“Faço do meu canto a neura existencial / O conteúdo do cotidiano, o dia a dia da vida / A eletrônica está substituindo o coração / A inspiração passou a depender do transistor / O poeta de aço, de poesia programada, é demais para os meus sentimentos, tá sabendo?”.
O papo cabeça supracitado – para defini-lo com uma gíria bem anos 1970 – é proferido pelo personagem Baiano, no decorrer do registro de Nêga, segunda faixa do LP Sangue no Cacto (título não estampado na capa, mas no encarte). Lançado pela gravadora CID, o álbum fez grande sucesso e consagrou a feliz parceria entre os humoristas Chico Anysio e Arnaud Rodrigues. Estivessem inseridos em um LP de Caetano Veloso ou de Chico Buarque, os versos tornar-se-iam máximas replicadas pela juventude intelectualizada e politizada que combateu o regime militar no Brasil dos anos 1970.
Lançado em 1974, depois do enorme sucesso do quadro criado por Chico para o programa semanal Chico City, Sangue no Cacto chegou a outros destinatários e atingiu um espectro diverso. Daí seu enorme valor, porque, por mais cifradas que fossem as mensagens contidas no álbum, pequenos recados, como o que abre este texto, instigavam o ouvinte a suspeitar que as coisas não andavam nada bem no seu amado Patropi.
Com a visibilidade de nosso maior humorista, questões urgentes do cotidiano do País caíram nos ouvidos e na boca do povo e deixaram em alguns a amarga percepção de que era melhor rir para não chorar. Se o clima sombrio da repressão pairava no ar, na tentativa de amortizar o terror daqueles dias, os generais vendiam as delícias do Milagre Econômico – espetáculo econômico financiado com empréstimos infindáveis, que legaram ao País décadas de endividamento com o FMI e outros credores internacionais.
Com AI-5, general Médici e o recrudescimento da violência do Estado, o primeiro quinquênio dos anos 1970 foi marcado pela quase extinção dos grupos de resistência ao regime militar. Aos remanescentes não restaram muitas escolhas, além de partir para a guerrilha ou fugir do País e viver clandestinamente em algum canto seguro e bem distante daqui. E a crônica desse momento está implícita, com muita astúcia, até mesmo para driblar os censores, em Sangue no Cacto, assim como em todas as escolhas futuras de Baiano e Paulinho, pseudônimo adotado por Arnaud.
A dupla Baiano e Paulinho Cabeça de Poeta foi formada no início de 1973, quando Chico criou seu personagem e Arnaud também decidiu prestar homenagem aos emergentes Novos Baianos sugerindo o nome composto. Sarcástica e ao mesmo tempo reverente, a dupla provocava as idiossincrasias de Caetano e Gil que, um ano antes, haviam voltado do exílio em Londres. em texto memorial, onde relembra os dias de parceria com Arnaud, Chico esclarece: “O personagem baiano nasceu na época do exílio do Caetano, um período em que ele quase não podia falar, por isso o tipo Baiano era monossilábico”.
Apesar do aparente tom de deboche com os ícones máximos da MPB basta uma audição para concluir que a brincadeira era para lá de séria. Vô Batê Pa Tu, principal sucesso de Sangue no Cacto, é exemplar para a defesa dessa teoria. Escrita a quatro mãos por Arnaud e o Rei do Sambalanço, Orlandivo, a canção trata de tema dos mais pesados: a delação sob tortura e o clima de silêncio imposto pela censura. “O caso é esse: dizem que falam, que não sei o quê / Tá pra pintar ou tá pra acontecer / É papo de altas transações / Deduração, de um cara louco que dançou com tudo / Entregação com dedo de veludo / Com quem não tenho grandes ligações”, diz a letra.
Em Aldeia, o alvo é o Milagre Econômico: “Em cada rosto uma expressão / Em cada bucho a digestão / Um novo carro / Nova capa / Enquanto o velho me pede pão / O pão nosso de cada dia dão-nos hoje / Creditai nossas dívidas / Assim como não nos perdoam nossos credores”. No hilário baião Urubu tá Com Raiva do Boi (a ave necrófaga indigna-se com o bovino que não morre e, assim, a impossibilita de saciar a fome), única canção que não é de autoria de Chico e Arnaud (foi composta por Geraldo Nunes e Venâncio) a veia tragicômica do LP chega ao ápice no discurso de Baiano que, primeiro, divaga em tom apocalíptico “o medo, a angústia, o sufoco, a neurose, a poluição, os juros, o fim… / nada de novo / a gente de novo só tem os sete pecados industriais”, para, ao fim da terceira estrofe, com fina ironia, prosseguir “ai a gente encontra um cabra na rua e pergunta: ‘Tudo bem?’ / e ele diz pra gente, ‘tudo bem!’ / não é um barato, Paulinho? / é um barato!”. Impiedoso, no final da canção, Baiano retorna para concluir: “Nada a dizer… Nada ou quase nada / O que tem é a fazer: tudo / Na rua, a obra do homem, o cheiro de gás, o asfalto fervendo, o suor batendo… o suor batendo”. Como sugere a aparência “riponga” de Baiano e de Paulinho, o disco também versa sobre o desbunde e os estatutos da geração flower Power. Em Dendalei (corruptela de “dentro da lei”) a estrofe que sucede o primeiro refrão celebra o desprendimento e o hedonismo dos hippies: “Sou fã da viração do vento / Sou fã do livre pensamento / Sou fã da luz do nascimento / Sou fã aqui do melhor momento!”.
Letras a parte, a qualidade musical de de Sangue no Cacto é inquestionável. O álbum promove a fusão de ritmos brasileiros e estrangeiros com resultados distintos, e inscreve Chico e Arnaud como defensores do tal “som universal” tão perseguido pelos tropicalistas. Multifacetado, o LP reúne doses generosas de rock, samba, baião, xaxado, maracatu, bossa, choro, ciranda e soul. Infelizmente, a ficha técnica não foi creditada pela gravadora CID, mas a direção artística dessa pequena obra-prima ficou a cargo de um craque de nossa música, o compositor e instrumentista Durval Ferreira. Egresso da primeira geração da Bossa Nova, “Gato”, como Durval era tratado pelos amigos por conta de seus olhos azuis, liderou, ao lado de Eumir Deodato, o lendário combo de samba jazz Os Gatos, que lançou dois álbuns, hoje, raros e disputados por colecionadores, Os Gatos (1964) e Aquele Som dos Gatos (1965).
A parceria entre Chico e Arnaud ainda renderia mais três álbuns de Baiano, Paulinho e os Novos Caetanos (Baiano e Os Novos Caetanos, de 1975, A Volta, de 1982, e Sudamérica, de 1985). Além deles, ao lado de Arnaud Chico produziu, em 1975, outra pérola: o álbum Azambuja & Cia, que conta com o auxílio luxuoso do trio Azymuth. No hiato entre o álbum de 1975 e o de 1982, Chico lançou também, com a cantora baiana, Baiano e Amaralina, uma homenagem a Elba Ramalho. Título raro e obrigatório é Murituri, de 1974, álbum solo de Arnaud, dos mais primorosos, com a participação do guitar-hero tropicalista Lanny Gordin. Em 1976, colhendo os frutos da enorme projeção de seu personagem, Arnaud lançou também outra joia, o álbum O Som do Paulinho.
A propósito do sucessos de LP, no mesmo texto em que Chico explica a gênese do fenômeno Baiano e Os Novos Caetanos, o humorista dá boas pistas do quão grandiosa foi a dupla formada por ele e Arnaud: “Com o sucesso de vendas do LP, o senhor Harry Rozemblit, dono da companhia de discos CID, comprou três coberturas na avenida Delfim Moreira (localizada no Leblon, um dos mais caros endereços da zona sul carioca). O Eddie Barclay (dono do selo francês Barclay), na época, nos convidou para ir à Europa para participar do Miden, em Cannes, e eu não fui. Disse a ele que tinha que fazer um show em Curitiba. Que loucura a minha! Ele ficou sem entender. Como é que dois artistas esnobavam um dos maiores encontros da música internacional do planeta?!”. Para não deixar dúvidas sobre a projeção internacional de do álbum, Vô Batê Pá Tu ganhou, inclusive, uma deliciosa releitura da cantora sueca Sylvia Vretmar.
Como bem sabemos, infelizmente Chico e Arnaud já partiram: o Rei do Humor em março de 2012, em consequência das complicações de uma grave infecção pulmonar que o levou à falência múltipla de orgãos; e o saudoso Paulinho no carnaval de 2010, em um trágico acidente de barco no Tocantins. Mas o legado de alegria e reflexão deixado por essa dupla da pesada, para fechar com mais uma gíria setentona, é atemporal e atravessará décadas.
Boas audições e até a próxima Quintessência!
Originalmente publicado no site da revista Brasileiros em 23.1.2014
MAIS
Relativamente raros no Brasil, o primeiro LP da dupla e o álbum Azambuja & Cia serão relançados pela gravadora britânica Far Out Recordings. Recentemente, com o anúncio das reedições, o baterista Mamão revelou no Facebook que o registro teve a participação do Azymuth.
