Mabel Medeiros, diretora do Mamam. Foto: Vanessa Acioly

Em seus quase três anos como diretora do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam), Mabel Medeiros passou metade do período sob a pandemia de Covid-19. Uma situação bastante crítica para quem tinha uma série de planos e objetivos para a gestão, nas mais diversas áreas. Mais crítica ainda considerando o os constantes ataques promovidos pelo governo federal à cultura no país, com um projeto que, mais do que descaso, parece ser de enfraquecimento e desmonte do setor, diz ela.

“O encurtamento do setor cultural vem sendo utilizado, nos últimos anos, como estratégia de dominação e controle de narrativas sociais. (…) Um projeto de retrocesso institucionalizado, que legitima constantes ataques a todos os pilares civilizatórios, desvirtua a motivação, a essência e a urgência da arte”, afirma Medeiros, 46, administradora e especialista em Arte e Educação que assumiu a diretoria do Mamam após as passagens – cronologicamente – de Marcus Lontra, Marco Pólo Guimarães, Moacir dos Anjos, Cristiana Tejo e Beth da Matta.

Ainda assim, a nova gestão conseguiu ter uma atuação destacada no período e, como um dos resultados, recebeu o Prêmio ABCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte) de  2019/2020 pela potência de sua programação e por sua atividade no campo das artes visuais. Criado em 1997, quando a antiga Galeria Metropolitana de Arte Aloisio Magalhães ganhou status de museu – homenageando este artista plástico, designer e ativista cultural pernambucano – e situado em um em um antigo casarão do século 19, o Mamam (vinculado a Secretaria de Cultura da Prefeitura) se estabeleceu com força na cena pernambucana, criando um diálogo crescente com as artes visuais contemporâneas.

Uma das principais diretrizes atuais, segundo a curadora, foi estabelecer uma equidade de gênero, partindo de um olhar sobre o próprio acervo da instituição – das 1225 obras da coleção apenas 149 são de mulheres – o que está refletido tanto na programação quanto na própria formação interna da equipe. Além disso, a busca por fazer um museu mais propositivo, o foco na atuação virtual, o diálogo com artistas da cidade e região, o fortalecimento do setor de pesquisa e do educativo e as dificuldades financeiras foram alguns dos pontos tratados na entrevista à arte!brasileiros. Leia abaixo a íntegra.

Fachada principal do Museu, no centro de Recife. Foto: Rodrigo Braga

ARTE! – Considerando o momento em que estamos vivendo, acho que poderíamos começar falando um pouco sobre como foi a atuação do Mamam durante a pandemia – que já dura quase um ano e meio – e em que ponto o museu está agora?

Assim como o mundo inteiro, nós fomos pegos de surpresa. Tínhamos projetos para o ano de 2020, uma programação que estava já engatilhada e negociada para acontecer, e quando os museus fecharam aqui em Recife nós estávamos no processo de finalizar a montagem de uma exposição. Uma exposição coletiva que recebemos, intitulada CKD – COMPLETELY KNOCKED DOWN, com nove artistas de Bremen e de Recife, e que não pode ser apresentada. E então fechamos as portas naquele momento. Tudo que tínhamos planejado, além dessa exposição – porque o museu vem investindo em muitas ações de cunho educativo, de formação da equipe e do público, ações que acontecem paralelamente às mostras -, ficou em suspenso.

O que mantivemos, em um primeiro momento, foi um diálogo nas redes sociais, numa tentativa de adaptação, e alguns projetos que já tínhamos prontos. Por sorte, nessa gestão, que começou em novembro de 2018, a gente já tinha se voltado bastante para as redes sociais, para ampliar esse acesso virtual, com uma fala mais informal para que as pessoas chegassem ao museu com mais facilidade. E nesse primeiro ano demos continuidade a alguns projetos como o #artistaindica, onde os artistas fazem sugestões de livros para leitura, o Acervo Mamam, cujas obras da coleção são divulgadas nas nossas redes sociais, a realização de oficinas e cursos virtuais, a divulgação de depoimentos de arte-educadores sobre suas funções nas instituições não formais… E isso seguimos fazendo. Houve também uma demanda de maior diálogo com o público infantil e de ações de interlocução com os artistas na pandemia, com divulgações sobre a LAB e divulgações dos artistas. Para além disso, demos continuidade à nossa demanda administrativa com reuniões com a equipe, o Conselho Curatorial, as articulações com artistas e professores para realização de formações e, principalmente, acompanhamento e solicitações de manutenção física do espaço e preservação do acervo.

