuguesas, a obra parecia evocar jus-
dentro do campo maior da arte. Isso nos permite focar tamente a memória histórica lusitana, colocada em
em artistas que produzem uma reflexão mais direta contraste com a contemporaneidade de um dos mais
FOTOS: BRUNO SIMÃO sobre aquilo que está acontecendo à nossa volta hoje.” novos espaços expositivos do país.
Assim como no trabalho de Zamora, um estreito diá-
Com programação intensa e mostras individuais e cole-
logo entre as obras e o lugar caracteriza boa parte das
tivas, em menos de um ano o MAAT já expôs trabalhos
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