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Por meio de uma parceria entre a Fundação Bienal de São Paulo e o Governo do Estado do Espírito Santo, junto à Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria do Governo,
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Por meio de uma parceria entre a Fundação Bienal de São Paulo e o Governo do Estado do Espírito Santo, junto à Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria do Governo, a cidade de Vitória (ES) receberá uma seleção especial da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível em dois locais diferentes: o Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES) e o Espaço Cultural Palácio Anchieta. Durante a abertura, no dia 28 de agosto, o Espaço Cultural Palácio Anchieta também recebe uma apresentação do Vale Música, eixo de programas autorais que integra o Instituto Cultural Vale.
Outra artista nativa da cidade, Rubiane Maia, realizará a performance A língua sempre se dobra diante do inquestionável ou maldito, Livro-Performance, capítulo VI (2018-2024) no dia 30 de agosto, às 17h, no MAES, com entrada gratuita. A obra foi comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo para a 35ª Bienal e correalizada com o Sesc. Na performance, a artista organiza uma série de ações pensadas em resposta a textos autobiográficos, particularmente influenciados por memórias transgeracionais traumáticas ligadas a questões de gênero e raça.
Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a mostra estará em exibição na capital capixaba de 29 de agosto a 3 de novembro, com entrada gratuita. Participam desta itinerância no Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES) Citra Sasmita, Leilah Weinraub, M’barek Bouhchich e Rubiane Maia. Já no Espaço Cultural Palácio Anchieta, participam Castiel Vitorino Brasileiro, Colectivo Ayllu, Grupo de Investigación en Arte y Política (GIAP), Malinche, Marilyn Boror Bor, Maya Deren, Quilombo Cafundó, Rosana Paulino e Sarah Maldoror.
Serviço
Exposição | 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
De 29 de agosto a 3 de novembro
Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES)
Terça a sexta, das 10h às 18h
Sábado, domingo e feriados, das 10h às 16h
Espaço Cultural Palácio Anchieta
Terça a sexta, das 9h às 17h
Sábado, domingo e feriados, das 9h às 16h
Período
29 de agosto de 2024 09:00 - 3 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES)
Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória - ES
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Em setembro, Fortaleza receberá mais uma itinerância da Bienal de São Paulo, que este ano chega à sua 35ª edição, com o título coreografias do impossível. Com curadoria de Diane
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Em setembro, Fortaleza receberá mais uma itinerância da Bienal de São Paulo, que este ano chega à sua 35ª edição, com o título coreografias do impossível. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a itinerância será aberta no dia 10 de setembro, às 18h, marcada por cerimônia na Varanda dos Museus e vernissage no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (com entrada pela Av. Presidente Castelo Branco S/N, esquina com a Rua Almirante Jaceguai). O acesso é gratuito.
Após a abertura, a mostra permanecerá em cartaz até o dia 10 de novembro, com visitas gratuitas de quarta a sexta, das 9h às 18h, e das 13h às 18h aos sábados e domingos, sempre com último acesso às 17h30. A exposição dispõe de recursos de acessibilidade sensorial, tais como audioguia, Libras, leituras em áudio, impressões em fonte ampliada, Braille, mapa tátil, leitura fácil, handtalk e interação tátil.
A 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível lança um olhar poético sobre as complexidades e urgências do mundo contemporâneo, estimulando seus visitantes a refletir sobre questões sociais, políticas e culturais. Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel assinam a curadoria, que para a itinerância em Fortaleza reúne trabalhos de Cozinha Ocupação 9 de Julho – MSTC, Deborah Anzinger, Denilson Baniwa, Gabriel Gentil Tukano, Katherine Dunham, Leilah Weinraub, MAHKU (Movimento dos Artistas Huni-Kuin), Maya Deren, Melchor María Mercado, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Nontsikelelo Mutiti, Nikau Hindin, Rosa Gauditano, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich.
Artistas e obras
Entre os artistas que integram a coletiva, o amazonense Denilson Baniwa, em Kwema [Amanhecer], conjuga resistência, pertencimento e beleza. Com o conjunto de trabalhos Kaá, Itá e Tatá, faz referência às práticas ancestrais dos povos Baniwa face aos ataques mitológicos e estruturais enfrentados por sua comunidade. Cada um dos trabalhos é realizado em parceria com a educadora e liderança indígena Jerá Guarani, Aparecida Baniwa e a pesquisadora Francineia Baniwa.
O também amazonense Gabriel Gentil Tukano, falecido em 2006, é homenageado com obras que perpetuam a cosmogonia Tukano e a sacralidade do território ancestral.
Também são exibidas peças da jamaicana Deborah Anzinger, cujo trabalho transita entre a linguagem e a materialidade, explorando binários que se opõem e se constituem mutuamente.
A mostra também inclui o trabalho de Katherine Dunham, pioneira da dança moderna, com registros em vídeo da pesquisa da coreógrafa sobre ritmos e gestualidades na região do Caribe, entre 1940 e 1960.
No filme Shakedown (2018), Leilah Weinraub documenta a vida e a cultura de um clube de strip-tease lésbico em Los Angeles, que resulta num filme-experiência íntimo, ousado e celebrativo da lesbiandade afro-americana.
O coletivo MAHKU, formado pelos artistas Ibã Hunikuin, Kassia Borges Karaja, Acelino Hunikuin, Bane Hunikuin, Mana Hunikuin, Itamar Rios, Yaka Hunikuin e Cleudo Hunikuin apresenta pinturas que trazem traduções visuais dos cantos sagrados Huni Meka, reverberando o ativismo cultural e a preservação das terras dos povos originários.
A artista visual e educadora Nontsikelelo Mutiti, que assina a concepção da identidade visual da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, promove um mergulho nos significados das tranças e dos cabelos como um dos elementos da diáspora africana que carregam não só sentidos políticos e estéticos, mas subjetivos, que dizem muito sobre o cotidiano, as experiências e da história das pessoas negras na diáspora.
No Álbum de paisajes, tipos humanos y costumbres de Bolivia [Álbum de paisagens, tipos humanos e costumes da Bolívia], produzido nos primórdios da República da Bolívia, são apresentadas as aquarelas pintadas por Melchor Maria Mercado durante suas viagens pelo território boliviano, agora exibidas fora do seu país natal.
Os diferentes formatos dos trabalhos da dupla Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed constituem um espaço expandido das artes e das tradições orais das comunidades Amazigh do norte da África, remetendo a uma praça central, lugar de encontro e relação.
No projeto Maramataka: The Stellar Lunar Calendar. De-colonising Time [Maramataka: O calendário estelar lunar. Decolonizando o tempo], de Nikau Hindin, junto a um grande aute (tecido obtido a partir de um longo processamento da casca da amoreira) suspenso, há um conjunto de cartas celestes que descrevem em trezes meses lunares o ano maori em curso. Se antes esses mapas serviram para orientar os sistemas de navegação e colheita, hoje eles ressurgem como contraponto à noção ocidental, linear e progressiva do tempo.
Maya Deren, um dos grandes nomes do cinema experimental, também marca presença com o filme Meditation on Violence [Meditação sobre a violência] (1948), que explora a dança e a temporalidade.
A itinerância de Fortaleza será a única a receber o coletivo Cozinha Ocupação 9 de Julho, do Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), que desde 2017 atua em uma ampla rede multidisciplinar, com políticas de redistribuição, lixo zero e uma grande preocupação com segurança alimentar, dando visibilidade à luta por moradia em São Paulo.
Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich apresentam o filme Conspiracy [Conspiração], obra que, através de sobreposições de ferramentas, vocalizações e cenas que irrompem a linearidade e a sequencialidade cinematográfica, reforça as redes de solidariedade produzidas secularmente como espaços de insurgência das mulheres negras e feministas nas diásporas africanas, suas múltiplas configurações, estratégias e chaves coletivas.
Por fim, Vidas proibidas, com fotografias de Rosa Gauditano, ganhou na 35ª Bienal a sua primeira exposição. A série traz registros de comunidades lésbicas em São Paulo na década de 1970, ainda no período da ditadura militar, que, com a luta pela liberdade sexual, resistência e o orgulho, fez frente aos anos de repressão.
O Ceará no circuito das Artes Visuais
Fortaleza foi uma das catorze cidades escolhidas, sendo 11 brasileiras e três estrangeiras, para receber a circulação da mostra, sucesso de crítica e público no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, em São Paulo. A presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Andrea Pinheiro, afirma sua satisfação em ver a capital cearense, sua terra natal, receber a itinerância pela terceira vez: “Trazer a 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível para esse lugar emblemático reforça a conexão entre a Bienal e a cultura cearense, estabelecendo novas pontes com o público e o cenário artístico local”, comenta.
A gestora do MAC-CE, Cecília Bedê, reforça: “Ao longos dos seus 25 anos, o MAC-CE tem realizado um intercâmbio de exposições de diferentes tipologias e conceitos, sendo espaço vital para a pujante produção artística cearense e para a circulação de mostras nacionais e internacionais. Em 2017, o Museu recebeu a itinerância da 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva. Receber pela segunda vez uma itinerância da Bienal de São Paulo, uma das iniciativas mais relevantes do circuito mundial das artes, legitima essa trajetória e consolida a relevância desse espaço no fomento do pensamento crítico e do fazer artístico.”
A superintendente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Helena Barbosa, complementa: “A acolhida dessa potente itinerância torna ainda mais especial para nós esse momento, na medida em que a temática desta 35ª edição dialoga com a ancestralidade do Dragão e a sua atuação de fomento ao pensamento crítico, ao lançar mão de poéticas para insurgir com questões urgentes da contemporaneidade, e com isso elastecer limites institucionais e curatoriais.”.
