Tela inicial do Ditamapa
Tela inicial do Ditamapa

Comissionado pelo Aura – Festival de Arte Digital, o Ditamapa foi realizado por Giselle Beiguelman [1] e Andrey Koens [2]. O trabalho traz um mapa de ruas, avenidas, pontes e viadutos que têm nomes dos presidentes da ditadura civil-militar que perdurou de 1964 a 1985 (Humberto Castelo Branco, Artur da Costa e Silva, Emilio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, João Figueiredo).

No site do projeto, a primeira aba permite visualizar a dispersão desses locais pelo Brasil; neste mapa, ao clicar em um dos pontos indicados, o visitante consegue vislumbrar um registro fotográfico deles, fornecido pelo Google Street View. Essas imagens podem ser conferidas de forma mais completa na segunda parte do portal, os Postais do Atraso, que em sua maioria “remetem a lugares ermos, situações que refletem a desigualdade social e econômica do Brasil. Em conjunto, permitem ver os escombros do ‘milagre brasileiro’ e as ruínas do nosso presente”, como é indicado pelos autores. Os postais podem ser filtrados, ainda, de acordo com região ou nome do presidente.

Por enquanto, foram reunidos 174 logradouros pelo Ditamapa, cujo gráfico interativo da seção Ditaviz ilustra visualmente sua distribuição por local, revelando também as quantidades de topônimos associados a cada um dos presidentes do período.

O projeto, embora já lançado, continua em construção e aceita contribuições, tendo em vista que nesta etapa da pesquisa não foram inclusos outros lugares da memória da ditadura, que abrangem desde bibliotecas e escolas com o nome desses presidentes até monumentos e memoriais a eles relacionados.


[1] Giselle Beiguelman é artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). É autora de Memória da amnésia: políticas do esquecimento (Edições Sesc, 2019) e de vários livros e artigos sobre a cultura digital. Pesquisa as estéticas da memória e ativismo na sociedade em rede.
[2] Andrey Koens é artista, mestrando em Artes Visuais no Instituto de Artes da UNESP. Suas investigações relacionam estéticas do digital às poéticas da imagem pictórica, explorando pós-fotografia, IA e robótica. É parte do GAIA (Grupo de Arte e Inteligência Artificial FAUUSP/ Inova USP), onde pesquisa a virtualização e a arquitetura digital de instituições de arte.

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