Quando passou o turbilhão inicial e conseguimos nos reorganizar, outras ações foram surgindo. Vínhamos também em um processo interno de continuidade da elaboração do Plano Museológico, que está em fase de conclusão, porque o Mamam tinha um Plano da gestão anterior, mas que não estava ainda finalizado. Então passamos a revê-lo com a participação mais ampla de todos os setores da instituição, como é necessário fazer para se pensar as diretrizes.

ARTE! – E teve um fortalecimento do setor de pesquisa…

Tô aqui pensando que seria muito importante citar q está linha e coordenado pelas profas doutoras Carolina Ruoso(UFMG) e Joana D’Arc Lima(UNILAB/CE)

Passamos a fazer parte também de uma rede de pesquisa – Rede de Pesquisa e Formação em Curadoria de Exposição – coordenada pelas professoras doutoras Carolina Ruoso (UFMG) e Joana D’Arc Lima (UNILAB/CE). O Mamam já teve em outras gestões grupos de pesquisa que acabaram não tendo continuidade, então isso é muito importante. E essa rede, que tem em torno de 30 pesquisadores e envolve Pernambuco, Ceará e Minas, foca a pesquisa em curadoria e histórias das exposições. E enquanto museu, acreditamos muito na força da pesquisa, da formação, da educação.

Temos ainda uma segunda linha de pesquisa, coordenada pela Ana Luiza Lima, que trata das questões de gênero, raça e etnia, que se inicia a partir de um olhar sobre o nosso acervo.E nós entramos também em uma rede de gestores de equipamentos culturais de Recife e região metropolitana – que vem se expandindo para outras regiões do Estado -, que foi pensada para, neste momento de pandemia, discutir desde os protocolos que precisaríamos assumir nos retornos, até ações, modos de se mobilizar. Porque a pandemia impacta pela questão óbvia da saúde, mas ela também impacta em relação a outras questões. Até hoje, por exemplo, temos um decreto em Pernambuco que suspendeu qualquer gasto que não fosse para a área da Saúde. Então nós temos a necessidade de nos fortalecermos junto a outros setores.   

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Patio interno do museu, com obras de Francisco Brennand. Foto: Divulgação

ARTE! – O Mamam reabriu, para acesso presencial, as portas de uma parte do edifício, notadamente o pátio com obras de Francisco Brennand. Há planos para reabertura completa?

A primeira reabertura ocorreu em outubro, quando todos os equipamentos da cidade reabriram, depois fechou novamente, devido às necessidades impostas pela pandemia. Mas ainda não temos a montagem da exposição que tivemos que suspender. E o que temos aberto agora é a circulação no pátio interno da casa, que tem obras permanentes do Brennand. Estão abertos também os setores administrativos e pontualmente o acervo e a biblioteca. Estamos planejando o retorno gradual dos eventos presenciais que costumamos fazer – as oficinas, cursos e debates estão ainda no campo virtual. A exposição ainda não foi aberta, devido às negociações de patrocínio entre a produção e o município.

ARTE! – Justamente sobre isso, eu queria perguntar como está o aspecto financeiro do museu – que é gerido pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, órgão da prefeitura – e se ele foi afetado pela pandemia. Além disso, foi necessário fazer cortes na equipe?

Sim, tivemos perdas financeiras. Na verdade, o museu já vinha sofrendo com diminuições na parte orçamentária, mas na pandemia nós estamos “em suspenso” até que o decreto no Estado (de verbas apenas para a saúde) seja revogado. Em relação à equipe, ninguém chegou a ser demitido. Trabalham no Mamam ao todo 11 funcionários, 13 estagiários e 8 guardas municipais.