Ações educativas
Durante o período expositivo, serão realizadas ações de arte educação pelos núcleos educativos do MAC-CE e da Fundação Bienal de São Paulo.
Abrindo a agenda em setembro, no dia vernissage, 10 de setembro, às 19h, os visitantes do MAC-CE poderão participar de um percurso conduzido pela equipe educativa da Bienal na mostra itinerante. O trajeto destacará o trabalho de artistas como Cozinha Ocupação 9 de Julho – MSTC, Denilson Baniwa e Rosa Gauditano, quando serão abordadas questões como direito à moradia, presença, luta e reconhecimento dos povos indígenas e espaços de convivência de coletividades lésbicas.
No dia 12, a partir das 16h, os educadores Bruna de Jesus e Danilo Pêra, que compõem o núcleo educativo da Bienal, orientam nova visita pela mostra, propondo diálogos com os trabalhos de artistas como Denilson Baniwa, Katherine Dunham, MAHKU e Rosa Gauditano, com os gestos-ações poéticas/pedagógicas por meio de reflexões, expressões e experiências nas possibilidades de escritas, reescritas, rasuras, oralidades e imaginações radicais laborados pela equipe de educação da Bienal de São Paulo.
No mesmo dia, às 19h, os educadores Bruna de Jesus e Danilo Pêra realizam uma roda de conversa sobre o panorama da arte educação em São Paulo e no Ceará. O acesso é gratuito mediante inscrição via formulário (bit.ly/encontroitinerantebienal35ª), com inscrições abertas até 6 de setembro.
Serviço
Exposição | 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
De 11 de setembro a 10 de novembro
Quarta a sexta, das 9h às 18h (acesso até às 17h30)
Sábado, domingo e feriados, das 13h às 18h (acesso até às 17h30)
Período
11 de setembro de 2024 09:00 - 10 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE)
Rua Dragão do Mar, 81 Fortaleza - CE
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A
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A Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A galeria, localizada na Penha, Rio de Janeiro, trará ao público obras de Mário Cravo Júnior, Raylton Parga, Erick Peres, Manu Costa Lima e os artistas da exposição coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)”, que ocupará o mezanino da galeria. As exposições abrangem uma ampla diversidade de mídias e expressões artísticas, desde esculturas e relevos, passando por fotografias e instalações site-specific, até investigações conceituais que unem vídeo e performance.
“Mário, Cravo, Parga e Pedra” oferece uma oportunidade rara de ver reunidos dois artistas de diferentes gerações em um diálogo sobre a exploração da materialidade na escultura e em outras linguagens. Mário Cravo Júnior (1923-2018), um dos principais nomes da escultura moderna brasileira, apresenta trabalhos produzidos a partir dos anos 1980. Conhecido por suas esculturas monumentais em madeira e metal, Cravo desenvolveu uma abordagem única que dialoga profundamente com a cultura popular baiana e suas raízes afro-brasileiras. Através de temas como identidade e ancestralidade, suas obras refletem uma busca por representações simbólicas que conectam o homem à natureza e à cultura local. Raylton Parga, por sua vez, traz uma produção contemporânea que, embora dialogando com o legado de Cravo Júnior, expande as possibilidades de experimentação com diferentes materiais. Parga, nascido em Brasília em 1995, é um artista em ascensão, com uma abordagem investigativa que mescla pintura, fotografia, cianotipia e esculturas tridimensionais. Utilizando materiais como papel, plástico e objetos encontrados, sua obra questiona os limites entre o efêmero e o permanente, e como esses elementos podem ser reconfigurados na arte contemporânea. O texto crítico de João Victor Guimarães sublinha os contrastes e afinidades entre esses dois artistas, destacando a importância da materialidade como ponto central de suas pesquisas.
Na Sala 2, a exposição “Erick Peres – Fim da Cidade” apresenta uma série de trabalhos do artista Erick Peres, que retorna ao seu bairro de origem em Porto Alegre para revisitar as memórias e cicatrizes deixadas por uma enchente que devastou a região. Peres, conhecido por seu trabalho com fotografia e vídeo, utiliza esses meios para explorar a ideia de arquivo e representação. A exposição aborda a relação entre o pessoal e o coletivo, entre o passado e o presente, refletindo sobre a fragilidade dos espaços urbanos e a resiliência de suas comunidades. O texto crítico de Duan Kissonde mergulha na trajetória do artista, conectando suas experiências pessoais com questões mais amplas de urbanização e transformação geográfica. A sala se transforma em um espaço onde as marcas da destruição são visíveis, mas também onde a memória ressurge como um elemento de resistência.
A instalação “12”, de Manu Costa Lima, é uma obra site-specific que transforma o galpão da Nonada ZN por meio da manipulação da luz. Manu, que já realizou trabalhos em diálogo com espaços urbanos e arquitetônicos, utiliza luzes pontuais que percorrem todo o terreno e parte do espaço, convergindo no ponto central. A obra cria um percurso sensorial para o público, que é convidado a caminhar pelos arredores do galpão e a explorar o ambiente a partir de uma nova perspectiva. A relação entre interior e exterior é central em sua investigação, propondo um diálogo entre o espaço construído e o entorno urbano, além de revelar a beleza oculta que existe no cotidiano. A instalação, realizada em parceria com a galeria Quadra, é um convite à contemplação e à redescoberta da arquitetura e do espaço físico.
A coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)” ocupa o mezanino da Nonada ZN e dá continuidade a um projeto iniciado em Turim, Itália, na Societe Interludio. Sob curadoria de Francesco João, a mostra é inspirada na obra “Rock My Religion” (1982-1984) de Dan Graham, renomado artista conceitual americano. O vídeo de Graham, que mistura performances punk com xilogravuras dos Shakers, explora como diferentes culturas utilizam a arte para alcançar a transcendência espiritual e cultural. Essa interseção entre religião, música e arte é o ponto de partida para os artistas participantes – Bruno Moutinho, Francesco João, Luisa Brandelli e Virginia Ariu –, que expandem essa discussão através de suas próprias linguagens. A exposição propõe uma reflexão sobre como a arte pode ser um veículo para a transcendência e a transformação, tanto individual quanto coletiva. Bruno Moutinho, por exemplo, explora a relação entre som e imagem, criando instalações que evocam a espiritualidade presente na música. Francesco João, além de curador, apresenta trabalhos que investigam a estética da repetição e da performance ritualística, enquanto Luisa Brandelli e Virginia Ariu utilizam o vídeo e a fotografia para expandir os conceitos de memória e representação cultural. Juntas, as obras trazem uma abordagem contemporânea para temas históricos e espirituais, questionando a função da arte como meio de transformação.
As quatro exposições simultâneas, que ocupam diferentes espaços dentro da Nonada ZN, propõem uma rica diversidade de diálogos entre a materialidade, a memória, a espacialidade e a transcendência. Cada mostra, com suas particularidades e investigações próprias, contribui para uma visão abrangente da produção artística contemporânea. “Mário, Cravo, Parga e Pedra” explora o legado e a inovação na escultura; “Fim da Cidade” reflete sobre a urbanização e a resiliência comunitária; “12” transforma o espaço por meio da luz e da arquitetura; e “Everything Tends To Ascend (Part II)” oferece uma abordagem conceitual sobre as conexões entre arte, religião e música. Juntas, essas exposições proporcionam ao público uma experiência imersiva e plural, que se desdobra em múltiplas camadas de interpretação e sensibilidade.
Serviço
Exposições | “Mário, Cravo, Parga e Pedra”, “Fim da Cidade”, “12” ,e “Everything Tends To Ascend (Part II)”
De 14 de setembro a 25 de janeiro 2025
Quinta e sexta, das 12h às 17h || sábado, das 11h às 15h
Período
14 de setembro de 2024 12:00 - 25 de janeiro de 2025 17:00(GMT-03:00)
Local
Nonada ZN
Rua Conde de Agrolongo, 677 – Penha - Rio de Janeiro
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Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “Viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva
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Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “Viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva do artista, um dos principais expoentes da Geração 80 da arte brasileira. Intitulada Paisagens Ruminadas, a exposição, que tem curadoria de Clarissa Diniz, acontece de 17 de setembro a 10 de novembro de 2024, nas galerias 2, 3 e 5 do CCBB Brasília. A mostra é um convite para apreciar e refletir sobre os quase 50 anos de trajetória de Luiz Zerbini, cuja obra multifacetada e inovadora marca profundamente o cenário artístico nacional e internacional.
Paisagens Ruminadas foi apresentada, com grande sucesso, no CCBB Rio de Janeiro, entre 19 de junho e 2 de setembro de 2024. O patrocínio é do Banco do Brasil, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Nesta retrospectiva, o público terá oportunidade de mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e imergir no processo criativo de Zerbini, que descreve sua arte como uma jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados de forma involuntária. Com cerca de 140 obras – incluindo telas nunca exibidas antes e uma instalação criada especialmente para o CCBB -, divididas em cinco núcleos temáticos, a exposição conduz os visitantes por uma viagem visual que perpassa as constantes reelaborações paisagísticas do artista ao longo de sua carreira.
A mostra destaca a centralidade da paisagem na prática artística de Zerbini, que transcende os limites da pintura para se manifestar em múltiplas linguagens e experimentações. Sua produção artística revela-se como um verdadeiro mosaico de formas, cores, padrões e narrativas, refletindo não apenas a visão do artista, mas também sua inquietude e sensibilidade diante do mundo.
