Page 46 - ARTE!Brasileiros #39
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INTERNACIONAL PORTUGAL
MUSE, CONFERÊNCIA- PERFORMANCE DE FLORENTINA HOLZINGER E RENÉE COPRAIJ, APRESENTADA NA BOCA (BIENNIAL OF CONTEMPORARY ARTS)
CONHECIDO MUNDO afora por seu passado glorioso, nos enfraqueceu muito, e agora parece que vivemos uma
sua cultura tradicional e seus monumentos e institui- necessidade de voltar a construir, produzir, criar algo”,
ções dedicadas à arte antiga, Portugal começa a se afirma John Romão, diretor artístico da eclética BoCA,
consolidar, de modo acelerado nos últimos anos, tam- bienal de artes contemporâneas que em sua primeira
bém como polo global de arte contemporânea. Lisboa edição reuniu, entre março e abril, nomes como os dos
não é mais apenas a cidade dos museus da Marinha, artistas Hector Zamora e Tania Bruguera, do encenador
com seus navios, dos Coches, com suas carruagens, da Romeo Castellucci, da dançarina e performer Cecilia
Água, com seu aqueduto, e do Azulejo; é também, desde Bengolea e do coreógrafo Jerôme Bel. “Acho que tanto
2016, a cidade do MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e nas artes plásticas quanto no cinema, na dança, na
Tecnologia), de uma edição lusitana da espanhola ARCO música e em outras áreas temos nesse momento muitos
(Feira Internacional de Arte Contemporânea), da recém- jovens a se afirmar. E, junto a isso, certa explosão da
-inaugurada BoCA (Biennial of Contemporary Arts) e visibilidade no exterior.”
de uma variedade de mostras e eventos realizados por O MAAT, aberto parcialmente em 2016 e em sua totali-
dezenas de jovens galerias. dade em março deste ano, é provavelmente o símbolo
“É um contexto muito interessante. Portugal está saindo maior desta efervescência artística no país. Sediado em
de uma crise econômica que nos sugou muita energia, dois grandes espaços à beira do rio Tejo, uma central
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