ARTE! – Voltando ao assunto da atuação virtual, queria que você falasse um pouco de como isso se deu e também como você vê esse campo no futuro, mesmo após a pandemia. Há quem diga que as instituições culturais no Brasil estavam muito atrasadas nesse quesito e foram pegas de surpresa pela pandemia… como vê esse ponto?

Sim, eu acredito que o virtual veio para ficar, mas acredito também que vamos precisar repensar um pouco esse virtual. Porque da mesma forma que a gente precisou virtualizar tudo, eu escuto muitas pessoas falando de um esgotamento, de que já não aguentam mais a vida toda online. Claro que esse esgotamento também vai suavizar no futuro, porque não vamos ficar o tempo inteiro na tela quando as coisas melhorarem. Mas enquanto instituição cultural, de fato estávamos defasados neste aspecto e vamos ter que pensar cada vez mais nas programações virtuais. Uma coisa que conseguimos, que na verdade foi anterior a pandemia, na gestão de Beth da Matta, foi fazer um perfil na plataforma do Google Arts and Culture, com uma curadoria de obras do acervo, um pouco da história do museu e uma visita virtual a algumas mostras. Mas ainda assim é algo que fica um pouco parado, porque não conseguimos atualizar sempre. Mas, certamente conseguimos ampliar nossas ações nas redes sociais e plataformas virtuais e, consequentemente, o diálogo com o nosso público. Hoje, nesse formato online, nossas oficinas, debates e cursos possibilitam a participação de pessoas de qualquer lugar, desde que tenham acesso a internet. Conseguimos também possibilitar formações para o público com profissionais – artistas, curadores, professores e arte-educadores de outras regiões do país. Teve também o foco nas redes sociais, porque é necessária essa aproximação, é um lugar onde as pessoas estão com frequência, têm intimidade, que ajuda até a tirar um pouco da formalidade no contato com a instituição. Mas sim, nós vamos continuar investindo e pensando nisso mesmo após a pandemia.

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Vista da exposição de Adriana Varejão, em 2019. Foto: Flávio Lamenha

ARTE! – Bom, no balanço que vocês fazem ao fim do primeiro ano da sua gestão, pouco antes do início da pandemia, vocês colocam algumas diretrizes básicas para o museu, que já estavam sendo cumpridas. Uma delas é a equidade de gênero, e isso diz respeito tanto à programação quanto ao próprio corpo de funcionários. Poderia falar um pouco desse caminho escolhido pelo museu, das motivações dessa decisão…

Bom, a gente vem de um processo de séculos de exclusão, não só em relação à questão da mulher. No nosso trabalho no museu, o início partiu de um olhar sobre o próprio acervo. Porque nós temos 1225 obras e desse total apenas 149 são de mulheres. Em termos de artistas, temos cerca de 340 e deles 89 são mulheres. É um percentual que ainda engana um pouco, mas na prática temos, entre muitos dos artistas homens, pequenas coleções, uma representação mais robusta, contra alguns poucos núcleos de obras de mulheres – como Tomie Ohtake, Tarsila do Amaral, Rosana Ricalde, Oriana Duarte e Juliana Notari. A maioria das artistas têm apenas uma ou duas obras no acervo. Há uma clara disparidade nesse sentido. Então partimos desse pensamento porque os dados sinalizavam isso.

E nesse processo vimos também a necessidade de nos debruçarmos sobre uma outra pesquisa, para mapear melhor esses artistas. Porque o que temos nos nossos registros de obras, nas fichas catalográficas, nos documentos de entrada, são dois blocos de informação: os dados dos artistas, com espaço para nome, nome artístico etc.; e os dados da obra em si, com título, materiais, dimensões etc. Mas isso só nos permitiu ler esse dado de gênero binariamente, a partir dos nomes. A partir de agora, portanto, a gente muda essa ficha de entrada, incluindo uma autodeclaração de gênero, de raça, de etnia, para que consigamos ter dados para outras pesquisas. 