“Paisagens Ruminadas percorre alguns dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias, instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando, digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências, signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”, comenta Clarissa Diniz.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema. Há quase 30 anos, a serem completados em 2025, Zerbini participa do coletivo sonoro Chelpa Ferro, criado junto com os artistas Barrão e Sergio Mekler, que produz obras como objetos, instalações, performances, além de shows e CDs.
A exposição
As cerca de 140 obras em vários suportes (pintura, escultura, instalação, vídeo) da exposição dividem-se em cinco núcleos:
“viver é ruminar paisagens”
Este núcleo tem a intenção de afirmar a centralidade da paisagem para a prática artística de Luiz Zerbini. Sua paisagística não se restringe à pintura ou a linguagens específicas, mas constitui um método e criação e de experimentação que, tanto na arte quanto na vida, tem atravessado seus quase 50 anos de trabalho. Um dos destaques deste núcleo é a obra de dimensões monumentais (250 x 394 cm) “High Definition” (2009), que marca o retorno de Zerbini às pinturas figurativas depois de alguns anos dedicados ao trabalho com o grupo Chelpa Ferro.
“o lugar de existência de cada coisa”
Reúne obras que apresentam algumas das estratégias de Zerbini para forjar os “lugares de existência” de sua obra, combinando as tradições naturalistas da representação da paisagem com o interesse pela fabulação, pela memória, pela alegorização, pelo onírico, pelo poético. Neste núcleo, são apresentados objetos que estão presentes nas pinturas, explorando a ideia de “o lugar de existência de cada coisa”, também no espaço expositivo, como em “Mesa Mar” (2017).
O núcleo também aponta para a sensação de vertigem que emerge quando as coisas parecem fora de seus lugares de existência, transformadas em espectros ou fragmentos de si mesmas. Emerge, daí, também uma reflexão sobre a morte e o luto.
“da natureza alegórica da paisagem: Massacre de Haximu e Primeira Missa”
Na última década, a ruminação que caracteriza a alegórica paisagística de Luiz Zerbini revelou sua vocação histórica, dando luz a pinturas que releem o Brasil e suas representações artístico-políticas. Nessa direção, o artista tem combinado signos e personagens em grandes paisagens alegóricas que revisitam a historicidade para, através da fabulação crítica, refazer leituras históricas e avivar memórias de resistência e insurgência. Desse exercício têm emergido obras que confrontam iconograficamente as narrativas oficiais do país, as quais comumente apagam
as memórias da violência social que caracteriza a constituição colonial da nação. O terceiro núcleo da exposição destaca duas dessas obras – “Massacre de Haximu” (2020) e “Primeira Missa” (2014) –, navegando por entre sua alegorização para nelas revelar as ruminações histórico-artísticas de Zerbini.
“eu paisagem”
A paisagística de Luiz Zerbini não alimenta a cartesiana separação entre o eu e o outro, a natureza e a cultura, o ponto de vista e o ponto de fuga. O quarto núcleo da mostra apresenta obras que, assim como “eu paisagem” (1998), exploram as implicações entre ‘retratado e retratante’ ou ‘o sujeito e a cena’, reconhecendo que a subjetivação é inerente aos territórios, aos objetos, às plantas, ao acaso, ao vazio, etc.
Como “Paisagem inútil” (2020), este núcleo também ambienta obras que investigam os esquemas formais e ontológicos de estruturas gráficas não-ocidentais que, como os kenes Huni Kuin ou os tecidos com o Batik da Indonésia, elaboram estéticas vinculadas a cosmovisões que concebem o mundo sem a separação cartesiana da qual, na Europa de séculos atrás, emergiu a ideia de “paisagem”.
“não é só sobre o que se vê”
Como escreve num poema do livro “Rasura”, para Zerbini, uma obra visual “não é só sobre o que se está vendo”, mas é também sobre “o que se pensa quando se está sentindo o que se está ouvindo quando se está vendo”. O último núcleo da exposição traz obras cuja inscrição paisagística se estende para além das referências visuais, acionando leituras sonoras, espaciais, rítmicas ou vibráteis. Em “Miragem” (2004), composta num momento em que Zerbini vinha trabalhando intensamente junto ao Chelpa Ferro, é possível ver como o artista articula alguns de seus principais interesses da época: a paisagem, a geometria e a sonoridade/musicalidade.
Serviço
Exposição | Paisagens Ruminadas
De 17 de setembro a 10 de novembro
Terça a domingo, das 9h às 21h
Período
17 de setembro de 2024 09:00 - 10 de novembro de 2024 21:00(GMT-03:00)
Local
CCBB Brasília
SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
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A Galeria Alma da Rua II inaugura a exposição Vida Lúdica, primeira individual de Bruno BIG em São Paulo. Sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, a mostra celebra
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A Galeria Alma da Rua II inaugura a exposição Vida Lúdica, primeira individual de Bruno BIG em São Paulo. Sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, a mostra celebra os 18 anos de carreira do artista, destacando sua trajetória marcada pela street art e pela diversidade de temas que acompanham sua vida pessoal e artística. A exposição está aberta ao público até 23 de outubro de 2024.
Bruno BIG, conhecido por suas composições com linhas fluidas, cores vibrantes e gestualidade marcante, traz em Vida Lúdica, uma seleção de aproximadamente 20 obras, entre telas, aquarelas, desenhos e esculturas. A mostra reúne uma miscelânea de temas recorrentes na trajetória do artista, como a natureza, o esporte, os corpos e as paixões. Segundo Bruno, a escolha do título reflete a leveza e a desconstrução dos símbolos que marcam sua obra, conectando a arte com sua vivência pessoal e suas experiências de vida.
O local escolhido para o evento é de forte importância para Bruno BIG. Desde o início, o artista visitava o Beco do Batman, ponto de referência para a street art em São Paulo, e onde absorvia inspirações para suas criações. Para ele, esse é um local que simboliza a transformação da arte de rua e sua integração com a paisagem urbana e cultural da cidade. “Quando comecei a pintar em 2006, eu procurava os muros pintados nas cidades por onde passava. São Paulo sempre foi um destino certo, e o Beco do Batman foi um dos primeiros locais que me marcaram profundamente”, afirma o artista.
O processo criativo de Bruno BIG se destaca pela versatilidade. Ele alterna técnicas e suportes, indo do design gráfico à arte urbana, da aquarela à escultura. Em Vida Lúdica, o público terá contato com trabalhos que remetem à sua infância e ao começo de sua trajetória artística, com desenhos de lápis de cor e aquarelas, além de obras que trazem sua técnica mais atual, como o muralismo; também apresentará esculturas inéditas, expandindo ainda mais os limites de sua pesquisa artística.
A mostra reflete o desenvolvimento do artista ao longo dos anos. Depois de uma mostra individual em Nova York, centrada nos biomas brasileiros, Vida Lúdica amplia os temas, trazendo à tona outras facetas de sua obra, sempre marcadas por uma mensagem visual positiva. “Busco sempre cativar o olhar do observador com minhas composições, independentemente do tema”, explica o artista.
Bruno BIG é graduado em Comunicação Visual e pós-graduado em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela PUC-Rio. Ao longo de sua carreira, desenvolveu projetos colaborativos com marcas como Nike, Heineken e Red Bull, além de levar sua arte para cidades como Paris, Nova York, Beijing e Amsterdã. Reconhecido por sua forte identidade visual, Bruno se destaca como um artista multidisciplinar, explorando diferentes meios e técnicas, sempre com uma linguagem própria. Vida Lúdica é uma oportunidade única de apreciar a obra de um dos principais nomes da street art contemporânea, em sua primeira exposição solo na capital paulista.
Serviço
Exposição | Vida Lúdica
De 21 de setembro a 23 de outubro
Segunda a domingo, das 10h às 18h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 23 de outubro de 2024 18:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Alma da Rua II
Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo - SP
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Alex Červený (1963, São Paulo, SP, Brasil) inaugura sua nova individual, Orbis sensualium pictus, na Millan, com curadoria de Ivo Mesquita. Apresentando um conjunto de mais de vinte pinturas recentes,
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Alex Červený (1963, São Paulo, SP, Brasil) inaugura sua nova individual, Orbis sensualium pictus, na Millan, com curadoria de Ivo Mesquita. Apresentando um conjunto de mais de vinte pinturas recentes, além de uma dupla de aquarelas do acervo do artista, a exposição é nutrida por uma miríade de narrativas, de clássicas a contemporâneas, que trazem reflexões sobre a condição humana na Terra, a relação com outros seres e os impasses ambientais.
A prática de Červený é marcada pelo emprego de múltiplas técnicas e suportes, mas sempre teve seu alicerce no desenho e na obra sobre papel. Esse aspecto é notável em sua recente exposição panorâmica na Estação Pinacoteca, em São Paulo, intitulada Mirabilia, que abrangia três décadas de sua produção. Orbis sensualium pictus, porém, é a primeira de sua carreira dedicada quase exclusivamente à pintura sobre tela. Nesta, que é também sua primeira individual na Millan, ele reúne um conjunto de mais de vinte pinturas inéditas, incluindo pequenos e médios formatos, além de um trio de grandes dimensões, com uma tela que atinge 4m de largura.
