Lívia Conduru, Keyna Eleison e Vânia Leal, do CCBA, Leise Duarte - coordenadora de projetos estratégicos e eventos da Shell e Gabriel Gutierrez, coordenador do Instituto Cultural Vale. Foto: Luiza Lorenzetti

Localizado na esquina da Rua Manoel Barata com a Travessa Campos Sales, no centro do comércio de Belém (PA), o Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), inaugurado no dia 15 de maio, surge como um ponto de convergência para diversas manifestações artísticas e culturais que expressam a diversidade e o simbolismo da Pan-Amazônia e da Amazônia Legal. 

O espaço é aberto seis meses depois do encerramento da primeira edição da Bienal das Amazônias, que aconteceu também em Belém durante os dias 3 de agosto e 5 de novembro de 2023. “O Centro Cultural Bienal das Amazônias se conecta com a primeira edição da Bienal das Amazônias no momento em que a nossa proposição é constituir um elo entre esse território que é muito vasto, que está relacionado a um bioma, mas que é constituído por diversas formas de compreensão de vida e de como a gente interage com esse território” explica Lívia Conduru, presidente da Bienal das Amazônias e do CCBA. 

Keyna Eleison e Vânia Leal, curadoras da Bienal das Amazônias, também integram o time do centro cultural como diretoras de pesquisa e conteúdo e de projetos especiais, respectivamente. “Este é mais um espaço com vontade de pensar, de imaginar coletivamente, de pensar processos, de receber e de enviar pesquisas, pessoas, artistas, pesquisadores, professores, não só da área da cultura, mas principalmente da área da cultura”, afirma Keyna. 

No primeiro piso do edifício de 8 mil metros quadrados, o público é recebido com um conjunto de redes para descanso, ar condicionado e banheiros. Para Lívia, essa recepção já é de alguma forma parte da pedagogia da experiência e da inclusão que a equipe tem buscado: “Para que quem esteja passando na hora do almoço, entre para usar o banheiro, a rede, e queira ver o que está acontecendo”. 

A estreia do CCBA traz a exposição “RGB: As Cores do Século”, que celebra o centenário do venezuelano Carlos Cruz-Diez, em cartaz pela primeira vez em território paraense. Ana Clara, coordenadora de pesquisa da exposição, comenta: “Nesta montagem, em particular, a gente tentou ressaltar as raízes geográficas culturais do pensamento desse artista exímio que se consolidou como um grande mestre da arte cinética e o último grande pensador da cor”.

No segundo andar, a instalação fotográfica de Paula Sampaio ocupa o espaço com fotografias e entrevistas de moradores dos principais sítios históricos de Belém, localizados no bairro da Cidade Velha, atravessando o Complexo do Ver-o-Peso e os bairros da Campina/Comércio. “O recorte curatorial foi pensado para dialogar com o prédio onde o CCBA está instaurado, no coração do comércio de Belém. Essa exposição tem uma dialógica que atravessa o entorno desse lugar, os transeuntes desse lugar e, principalmente, a história e memória das pessoas”, aponta Vânia Leal, curadora do projeto. 

O CCBA está preparado para receber o público com uma infraestrutura completa, incluindo café, loja, biblioteca e acessibilidade. O novo centro cultural promete ser um espaço de troca e valorização da cultura amazônica, trazendo um novo fôlego para a cena artística de Belém.

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