E esse olhar sobre o acervo nos fez pensar também sobre discussões atuais, que estão aí, dos diversos grupos que estão lutando por espaço, por direitos, pela possibilidade de ter espaço profissional, representação etc.

ARTE! – Há também um trabalho de fortalecimento do acervo? Se sim, ele vai nesse sentido de trazer mais artistas mulheres e de grupos minorizados?

Temos sim. Inclusive os grupos de pesquisa já nos dão também essa base, esse norte para aquisições – mas as ações do museu também. Muita gente questiona como fazer para entrar no museu. O Mamam tem uma comissão curatorial, que foi instituída na gestão anterior à minha, de Beth da Matta, porque a gente acredita que ter uma discussão coletiva, entre várias pessoas, cria uma possibilidade maior de ampliação do acervo, não deixando passar coisas que às vezes fogem à visão de uma única pessoa.

Então a chegada de obras pode passar por essa comissão, mas o Mamam também está aberto para que os artistas entrem em contato e solicitem espaço ao museu. Obviamente a instituição não dá conta de toda uma produção da cidade, que é vasta, com muita gente jovem, mas seguimos atentos a isso, à essa produção contemporânea. Inclusive a galeria nasce, lá na década de 1980, de uma reivindicação de artistas que queriam lugar em que pudessem expor. Hoje a cidade tem diversos outros espaços, mas o Mamam segue sendo um lugar no qual muitas pessoas querem chegar – especialmente nesses últimos anos, no momento em que temos assistido a nossa cultura sofrer golpes de todos os tipos, perdendo financiamentos, editais, possibilidades de circulação, de aquisição de obras etc.

Até por isso, por essa carência de incentivos, desde 2019 o Mamam também organizou a ideia de um projeto inter-linguagens, em que o museu cede espaços – por exemplo, o auditório para ensaios de teatro. Entendendo que não só as linguagens das artes visuais, mas também outras linguagens artísticas perderam espaço, a gente vem se aproximando e fazendo projetos multidisciplinares ou de outras áreas artísticas, mesmo que o foco principal do museu siga sendo as artes visuais.   

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Apresentação do grupo de teatro Magiluth. Foto: Zé Rebelatto/ Estúdio Orra

ARTE! – Pensando nessa produção dos artistas locais, outra coisa que vocês afirmam naquele balanço, que me parece bastante relevante, é a necessidade de tornar o museu mais propositivo, mais capaz de montar exposições e projetos próprios, não apenas de receber coisas prontas. Por que isso não era possível e o que está sendo feito para mudar esse quadro?

A impossibilidade de o museu ser mais propositivo vem basicamente de uma questão financeira, quando a gente vem perdendo – não só localmente, mas nacionalmente – financiamentos. Isso diminui muito a nossa capacidade de proposição. Precisamos de um fortalecimento das instituições de um modo geral, mas claro que o museu também pensa para além de seus recursos próprios, buscando recursos que venham de editais e projetos contemplados nas mais diversas possibilidades.

ARTE! – Por fim, eu queria fazer uma pergunta mais relacionada ao contexto político. Nós temos, já antes da pandemia, um governo federal que tem promovido fortes ataques ao setor cultural, tanto com cortes de recursos quanto com atitudes que beiram mesmo a censura. Enquanto instituição cultural, como é trabalhar neste contexto?

Tem sido bem difícil. A gente vê um projeto de enfraquecimento do setor, porque está muito claro que não é apenas desconhecimento, mas ações que são claramente de enfraquecimento de todos esses lugares. Entendo as diretrizes em relação à cultura e educação – e outras áreas- como parte do atual projeto de poder. O encurtamento do setor cultural vem sendo utilizado, nos últimos anos, como estratégia de dominação e controle de narrativas sociais. Foi extinto o Ministério da Cultura e foram também – e principalmente – enxugados drástica e sistematicamente os orçamentos destinados ao Fundo Nacional de Cultura, entre tantas outras ações de desmonte de iniciativas e conquistas importantes para o povo brasileiro.