A diversidade narrativa é um traço marcante das obras do artista. Suas pinturas reúnem referências a diferentes universos — da literatura, da música e de suas próprias memórias — em cenas repletas de personagens e textos minuciosamente caligrafados, que ao serem exibidas em conjunto, resultam elas mesmas em novas narrativas. Não à toa, o título da mostra, Orbis sensualium pictus, é retirado de um livro didático do século XVII, frequentemente traduzido do latim como “O mundo sensível em imagens.”
“Alex Červený é um grande contador de histórias. Ao longo da carreira, sua prática artística vem constituindo uma obra feita de mapas, paisagens, retratos, relatos de viagens, permeados de mitos, heróis, trágicos, sátiros, aventureiros, deuses, ninfas, santos e rainhas”, descreve o curador Ivo Mesquita no texto da exposição. “A partir de sua experiência pessoal e de seu tempo, a figuração narrativa de suas criações nos conduz, com pinturas, desenhos e gravuras, por viagens imaginárias na superfície do papel ou da tela, a coleta paciente, amorosa, por extensos repertórios.”
Atingir essa riqueza de detalhes, que preenche as pinturas com acontecimentos vibrantes, no entanto, demanda tempo. Born This Way (2019–2024), por exemplo, levou alguns anos para ser concluída. De fato, para Červený, o processo é tão importante quanto o produto final e, naturalmente, ele volta a trabalhar em certas obras com intervalos de meses ou mesmo de anos.
Outra tela que atesta o preciso e zeloso trabalho do artista é As Lusíadas (2024). Sua maior pintura até o momento (medindo 270 x 400 cm), levou mais de um ano para ser concluída e é “um mergulho no universo feminino através do glossário das personagens citadas por Camões nos Lusíadas”, conforme explica o artista. A obra dá continuidade a uma série de telas de grande formato que o artista tem realizado desde 2018, inicialmente comissionadas pela Fondation Cartier pour l’art contemporain para exposições em Paris, Xangai e Milão, e mais recentemente, pela 15ª Bienal de Gwangju, inaugurada em setembro na Coreia do Sul.
Outro ponto de virada na trajetória do artista foi notado pelo curador durante os preparativos para a exposição na Millan. “Os trabalhos reunidos na presente exposição apontam para um outro momento na produção de Červený. Se em obras anteriores experimentávamos um tempo elíptico, entre presente e passado, com as imagens e referências que empregavam, o tempo agora parece suspenso”, escreve Mesquita. “Com uma atmosfera rarefeita, onírica, estes trabalhos trazem um olhar mais introspectivo, reflexivo do artista sobre sua condição humana, seu momento e seu lugar.”
Esse sentimento aparece de forma mais evidente na pintura Náufrago (2023-2024). A imagem de um homem isolado em uma ilha sugere leituras que vão desde o foro íntimo até as mudanças causadas pela catástrofe climática. “Não se trata apenas da solidão. É também sobre uma limitação territorial, sobre o aperto que começamos a experimentar no planeta em que vivemos”, afirma o artista.
Serviço
Exposição | Orbis sensualium pictus
De 21 de setembro a 26 de outubro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 15h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 26 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho 1360/1430 São Paulo Sp
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Neurociência e Arte dialogam na exposição “Bosque Neural”, da artista Janaina Mello Landini, em cartaz na Zipper Galeria. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston, a mostra reúne obras que
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Neurociência e Arte dialogam na exposição “Bosque Neural”, da artista Janaina Mello Landini, em cartaz na Zipper Galeria. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston, a mostra reúne obras que promovem uma interpretação artística das paisagens microscópicas do cérebro humano.
As obras são inspiradas nas pesquisas da artista sobre o trabalho do neurocientista Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurociência. No final do século 19, Cajal utilizou a técnica de Golgi para observar e desenhar detalhadamente as células cerebrais, revelando pela primeira vez os chamados “bosques neurais” – redes de células que compõem o córtex cerebral. A partir desse referencial, Janaina Mello Landini explora as conexões invisíveis presentes tanto no cérebro quanto na natureza, e se debruça sobre as complexas redes de sinapses e impulsos nervosos para criar uma série de obras que remetem às estruturas neurais e à paisagem de uma floresta.
Descrito por Cajal como um “mundo misterioso, fascinante e mágico”, esse universo científico serve como base conceitual para a nova série de trabalhos de Janaina. A artista traduz a complexidade do funcionamento da mente humana em sua poética, revelando, como lâminas de laboratório, as interconexões das células que a compõem.
“A série não é apenas uma exploração visual, mas também uma reflexão filosófica sobre a individualidade e o conceito de “um”, não uma entidade estática, mas algo em constante evolução, moldado tanto pelas complexas redes neurais que regem nossos pensamentos quanto pelas possibilidades emergentes de um mundo cada vez mais tecnológico.” – Ana Carolina Ralston, curadora
Além das telas, a série “Bosque Neural” apresenta trabalhos tridimensionais, como esculturas feitas de fios metálicos que parecem flutuar no espaço, sugerindo a leveza das copas das árvores ou a fluidez das sinapses cerebrais. A artista utiliza sua técnica icônica de Ciclotramas, que consiste na criação de tramas cíclicas que, a partir de algoritmos matemáticos, se expandem e afunilam, criando uma metáfora visual para a expansão infinita do pensamento e da vida.
Serviço
Exposição | Bosque Neural
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações
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A Zipper Galeria apresenta a primeira exposição individual “Na Altura dos Olhos”, da artista paulistana Jessica Costa. A mostra explora as fronteiras entre arte através da tapeçaria esculpida, com instalações que transformam o espaço expositivo.
Jessica Costa, formada em design, traz sua experiência no tufting e arte têxtil, para o campo das artes visuais. Em “Na Altura dos Olhos”, a artista revisita a tapeçaria, uma prática situada entre arte, moda e o têxtil, transformando-a em elementos arquitetônicos e escultóricos. A exposição propõe a tapeçaria como uma prática artística contemporânea e subverte as convenções que legitimam o que é considerado “arte”.
Entre as obras expostas, a série “Sobejos” se destaca por questionar o conceito convencional de moldura, estendendo-se pelo chão da galeria em forma de “soft sculptures”. A artista utiliza elementos como lã e bordado, reimaginando a tapeçaria em contextos artísticos. Com referências à tapeçaria medieval e ao movimento Arts & Crafts, emprega a técnica da tufagem para “pintar” e “esculpir” suas criações, resultando em peças densas, escultóricas, mas ao mesmo tempo suaves e acolhedoras. Essas obras transitam entre a abstração e a figuração, frequentemente aludindo a fragmentos do corpo humano.
“A exposição questiona a separação histórica entre ‘belas artes’ e artesanato, utilizando a técnica da tufagem para criar objetos escultóricos”, segundo a curadora Ana Paula Cavalcanti Simioni.
A exposição faz parte do projeto Zip’Up, que visa promover artistas emergentes e novas abordagens artísticas. O programa oferece uma plataforma para novos talentos apresentarem seus trabalhos e interagirem com curadores independentes e o público, em um ambiente que favorece a experimentação e a troca de experiências.
Serviço
Exposição | Na Altura dos Olhos
De 21 de setembro a 01 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Período
21 de setembro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Zipper Galeria
R. Estados Unidos, 1494 Jardim America 01427-001 São Paulo - SP
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e
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A exposição Terra de Gigantes convida o público do Sesc Casa Verde a uma imersão em um novo mundo possível e inspiração ao visitante a pensar em uma contemporaneidade e um porvir afroameríndio. Com concepção e curadoria do artista, editor e pesquisador Daniel Lima, a mostra se desdobra em uma videoinstalação composta por onze cenas, incluindo intervenção poética e ateliê educativo, que exaltam as forças poéticas, simbólicas e mitológicas interseccionais entre as culturas negras e indígenas no Brasil.
Repleta de recursos audiovisuais desenvolvidos especialmente para promover uma vivência interativa, sensorial e singular, a mostra tem como inspiração atrações de parques temáticos como trem-fantasma e labirinto de espelhos. Ao longo do percurso, o espectador é provocado por uma série de projeções geradas a partir de sensores óticos acionados por presença: às vezes gigante, às vezes minúsculo, em um trajeto de luzes e vislumbres fantásticos evocados por personagens, performances, entrevistas e criações visuais.
São protagonistas das cenas 12 artistas, coletivos e lideranças: Katú Mirim, rapper indígena paulista; Davi Kopenawa Yanomami, importante liderança yanomami e autor do livro “Queda do Céu”; Legítima Defesa, coletivo de atores e atrizes negros; Naruna Costa, atriz, cantora e diretora teatral que interpreta o texto “Da Paz”, de Marcelino Freire; Jota Mombaça, artista performática; Jonathan Neguebites, dançarino de passinho carioca; Daiara Tukano e Denilson Baniwa, artistas da cena da arte indígena contemporânea brasileira; a presença musical central de Naná Vasconcelos; cantos gravados por Juçara Marçal e Daiara Tukano, além da intervenção poética de Miró da Muribeca, poeta e performer pernambucano.
“Terra de Gigantes tem como proposição cruzar essas gerações de artistas negros e indígenas para questionar um ideário brasileiro contemporâneo, reivindicando outra imagem de Brasil, não a criada pelo Modernismo a partir da perspectiva branca”, defende Daniel Lima.
Segundo o curador, a exposição nasceu de um processo de pesquisa, autoeducação e investigação sobre o quilombismo que começou há anos, em projetos anteriores capitaneados por ele, como Quilombo Brasil, e a videoinstalação Palavras Cruzadas (2018/19), que deram as bases técnicas e poéticas do projeto atual.
