"O touro" (1925), Tarsila. Divulgação.

Em parceria com o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), a Casa Roberto Marinho apresenta a retrospectiva Maria Martins: desejo imaginante. Com curadoria de Isabella Rjeille e curadoria-adjunta de Fernanda Lopes, a mostra reúne cerca de 40 obras (esculturas, gravuras, desenhos e pinturas) produzidas entre as décadas de 1940 e 1950, além de documentos, publicações e fotografias que contextualizam a trajetória da artista mineira.

"L'Impossible" (1940), Maria Martins. Divulgação / Foto Vicente de Mello.
“L’Impossible” (1940), Maria Martins. Divulgação / Foto Vicente de Mello.

“É a maior exposição dedicada à obra de Maria no Rio de Janeiro, desde sua retrospectiva no Museu de Arte Moderna em 1956”, revela Fernanda Lopes. “É muito interessante mostrar seu trabalho em 2022, ano em que se comemora o centenário da Semana de Arte Moderna. Ela, como Goeldi e Flavio de Carvalho, representa outra ideia dos trópicos, um moderno mais sombrio que subverte o que é dócil e agradável aos olhos do espectador. Não há em sua obra o suposto verniz cordial de um Brasil solar.”

Desejo imaginante divide-se em seis núcleos que abordam como a artista articulou, ao longo de sua produção, os diversos imaginários acerca do Brasil e dos trópicos. A exposição inclui legendas expandidas das obras, oferecendo informações acerca da trajetória da artista e apresentando novas leituras de seu trabalho. Encerra a mostra uma completa cronologia ampliada até os dias de hoje.

Já a exposição Fluxos do Moderno, em decorrência ao centenário da Semana de 22, tem curadoria de Lauro Cavalcanti, diretor do instituto, e reúne 43 obras do acervo, produzidas entre os anos de 1910 e 1940. São, ao todo, 12 nomes apresentados na mostra: Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), Anita Malfatti (1889-1964), Candido Portinari (1903-1962), Di Cavalcanti (1897-1976), Ismael Nery (1900-1934), José Pancetti (1902-1958), Lasar Segall (1889-1957), Milton Dacosta (1915-1988), Roberto Rodrigues (1906-1929), Tarsila do Amaral (1886-1973), Victor Brecheret (1894-1955) e Vittorio Gobbis (1894-1968).

A exposição abre com expressões que remontam aos primórdios do movimento, como caricaturas e ilustrações que se apresentam como um caminho propício à instalação do moderno. Em seguida, o visitante encontra Candido Portinari, Di Cavalcanti e Guignard. As reflexões metafísicas de Ismael Nery, um dos artistas mais presentes na Coleção da Casa Roberto Marinho, também integram a coletiva.

Pinturas de Anita Malfatti, Milton Dacosta e Di Cavalcanti serão exibidas pela primeira vez na Casa – desde a inauguração como instituto cultural em abril de 2018. A exposição reúne outras obras pouco vistas pelo público, como as seis pinturas do artista pernambucano Roberto Rodrigues, irmão do escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. Três esculturas de Brecheret, a célebre tela O touro (Paisagem com touro), c. 1925, de Tarsila do Amaral, e pinturas de Pancetti e Vittorio Gobbis compõem a seleção.

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