Edith Derdyk inaugurou na Casa de Cultura do Parque, em frente ao Parque Villa-Lobos em São Paulo, a mostra PROTOLIVRO, uma coletânea de obras antigas e novas produções.

Escrita, traçada, estendida, pendurada, bordada, pintada, truncada, Edith tem uma obsessão com as “linhas” que concebe e que lhe proporcionaram, ao longo dos anos, a construção de uma obra singular.

Derdyk gosta de materiais primários, comuns: linha, papel de rolo de máquina de padaria, agulhas de tapeçaria (neste caso nem tão simples, trazidas da Tailândia), que deram forma a vários trabalhos de enorme leveza. Em Pulmão, agulhas e linhas entretecem um caminho no ar que, ao longo do dia muda de percurso conforme a luz. É um espaço que respira, numa sala clara. A artista parece sempre encontrar uma forma para se abrigar perante à falta de ar.

A mostra traz ainda a obra de um “livro anterior”, que não existe, imaginado… Recortado, ilegível, transformado em escultura, em pedaços, com parafusos, um não livro, um anterior e posterior, sem tempo cronológico, que remete a um livro nunca acabado. Um livro infinito e universal que não existe e que nos remete como significante a qualquer outro.

“Ao desmontar livros e arranjar seus fragmentos em mecanismos sem funcionamento livresco, Edith aciona um funcionamento fabulatório e visual, subvertendo com singularidade a padronizada cadeia de produção gráfica”, escreve para a mostra o curador Fabio Morais.

Vale a pena ver. A exposição fica em cartaz até 13 de outubro e ainda terá um curso: Linhas de horizonte: a escrita de uma paisagem, nos dias 11, 14, 18 e 21 de
setembro.
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Edith Derdyk: PROTOLIVRO
Casa de Cultura do Parque – Av. Professor Fonseca Rodrigues, 1300.
Até 13 de outubro.
Quartas a sextas das 11h às 19h, sábados e domingos das 10h às 18h.

 

 

 

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