“Terra de Gigantes é uma expressão de questionamentos sobre o momento histórico que vivemos. Um documento vivo de forças que nos constituem como sociedade contemporânea no Brasil. A videoinstalação investe também na representação das forças opressivas que nos cercam como fogo ao redor. Em contraste, posicionamos as linhas de resistências articuladas neste imaginário político-poético”, conclui o curador.
Interação e acessibilidade: saiba mais sobre algumas das obras na exposição
Um dos destaques da exposição, cujo gigantismo simboliza seu título, a intervenção de Davi Kopenawa Yanomami surge projetada em uma escala aumentada em 800%. A partir de excertos de seu livro A Queda do Céu, Kopenawa fala sobre a força de resistência que existe não só em sua figura, mas na cultura do povo yanomami que, simbolicamente, por meio da dança de seus xamãs, garante que o céu permaneça sobre as cabeças e não caia.
A série “Kahpi Hori” da artista indígena Daiara Tukano ganha animação em formato tridimensional em uma sala de imersão visual e sonora. Imerso em um cubo com projeções mapeadas nas paredes e no piso e sonorizado com cantos entoados pela própria artista, o público vivencia um mergulho no universo simbólico de uma das expressões da arte indígena contemporânea brasileira.
Na performance corporal Get Up, Stand Up do Legítima Defesa, os integrantes do coletivo, divididos em três grupos e sem emitir falas, desafiam o público com gestos de afirmação através de projeção que responde à interatividade, criando um jogo de ações e movimentos com o espectador.
Terra de Gigantes conta com recursos de acessibilidade como mapa tátil, legendas em braile, tinta ampliada, audiodescrição, videoguia, audioguia e recursos tecnológicos como o vibroblaster, que transforma o áudio em vibrações sensíveis. A exposição conta também com um ateliê educativo aberto ao público com atividades mediadas e um espaço de leitura.
Serviço
Exposição | Terra de Gigantes
De 21 de setembro a 22 de dezembro
Terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30, sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30
Período
21 de setembro de 2024 10:30 - 22 de dezembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Sesc Casa Verde
Avenida Casa Verde, 327, Casa Verde, São Paulo - SP
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Exposição Brasília, a arte do planalto, com curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Sara Seilert, no Museu da Nacional da República, em Brasília. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental
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Exposição Brasília, a arte do planalto, com curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Sara Seilert, no Museu da Nacional da República, em Brasília. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental e de pesquisa artística da Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), a mostra fica aberta até o dia 24 de novembro.
Sucedendo Brasília, a arte da democracia, exposição realizada no Rio de Janeiro de abril a agosto, a nova mostra retrata a história da cultura artística do planalto, sua diversidade e complexidade e seus desdobramentos contemporâneos. Enquanto a exibição carioca tratava da passagem da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, junto da consolidação das estruturas republicanas, a que será exposta no Museu Nacional da República aborda a dimensão estética do surgimento de Brasília, entendida como uma obra de arte coletiva. Ao mesmo tempo, põe em destaque um elenco de agentes culturais da capital e das cidades-satélites.
“A conceituação dessa mostra perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. Se Brasília é uma epopeia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, em brasilienses e brasileiros de todos os recantos”, descreve Paulo Herkenhoff.
Expande também o olhar para o hoje e para a arte que é feita no Centro-oeste, mais especificamente nesta região do planalto central brasileiro onde há mais de sessenta anos foi instalada Brasília. Além disso, esse projeto é uma homenagem à escritora Vera Brant, uma das habitantes pioneiras na capital. Sua amizade com figuras centrais da história brasileira, como o antropólogo e fundador da UnB, Darcy Ribeiro, o presidente Juscelino Kubitscheck e o poeta Carlos Drummond de Andrade reforçam a centralidade e importância de Brant na construção das relações sociais da cidade capital.
A ideia que direcionou Brasília, a arte do planalto foi a de reproduzir uma grande festa do olhar, mostrando que a capital federal, que não se reduz à sua esfera política, é intensa, ampla e surpreendente. “Essa mostra significa também um encontro entre dois olhares curatoriais. Porque agora nós unimos os olhares a Sara Seilert, que dirigia o Museu Nacional da República, e eu. Então nós buscamos produzir um olhar sobre Brasília. Assim, já não é mais apenas um olhar de fora”, afirma o curador.
Exposição
Com uma quantidade impressionante de artistas, desde os já consagrados no mercado da arte até os contemporâneos, a mostra reúne mais de 200 itens.
A exibição conta com documentos históricos, como o diploma de candango – conferido aos operários que levantaram a nova cidade por Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil de 1955 a 1961, responsável pela construção de Brasília e a transferência do poder do Rio de Janeiro para o planalto central; o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa; e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.
Esse projeto representa, segundo os curadores, “a diversidade da arte contemporânea do Distrito Federal”, assim como o seu processo histórico e espontâneo. Ao visitar a mostra, o público é convidado a compreender a região geográfica em toda a sua potência criativa.
Localizado na Esplanada dos Ministérios, o Museu Nacional da República, intencionalmente escolhido para acolher a exposição Brasília, a arte do planalto, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 2006. Sua edificação monumental tem formato semiesférico, com a cúpula medindo 25 metros de raio, tendo a base 35,55 metros de raio, e 26,25 metros de altura.
Serviço
Exposição | Brasília, a arte do planalto
De 25 de setembro a 24 de novembro
Terça a Domingo, das 9h às 18h30
Período
25 de setembro de 2024 09:00 - 24 de novembro de 2024 18:30(GMT-03:00)
Local
Museu Nacional da República Brasília DF
Setor Cultural Sul, Lote 2 Próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília - DF
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma
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Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira na exposição “Novas Raízes”. Os trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, propondo a separação conceitual entre os dois andares. Com o objetivo de celebrar os 30 anos de carreira da consagrada artista paulistana, “Novas Raízes” abre no dia 26 de setembro (quinta-feira) e poderá ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo até 12 de janeiro de 2025.
A individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após a sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresentou um olhar retrospectivo da trajetória da artista.
“Esta é uma oportunidade única de ver a obra de Rosana Paulino em diálogo direto com um acervo clássico, propondo assim uma revisão histórica e epistemológica aos olhos do visitante”, afirma o curador Lucas Albuquerque, sobre a combinação do acervo fixo da casa com as obras da artista. “Rosana pretende que esta exposição tenha um caráter educativo bem acentuado, questionando sobre como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo, este bem diferente daquele deixado por Eva Klabin há mais de trinta anos”, complementa.
Os cômodos do térreo serão dedicados a produções que expõem a relação entre a arquitetura e botânica, com desenhos, colagens e instalações. As obras da série “Espada de Iansã”, integrante da 59ª Bienal de Veneza, se juntam a outros trabalhos que visam romper a separação entre dentro e fora, com plantas tomando as diferentes salas. Rosana chama a atenção para a incisiva separação entre o ambiente doméstico e o jardim, fruto de uma corrente de pensamento europeu que aponta para a necessidade de domar a natureza.
Os cômodos do segundo andar tangenciam uma discussão sobre a vida privada de mulheres negras ao longo da história. Obras como “Paraíso tropical”, “Ama de Leite” e “Das Avós” resgatam fotografias e símbolos da história afro-brasileira, tecendo uma reflexão sobre a subjugação dos corpos às políticas de apagamento resultantes do modelo escravocrata vivido pelo Brasil Colônia. Fazendo uso de tecidos em voil, fitas, lentes, recortes e outros objetos, Paulino propõe a preparação de um ambiente de descanso para todas as mulheres negras vítimas da história brasileira, em especial Mônica, a ama de leite fotografada por Augusto Gomes Leal em 1860, uma das poucas que tiveram o seu nome conservado ao longo da história.
‘Novas Raízes’ é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com produção da AREA27, patrocínio da Klabin S.A e realização do Ministério da Cultura. Conta com o apoio da Atlantis Brazil, Everaldo Molduras e Galeria Mendes Wood, e parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.
Serviço
Exposição | Novas Raízes
De 26 de setembro a 12 de janeiro
Quarta a domingo , das 14h às 18h
Período
26 de setembro de 2024 14:00 - 12 de janeiro de 2025 18:00(GMT-03:00)
Local
Casa Museu Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa - RJ
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O MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Frida: uma visão singular de beleza e dor, de Julia Fullerton-Baten.
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O MIS, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Frida: uma visão singular de beleza e dor, de Julia Fullerton-Baten. Inédita no Brasil, a mostra, que tem curadoria de João Kulcsár, apresenta 18 imagens em homenagem a Frida Khalo, aos 70 anos após sua morte, produzidas na Cidade do México pela alemã Julia Fullerton-Baten (fotógrafa reconhecida por suas narrativas visuais de estilo cinematográfico e técnicas sofisticadas de iluminação).
Para criação dessas fotografias, Julia contou com a colaboração de modelos, de um figurinista de cinema local – empenhado em encontrar autênticos trajes artesanais de Oaxaca – e de produtores mexicanos (que lhe forneceram acesso a locais ocultos e secretos, como uma mansão abandonada no coração da Cidade do México, uma residência privada projetada pelo arquiteto de renome internacional Luis Barragán, antigas fazendas repletas de história e a enigmática Ilha das Bonecas, em Xochimilco, famosa por seus jardins flutuantes e permeada de misticismo).
