Still de "Mesa curandera", de Louidgi Beltrame, 2018. Foto: divulgação.
Still de "Mesa curandera", de Louidgi Beltrame, 2018. Foto: divulgação.

Com abertura no dia 22 de fevereiro, a coletiva Uma História Natural das Ruínas abre o programa de exposições do Pivô de 2021. A mostra propõe uma revisão crítica da distinção moderna entre cultura e natureza a partir da obra de um grupo singular de quinze artistas de diferentes contextos e gerações, alguns deles apresentando suas obras no Brasil pela primeira vez.

Participam da mostra: Denilson Baniwa (Brasil), Louidgi Beltrame (França), David Bestué (Espanha), Minia Biabiany (Guadalupe), Paloma Bosquê (Brasil), Elvira Espejo Ayca (Ayllu Qaqachaca), Sheroanawe Hakihiiwe (Sheroana, Alto Orinoco), Isuma (Nanavut), Cristiano Lenhardt (Brasil), Candice Lin (EUA), Lina Mazenett e David Quiroga (Colômbia), max wíllà morais (Brasil), Daniel Steegmann Mangrané (Brasil/Espanha) e Janaina Wagner (Brasil).

Por meio de uma série de processos históricos, humanos “se separaram” da natureza e os regimes coloniais propagam essa noção de exploração, normalizando a natureza como um “recurso” à disposição dos humanos, como explica a curadora Catalina Lozano. “É em grande parte por meio do conhecimento e das práticas ecológicas dos povos indígenas que essas categorias coloniais em funcionamento podem ser produtivamente desafiadas”, complementa Lozano no texto curatorial da mostra. Ela explica ainda que outra ideia que guia Uma História Natural das Ruínas é a de uma vida que reage à violência humana na paisagem arruinada do capitalismo.

Alguns destaques da mostra: em Mesa Curandera (2018) o artista francês Louidgi Beltrame registra cerimônias de cura com o cacto San Pedro promovidas por um xamã no Peru; Qapirangajuq: Inuit Knowledge and Climate Change (2009), do coletivo de arte e mídia inuit Isuma, que ocupou o pavilhão do Canadá da Bienal de Veneza em 2019, é o primeiro documentário feito em idioma inuktitut sobre o tema do aquecimento global; os desenhos do yanomami Sheroanawe Hakihiiwe descrevem as formas e marcas deixadas por animais e plantas que fazem parte do ambiente onde vive, no Alto Orinoco venezuelano; feita especialmente para o projeto pelo espanhol David Bestué, a série de novos trabalhos tem inspiração no Poema Sujo, de Ferreira Gullar.

Veja as informações sobre visitação neste link.


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