A recente notícia do incêndio da Cinemateca Brasileira é um dos tantos exemplos do descaso com que o setor cultural e de como nossos acervos e história vêm sendo negligenciados e destruídos. Um projeto de retrocesso institucionalizado, que legitima constantes ataques a todos os pilares civilizatórios, desvirtua a motivação, a essência e a urgência da arte. É um projeto que está em processo e que tem conseguido, aparentemente, o que está previsto nele. A sensação é muito ruim. E embora a gente não esteja vinculado diretamente ao governo federal, tínhamos diversos mecanismos que faziam chegar recursos nos Estados e nas cidades.

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Área interna do casarão que abriga o Mamam. Foto: Sol Pulquério

ARTE! – O atual secretário de Cultura, Mario Frias, já deixou claro que a aprovação dos projetos na Lei de Incentivo à Cultura será pautada (e já está sendo) por critérios ideológicos, de acordo com a linha do governo, e não mais através de comissões plurais como era feito até recentemente…

Para nós, fica ainda mais difícil, considerando que temos nos colocado nesse lugar de discutir a elitização dos espaços de arte, com temas que vão totalmente contra o que poderia ser essa visão de cultura do governo atual. E, de fato, a gente perde um pouco a energia, nós que estamos o tempo inteiro pensando em projetos, sonhando, se desdobrando para as coisas acontecerem…  

ARTE! – Eu gostaria de voltar para um ponto pelo qual passamos rapidamente, sobre o foco no trabalho educativo, que é nítido através de vários projetos e oficinas do museu. A ideia de participação, não apenas de contemplação, parece ganhar cada vez mais destaque no trabalho de diversas instituições culturais. Ou seja, pensar também não só no número de visitantes, mas na qualidade dessa visitação. Como essa questão é tratada no Mamam?

Sim, o trabalho educativo tem sido muito importante. Inclusive, diversos projetos surgem dos debates no educativo e estamos ampliando a atuação desse setor, no sentido também de se abrir mais para o diálogo com grupos da sociedade. Então tem sido uma construção coletiva que passa tanto pela formação da própria equipe quanto por ações que interessem as pessoas de fora, o público. Nós temos ainda projetos de interiorização, por exemplo, fora dos muros da instituição, tanto em comunidades de Recife quanto fora da cidade. E temos um projeto que está um pouco suspenso por enquanto, dado o contexto, mas é um sonho nosso, de fazer uma escola do museu, em que os projetos todos estejam atrelados de uma forma mais sistemática.

ARTE! – Por fim, indo um pouco mais atrás no tempo, o Mamam é um museu com pouco mais de 20 anos. Não é exatamente novo, mas também não é um museu antigo, estabelecido há décadas. Como você acha que a instituição se inseriu no mapa cultural de Recife e qual a importância da instituição hoje na cidade e até mesmo no país?

Acho que é a própria história da instituição, a partir de outros gestores que passaram e que foram sedimentando o trabalho. O Mamam surgiu, em 1997, já com uma visão de se tornar um local em Recife que abrigaria importantes exposições do circuito nacional e internacional.  Então o museu já nasceu como uma instituição que trazia exposições grandes, de Picasso, Rodin etc. É muito comum até hoje que as pessoas cheguem e digam: “Ah, eu vim aqui ver Rodin”. E isso marcou, por ser uma instituição em Recife, no Nordeste do Brasil, que entrou na rota das grandes exposições, e a gestão de Marcus Lontra foi, sem dúvida, bastante relevante nesse sentido, pois é um curador que tinha um acesso à produção internacional.. E se pensarmos na sequência das gestões, do Moacir, por exemplo, começou com um olhar sobre a produção local, mas depois fez circular também uma produção contemporânea nacional. Na sequência também a Beth da Matta voltou para uma produção mais local, até porque havia um apelo dos artistas locais de querer estar presentes ali naquele lugar. Então eu acredito que a forma como as ações foram se realizando, os projetos e programas que vêm sendo criados, os gestores e suas visões, foram criando um reconhecimento do Mamam não só na cidade, mas também internacionalmente. 

     

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