“O resultado que vemos é uma série imagética que captura a vibrante energia e a força inconfundível de Frida por meio de cenários e figurinos mexicanos contemporâneos”, diz João Kulcsár curador da exposição. “Quando olho para suas pinturas, sinto-me inspirada a ser corajosa. Quando olho para suas pinturas, sinto seu amor pelo México”, afirma Julia.
Oficina especial
Dentro da programação da exposição, acontece a oficina gratuita Retratos como Frida (Somos Frida), no dia 17 de outubro. Durante a atividade, ministrada por Taiane Ferreiras e João Kulcsár, o público é convidado a fazer um retrato em um fundo infinito colorido e com adereços que a/o participante pode escolher, tendo como referência as imagens de Frida Kahlo. A oficina acontece às 18h, no foyer térreo do MIS, e tem 30 vagas (a serem preenchidas por ordem de chegada).
A artista mexicana permanece uma das figuras mais emblemáticas e revolucionárias da arte do século XX. Frida Kahlo produzia obras com cores vibrantes e emocionantes, mas também viveu de forma intensa e profunda, enfrentando a dor, o amor, a perda e a paixão de forma visceral. Suas pinturas capturaram não apenas sua imagem, mas a essência de uma mulher que desafiou convenções, rompendo barreiras culturais e de gênero, e afirmou sua identidade com coragem e autenticidade. Hoje, 70 anos após sua morte (1954), sua obra continua absolutamente contemporânea e ressoa profundamente com o espírito do nosso tempo.
Serviço
Exposição | Frida: uma visão singular de beleza e dor
De 27 de setembro a 27 de outubro
Terças a sextas, 10h às 19h; sábados, 10h às 20h; domingos e feriados, 10h às 18h
Período
27 de setembro de 2024 10:00 - 27 de outubro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Espaço Expositivo Maureen Bisilliat - Térreo MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo - SP
Detalhes
Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em
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Luiz Sacilotto (1924-2003) é um renomado artista brasileiro reconhecido pelo trabalho com a arte abstrata, em particular por obras que exploraram formas, cores, a matemática e a geometria. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, foi um dos pioneiros da arte concreta no Brasil. Nos anos 1970, levou adiante suas experiências ópticas desenvolvidas em meados do século, explorando ainda mais o cinetismo, enquanto acompanhava o que se desenvolvia internacionalmente. Sendo assim, sua obra contemporânea traz desdobramentos da arte abstrata em escala global e aponta para a atualidade que pautava a pesquisa do artista.
Reunindo 113 obras de instituições nacionais e internacionais e coleções particulares, a mostra “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” integra a programação especial de comemoração do centenário do artista, neste ano de 2024. Dentre elas, pela primeira vez desde que foram incorporadas aos acervos de duas instituições americanas, três obras voltam ao Brasil para compor a exposição, que tem curadoria de Ana Avelar e co-curadoria de Renata Rocco. São elas: Concreção 5730, 1957 e Concreção 5942, 1959, esculturas do Museum of Fine Arts, Houston, parte da The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art (colecionador brasileiro) — e a escultura Concreção 5941, 1959, proveniente da Cisneros Fontanals Art Foundation e que integra a Ella Fontanals-Cisneros Collection de Miami. A exposição traz ainda obras do MAC USP, Pinacoteca do Estado de SP, MAM -SP, Acervo Itaú e IAC.
“Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” privilegia a produção realizada entre a década de 1970 e o final da vida do artista em 2003, quando ele mergulha na experimentação ótico-cinética aliada à exploração da cor. Para tanto, realiza uma investigação minuciosa aliando o desenho técnico ao desenvolvimento químico dos pigmentos. O artista suspendeu sua produção entre 1965 e 1974, mas seguiu estudando enquanto trabalhava com serralheria. Ao retornar, explora vibrações cromáticas e formais, como desdobramentos da arte concreta que desenvolvia na década de 1950.
As séries chamadas torções, tensões, progressões, giros, são milimetricamente calculadas e executadas. “Sacilotto convida a nos deslocarmos diante das imagens, brincando com as visualidades vibracionais”, escreve Ana Avelar no texto curatorial. Os efeitos são resultados das cores catalogadas em suas diversas tonalidades, testadas e estudadas – muitas delas recuperadas de suas primeiras pinturas. “Observando a coerência de sua obra, olhamos para a aproximação de cores, composições e tempos diversos: gravitam pinturas anteriores sobre as mais recentes, indicando formas e soluções cromáticas pesquisadas desde o início de sua carreira”, completa.
Para Sacilotto, a arte concreta era como um alfabeto que podia ser compartilhado com quem tivesse interesse, bastando, para tanto, realizar estudos. Assim, ele próprio lia e anotava textos de várias áreas do conhecimento (inclusive em outras línguas), sendo fundamentais para dominar os saberes do artista, artesão, operário, químico, matemático e engenheiro que ele aplicava em seus trabalhos.
A exposição “Sacilotto contemporâneo: cor, movimento, partilha” e toda a programação – iniciada em abril – para celebrar o centenário de Sacilotto contou com o apoio da Almeida & Dale, que representa o espólio do artista.
Serviço
Exposição | Sacilotto Contemporâneo: cor, movimento, partilha
De 28 de setembro a 26 de janeiro de 2025
Terça a domingo das 10 às 21 horas – Entrada gratuita
Período
28 de setembro de 2024 10:30 - 26 de janeiro de 2025 18:30(GMT-03:00)
Local
MAC USP
Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera - São Paulo - SP
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Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem
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Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta do artista no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do trabalho de Cildo Meireles, para quem o desenho muitas vezes é a gênese da sua prática no campo tridimensional.
A Galatea traz uma seleção de desenhos produzidos desde 1964, quando o artista tinha apenas 17 anos, até 1977, colocando em destaque o Meireles desenhista, faceta menos explorada em comparação a outras vertentes do seu trabalho. Por outro lado, é essa a sua prática mais constante e longeva. O curador Diego Matos, que assina o texto crítico da exposição, comenta a esse respeito que:
“Trazer ao público uma seleção generosa de desenhos de Cildo Meireles é tornar visível e acessível a prática mais onipresente na trajetória de mais de 60 anos do artista. Prática, aliás, indissociável de sua produção objetual e instalativa. Feitos em um quarto de hotel, na calada da noite; na calmaria caseira da manhã; ou em ateliê, num momento intervalar de trabalho — seus desenhos nos contam muito de um repertório poético e conceitual que ele encadeou desde o início da sua produção.”
Serviço
Exposição | Cildo Meireles: desenhos, 1964-1977
De 03 de outubro a 01 de novembro
Segunda a quinta das 10h às 19h, sexta das 10h às 18h, sábado das 11h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 10:00 - 1 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Galatea
R. Oscar Freire, 379 – Jardins
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Luisa Strina tem o prazer de apresentar Uma e algumas cadeiras / Camuflagens, exposição inédita que reúne trabalhos do artista Cildo Meireles, retomando uma série de projetos idealizados pelo artista
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Luisa Strina tem o prazer de apresentar Uma e algumas cadeiras / Camuflagens, exposição inédita que reúne trabalhos do artista Cildo Meireles, retomando uma série de projetos idealizados pelo artista nas décadas de 1980 e 1990. Com abertura marcada para o dia 3 de outubro, a mostra permanece em cartaz até 23 de novembro de 2024.
Realizada pela primeira vez na Galeria Lelong, Nova York, a instalação Uma e Sete Cadeiras (1997) presta homenagem ao artista Joseph Kosuth. Composta por oito elementos elaborados a partir de diferentes materiais e técnicas – além de uma cadeira em madeira maciça –, integram a instalação 110 lâminas de vidro que formam uma torre, cujo interior, por sua vez, reflete a imagem de mais uma cadeira, gerada a partir de 1.100 lonas pintadas em tinta acrílica.
A cadeira reaparece na série Camuflagem, dessa vez acompanhada por um banco, um guarda-sol, um guarda-chuva, uma maca e tendas. “Essa parte da exposição, que chamo de Camuflagem, teria outro nome: Pintura de Chão. Pois todas as obras estão pousadas nele”, explica Cildo Meirelles.
Também em repouso no chão do espaço expositivo está o conjunto de pinturas hiper-realistas realizadas pelo artista apenas com pinceladas em branco no fundo azul. Épuras, conceito matemático que dá título à série, são as representações geométricas e bidimensionais para formas tridimensionais. Duas Épuras acompanhadas de dois estudos sobre cadeiras transmitem, em última análise, o pensamento artístico de Cildo Meireles, conectando a pintura à racionalidade matemática, onde o artista utiliza a geometria descritiva como ferramenta constitutiva da obra, valendo-se de dois planos perpendiculares onde são representadas duas visões do objeto, uma frontal e outra vista decima.
Uma e algumas cadeiras / camuflagens começou a ser produzida em 2020, totalizando 13 obras nas quais Cildo retoma a prática da pintura, em reverência aos seus grandes mestres, entre eles o brasileiro Alfredo Volpi.
Serviço
Exposições | Uma e algumas cadeiras / Camuflagens
De 03 de outubro a 23 de novembro
Segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 10h às 17h
Período
3 de outubro de 2024 10:00 - 23 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Luisa Strina
ua Padre João Manuel 755, Cerqueira César, São Paulo
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Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada
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Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo tem o prazer de anunciar desmesura, segunda individual do artista carioca Victor Mattina na cidade. A mostra, que reúne dez pinturas inéditas e um díptico, é acompanhada pelo poema “O Monstro”, de Flávio Morgado.
