Oskar Metsavaht, Divina Geometria X.

Engana-se quem pensa que a exposição Divina Geometria, de Oskar Metsavaht, originalmente apresentada no Rio de Janeiro em 2016, fala apenas sobre o Cristo Redentor. É verdade que o “conceito” de uma geometria divina incendiou a mente de Metsavaht após uma experiência na qual pode observar a capital fluminense diretamente do braço do monumento que é uma das sete maravilhas do mundo moderno. No entanto, não é apenas a essa imagem que a mostra que está até 1o de setembro no Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) se resume.

Na versão paulistana de Divina Geometria, o artista e o curador Marc Pottier levam trabalhos que não estiveram expostos anteriormente na mostra, sejam vídeos, pinturas ou desenhos. Ocupando várias salas do museu com dezenas de obras, a vinda da mostra foi um convite do diretor-executivo da instituição, José Carlos Marçal de Barros.

Também não é certo dizer que Oskar começou a desenvolver seus projetos artísticos apenas após uma residência no Instituto Inhotim em 2014. Prova disso é a instalação em videoarte que abre a exposição. A obra é de 2008, muito anterior. E isso vale para tantos outros trabalhos do artista, que não necessariamente integram essa exposição. Mas foi no próprio 2014 que o artista passou a expor mais seu lado voltado às artes plásticas, integrando a exposição Made by… Feito por…, que teve curadoria do mesmo Pottier na Cidade Matarazzo, em São Paulo.

Vindo de várias outras exposições ao longo dos últimos dois anos e tendo aberto a galeria OM.art no Rio de Janeiro no ano passado, onde também funciona o seu estúdio, Metsavaht traz na exposição em São Paulo uma versão amadurecida de suas criações, o que é especialmente salientado pelo grupo de pinturas abstratas distribuídas de maneira metódica pelas paredes do MAS.

O conjunto de seus trabalhos — que, de acordo com o próprio, é sempre fruto suas “experiências físicas, emocionais ou espirituais” nas quais ele se aproxima da relação homem-natureza-espiritualidade — ganha com isso elementos que despertam uma curiosidade que se sobressai por evocar tantas significações por meio de símbolos que se camuflam em pinceladas.

Essa sensação é propiciada pela montagem da mostra que vai, ao longo das salas, desconstruindo a imagem do Cristo e se deslocando para códigos que demonstram a espiritualidade assimilada pelo artista independente de religiões, crenças ou dogmas, tornando possível uma experiência coletiva e possível.

 

 

Oskar Metsavaht: Divina Geometria
Museu de Arte Sacra de São Paulo: Av. Tiradentes, 676, São Paulo
até 1 de setembro
(11) 3326-3336
Ter a Sex/Dom: R$ 6 | Sáb: Gratuito

Deixe um comentário

Por favor, escreva um comentário
Por favor, escreva seu nome