Em “desmesura”, Mattina explora, através da pintura, a qualidade da representação monstruosa e a condição de liberdade sob a qual reside a figura do monstro. Suas composições se constroem a partir de visões fragmentadas, vultos, manchas, criaturas antropomórficas e associações improváveis, como se estivéssemos diante de um mundo que, ainda que orientado pelos mesmos símbolos que compõem o nosso, operasse sob uma outra lógica. É nesse limiar entre o reconhecível e o absurdo que se sustentam as pinturas de Mattina, e é nessa impossibilidade de categorizar suas figuras, como em “Capital amanhece sob um novo sol” ou seus encontros estranhos, como em “Missa para raios catódicos”, que o artista enxerga uma potencial emancipação da imagem. Embora tenha como base de sua prática a pintura figurativa, Victor Mattina não a utiliza como ferramenta para uma representação transparente, pelo contrário, é o seu domínio da técnica que lhe permite aproximar a figuração ao inverossímil. “Em ‘Arteriograma de Ka’ há uma cena algo barroca com corpos amontoados em primeiro plano, em frente a uma espécie de templo. É uma pintura de índices, alusiva a uma ideia de antiguidade sem nunca dizer onde ou sobre quem.”, observa o artista.
O Poema “O Monstro”, de Flávio Morgado, que acompanha a exposição, é fragmentado em seis partes, em diálogo com a montagem de “Elegia I” e “Elegia II”, pinturas que possuem mais de 4 metros de comprimento cada, também divididas em seis partes. O poema percorre alguns aspectos das pinturas de Mattina – A dimensão, A correspondência, A feitura, A técnica, A escala, A paleta –, aspectos estruturais que apontariam para uma análise mais categórica da obra, mas que por meio da linguagem poética, se libertam de definitivos, transbordando os seus limites. Em “desmesura”, texto e imagem se reconhecem pela recusa das funções que deveriam exercer em um mundo normativo. Criam, juntos, uma espécie de limbo visual. Como escreve Morgado na primeira parte do poema: “monturo de ossos, inóspita paisagem / que nos acolhe, o ponteiro da estranheza / marca meia-noite na consciência e / seis telas declamam, no eco de sua fatura, / um grande verso de desterro.”
Em diálogo com a mostra “desmesura”, de Victor Mattina, serão apresentadas no mezanino da Galeria um conjunto de obras de Marcello Grassmann (1925-2013), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Guima (1927-1993) e Iberê Camargo (1914-1994), artistas brasileiros que, por meio da gravura e da pintura, também exploraram a dimensão monstruosa da representação figurativa.
Serviço
Exposição | desmesura
De 04 de outubro a 08 de novembro
Segunda e sextas das 10h às 19h Sábados, das 10h às 17h
Período
4 de outubro de 2024 10:00 - 8 de novembro de 2024 19:00(GMT-03:00)
Local
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Franca, 1054 São Paulo – SP
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Essa é para os apaixonados por videogames da capital de São Paulo. De 5 a 20 de outubro, o Museu do Videogame Itinerante estará no Shopping Parque da Cidade, que
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Essa é para os apaixonados por videogames da capital de São Paulo. De 5 a 20 de outubro, o Museu do Videogame Itinerante estará no Shopping Parque da Cidade, que fica à Av. das Nações Unidas, 14401 (ao lado da Estação Morumbi)
Fique ligado, pois será uma exposição interativa que resgata mais de 50 anos de videogames, desde o primeiro do mundo até os atuais, como PlayStation VR2, PlayStation 5, Xbox Series, Nintendo Switch, entre outros.
Além de conhecer consoles e jogos raros, os visitantes também poderão jogar totalmente de graça em alguns videogames que fizeram história, tais como o Telejogo Philco-Ford, Atari 2600 , Odyssey, Nintendinho 8 bits, Master System, Mega Drive, Sega CD, Super Nintendo, Neo Geo, Panasonic 3DO, PC Engine, Nintendo 64, Game Cube, Sega Dreamcast, Xbox, Playstation 1, PlayStation 2, entre outros.
Também teremos palco Just Dance, área PlayStation VR 2, simuladores de corrida, controles gigantes, concurso de cosplay, torneios de jogos e muito mais. Esperamos vocês.
Serviço
Exposição | Museu do videogame Itinerante
De 5 a 20 de outubro
Segunda a sextas, das 13h às 20h, sábado e domingo, das 14h às 20h
Período
5 de outubro de 2024 13:00 - 20 de outubro de 2024 20:00(GMT-03:00)
Local
Shopping Parque da Cidade
Av. das Nações Unidas, 14401 - Chácara Santo Antônio (Zona Sul), São Paulo - SP
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Prepare-se para embarcar em uma jornada mágica com “Sonho Encantado de Cordel, o Musical” no Teatro Claro Mais, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela CAIXA Vida e Previdência, patrocinado
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Prepare-se para embarcar em uma jornada mágica com “Sonho Encantado de Cordel, o Musical” no Teatro Claro Mais, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela CAIXA Vida e Previdência, patrocinado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo é inspirado no enredo “Uma Delirante Confusão Fabulística” de 2005 criado por Rosa Magalhães para a Imperatriz Leopoldinense, escola de samba do Rio de Janeiro, que prestou homenagem a Hans Christian Andersen em seu centenário. A peça narra a vida do famoso autor e os contos de fadas por ele criados, envolvidos pela rica tradição da literatura de cordel e ambientados no Nordeste do Brasil. É uma celebração da arte, da poesia e do poder dos sonhos, trazendo ao palco uma narrativa única que vai emocionar e inspirar em um musical para todas as idades!
Com texto e direção de Thereza Falcão, o espetáculo é uma deslumbrante fusão de elementos da cultura nordestina com o universo encantado dos contos de fadas. No palco, mais de 10 cenários e 50 figurinos, criados pela eterna Rosa Magalhães e conduzido pelo seu braço direito, o carnavalesco Mauro Leite, ganham vida. A experiência visual é enriquecida pelas projeções e vídeos dirigidos pelo renomado artista visual Batman Zavareze. As coreografias são assinadas pelo premiado Renato Vieira, enquanto a direção musical fica a cargo do aclamado Marcelo Alonso Neves. Com 10 músicas inéditas e originais compostas pelos brilhantes Paulinho Moska, Chico César e Zeca Baleiro, o espetáculo mescla o vibrante ritmo do Nordeste com a magia das histórias eternas. Esta obra é uma fascinante interlocução cultural entre o Brasil e a Dinamarca, em que cada cena convida o público a mergulhar em um universo onde tudo é possível, e onde a esperança e o amor sempre prevalecem.
Serviço
Musical | Sonho Encantado de Cordel, o Musical
De 12 outubro a 03 novembro
Sábados e domingos, dias 12, 13, 19 e 20 de outubro às 11h30, 15h e 17h, e dias 26 e 27 de outubro e 02 e 03 de novembro às 11h30
Ingressos: de R$ 19,50 a R$ 120
Período
12 de outubro de 2024 11:30 - 3 de novembro de 2024 17:00(GMT-03:00)
Local
Teatro Claro Mais
Shopping Vila Olímpia – R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, São Paulo – SP
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Reinaugurado em agosto, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, tem parte de sua programação exclusivamente pensada para os pequenos, que poderão curtir o mês das crianças com
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Reinaugurado em agosto, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, tem parte de sua programação exclusivamente pensada para os pequenos, que poderão curtir o mês das crianças com o espetáculo Do Ré Mika Show, que começa temporada dia 12 de outubro, sábado, 15h e segue em cartaz até 3 de novembro.
Sucesso em todo o país, o espetáculo traz, além dos personagens favoritos da criançada, um repertório com os maiores sucessos do desenho e também músicas conhecidas pelo grande público, como “Pop Pop”, “A Dona Aranha”, “Borboletinha” e “Fui No Mercado” Uma viagem lúdica no tempo que promete divertir pais e filhos, cheia de adereços cênicos e efeitos visuais para encantar os olhos de crianças e adultos.
A ida ao espetáculo é apenas uma das opções de lazer oferecidas aos frequentadores do MorumbiShopping, que também podem encontrar nas suas mais de 500 lojas uma diversidade de restaurantes, cafeterias e espaços pensados para os pequenos, fazendo o mês deles ainda mais especial.
Serviço
Exposições | Do Ré Mika Show
De 12 de outubro a 3 de novembro (exceto 27 de outubro)
Sábados e domingos, às 15h
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 50 minutos
Ingressos: de R$28 a R$70 | Vendas pela Sympla
Período
12 de outubro de 2024 15:00 - 3 de novembro de 2024 16:00(GMT-03:00)
Local
Teatro Multiplan MorumbiShopping
Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias, 04707-900, São Paulo - SP
Meu pai tinha um desses LPs, acho que era o Baiano e Os Novos Caetanos, um que tinha Vou Batê Pá Tu e O Urubu Tá Com Raiva do Boi. Eu adorava esse disco!
Não escuto mais o som dele desde que o disco, por algum motivo, se foi. E certamente, na época eu muito criança, não saquei todas as nuances políticas da dupla. Mas pela memória que guardo, a qualidade musical era tão marcante que eu ainda a carrego na mente.
Muito legal ler esse artigo.